quinta-feira, 27 de agosto de 2009

A crise sem fim da Segurança paulista - Estadão

A crise sem fim da Segurança paulista
Do Estadão
Delegados deixam curso com PMs, e acaba integração em SP
Secretário critica decisão e defende ampliação da formação conjunta
A integração das Polícias Civil e Militar de São Paulo acabou. Dez anos depois de sua adoção, o projeto que previa a união dos centros de comunicação, formação conjunta nas academias e delegados e capitães dividindo salas se desfez paulatinamente. O mais novo golpe contra a integração, uma alternativa à unificação das polícias criada no governo Mário Covas (PSDB), foi dado pela cúpula da Polícia Civil. Ela decidiu abandonar o curso de formação integrado de delegados e oficiais, símbolo maior da política que é parte do plano do governo.
“A integração morreu, está morta”, disse o presidente da Associação dos Delegados de São Paulo, Sérgio Roque. Trata-se, segundo ele, de um cadáver insepulto, pois ninguém no governo assume o atual fracasso do que era um dos pilares da política de segurança pública do Estado. A rivalidade entre as instituições e os conflitos sobre o futuro das carreiras policiais ajudaram a torpedeá-la.
Em junho, a cúpula da Polícia Civil fez um estudo para justificar a separação do Curso Superior de Polícia (CSP). Com duração de um ano, o curso é condição para que o policial seja promovido para o último degrau das carreiras policiais - delegado de classe especial ou coronel. Os seis primeiros meses são feitos em separado. O segundo semestre era integrado, com aulas na Academia da Polícia Civil e no Centro de Aperfeiçoamento e Estudos Superiores (Caes) da PM. Assim ocorria desde 2001, mas, neste ano, a Polícia Civil descobriu que a prática era cara e sem sentido.
Assinado pelo delegado-geral adjunto, Alberto Angerami, o relatório que condenou a integração diz que a parte conjunta do curso teria atividades de pouco interesse para os civis. Como autoridades policiais, não faria sentido aos delegados aprender em conjunto com os oficiais. O fim da integração reduziria o CSP para seis meses, o que significaria uma economia de R$ 64 mil para o Estado, o equivalente a 3,5 carros populares. Os 15 delegados que faziam o curso foram avisados sobre o fim das aulas na PM e só devem entregar a monografia no fim do ano.
DESGASTE
Delegados ouvidos pelo Estado dizem que há algumas razões para o encerramento da formação conjunta. A primeira delas é que o clima entre as corporações piorou muito depois do conflito em frente ao Palácio dos Bandeirantes durante a greve da Polícia Civil em 2008. “O clima azedou por completo”, disse Roque, um dos líderes da greve e homem próximo da atual cúpula da Polícia Civil.
O segundo motivo seria o fato de os delegados acusarem a PM de bombardear a Proposta de Emenda Constitucional 549 (PEC), que transformaria o delegado em carreira jurídica, com vencimento idêntico ao do Ministério Público - hoje o salário de delegado é vinculado ao dos oficiais. “O lobby da PM bombardeou a PEC no Congresso. Um dos argumentos que eles usaram para derrubá-la foi que faziam o curso superior de polícia com a gente”, disse um delegado que está no CSP.
A decisão de romper a integração pegou a PM de surpresa. No Caes as vagas no curso estavam à espera dos delegados. Quando ninguém apareceu em julho, o diretor de Ensino da PM, coronel Luiz Roberto Arruda, encaminhou documento ao comandante da PM, coronel Álvaro Batista Camilo, dizendo que parar a integração era repetir erros do passado, “quando se entendia que comprar viaturas era mais importante que capacitar recursos humanos da polícia”.
Camilo procurou o secretário da Segurança, Antônio Ferreira Pinto. Por escrito, o secretário disse que os argumentos da Polícia Civil eram “inconsistentes e pífios”. Ele lamentou que delegados “desprezem uma sadia integração” e disse que, em vez de ocorrer só no CSP, ela devia começar nas academias de formação dos novos delegados e oficiais. Por fim, Ferreira Pinto indicou que vai regulamentar a questão em 2010, pois não havia até agora resolução ou decreto que instituísse a obrigatoriedade do curso conjunto.

Comentário meu
Não dá para dizer que a jestão tucana não inovou em nada em SP. Ao contrário, inovou ao conseguir que as polícias tivessem entre si quase tanta raiva quanto possuem contra os bandidos.

O universo paralelo da mídia - Blog do Nassif

Por celio mendes
Não é mais um caso simples de partidarismo, o jornalismo brasileiro da dita grande mídia simplesmente enlouqueceu, é como se existissem dois mundos, um narrado nos jornais e o outro que é o “deserto do real”, ao chegar a redação ou estúdio o empregado da grande mídia conecta um plug na nuca e faz uma imersão no mundo da fantasia, neste estranho mundo se o depoimento de uma funcionaria exonerada acusando uma ministra esta eivado de contradições não importa, suas contradições foram apenas a matrix se reconfigurando, a única realidade aceitável é aquela que os arquitetos desenham em seus editoriais, mais eis que a agente Waldvogel traz três especialistas para uma entrevista pensando que eles também estão conectados à matrix, e para sua surpresa descobre que eles tomaram a pílula vermelha e vêem a realidade como ela é e não como a jornalista, plugada na matrix, a enxerga, não entende, tenta inutilmente conduzir as respostas dos convidados para o mundo que descreveu no prólogo do programa, porém o “deserto do real” é implacável e o desmonta a cada resposta dos entrevistados, desolada ela gagueja, interrompe os interlocutores tudo em vão, outros usuários plugados à matrix vão ter acesso a pílula vermelha, o estrago esta feito.

Comentário
O Célio matou a pau. No mundo empresarial, sindical, nas Universidades, organizações sociais, o país continua caminhando normalmente. Movimentos pela inovação, avanço de ONGs, discussão sobre novos modelos universitários. Quando se olha para os jornais, parece se estar em um daqueles filmes de ficção classe B de Hollywood, “A Mosca da Cabeça Branca”, “A Bolha Assassina”. Está se tornando uma curiosidade.

Por que o HD de Dantas foi para o FBI? - por PHA

http://www.paulohenriqueamorim.com.br/?p=16852

Se fosse o Daniel Dantas, o dr. Roger não estaria na cadeia - por PHA

http://www.paulohenriqueamorim.com.br/?p=16866

Publicidade do governo federal: por que a Globo precisa derrubar o Lula - por PHA

http://www.paulohenriqueamorim.com.br/?p=16862

Zé Pedágio usa o PiG (*) para encobrir ataque aos pobres - por PHA

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Traficante aplicou na privatização de FHC com banco de Dantas – mostra Justiça americana - por PHA

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quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Para entender a barriga do dia 19 - por Luis Nassif

Quando Dilma Rousseff desafiou Lina Vieira a dizer o dia e hora do encontro, obrigou-a a mostrar suas cartas. Com dia e hora definidos, seria possível desmentir (ou não) a informação. Mas não daria mais para continuar blefando, com essa maluquice de pretender que o governo mostrasse onde Dilma esteve, hora a hora, durante 90 dias.
Por que jornais e jornalistas apostaram cegamente no dia 19? Porque foram até a agenda de Dilma e constaram que naqueles dias havia uma confusão de datas e compromissos. Compromissos de um dia tinham sido assinalados no outro. A Casa Civil explicou que houve uma exportação de dados de uma agenda para outro, que acabou dando uns bugs, que explicariam o problema.
O grupo midiático entendeu apressadamente que ali estava a brecha, a prova do crime, ou, pelo menos, a anulação de qualquer álibi. Não adiantaria Dilma alegar que estava em outro compromisso no dia e na hora mencionados, porque sempre haveria o argumento de que a agenda havia sido manipulada. Portanto, seu álibi estaria a priori desmontado.
Aí toca O Globo a fazer matérias antecipando as desculpas que julgava que Dilma daria. Como vocês se recordam, uma das matérias mostrava que compromissos não eram registrados na agenda - por conta da confusão e O Globo afirmando que a agenda de Dilma não poderia servir de álibi para ela dizer que não estava no encontro secreto com a Lina.
Como há muito esse pessoal abdicou do jornalismo, não se deu conta da possibilidade de Dilma não estar em Brasília naquele dia. E aí dançaram todos, O Globo, os senadores e a ex-Secretária.
A única dúvida é se Lina de fato mencionou o tal dia 19 ou os jornais e senadores inventaram, baseados na análise da agenda de Dilma.

