sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Não quis saber

Nunca no Brasil foram presos os corruptores. Quando muito, os corruptos.
Por que não chegar aos donos do dinheiro, efetivamente? Não tem interesse nisto? Por que o procurador- geral da república Antonio Fernando de Souza, tão afeito a entrevistas, não procurou saber de onde vinha o dinheiro que financiou o suposto "mensalão"???
Não aventou procurar isto, o çábio?

Ficou com medo do que? Encontrar algum Daniel Dantas bancando Marcos Valério?

É melhor ser cego

Os editoriais de ontem do globo compõem o resumo básico da tragédia da imprensa brasileira.
No primeiro, num arroubo de saudosismo de tempos mais obscuros, o jornal diz que a presença do presidente no lançamento de um livro sobre os mortos da ditadura foi uma provocação desnecessária, dentre outras tantas coisas que nem tenho a paciência de descrever, tamanha a excrescência das palavras ali descritas.
Para que a globo, saudosa do desastroso regime militar, que ajudou imensamente que se começasse e, especialmente, consolidasse esta tragédia, entenda: o presidente não deve satisfação a nenhum militar. O contrário ocorre. Eles são subordinados ao comandante em chefe das forças armadas, que é o presidente da república, eleito pelos brasileiros. Eles que se situem. Se não quisessem passar por “constrangimentos” como estes, que os bastardos não tivessem arquitetado o golpe, dado o golpe, não tivessem acuado, constrangido, torturado e assassinado os seus concidadãos. Que não tivessem feito isto. Agora, querem o que? Não gostam de ser constrangidos pela verdade?
Os alicerces da globo foram construídos sobre o sangue dos brasileiros que não aceitaram o golpe que depôs um governo legítimo.

O segundo editorial exalta a decisão do STF, caracterizando-a como algo muito importante, isento e louvável. Nem preciso me delongar sobre quais foram as provas que o STF considerou no julgamento: as capas e o conteúdo dos jornais.

Alterando o ditado, acho que às vezes é melhor ser cego do que ler certas coisas.

Poder Paralelo VS os 3 Poderes da República

A verdade é que os denunciados já foram condenados muito antes do processo. A mídia alimenta a sede do povo por "justiça", e, pretende sacia-la com este julgamento.

Crê-se tanto que o Brasil é só um País de corrupção que ao menor burburinho a "letra escarlate" da corrupção já é pregada no peito de quem for. Afinal, só é divulgado corrupção, acidentes ou futebol no jornalismo nacional. Só perdas.

É natural crer, assim, que o país está assolado, e, que algo antes de ser verificado pelas pessoas competentes, já foi julgado e executado por quem não é competente e nada imparcial. Até porque quem (jornais a fora) defende e age sob o rótulo de que o povo tem que saber, não tem imparcialidade alguma, já que está cingindo sua ação para obter um resultado específico, e, desse modo, terá que crer piamente que tem que ser encontrado algo errado. E, por fim, cego nesse objetivo não conseguirá enxergar quando o fato disser o contrário.

Até porque crer inocentemente, que este objetivo acima é verídico em sua totalidade, é por demais ingênuo. Vide as RCTV's da vida.

Portanto, o jornalismo que alimenta a fome da justiça pretende saciá-la. Escondendo na verdade o imenso jogo de Poder que se esconde por trás disso tudo. Uma luta de quebra de braço incessante. Diria até que seria um lobby sem conteúdo econômico. Que pretende mostrar que ninguém está a salvo, nem mesmo quem está investido de Poder e legitima somente o único Poder que deveria existir em um Estado de Direito.

Mas os fatos vem demonstrando o contrário. Que existe um Poder Paralelo. Que não está vinculado ao Estado. E que não age à margem da lei. Mas, em verdade, age com autorização para transmistir o seu sinal de tv. Poder Paralelo que vem mostrando que não existe só os 3 Poderes da República (Executivo, Judiciário e Legislativo). Existe um Poder que pretende revelar o que significa o vocábulo "poder", exercendo-o em toda sua plenitude.

Será este um atentado contra à Soberania do Estado de Direito? Há um Estado Paralelo ilegítimo dentro do Estado Brasileiro?

