segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Correlação de forças

Uma das coisas que mais me incomodam no governo Lula é a conciliação. Acho um erro.
Por exemplo, a nomeação de Direito para o STF, foi saudado por Ali Kamel (¡que jornalista!) como uma demonstração da sensibilidade do presidente, já que nomeou uma pessoa decididamente conservadora. Segundo Kamel, Lula respeitou a correlação de forças da sociedade brasileira, nomeando alguém de um espectro político diverso.
Mas por que, pergunto eu, o presidente Lula tem de respeitar “a correlação de forças” da sociedade brasileira, nomeando alguém de direita, quando FHC não respeitou nada, seguiu uma cartilha totalmente de direita, desrespeitando imensamente a tal “correlação de forças”?
Por que, quando alguém de esquerda está no poder (mesmo que o presidente não se diga de esquerda, pelas suas ações e nomeações, especialmente no campo social, depreende-se isto), há de se nomear alguém de direita e, já o contrário, nem se sonha?
Ou FHC não nomeou o seu próprio ministro da justiça para o STF? Àquele, com quem tomava deliciosos banhos de piscina no palácio da Alvorada?

Por que seguir a tal “correlação de forças” só agora? Por que só agora ela passou a existir?

Não carece respeitar correlação nenhuma. Carece é tomar as medidas mais necessárias ao povo: Diminuir a taxa de juros, aumentar investimentos em produção e em infra-estrutura, desonerar atividades que geram emprego, fazer com que o crescimento econômico ocorra com distribuição de renda, prover os meios para que outros grupos de comunicação surjam, dar mais crédito (e com juros menores) a quem queira produzir, conduzir maior concorrência no meio bancário através dos bancos públicos, controlar a inflação por outros meios, que não a taxa de juros, etc.

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