O que a Folha (*) e a Eliane tem contra as negras ? - por PHA

http://www.paulohenriqueamorim.com.br/?p=16737

Plano Real de FHC aumentou o número de pobres. Número de pobres caiu no Lula, diz o Globo - por PHA

http://www.paulohenriqueamorim.com.br/?p=16685

As faces da mentira - por Luis Nassif

http://colunistas.ig.com.br/luisnassif/2009/08/24/as-faces-da-mentira/

A manipulação neocon - Blog do Nassif

Por Luiz Eduardo Brandão
Bom artigo hoje da correspondente do Estadão nos EUA, Patrícia Campos Mello, sobre a sinuca de bico em que o Obama parece ter se metido na questão da reforma da saúde. Obama está, por ora, perdendo por pontos a peleja. Mais precisamente 15 pontos nas últimas semanas, que foi quanto ele caiu dos 60% de confiança aos 100 dias de governo para os 45%, hoje. A queda é resultado de uma eficiente campanha de desinformação movida pelos republicanos, com o apoio de parte da mídia. A tal desinformação, como mostra a Patrícia, usa e abusa das mentiras mais deslavadas. Os neocons inventaram até que o Obama está querendo criar um “comitê da morte”, que decidiria, de olho no caixa do tal Medicare, se os velhinhos continuariam sendo tratados de doenças caras para o Tesouro, ou se iam para a cova, caso não tivessem recurosos para bancar o tratamento. E por aí vai. A campanha fez efeito. A matéria está aqui:
http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20090823/not_imp423182,0.php

Comentário: é curioso que o Estadão aponte a manipulação neoconservadora dos EUA, já que ele faz e sempre fez o mesmo por aqui.

O poder dos Mendes - blog do Nassif

O poder dos Mendes
Por Carlos
Olhem este escândalo
______________________________[19/08/2009-19:35] - IMPRENSA: Presidente do TRE concede liminar para que 2º colocado retorne ao cargo de prefeito de Diamantino
(Cuiabá/MT – 19/08) – O presidente do Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso, desembargador Evandro Stábile, concedeu nesta quarta-feira (19) liminar para que Juviano Linconln (PPS), segundo colocado no pleito e seu vice, Sebastião Mendes Neto retornem ao cargo de prefeito e vice do município de Diamantino. A liminar suspende os efeitos da decisão anterior que tinha reconduzido Erival Capistrano (PDT) e Sandra Baierle aos cargos de prefeito e vice-prefeita.
(..)integra:
http://www.tre-mt.gov.br/leia.asp?arq=2009/08/19-19:35
vídeo : protesto de eleitores em Diamantino
http://www.youtube.com/watch?v=ZsMS8oYRcMg
Comentário
Juviano faz parte do grupo político do político e presidente do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes.
Por Almeida
O mais escandaloso é ter uma ação de prestação de contas desta turma do Joviano em legislatura anterior ao prefeito Cripiano e que ainda não foi julgada.
É vergonhoso.

Peças do caso Lina - por Luis Nassif

Em Observação
1. O papel de José Agripino.
A grande ligação de Lina Vieira é com seu conterrâneo José Agripino, senador pelo Rio Grande do Norte. A prefeita de Natal é do PV, mas criatura de Agripino. Aliás, a prefeitura é das poucas bases do DEM no nordeste. E é de lá que sai o contrato de publicidade com a família de Lina Vieira. José Agripino foi o principal articulador, dentro do DEM, da ofensiva contra o senador José Sarney e, depois, contra Dilma Rousseff, em cima do episódio Lina.
2. A matéria da Folha, que deflagrou essa crise.
É de, 9 de agosto, domingo. Para sair domingo, possivelmente foi preparada entre 5 e 7 de agosto.
3. Reunião com Serra.
No dia 3 de agosto o Twitter do senador Agripino dá conta de uma relevante reunião em São Paulo , com o governador José Serra. Relevante por ter juntado o líder do PSDB no Senado, Sérgio Guerra, mais seu braço-direito para ações no Parlamento, Alberto Goldmann, mais os DEM Rodrigo Maia e ACM Neto (clique aqui).

A respeito da reunião, a Folha disse o seguinte, com Serra fazendo questão de enfatizar que não estava nas articulações barra-pesadas. É de uma sutileza ímpar:
Na noite de segunda-feira, o impacto da crise esteve na pauta da reunião de Serra com tucanos e democratas.A avaliação dos participantes foi a de que Lula se dedica à contenção da crise, em vez de se lançar na campanha da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff. A retração de Lula alivia a pressão sobre Serra para que se declare candidato agora.(…) Serra, no entanto, desconversou quando o líder do DEM no Senado, Agripino Maia (RN), sugeriu que levantasse munição para a CPI da Petrobras. Segundo um participante, o governador paulista disse que essa não era sua área de atuação durante o governo FHC.
4. Dois dias depois, a Folha dá início às pesquisas que conduzem à manchete do dia 9.
São apenas indícios, que necessitam ser aprofundados. Mas bons indícios, convenhamos, sobre como começam todas as crises políticas brasileiras dos últimos 18 meses.

As ligações de Lina

No dia 19 de dezembro, Dilma passou a manhã em reunião do Conselho de Administração da Petrobras. À tarde, Lina estava em Natal, onde mora, a serviço. Naquele dia, Lina chegou a receber uma diária por se ausentar de Brasília, registrada no Portal da Transparência sete dias depois, em 26 de dezembro.
Na verdade, segundo o documento levantado pela revista, foram três diárias.

Além da Carta Capital, a revista Época resolve fazer jornalismo e levanta as ligações políticas entre Lina e o marido e o senador Agripino Maia e a política do Rio Grande do Norte.
Nada que os leitores daqui já não soubessem graças ao trabalho do Stanley Burburinho e da Namara. Mas uma demonstração que ainda existe jornalismo - de forma amplamente minoritária - na mídia.
Tenho ido com cuidado nessa questão do levantamento da vida da Lina Vieira. Mas não dá para ignorar mais as ligações do marido e dela com o senador Agripino Maia.
O fato de ser indicada por Guido Mantega não comprova que ela é petista militante. Mas apenas que Mantega foi descuidado ao indicar para a Secretaria da Receita Federal pessoa com envolvimento político dessa natureza. Aliás, teria sido igualmente imprudente se o envolvimento político fosse com o PT.
http://colunistas.ig.com.br/luisnassif/2009/08/23/as-ligacoes-de-lina/#more-32484

Desdobramentos da crise política - por Luis Nassif

Desdobramentos da crise política - 1
Estou preparando uma série de quatro artigos tentando avaliar os desdobramentos da crise política.
O primeiro sairá agora. Os demais respectivamente às 12, 13 e 14 horas.
É bobagem achar que alguém ganhou nesse jogo insano de denúncias e tapiocas. Todos perderam, acelerou o processo de degradação institucional do país, o modelo político tornou-se mais e mais obsoleto, trazendo um conjunto de incertezas no horizonte.
Vamos por partes, para entender a abrangência dessa crise e a dificuldade em prever seus desdobramentos.
O ponto central, o pano de fundo desse terremoto inédito é o fim do monopólio de opinião e de informação, devido ao advento das novas mídias e da proliferação dos bancos de dados eletrônico.
O modelo político brasileiro, até agora, funcionava com o Executivo montando alianças fisiológicas com grandes partidos ônibus - PFL-DEM, PMDB -, representantes de oligarquias regionais. Nada que diferisse muito de outros momentos da história. Esses políticos garantiam votos no Congresso e voto de cabresto de seus redutos - uma opinião pública pouco influenciada pela grande mídia, a exemplo do deputado gaúcho que se lixou para mídia.
Essa opinião pública localizada era importante no período eleitoral. Fora, o jogo se dava com o jornalismo que cobria especificamente o poder central, o dono da chamada opinião pública - como a conhecemos até alguns anos atrás.
O modelo se sustentava em cima de uma hipocrisia ampla e generalizada - típico das democracias ocidentais na era pré-Internet. Partidos políticos se fortaleciam articulando interesses de seus políticos, de grandes grupos associados, montavam alianças com o Judiciário, com altos funcionários públicos. Depois, o discurso da busca do bem comum era mediado pela mídia. Quando não se conseguia cooptá-la, a mídia ia até a gôndola, sacava escândalos seletivos e a produzia crises políticas, quadro que se tornou mais agudo no país devido às disfunções do modelo político brasileiro.
Essa articulação acabou. Com a expansão das informações, das investigações criminais, uma opinião pública cada vez mais influente passa a ter acesso a todo estoque de denúncias abafadas. E começa a colocar em xeque todas as instituições: o Executivo, o Judiciário, o Legislativo e… a mídia.

