sábado, 23 de fevereiro de 2008

Os polêmicos números da repressão (cubana) - por Antonio L. M. C. da Costa

Na Cuba dos anos 60, a pena de morte foi aplicada em grande escala tanto a presos políticos quanto a criminosos comuns e não há dados oficiais para distingui-los ou estabelecer seu número. A maior concentração de execuções ocorreu em conseqüência da invasão da Baía dos Porcos, em abril de 1961, operação conduzida por agentes da CIA e exilados cubanos. O historiador britânico Hugh Thomas estimou em 5 mil as execuções por motivos políticos até 1971. Isso inclui 550 integrantes do governo Batista e de sua polícia secreta, levados ao Paredón nos primeiros seis meses de 1959, mas não os mortos em combate contra o regime castrista, algo menos de 3 mil. Os refugiados cubanos falam em 12 mil a 15 mil executados e outras fontes em 2 mil. De qualquer maneira, as execuções tornaram-se relativamente raras a partir dos anos 70 e foram completamente suspensas a partir de abril de 2000, salvo por três dos 11 seqüestradores de um barco de turistas, executados em 2003. Restaram nas prisões, segundo a Anistia Internacional, 52 condenados à morte, sem destino definido. Muito menos há consenso sobre as prisões. Exilados cubanos dizem que 60 mil chegaram a ser presos em conseqüência da Baía dos Porcos. Hoje, a organização anticastrista Diretório Democrático Cubano lista 326 presos de consciência e a Anistia Internacional, 69 na cadeia, mais 12 em prisão domiciliar. Por outro lado, não há registro (segundo a Anistia Internacional) de tortura física, desaparecimentos ou execuções extrajudiciais. Não há notícias de levantes populares contra o regime nem de manifestações reprimidas com violência.

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