Deixemos que o STF se manifeste em sua Sentença.

quinta-feira, 30 de agosto de 2007

A Ditadura da mídia

Em conversa telefônica na noite de anteontem, o ministro Ricardo Lewandowski, do STF (Supremo Tribunal Federal), reclamou de suposta interferência da imprensa no resultado do julgamento que decidiu pela abertura de ação penal contra os 40 acusados de envolvimento no mensalão. "A imprensa acuou o Supremo", avaliou Lewandowski para um interlocutor de nome "Marcelo". "Todo mundo votou com a faca no pescoço." Ainda segundo ele, "a tendência era amaciar para o Dirceu".

Esta é a reportagem da folha de hoje, ou seja, de uma das "acuadoras".

Nós estamos vivendo uma verdadeira ditadura da mídia. Ela acusa, julga e executa. Outros ministros do STF vieram a público dizer que não sofreram nenhuma interferência. Eu acreditei neles, claro. Como também acredito no papai Noel, na mula sem cabeça e no saci pererê.
A verdade inconteste é que foi a mídia quem julgou os acusados. Até cego está vendo isto.
Esta declaração, aliás, não acalmará os seus ânimos. Agora que eles têm a prova cabal de seu poder, eles acirrarão ainda mais os brios, prontos para submeter, acuar e constranger qualquer um dos que ainda não são sabujos.

Se o próprio STF, órgão judiciário máximo do país se deixa levar por estes calhordas, faço a pergunta: o que resta de nós? Em qual órgão da justiça (?) podemos confiar?

O que posso afirmar, peremptoriamente, é que tudo, tudo o que envolve política e judiciário, é uma lástima.

quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Socialismo para os ricos

Recentemente podemos ter uma linda amostra da ditadura que os especuladores impõem as economias dos países. Desejando uma rentabilidade acima da média, depois de muitos sucessos em tal intento, eles obtiveram os fracassos, que num negócio arriscado, fatalmente haveriam de ocorrer.
Porém, somente quem investe e gera empregos pode ter prejuízo. Especuladores sempre têm que lucrarem, esta é a regra do jogo. Então, os bancos centrais de países riscos investiram dezenas de bilhões de dólares para conter a “falta de liquidez” de determinados papéis, absorvendo o prejuízo dos ilustres especuladores. Só o banco central europeu (BCE) injetou 55 bilhões de dólares extras no mercado.
Ou seja, estão inventando um novo tipo de socialismo, destinado somente aos abutres do mundo. Todos nós, reles cidadãos mortais, podemos ter prejuízo com qualquer negócio que empreendemos seja uma microempresa, um restaurante, uma loja, enfim, qualquer coisa. Podemos falir com nosso negócio, podemos ter de vender nossos bens para arcarmos com quaisquer eventualidades, estamos postos a toda prova. Agora os especuladores, estas figuras irrepreensíveis dos nossos dias, estes não!!!

Assim eu também quero. Quando lucro muito por negócios arriscados, o lucro é meu, eu me arrisquei. Quando tomo por prejuízo ao correr tal risco, o ônus é dividido para todos os cidadãos.

Isto tudo correndo às claras, como se nada de podre estivesse acontecendo... Será que só eu me revolto com isto?

CPMF

Num país como o Brasil, onde quase se paga imposto por respirar, é difícil defender qualquer “contribuição”, como esta, a contribuição provisória sobre movimentações financeiras. Insiro aspas na palavra porque contribuição sempre me leva a crer que seja algo espontâneo, o que não é, definitivamente, o caso.

Pois bem, não obstante isto, a CPMF, que está para ser prorrogada, é mais do que essencial ao governo (isto todo mundo sabe) e, na minha opinião, é um dos impostos mais justos que há. Apesar da taxa ser a mesma (não ser progressiva conforme a renda), ainda sim, acredito que seja um dos melhores impostos, pois afeta sobremaneira quem possui mais renda. Por isto há tanta gente reclamando dela. Quando algo afeta os ricos do país, ah...

O nome da contribuição, aliás, poderia mudar, mas a sigla permaneceria a mesma. De “Provisório” para “Permanente”.

Não poderia deixar de citar, porém, que para que minhas palavras estejam corretas, o pagamento da CPMF deve incidir, também, sobre a bolsa de valores. Instituições que são, atualmente, o próprio câncer do mundo.