Desdobramentos da crise política - 2
A mídia passa a entrar em xeque quando o saco de irregularidades políticas é aberto e o público passa a entender os critérios de seleção de escândalos.
Exemplos muitos simples.
1. Na semana passada, a Folha deixou escapar uma matéria em que mostrava que uma empresa - possivelmente ligada ao ex-governador de Goiás Marcone Perillo - participou de licitações fraudadas de instituições estaduais paulistas. Houve evidências - segundo a matéria - de que a Casa Civil de Serra atuou diretamente para retirar o nome da empresa do inquérito. Se confirmado, é crime.
2. Um mês atrás, nas gravações feitas pelo Ministério Público Estadual gaúcho contra a governador Yeda Crusius, aparecem indicações de que empresas envolvidas em manipulação de licitações de merenda escolar, em São Paulo , estavam atuando junto ao esquema Yeda.
3. No relatório publicado pelo Estadão desta semana - sobre a Satiagraha - os emails de Roberto Amaral envolvem políticos, autoridades e reguladores tucanos. O tema não mereceu chamada de capa nem será aprofundado.
4. O caso Camargo Correia sumiu completamente do noticiário. A que custo?
5. O caso Safra-Madoff sumiu completamente do noticiário.
Nenhum desses fatos será aprofundado pela mídia. Antes, não se saberia dessas omissões; agora, se sabe.
“O Caso Veja” foi apenas o primeiro episódio de desvendamento desse jogo. Mas a cada dia cada manobras, vendas de matérias, negócios com Secretarias de Educação, perdão de dívidas de impostos, jogadas de mercado virão à tona.
Não se inverta a lógica da mídia e se passe a achar que toda corrupção é tucana. Ela é intrínseca ao modelo, é do PT, do DEM, do PV, do PSB.
Se se for escarafunchar os negócios da Eletrobras com a Cemar, no governo Lula, os do Collor com o Canhedo, os de Itamar com José de Castro e Eduardo Cunha, os de Sarney com Machline, Saulo e companhia, os de FHC com os fundos de pensão, em benefício a Daniel Dantas, se verá que ninguém escapa.
A diferença entre eles foi o tratamento dado pela mídia, quando ainda tinha o monopólio da notícia e da denúncia. A capacidade da mídia de selecionar o escândalo e ter o monopólio da escandalização lhe conferia um poder que a fazia pairar acima dos partidos e dos demais poderes.
Agora, não tem mais.Mais que isso, nos próximos anos, outros grupos entrarão no mercado da comunicação e da informação, de novas empresas, mais ágeis e criativas, aos grupos de telefonia - imensas vezes maiores do que os grupos jornalísticos - além de todo o universo que transita na Blogosfera. No final desse processo, dos grupos atuais provavelmente restará apenas a Globo.
É essa perspectiva pouco otimista que explica a loucura que tomou conta dos grupos tradicionais de mídia, levando-os a ultrapassar qualquer limite prudencial.

Desdobramentos da crise política - 3
Em Brasília há uma comemoração do fracasso da mídia. Com esse amontoado de campanhas destrambelhadas, a mídia não conseguiu derrubar Sarney, não conseguiu desmanchar a aliança PT-PMDB, não conseguiu deter o avanço da candidatura Dilma. Significa que Lula e o PT venceram? Não necessariamente.
É impossível manter o jogo político com a quebra da legitimidade. Pactos com Sarney, com o PMDB fisiológico, são pedras no estômago de qualquer cristão.
Até agora esse jogo era superado em nome da governabilidade. Junto a segmentos independentes da opinião pública - e mesmo junto a setores criadores do PT - o maior fator de legitimidade de Lula é justamente a mídia, as tentativas frequentes de golpes políticos que cria uma espécie de cadeia da legalidade no seu entorno.
Acontece que esse pragmatismo, antes visto como essencial para assegurar a governabilidade, está se esgotando. E vai se esgotar mais rapidamente quando ficar claro que a mídia não possui mais o poder desestabilizador que acredita ter. E quando as novas mídias expuserem mais ainda as entranhas da República.
O racha que se observa agora no PT, com a saída de Marina Silva, com Suplicy e Mercadante procurando se afastar da imagem do partido, é um risco concreto, muito mais concreto para o partido - e para seus candidatos - do que as campanhas destrambelhadas da oposição.
A mídia exagera ao centrar toda a batalha no campo da opinião pública e perder foco no leitor. O governo erra ao supor que toda a batalha se dá no campo eleitoral, junto aos milhões de eleitores que veneram Lula.
De 2011 em diante, mesmo que vença um candidato de Lula, não é ele quem estará no poder. Se não se tratar de costurar, desde agora, teses legitimadoras, alianças legitimadores, se não se procurar devolver a legitimidade ao partido, principalmente, se não se passar a estudar seriamente esses novos tempos, a era da plena informação, haverá uma guerra permanente paralisando o país.
Sem a reconstrução do sonho, o próximo governo será uma crise permanente, o jogo político uma guerra sem quartel, seja Serra, seja Dilma, seja Ciro o eleito.

Desdobramentos da crise política - 4
Para as próximas eleições, haverá bandeiras legítimas do governo Lula a serem empunhadas. Essa ideia de que o governo é constituído apenas de alianças espúrias torna-se forte quando todo o foco da mídia está na escandalização.
Baixada a poeira - porque não há priapismo midiático que sustente dois anos de denúncias - as bandeiras ficarão mais nítidas:
1. A opção pelo social, muito mais que seus antecessores, muito menos do que teria sido possível, se a política monetária fosse menos predatória. Mas como a oposição irá criticar o ponto mais vulnerável de Lula, se a mídia está há 8 anos repisando que o melhor de Lula é o BC?
2. Montagem de uma rede social que mudou a cara do país, especialmente com o Bolsa Família, Luz para Todos, aumento do salário mínimo e Prouni.
3. Avanço na modelagem das relações federativas, através do modelo PAC: União definindo regras e recursos, estados articulando-se com setor privado e tocando as obras, méritos políticos repartidos entre ambos.
4. Retomada de investimentos básicos, como infraestrutura, saneamento e moradia (a depender dos resultados a serem alcançados ainda em 2010).
5. Nova inserção internacional, como o reconhecimento sobre o salto do país no cenário mundial.
6. O pré-sal com todo seu potencial de redefinir a política industrial.
E haverá os pontos fracos:
1. Aparelhamento da máquina.
2. Incapacidade de avançar em reformas gerenciais mais profundas.
3. Incapacidade de tornar a inovação ponto central de seu governo.
4. Incapacidade de instituir centros de pensamento estratégico capazes de definir o futuro de forma consistente.
Para as eleições, a oposição está em um mato sem cachorro. Não poderá falar dos juros, porque presa ao discurso mercadista da mídia. Não poderá propor alternativas aos programas sociais. O câmbio seria a grande bandeira, mas dólar é papel e câmbio baixo é lucro para os grandes aliados da oposição, a mídia.
Tivesse fôlego, Serra poderia ter feito uma revolução em São Paulo. Aqui , em se plantando, toda ideia dá. O estado tem as melhores universidades, a mais abrangente estrutura de instituições empresariais, institutos de pesquisa, distâncias pequenas. Não conseguiu sequer desenvolver um modelo de gestão adequado, como Aécio fez em Minas.
A pecha de “mentirosa”, “arrogante” e “atropeladora” pegou em Dilma, mas especificamente junto ao eleitorado de Serra - que não é simpático, não é jeitoso. Aumentou a resistência a ela, onde resistência havia.
E depois das eleições, eleita Dilma, Ciro ou Serra? Essas loucuras da mídia e da oposição - diretamente insufladas por Serra - terão um custo. Suponha Dilma eleita. Como governar sem o sonho? Como manter as alianças espúrias em nome da governabilidade, em um mundo em que as informações circulam cada vez mais e de forma mais intensa.
O dilema será esse. O modelo político morreu. Estamos em uma fase de transformações profundas e de uma transição particularmente demorada. Os próximos anos abrirão ao país as maiores oportunidades da sua história. Se não se acertar o eixo político, se poderá colocar muito coisa a perder.

