segunda-feira, 23 de junho de 2008

Distribuição de renda melhorou em 5 anos, diz Ipea - por Agência Estado

parcela dos trabalhadores brasileiros que recebe rendimentos mais altos no País teve aumento de 4,9% em seus salários nos últimos cinco anos, enquanto os de menores rendas tiveram elevação de 22% entre 2003 e 2007. Os porcentuais revelam uma melhor distribuição de renda no Brasil entre os assalariados, segundo estudo divulgado hoje pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), fundação pública federal vinculada ao Núcleo de Assuntos Estratégicos da Presidência da República.

O estudo informa, no entanto, que a participação dos salários no Produto Interno Bruto (PIB) se manteve praticamente estável entre 2003 e 2007. Para o presidente do Ipea, Márcio Pochmann, isso mostra que outros indicadores de renda - como lucratividade das empresas e juros - cresceram mais nesse período do que os salários. "Isso demonstra a necessidade de políticas que levem a uma participação maior dos rendimentos do trabalho no PIB, como uma reforma tributária com impostos progressivos sobre a renda", defendeu Pochmann.

O presidente do Ipea atribuiu à política de reajuste real do salário mínimo e às políticas de transferência de renda, como o programa Bolsa Família, o fato de os mais pobres terem obtido maiores ganhos de renda que os demais trabalhadores. O estudo informa, por exemplo, que em 2003 o rendimento médio da parcela de assalariados com maior renda era 27,3 vezes superior ao segmento daqueles com menor renda. Em 2007, essa diferença caiu para 23,5 vezes. "Os dados mostram melhora, mas ainda estamos longe de um País menos injusto", afirmou Pochmann.

O levantamento do Ipea foi feito com base em dados da Pesquisa Mensal de Emprego (PME) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) que apura a evolução do mercado formal de trabalho em seis regiões metropolitanas - São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife e Salvador. Essas seis regiões representam, segundo o Ipea, 37,1% do PIB nacional e abrigam 25,4% da população residente. Para Pochmann, essa é uma "boa amostra" para deduzir o que acontece no mercado de trabalho em todo o País.

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