A Bezerra de Ouro

O ex-senador Joaquim Roriz disse que pegou emprestado 1,9 milhões de reais com o presidente da Gol, Nenê Constantino, porque este último não tinha trocado:
- O que eu posso fazer se ele só tinha o valor inteiro? - afirmou o nobríssimo senador. Afirmou ainda, que o dinheiro utilizado era para comprar um bezerro.
Bem, suponho que os adoradores do bezerro de metal fundido, o famoso bezerro de ouro do velho testamento já podem ficar tranqüilos, pois ele foi achado. Só falta agora, mesmo, encontrar a tábua dos dez mandamentos.

Sujeito Determinado VS Sujeito Oculto

Acusam o povo das camadas mais baixas da sociedade de burros, de ignorantes e que se deixam manipular facilmente por programas sociais, chamados de bolsas ou vales etc.

Mas como podem ser chamados de ignorantes pelo fato de elegerem um político que lhe dá toda esta assistência? São mesmo estúpidos o suficiente ao votarem em alguém que olham para elas? Que desenvolve programas sociais para lhes dar assistência?

Afinal, porque são mais ignorantes do que as pessoas de classes mais “altas” que também votam nos políticos que defendem os seus interesses pessoais? Será que o que adjetiva os eleitores como facilmente manipuláveis é o fato de possuírem mais ou menos bens? Ou certamente o fato de que ambos têm interesses e votam naquele que lhes atendem?

O rico é menos manipulável porque vota e promove a campanha de um político que atenderá seus interesses políticos (seja através de lobby ou não)?

Ou o pobre é mais manipulável e burro por votar em alguém que atenderá as suas necessidades mais básicas? Vejam só, antes ele era esquecido politicamente. Mas quando vota em alguém que promove programas básicos para atender a necessidades como a fome, passa de um ser oculto politicamente para ser adjetivado de vitima de um assistencialismo.

Pelo que se vê, ter bens é um fator na política para distinguir os eleitores de vitimas de assistencialismo de não-manipuláveis. Apesar de ambos terem seus interesses pessoais legítimos para votar e promover a campanha de um político. Interesses os dois têm. E lutar por eles é normal.

A diferença é que o rico tem maior poder econômico (vide o lobby). E o pobre só pode contar com seu voto.

Desconsiderar que tanto um quanto o outro tem interesses políticos é negar a essência de qualquer eleitor.

E crer que, por um possuir necessidades mais básicas que o outro “tipo” de eleitor, ele pode ser chamado facilmente de vítima de políticos inescrupulosos assistencialistas, é aceitar o fato de que o outro “tipo” de eleitor ao defender seus interesses despojados de motivos egoísticos não está, na verdade, nem aí para os eleitores de camadas baixas. E que, quando, eles passam a votar nestes “políticos assistencialistas” eles são atacados pela democracia desenfreada, passam de sujeitos políticos ocultos para vítimas de programas sociais.

Ou seja, pobre não pode votar com interesses, assim como o rico, sem ser chamado de burro e ignorante.

Pois, atender interesse de rico é aceitável politicamente, e, nunca importará em política pública desinteressada, porém, atender interesses de pobres significa manipulação, assistencialismo, seja lá qual for os outros sinônimos para o caso.

terça-feira, 21 de agosto de 2007

A revolução não será televisionada

Certa vez li uma reportagem na revista Outracoisa que tinha como título “A Revolução não será televisionada”. Logo pensei, com certa tristeza, que era um sonho distante, apenas uma frase de impacto que carecia de sustância real. Linda, mas inexequível. A televisão impede qualquer revolução.

Basta ver o Araguaia, o único local onde houve um foco de resistência digno deste nome durante o regime militar. Houve lá porque não havia televisão. Quando os guerrilheiros socialistas se instalaram, ajudaram a população da forma que podiam, na construção de casas, no arado, trataram de doenças da população (havia estudantes de medicina dentre os guerrilheiros, que, aliás, eram mulheres), ajudaram na colheita, enfim, agiram como socialistas. Quando os militares chegaram, humilharam pais de família, constrangeram, ameaçaram, torturaram, mataram, enfim, agiram como militares.

Agiram tão bem como militares que muitos camponeses que sequer sabiam o que era comunismo ingressaram na guerrilha, dado o ódio angariado pelos militares pseudo-patriotas.