Os problemas no Rodoanel - por Blog do Nassif

Por DORNELES
Saiu no Site Terra.
Por irregularidades, MPF recomenda bloqueio de repasses ao RodoanelO Ministério Público Federal (MPF) recomendou ao Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (Dnit) o bloqueio dos repasses de verbas federais para o trecho Sul do Rodoanel Mário Covas. A recomendação foi motivada por relatório do Tribunal de Contas da União (TCU) que aponta “irregularidades graves” na execução da principal obra viária do governo paulista. As informações são do jornal O Globo.
Entre as irregularidades apontadas pelo TCU está o adiantamento de R$ 236 milhões (7,2% do contrato) por serviços não realizados e a execução de serviços não previstos no valor de R$ 244 milhões. Segundo o jornal, o MPF defende o bloqueio até o julgamento da obra pelo TCU.
O MPF recomendou à empresa Desenvolvimento Rodoviário (Dersa), controlada pelo governo paulista, e ao consórcio de empreiteiras responsáveis pela obra que não celebrem novos contratos aditivos. Representantes de MPF, TCU, Dersa e Dnit se reuniram nesta quinta-feira.

Comentário: não é à tôa que a obra que mais exemplifica a "jestão" tucana seja apelidada de "rouboanel".

Da série “leitor que pega no pé” - Blog do Nassif

Por Bruno
Nassif,
Parece que a manipulação no Globo virou vicio ou será que existe um Manual de redação do Globo e companhia que diz que governos aliados tem que usar palavras leves e da Venezuela, desastres.
Como alguém pode explicar que em uma mesma noticia (em poucas linhas de diferença) o reporter fala TEVE QUEDA de 10,3% e depois diz economia da Venezuela DESPENCOU 2,4%?
Clique aqui
CIDADE DO MÉXICO e CARACAS - O México e a Venezuela divulgaram nesta quinta-feira o resultado do desempenho da economia no segundo trimestre do ano, com forte impacto da crise econômica mundial. A economia mexicana teve queda de 10,3% do Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e serviços produzidos no país) no segundo trimestre, em relação a igual período do ano passado. Esta foi a maior queda na série histórica trimestral, iniciada em 1981. No primeiro semestre do ano, o recuo foi de 9,2% frente igual período de 2008.
Na Venezuela, a economia despencou 2,4% frente ao segundo trimestre de 2008, a primeira queda depois de 22 trimestres consecutivos de crescimento.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

O último suspiro de Serra - 2 - por Luis Nassif

No dia 19 de julho escrevi o posto “O Último Suspiro de Serra”. Nele, analisava o comportamento da mídia e do Senado - o tema do momento era José Sarney - para tentar desvendar a lógica por trás da campanha cerrada.
A candidatura Serra vivia momentos críticos. A próxima pesquisa negativa, informando sobre queda das intenções de voto para ele e aumento das intenções de voto para Dilma ou Aécio, liquidaria com sua candidatura e provocaria um êxodo da oposição para a candidatura de Aécio Neves.
A campanha midiática visava dar uma sobrevida à candidatura.
De lá para cá, ocorreram os seguintes fatos:
1. A campanha midiática aumentou substancialmente, agora em cima da reunião sem data nem hora da ex-Secretária da Receita. E batendo direto em Dilma, tendo pespegar-lhe a imagem de mentirosa.
2. Pesquisa do Datafolha indicando manutenção das intenções de voto em Serra e estacionamento de Dilma nos mesmos 16% da pesquisa anterior.
3. Pesquisa do Antonio Lavareda (divulgada pela Folha), de que Marina Silva já tinha mais de 20% dos votos. Informações davam conta de que a pesquisa tinha sido feita trinta dias antes. Como fica essa falsificação?
Aí surge o dado fora do plano, a pesquisa Vox Populi indicando exatamente o contrário: queda de Serra (de 36% para 30%) e Dilma subindo de 16% para 21%. É muita diferença.
Quem manipulou?
A versão do PSDB é que a pesquisa Vox Populi foi feita cinco dias antes do Datafolha e não teria captado o desgaste do episódio Lina. Mesmo sem ser especialista, nosso comentarista Marco Antonio demole essa versão no post baixo.
Vamos juntar os seguintes dados, para avaliar a credibilidade de pesquisas:
1. A Folha manipulou dados sobre a ficha de Dilma Rousseff no DOPS. Manteve a manipulação mesmo depois de desmascarada.
2. Com base na última pesquisa do Datafolha, o jornal fez um editorial sugerindo a Ciro Gomes que se candidate à presidência da República, não ao governo de São Paulo - endossando amplamente a estratégia de Serra. Endossou no caso Marina, endossou em relação ao Ciro.
3. A capa do jornal de hoje é uma manipulação ampla - e em cima de um episódio (o depoimento de Lina Vieira no Senado) assistido por bastante gente. Ou seja, também praticou um estupro jornalístico à luz do dia. E ainda coloca o Fernando Rodrigues (!) para martelar a ideia de que Dilma Rousseff é mentirosa - ponto central do processo de desconstrução de sua imagem, trabalhado pela imprensa.
4. Não divulgou uma linha sobre a pesquisa Vox Populi - assim como todos os demais jornalões.
5. Pergunto: se a Folha passou a manipular seu principal ativo (a credibilidade jornalística), qual a probabilidade de que o Datafolha tenha sido contaminado por esse clima?
Nos anos 80 o Datafolha foi uma luz no ambiente de manipulação de pesquisas que se seguiu ao caso Proconsult. Aquecia o coração de cada democrata, que via no Instituto uma poderosa arma de democratização da informação.
A próxima pesquisa é do IBOPE. No ano passado, o Carlos Montenegro - presidente do IBOPE - já antecipava que Dilma não tinha nenhuma condição de vencer as eleições. A pesquisa será feita de forma correta?
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Ecos das pesquisas - por Luciano Prado (blog do Nassif)

Primeira coisa que me veio à mente: Proconsult (Globo) x Brizola

Por Ronaldo

Nassif,
Há um dado interessante na pesquisa que não foi comentado.
Na pesquisa datafolha não havia o nome de Aécio. Na voxpopulis, quando substitui Serra, ele alcança 17 %, enquanto Dilma e Ciro empatam com 21 e 20 %.
Quando se tir o Ciro, Dila fica com 25 % e Aécio com 21 %.
A questão é que Aécio pode crescer. E Serra pode crescer?
Na verdade, qaul dos dois é mais viável para enfrentar a Dilma?
Será que foi por isso que o datafolha tambésm escondeu o Aécio?

Por Carlos Eduardo

O Jornal da Noite/ band deixou de fora este trecho da matéria :por que será ?_______________Serra tem maior índice de rejeição
Apesar de manter uma liderança folgada na intenção de votos para presidente na pesquisa Band/Vox Populi, José Serra (PSDB) também tem o maior índice de rejeição entre os eleitores paulistas.
Entre os entrevistados, 18% não votariam, em nenhuma hipótese, no atual governador do Estado. A ministra Dilma Rousseff tem o segundo maior índice de rejeição, com 16%.Serra enfrenta maior resistência entre homens e eleitores de classe alta. Entre os que possuem ensino superior completo ou que ganham mais de dez salários mínimos, quase um quarto rejeita o candidato. Entre os homens,20% não votariam no atual governador, comparado com 15% das mulheres.
Dilma também enfrenta mais resistência entre as mulheres com um índice de rejeição de 17%, ante 16% dos homens. Entre os entrevistados com educação superior e de classe alta, a resistência à ministra é similar à enfrentada por Serra.
Fonte : site da band
http://www.band.com.br/jornalismo/brasil/conteudo.asp?ID=166398

Por Marco Antonio

Embora seja bem típico da Míriam dizer o que nosso brilhante H.C.Paes afirmou que dirá, qual a consistência de uma afirmação dessas? A doença de Dilma não a descreditou aos olhos da sociedade_ utilizando-se o parâmetro das intenções de voto. As denúncias de terrorismo, assalto a bancos, sequestro tampouco abalaram sua pré-candidatura, cuja aprovação foi aumentando lentamente. E justamente agora, por causa de uma denúncia sem provas, datas, e cujo alicerce é o que a denunciante interpreta o que seria uma frase pretensamente dita ( aliás, era muito mais fácil Dilma dizer que havia pedido pressa sim no caso das denúncias, em virtude da celeridade processual e para que o Senado não ficasse sem votar as dezenas de projetos ali emperrados), é que Dilma despencaria cinco pontos em uma semana?
Vamos então a outro raciocínio: o próprio Datafolha demonstrou que a crise de Sarney não colou em Lula, dado que seu índice de aprovação continua praticamente o mesmo ( 67%) da última pesquisa. E isso com um bombardeio impressionante da mídia e da oposição querendo provar que ” o culpado pela crise é Lula, pois se não apoiasse Sarney, ele já teria saído”. Pela mesma lógica, então, é totalmente inverossímil que essa história da tal Lina tenha tido esse poder todo. É infinitamente mais curta e menos intensa que o caso Sarney. É muito menos consistente_ a mulher não lembra de nada e transfere a câmeras e servidores inominados a responsabilidade de provar que esteve com a Ministra, dizendo que não agendou, não se lembra da data, como se encontrar-se com a Ministra-Chefe da Casa Civil extra-oficialmente fosse algo que fazia todo dia.
Enfim, por qualquer análise que se faça, tentar desconstruir a pesquisa do Vox Populi em virtude de datas é mais do mesmo. Se o Vox está certo, não sei. Mas ao menos não tem interesse na vantagem de um determinado postulante, como a Folha tem.
Mas se valer o ditado e for mesmo ” Vox Dei”, o Otavinho está se transformando cada vez mais em um ” pé Frias”.

Por Marco Antonio

E o TSE, que é responsável por receber as informações completas da pesquisa, deve satisfações à sociedade. Afinal, outra pesquisa afirmou que Marina Silva possuía 24% nas intenções de voto. Depois, veio a Folha e afirmou que possuía 3%. E agora, essa diferença_ que supera até mesmo a margem de erro_ com relação ao Vox Populi. Erro de metodologia? Claro que é improvável. Mas ainda que seja, o Ministério Público Eleitoral deve investigar se a omissão de perguntas, a concentração em determinados locais e outros elementos da pesquisa não permitiram resultados colhidos. Caso em que a pesquisa seria claramente fraudulenta, eis que se sabe os redutos principais de cada facção política. E a pesquisa eleitoral tem natureza informativa, não indutiva ( o que é terminantemente vedado aos institutos).

A pesquisa do Vox Populi - Do Jornal da Band (blog do Nassif)

O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), é o primeiro colocado na disputa pela Presidência, com 30% das intenções de voto, seguido pela ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT), com 21%, de acordo com pesquisa Band/Vox Populi. Ciro Gomes (PSB) aparece em terceiro, com 17%. E Heloisa Helena, (PSOL), tem 12%.
Em um segundo cenário, sem Ciro, Serra se mantém na liderança com 36%. Dilma tem 24%, e Heloisa Helena, 16%.
Trocando o candidato tucano, Dilma assumiria o primeiro lugar, com 25% das intenções de voto. O governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), seria o segundo com 21%, seguido por Heloisa Helena, com 18%.
Em um cenário com Aécio e Ciro, Dilma aparece com 21%, em um empate técnico com Ciro, que tem 20%. Outros 17% dos entrevistados preferem Aécio, e 12%, Heloísa Helena.
A margem de erro da pesquisa é de 2,2 pontos percentuais. Dois mil eleitores foram ouvidos em 24 Estados, entre os dias 31 de julho e 4 de agosto. Nesse período, a senadora Marina Silva (PT-AC) não havia indicado o desejo de concorrer. Ela cogita trocar o PT pelo PV para disputar a sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Até o momento apenas uma pesquisa levou em consideração o nome de Marina, na qual ela teve 3% das intenções de voto.

Comentário: a candidatura Serra começou a se esfarelar. A folha arrumou um jeito de fazer uma pesquisa estadual (SP) fingindo que ela era nacional, para agigantar a candidatura do seu preferido (certo dono do jornal disse que "não morreria antes de ver Serra predidente" - ele está embaixo da terra há muito). Uma vergonha. De qualquer modo, não dará para esconder o resultado das urnas. E o vox populi veio mosrar que a realidade é outra.

Os repórteres, a chefia e a notícia - por weden

Nassif,
Gostaria de pensar, a partir do exemplo, coletado na página da Folha On line, os limites éticos do jornalista diante das pressões que sofrem da direção.
Peguemos o caso da jornalista Gabriela Guerreiro, que assinou o texto reproduzido integralmente abaixo do comentário.
Observe que em nenhum momento ela revela o que Lina disse: “não viu na suposta atitude de Dilma interferir no processo beneficiando Fernando Sarney”.
Observe que a jornalista vai contornando esta que foi a “revelação” principal de Lina. Ela vai tergiversando parágrafo a parágrafo.
O contorcionismo guerreiro de Gabriela é tanto que ao final a jornalista dá o entender que Lina disse o contrário do que disse.

Observe

“A ex-secretária não quis fazer ligações entre o pedido de Dilma e as eleições no Legislativo -com a conotação de que o objetivo do governo seria beneficiar Sarney”.
O leitor desavisado e que não acompanhou o depoimento acreditará que Dilma interveio para beneficiar os Sarney.
Nassif vem insistindo que a versão final e distorcida das matérias jornalísticas tendem a ser culpa dos editores.
A regra não se aplica sempre. Dificilmente neste caso, por se tratar de matéria de rede, a jornalista teve o texto reeditado.
Ao evitar sabidamente as palavras de Lina que contradiziam o que publicou a Folha (ou seja, que Dilma teria pedido para não prosseguir com o caso) a repórter agradou a chefia.
O caso de jornalistas que escrevem não o que percebem, o que testemunham, mas simplesmente o que a chefia quer ouvir, faz-nos questionar até onde vai o equilíbrio entre ética e conveniência profissional.
É claro que de alguma maneira a jornalista Gabriela Guerreiro não poderia fazer o que bem entendesse. Longe de nós acreditar que em terra de caciques é fácil ser índio comum.
Mas supomos por exemplo que ela estivesse escrevendo sobre pressão insuportável da direção para não dar tratamento favorável à versão de Lina.
Ainda assim a linguagem é deslizante e rica o suficiente para que uma jornalista possa driblar a vontade da chefia, deixando pelo menos cacos no caminho.
Seria simples para ela dizer que o debate no Senado, por muito tempo, girou em torno da palavra “agilizar” que a oposição teria entendido como “facilitar” e o governo como “dar celeridade” - justamente a expressão que ela usou no depoimento.
E que de alguma maneira, “a oposição não ouviu o que queria”.
Simples. Foi o que Valdo Cruz, com mais liberdade opinativa trouxe. Mas a jornalista ou foi pouco ágil com as palavras, ou deliberadamente não quis desagrar os grandes.
Expondo os dois pontos de vista, a jornalista se preservaria diante da cúpula do jornal e não deixaria o leitor desinformado.
Mas não. Preferiu fazer uma redação torta, desinformativa, incorrendo num grave equívoco ético. É como se o leitor, que por acaso não assistiu ao depoimento, não merecesse consideração.
Quando se considera mais a chefia que o leitor alguma coisa está errada. Geralmente com a chefia. Mas boa parte das vezes com o jornalista. Nunca com o leitor.
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Só quem assistiu ao depoimento pode fazer a comparação.
Mas deixo abaixo o texto de Gabriela Guerreiro. Deveríamos usar este exemplo para nos perguntarmos o que é o jornalismo. E o que é o jornalista hoje nos grandes meios.
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Lina diz que pedido de Dilma foi incabível e que está disposta a fazer acareação