Ao acabar de ver os vídeos em http://br.youtube.com/watch?v=aQu8ic0WRXo&mode=related&search , que mostram como aconteceu o golpe que destituiu Hugo Chávez, vi que a frase tinha, sim, um sentido muito forte. Foi feliz quem nomeou os arquivos, porque eu nunca havia visto algo sequer semelhante em nenhum meio televisivo sobre o golpe da Venezuela.
O vídeo demora cerca de uma hora, quando tiverem tempo, aconselho imensamente que assistam. São dez vídeos (as continuações estão num quadrinho ao lado, 2/10, 3/10, etc.), que demonstram como se sucedeu um golpe de estado, fato que já aconteceu no Brasil em 64 (ano maldito) e quase aconteceu em 2005/06.


É engraçado quando leio alguns veículos “jornalísticos” daqui do Brasil acusando Chávez de ser um ditador. Muito engraçado, porque ele foi eleito democraticamente (eleição que conta com observadores internacionais que referendaram a lisura da votação, diferentemente de outra, de um certo grande país), porque seguiu estritamente a constituição do seu país ao não prorrogar a concessão de uma emissora (esta sim) sabidamente antidemocrática, sabidamente golpista, que clamou por um golpe, que apoiou de todas as formas quando foi executada esta tramoia para retirar um governo eleito pelo povo venezuelano do poder.

Ao assumir, Chávez teve a disposição de partir para o embate contra as forças econômicas constituídas, e venceu. O presidente Lula não quis fazê-lo, preferiu negociar. Não é certo o que aconteceria, não é certo que o presidente teria o apoio dos brasileiros como Chávez teve dos venezuelanos, aqui a correlação de forças é outra.

Independente do resultado, porém, acredito eu, que Lula com certeza conseguiu e conseguirá realizar uma quantidade muito menor de feitos que o seu colega venezuelano. Ao menos (provavelmente) conseguirá finalizar o seu mandato.

Até aonde as concessões valeram a pena, até onde compensava ter partido para luta, é um questionamento que não encontro resposta.

Frases Lapidares

É lapidar a frase Paulo Zottolo, CEO da philips no Brasil, eminência empresarial do movimento "Cansei!".

"Não se pode pensar que o país é um Piauí, no sentido de que tanto faz quanto tanto fez. Se oPiauí deixar de existir, ninguém vai ficar chateado".

Este é o estilo das pessoas que compõem este movimento: arrogantes, elitistas, exclusivistas e preconceituosas.

A propósito, Ivete Sangalo, a senhorita do eterno sorriso, detentora de pesadas acusações de ser uma cheiradora de mão cheia, aderiu ao movimento Cansei.
Como prêmio, vai ganhar rios de dinheiro como garota propaganda da própria... philips!
O ciclo se fecha. Ou, em outras palavras, nada acontece por acaso.

sexta-feira, 10 de agosto de 2007

O Salvador da Pátria

Interessantes são as coisas. Agora que assumiu o ministério da defesa, Nélson Jobim é incensado pela exemplar imprensa nativa como o próprio Salvador da Pátria. Tudo leva a crer, segundo eles, que terá fim o caos aéreo que reina por estas plagas.
Tudo muito interessante. Estranho é notar quem sai e quem entra e porque a troca.

Sai Valdir Pires, político de biografia mais do que impecável, um dos políticos caçados pelo nefasto golpe de 64, governador da Bahia e ministro da Controladoria Geral da União (CGU) no primeiro mandato do governo Lula.
A CGU, como é sabido, foi criado por FHC para esconder os podres que surgiriam com a CPI da corrupção, é um dos órgãos do governo destinados a investigar os gastos e os possíveis desvios de dinheiro que ocorram na esfera pública. Como o Príncipe dos Çábios adorava investigar, este órgão foi criado para ser extinto, com pouco pessoal e recursos para de fato investigar. Até que o Peão-torneiro assumiu a presidência. Aí, o Ignorante resolveu mudar a ordem das coisas, e através de Valdir Pires revitalizou o órgão, que teve seu desempenho sobejamente melhorado, contribuindo muito para a investigação da corrupção em diversos locais país afora.
Foi mandado para o ministério da defesa, porém, sempre teve uma grande restrição por parte dos oficiais saudosos dos desastres dos governos militares. Tanto por falta de dinheiro, como por falta de apoio político, teve sua administração prejudicada por motivos alheios ao seu desempenho particular.
Tem, e teve uma trajetória que incomoda muito, pois é notório que é um político de esquerda.