GABRIELA GUERREIROda Folha Online, em Brasília

A ex-secretária da Receita Federal Lina Vieira classificou nesta terça-feira de incabível o pedido da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) para acelerar o andamento de processo contra familiares do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), no âmbito da instituição.
Em depoimento de cerca de seis horas à CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado, Lina Vieira confirmou o encontro com Dilma revelado à Folha e disse que está disposta a sentar lado a lado da ministra para apresentar sua versão dos fatos. “Estou disposta a qualquer coisa que possa ajudar a esclarecer [o encontro]“, afirmou.
O senador Pedro Simon (PMDB-RS), que questionou a ex-secretária sobre a acareação, disse não passar pela sua cabeça que Lina Vieira inventou um encontro com Dilma. “Eu tenho o maior respeito pela senhora. Não passa pela minha cabeça que Vossa Excelência iria inventar uma coisa dessas, não ia ganhar coisa nenhuma. Mas não dá para entender porque a ministra não pode dizer”, afirmou.
“Eu não mudo a verdade no grito, nem preciso de agenda para dizer a verdade. A mentira não faz parte da minha biografia”, afirmou.
Lina disse que, depois que Dilma lhe pediu para agilizar as investigações sobre a família Sarney, retornou à Receita Federal para analisar o processo -mas constatou que a Receita já havia acelerado as investigações a pedido do Poder Judiciário.
“Eu pedi ao meu subsecretário que me desse as informações a respeito das fiscalizações que estavam sendo tocadas pela Receita. Eu não disse a ele o assunto, eu não disse a ninguém o assunto. Depois que eu retornei, eu fui apurar. Pedi um relatório geral de fiscalizações, eu não comentei nenhum tipo de assunto”, afirmou.
A ex-secretária disse que dois servidores da Casa Civil, um homem e uma mulher, a viram entrar no gabinete de Dilma no final do ano passado. ‘Eu não sou fantasma, eu tomei café, me serviram café. Certamente há registros de que eu estive lá’, afirmou.
Apesar de Dilma negar o encontro, Lina Vieira apresentou detalhes de sua conversa com a ministra.
“Cheguei no quarto andar do palácio, não tinha ninguém me recebendo. Veio a Erenice Guerra [secretária-executiva da Casa Civil], fui para sala onde estavam duas pessoas e ali fiquei aguardando. Eu não perguntei o nome dessas pessoas. Tomei uma água, um café. Não demorou muito. Dali eu saí e fui para a sala da ministra conduzida pela Erenice. Nós conversamos amenidades. Como foi muito rápido, eu não me lembro dos móveis, ela só me fez esse pedido. Foi simpática”, afirmou.

Prevaricação
O senador Aloizio Mercadante (PT-SP) acusou a ex-secretária de prevaricação uma vez que, na sua opinião, a ex-secretária deveria ter comunicado os seus superiores sobre o pedido da ministra -se o considerou irregular ou com o objetivo de beneficiar Sarney na disputa pela presidência do Senado.PUBLICIDADE
“Aqui [na entrevista de Lina à Folha] está dito que estava no processo de eleição no Senado. Isso a obrigaria a representar contra a ministra Dilma ou comunicar ao seu superior. Ou a senhora prevaricou ou está faltando com a verdade. Vossa Excelência tinha a obrigação de comunicar o seu superior, não o fez”, disse o petista.
Segundo o Código Penal, comete prevaricação o funcionário público que “retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal”.
Lina Vieira afirmou que a Receita Federal já havia agilizado as investigações sobre a família Sarney a pedido do Poder Judiciário. A ex-secretária não quis fazer ligações entre o pedido de Dilma e as eleições no Legislativo -com a conotação de que o objetivo do governo seria beneficiar Sarney.

Comentário meu: como o governo poderia querer beneficiar a eleição de Sarney no legislativo, se ele concorria com Tião Viana, senador do PT?

O tapetão eleitoral - por marcelo déda (blog do Nassif)

Nassif:
Não pretendia me pronunciar, deixando aos meus advogados essa tarefa, mas, admirador do seu blog, fui lendo os comentários e julguei importante emitir algumas considerações e passar algumas informações que podem esclarecer melhor os fatos. É o que faço a seguir:
1. A acusação que me fazem decorre de atos de inauguração de obras e serviços da PREFEITURA (atente bem para o detalhe), durante o mês de MARÇO, aniversário da cidade (tradição antiga), quando eu AINDA ESTAVA NO EXERCÍCIO PLENO DO CARGO DE PREFEITO (guardem mais esse detalhe). Tudo aconteceu antes que eu fosse registrado candidato pelo PT e aceito pelos demais partidos da coligação.
2. Não sou acusado de compra de voto. Não me atribuem nenhum ato, durante o processo eleitoral propriamente dito, que só iniciou em JULHO.
Não me acusam sequer de ter pregado um cartaz na parede de uma igreja!
3. Ação igual foi proposta no TRE-Sergipe e rejeitada por unanimidade pelo Tribunal. O Ministério Público, mesmo vencido, não recorreu.
4. O autor era o PAN que foi incorporado ao PTB. Intimado a demonstrar seu interesse em prosseguir a ação “sob pena de arquivamento” o PTB disse que não queria prosseguir com a ação por uma simples razão: foi parte da minha coligação em 2006, não poderia, pois, requerer contra o seu próprio candidato…
5. Aí o processo assumiu feições kafkianas: sem autor, ao invés de arquivá-lo decidiu-se ouvir o Ministério Público Eleitoral que resolveu assumi-lo e ontem emitiu o parecer propondo a minha cassação. Antes o ex-governador João Alves(DEM) peticionara para o processo prosseguir.
6. Vejam bem: sou acusado de em MARÇO, quando era prefeito, de ter inaugurado obras e os atos de inaugurações terem influenciado o resultado do pleito em OUTUBRO. Entretanto há uma “pequena” omissão: não se fala no parecer do MP que o meu adversário ERA O GOVERNADOR QUE ESTAVA NO EXERCÍCIO, ISTO É NO PLENO DOMÍNIO DA MÁQUINA DO ESTADO!! Ora, se alguém poderia abusar do poder, era o meu adversário da coligação DEM/PSDB que o detinha durante o pleito (e abusou, como provam as ações propostas pelo MP em Sergipe, infelizmente paradas no TRE).Eu disputei sem exercer nenhum cargo. Como poderiam festas cívicas do aniversário de Aracaju, ou inaugurações festivas, como tradicionalmente se faz aqui, realizadas em março terem tanta força, a ponto de, em outubro, configurarem abuso contra um candidato que disputou reeleição no cargo?
7. Venci a eleição, me perdoem o tom repetitivo, contra o candidato que estava no governo, por 52 % dos votos válidos. Venci legal e legitimamente porque Sergipe queria mudar, derrotar as elites e eleger o primeiro governador de um partido de esquerda na sua história. O último governador de centro-esquerda foi Seixas Dória, em 1962, deposto pelo Golpe de 1964. Espero que o país não veja a reedição, em pleno regime democrático, das cenas que traumatizaram a política sergipana há 45 anos atrás. Espero que a voz das urnas seja respeitada. Venci legal e legitimamente. Confio que a Justiça do meu país reconhecerá a legalidade do meu Diploma que certifica a vontade majoritária dos sergipanos.
Marcelo Déda
Do Última Instância
Procuradoria opina pela cassação de governador do Sergipe
Da Redação - 18/08/2009 - 16h34
A Procuradoria Geral Eleitoral, em parecer, opinou pela cassação do governador do Sergipe, Marcelo Déda (PT), e seu vice, Belivaldo Chagas Silva. Eles são acusados de abuso de poder político e econômico antes da campanha eleitoral de 2006.
Em parecer encaminhado nesta segunda-feira (17/8) ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Sandra Cureau, vice-procuradora geral Eleitoral, afirma que quando era prefeito de Aracaju, Déda “executou esquema de promoção pessoal com nítido objetivo eleitoral, configurando abuso de poder político, ou de autoridade, e econômico”.
Como o governador foi eleito em primeiro turno com mais de 50% dos votos válidos, aplica-se ao caso o previsto no artigo 224 do Código Eleitoral, ou seja, se ele for cassado, o Estado deve realizar nova eleição.
O pedido de cassação foi ajuizado no TSE em 2006 pelo extinto PAN (Partido dos Aposentados da Nação), incorporado pelo PTB.
O partido afirma que Déda -então prefeito da capital sergipana e já tendo declarado interesse em concorrer ao governo estadual- teria realizado massiva campanha promocional, ressaltando as realizações de sua gestão em Aracaju.
Em março, prazo final para Déda deixar a prefeitura, a campanha teria se intensificado, segundo o recurso. Foram realizados diversos eventos públicos que, “utilizando-se da pecha de inaugurações de obras”, seriam grandes comícios, incluindo shows com grandes artistas.
A vice-procuradora geral Eleitoral disse que a maciça publicidade institucional da prefeitura em março de 2006 -período pré-eleitoral- tinham clara conotação eleitoral.
A propaganda, que incluía imagens do prefeito, teria desrespeitado o artigo 37 da Constituição, que dispõe sobre o princípio da impessoalidade e o caráter educativo ou informativo da publicidade institucional.
No parecer, a procuradora revela que os artistas contratados em março de 2006 para os shows teriam custado aproximadamente R$ 767 mil. Apenas essa quantia foi 80% superior ao gasto realizado em 2005, ano em que se comemoraram os 150 anos de Aracaju, ocasião em que foram gastos R$ 426 mil.
“Diante do elevado número de ações praticadas pelo recorrido, no sentido de exaltar sua imagem como administrador público, constata-se a caracterização de abuso de poder ou de autoridade, tendo as referidas condutas potencialidade para, somadas, influenciar o resultado do pleito em favor do então pré-candidato Marcelo Déda”, concluiu Sandra Cureau.
Em sua defesa, o governador afirmou que os mesmos fatos já teriam sido analisados em outro processo pelo Tribunal Regional Eleitoral de Sergipe, quando foi inocentado das acusações.No entanto, Sandra Cureau afirma que é pacífico o entendimento do TSE no sentido de que os processos no TRE e no TSE “são autônomos, possuem requisitos legais próprios e consequências distintas, não havendo que se falar em coisa julgada”.