Já Nélson Jobim é diferente. Grande amigo de FHC, com amplo acesso ao PSDB (partido dos çábios positivistas), foi ministro da justiça do Farol de Alxandria e escolhido por ele para ser ministro do STF (uma clara escolha política).
É de conhecimento até do mundo mineral, como diz o grande jornalista Mino Carta, que o desempenho dos ministros da justiça de FHC foram para lá de pífios. Ano após ano, substituto após substituto, tiveram desempenhos que variaram do ruim ao vergonhoso.
Nélson Jobim foi um dos ministros da justiça de FHC, juntamente com Renan Calheiros, Íris Rezende e Aloysio Nunes Ferreira, todos talhados eximiamente pelo próprio Pai Celestial para ocupar o referido cargo. Jobim foi também o mais político dos presidentes do STF a ocupar tal cargo em toda sua história.

É mais do que sabido que o ministério da justiça, que comanda a polícia federal, mudou drasticamente no governo Lula. Bastou os incompetentes petistas chegarem ao poder para a polícia federal melhorar brutalmente sua eficiência.
Quando Nélson Jobim ocupou tal cargo a polícia federal simplesmente inexistia. O que faz pensar que ele será tão eficiente?

Nada, ele não será eficiente. Simplesmente ele é um político de direita, com acesso à oposição e à imprensa. Logo que assumiu o ministério, partiu rumo a SP, para dar uma entrevista coletiva junto com José Serra, o mais novo especialista em segurança aérea do país.
Aliás, de segurança os tucanos entendem, basta ver o próprio estado de São Paulo.

Pois bem, agora que Jobim assumiu o ministério, o governo diz que liberará mais dinheiro e o ministro terá autoridade para dirigir o ministério e os órgãos que lhe devem subordinação, mas que não o faziam na prática.

É tudo uma lástima. O presidente Lula poderia ter feito isto antes. Além disto, não precisava chamar Jobim. Este só foi chamado porque a crise perigava assumir proporções titânicas e o presidente deduziu que somente um homem de direita conseguiria por panos quentes na situação.

Conseguiu pôr panos momentâneos, porém, isto não bastará para que as crises amainem. A grande imprensa tem raiva do Lula, raiva do PT, raiva de tudo o que eles representam e um distanciamento que beira o nojo para àqueles a quem o governo tem o foco, os pobres.

Logo arrumarão outra crise. Logo o presidente terá de ceder novamente, abrir espaço a concessões. Acorda, Lula. Não adianta dar a mão, esperando que isto os acalme. Eles querem a mão, o braço, o corpo, o bolso e a alma. Não necessariamente nesta ordem.

terça-feira, 7 de agosto de 2007

A Revolta dos Dândis

Alguns seres de nossa cândida elite, esses que enfrentaram tantas dificuldades na vida, estão tentando formar um movimento de protesto contra o governo.

As dondocas e os mauricinhos pretendem demonstrar toda a sua raiva iconoclasta em passeatas onde desfilarão seus vestidos da daslu e seus ternos Armani e bradando seu poderoso bordão: Cansei!

Ainda não está definido se caminharão a pé, mesmo (esta coisa de pobre), ou farão uma carreata, com suas Mercedez, BMWs, Volvos e afins, onde poderão (¡graças a Deus!) ir a bordo de algo que tenha condicionador de ar.

Também não está definido se comporão os protestos as empregadas, os motoristas, os massagistas, os personal trainers, os personal stylits (¿como será que se escreve?), etc. enfim, todos os trabalhadores que deixam menos árdua a vida dos nossos compatriotas.
Há o perigo de um certo "desvirtuamento" do protesto caso ele seja composto de pessoas de classe social inferior.

E eles sempre têm um indubitável medo dos protestos da massa.
É como diz àquela máxima, salvo engano de Victor Hugo: " Em tempos de revolução, cuidado com a primeira cabeça que rola. Ela abre o apetite do povo".

Eles têm medo do que sua incitação pode criar, pois devem muito mais do que este governo. Muito mais do que este, que aliás, não tem poucas dívidas.