Comentário: Não só por isto, mas fatos omo este, voltam a provar uma verdade sobre o regime político que vivemos, mais um golpe a se vislumbrar no horizonte. E ainda há inocentes dizendo que vivemos numa democracia. ¿Querem enganar a quem?

A matraca togada - 2 - por Professor (blog do Nassif)

Para a dra. Janice:
A volta da matraca togada.
Gilmar Mendes esteve no Rio Grande do Sul para um evento e, provocado pela mídia, não resistiu a dar sua opinião jurídica sobre um caso que brevemente poderá estar no STF. Vejam só
“Mendes diz que STJ deve julgar governadoresFonte:Zero Hora
A polêmica sobre a competência da Justiça Federal de 1º grau para julgar a ação de improbidade administrativa movida pelo Ministério Público Federal (MPF) contra a governadora Yeda Crusius ganhou um novo elemento, dessa vez acrescentado pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes (C).
Em visita a Porto Alegre, no sábado, para participar de um painel na Associação dos Juízes do Rio Grande do Sul (Ajuris), Mendes frisou a complexidade do tema, mas sustentou que cabe ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) avaliar ações contra um chefe de governo estadual.
– É uma matéria sempre polêmica porque, de fato, o foro para julgar o governador de Estado é o Superior Tribunal de Justiça – observou.
O entendimento do presidente do Supremo contraria conclusão da juíza da 3ª Vara da Justiça de Santa Maria, Simone Barbisan Fortes, que, na sexta-feira, confirmou, em despacho, sua competência para analisar a ação contra a governadora.
Com a decisão, Simone negou pedido do advogado de Yeda, Fábio Medina, que esteve em Santa Maria na semana passada para pedir a exclusão da governadora do processo. O argumento do representante da governadora era de que a competência para julgá-la em casos de improbidade seria da Assembleia Legislativa.”
Quem é que vai reclamar?

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Só para constar

Há fatos “interessantíssimos” que permeiam parte do noticiário em questão, desta vez não pude me escusar de comentá-los.
O primeiro trata da ex-secretária da receita Lina Vieira. Despedida de maneira desastrosa, a secretária foi atrás de vingança. Para tanto, acusa a ministra Dilma de ter pedido para agilizar o processo de investigação contra o filho do Sarney*.
Dilma nega a existência do encontro em que teria pedido tal agilização.
A pergunta que faço aos meus atônitos botões é: ¿e daí que tivesse pedido a agilização de uma investigação? ¿Não seria melhor para todos que as investigações chegassem ao fim, com um parecer mais célere, seja para acusar, seja para inocentar?
Porém, trata-se da ministra Dilma, e, nesta conta, não se enquadra absolutamente nada do fato em questão, mas apenas sua candidatura para 2010.

* Sarney é aquele que, dentre outros, neste mesmo ano corrente, conseguiu dar um golpe no estado do Maranhão com o apoio incomensurável destes que hoje o detratam. Quatro pessoas afirmaram ter vendido seus votos para emissários de Jackson Lago. Uma delas, depois, admitiu que na verdade, recebera dinheiro para dizer que havia vendido o voto. O ministro Eros Grau afirmou que já passara do prazo para a testemunha dar seu depoimento e o mandato do governador Lago foi cassado.



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Globo e Record se digladiam no horário nobre.
As duas estão certas.
Quando acusam.


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A ex-ministra Marina Silva, que governava aquele que grande parte do PIG considerava um dos mais incompetentes ministérios do governo Lula, de repente, torna-se a “menina dos olhos”, o “fato novo”, que pode alterar a equação política da eleição de 2010.
Marina é capa de duas revistas semanais, é manchete em todos os grandes jornais.
Bem, vamos aos fatos.
Seu desempenho como ministra do meio-ambiente é bastante obnubilado, pelo fato do seu ministério ser alvo de muitos ataques, como já era de se esperar. ¿E do que eram provenientes estes ataques, dos que ansiavam por mais e mais “progresso” (desmatamento, soja, agrobusiness, transgênicos, etc.), ou de pessoas que realmente tinham interesses justos, de licenciamento ambiental feito em padrões e prazos rígidos, porém adequados e coerentes?
Forçando a vista, eventualmente pude observar ao longo do tempo, os dois lados, os destruidores e os empreendedores bradando contra o ministério. Foi muito difícil separar o joio do trigo e, dadas as fontes polutas de informação, nunca saberei, creio eu, se a maior parte das demandas provinha de óbices ridículos ao desenvolvimento, ou de muralhas criadas contra o aríete da degradação ambiental. E infelizmente, não vejo no cenário político brasileiro quem possa fazer tal análise.
O certo era que o ministério era alvo de toda sorte de críticas do PIG.
Como Marina Silva possui uma biografia linda, ela que se alfabetizou tão tarde, enfrentou inúmeras dificuldades na vida, cortou cana quando criança para ajudar no sustento da família, até os 18 anos trabalhava numa lavoura, o PIG tinha algum receio em criticá-la frontalmente. Pegava mal, já que sua nomeação para o ministério foi elogiada mundialmente. Por outro lado, não se observavam elogios ao seu trabalho.

Pois bem, Marina, ouvindo o canto da sereia de uma das maiores goelas da história da política brasileira, o senhor Fernando Gabeira (clique aqui para saber mais sobre ele), e outros afoitos do PV – doidos para promover não uma causa, mas o partido –, se posta como nova candidata a presidente da república.
¿E por que ela recebe tanto apoio e entusiasmo da mídia?
Porque isto pode atrapalhar a candidatura da ministra Dilma Roussef. Não por cauda de sua postulação, em si, que é até mais radical do que a da Dilma em diversos pontos. Ao contrário. A mídia quer sua candidatura para perder, apenas para atrapalhar – e eventualmente fustigar – a esquerda.
Supostamente, Marina despolarizaria a próxima eleição, tirando o foco PT X PSDB, supostamente, tiraria votos da esquerda e centro-esquerda, espectro que se interessaria pela ministra Dilma.
Bem, de fato, a candidatura da Marina seria tão e tão importante quanto a do senhor Cristovam Buarque**, que não conseguiu – a despeito do grande tempo dado pelos canais de televisão à sua pretensão – alcançar o segundo dígito nas últimas eleições. Longe disto, obteve 2,64% dos votos. Aliás, 2,64% dos votos válidos.
(Abro um parêntese para uma pergunta que não quer calar: não se deveria aprender alguma coisa com uma votação destas? ).
Pois bem, este é o destino que Marina Silva há de escolher. Ou se reelege senadora, e pode manifestar seu repúdio a degradação ambiental, ter força política para puxar o PT – o governo ela não conseguiu – para a esquerda (especialmente no que tange ao desenvolvimento sustentável), agir como militante política relevante para a causa do meio ambiente, ou, opta por um posicionamento pífio, individualista e inócuo: ser candidata para tomar uma lavada e prejudicar uma candidatura de centro-esquerda, beneficiando os apoiados de Kátia Abreu e afins.

** Um dos piores ministros do governo Lula (e olha que falamos de um governo que possui Jobim, Meirelles, Geddel “Agatunado” Vieira Lima, etc.). Enquanto Cristovam Buarque foi ministro, nada de novo aconteceu na educação brasileira. Bastou que ele saísse, e Tarso Genro (outra goela) entrasse e nomeasse Fernando Haddad (este sim um grande ministro) como secretário-executivo, para que as coisas começassem a acontecer: pró-uni, nono ano de ensino fundamental, construção de inúmeras escolas técnicas (mais do que a duplicação do número anteriormente existente), mais do que a duplicação de estudantes universitários em instituições federais – através da extensão e construção de novos campus, re-uni, apresentação de projeto de lei estabelecendo um piso nacional para salário de professor, no valor (ainda baixo) de cerca de 900 reais (frise-se que os “grandes” governadores José Serra e Yeda Crusis – que se merecem – entraram na justiça para não pagarem tal piso – querem a escravidão), etc. E, enquanto Cristovam foi ministro, podemos elencar... o nada. Aliás, corrijo-me. Para tentar defendê-lo, lembro que não posso dizer que ele nada trouxe de novo para o ministério da educação ou para a fabulosa política brasileira. Trouxe sim. Cônscio de seu desempenho pessimamente avaliado pelo presidente, o então ministro Cristovam recebe uma ligação do presidente Lula, salvo engano quando estava em Portugal. Pede a um transeunte para fotografá-lo, pois desconfiava o que aconteceria: ele foi demitido por telefone e, provavelmente, foi o primeiro ministro a pedir que alguém fotografasse (!) tal cena. Foi o único “fato novo” que Cristovam trouxe para a política tupiniquim.


***

Ciro Gomes anda reclamando aos quatro ventos da proposta de arranjo que se havia imaginado: ele – que é paulista de Pindamonhangaba – se candidatar ao governo de São Paulo e Dilma Roussef se candidatar a presidente da república.
Certo é que São Paulo necessita de uma candidatura que possa fazer frente aos seguidos desastres administrativos que fizeram com que aquele estado se tornasse um caos. Muitos anos de boas administrações serão necessários para remover o entulho deixado pela direita descarnada.
Ciro Gomes cairia como uma luva na política paulista – este sim um fato novo, dado que Ciro não tivera até então pretensões eleitorais específicas para seu estado de origem. O estado de São Paulo, que politicamente pode ser chamado de “a locomotiva do atraso”, como alcunhou PHA, merece (já há grande tempo) um bom governante.
Que seja Ciro Gomes, que seja Fernando Hadadd, que seja algum bom administrador, que possua uma visão social apurada – afastando-se do cálice de Malufs, Martas, Alckmins e Serras dos destinos dos paulistas.
Posso até queimar a língua, mas se o Ciro não se acalmar, perderá um possível apoio do PT de São Paulo (que é, por vários motivos, complicadíssimo) e, não conseguirá se eleger governador de SP, não conseguirá se eleger presidente do Brasil, e ainda auxiliará a candidatura da direita.
Seria uma lástima.

Tudo o que você quis saber. Sem qualquer garantia - por Luiz Carlos Azenha

O Luiz Freire me faz uma cobrança:
luiz freire (11/08/2009 - 10:28)Azenha, muito interessante, mas e o caso da secretária da Receita ? E o discurso de ontem do caçador de marajás ? E a CPI da Petrobras ? E o caso do Sérgio Guerra ? E o Paulo Duque versus Arthur Virgilio ? E o Lula defendendo a Dilma ? E a candidatura da Marina ?
Confesso que esses assuntos me dão um tremendo cansaço. A maior parte deles, pelo menos. Eu me julgo impedido de tecer considerações a respeito como se eu fosse um expert. Em primeiro lugar por ter perdido o hábito de ler jornais. Eu me informo sobre o mundo na internet. Prefiro ler os comentaristas de vários sites do que os colunistas previsíveis.
Já fiz três grandes coberturas de política em minha vida profissional. No início dos anos 80, pela TV Bauru, cobri as eleições municipais em que o MDB deu uma sova na Arena (ou foi o PMDB batendo o PDS?). Demos ampla cobertura aos adversários do regime militar. Foi bom.
Mais tarde, já na TV Manchete, cobri a vitória de Jânio Quadros sobre Fernando Henrique Cardoso, na disputa pela prefeitura de São Paulo. Jânio, que entrevistei várias vezes na casa dele, reclamava que era perseguido pela mídia. Reclamava especialmente do tratamento dado a ele pela TV Globo. As pesquisas eleitorais do Datafolha davam vitória de FHC. Inclusive no dia da eleição. Já a rádio Jovem Pan se mobilizou em defesa de Jânio. Fez uma pesquisa não científica, entrevistando gente na rua, que dava a ele a vantagem.
No dia da eleição fui para a redação da Folha, transmitir ao vivo. O boca-de-urna do Datafolha deu vitória de FHC. E eu lá, sustentando os resultados do jornal. Até que um diretor da TV Manchete me ligou: "Azenha, dá que o Jânio vai vencer. Ele está na frente nas apurações". Cheguei a entrevistar ao vivo o diretor do Datafolha, que se justificou: "A apuração começou pelas urnas em que Jânio tem vantagem. FHC vai vencer". Que barriga! Jânio Quadros venceu e deu a primeira entrevista como prefeito eleito à TV Manchete, no estúdio.
Finalmente, em 2005/2006 cobri as eleições presidenciais pela TV Globo. Uma experiência amarga. Primeiro a Globo, de acordo com o editor de Economia Marco Aurélio Mello, do Jornal Nacional, ordenou que ele "tirasse o pé" das boas notícias da economia, que favoreciam o governo Lula.
Para ir ao blog do Marco Aurélio Mello, clique aqui
Depois o JN passou a repercutir, todos os sábados, as capas de Veja, muitas das quais absolutamente fantasiosas. Depois a emissora recheou seus programas, inclusive de entretenimento, com entrevistas marotas, que favoreciam as teses de Geraldo Alckmin. Finalmente, passou a favorecer abertamente candidatos tucanos -- especialmente José Serra, candidato a governador de São Paulo.
O modelo era simples: acobertamento descarado de todo e qualquer escândalo tucano -- eu mesmo tive uma reportagem sobre a máfia das ambulâncias arquivada, pois dizia que 80% das ambulâncias superfaturadas tinham sido entregues durante a gestão de Serra no Ministério da Saúde -- e propagação turbinada de todo e qualquer escândalo envolvendo petistas. Omissão das palavras "Serra", "FHC" e "PSDB" em textos comprometedores e inserção de "PT" ou "petista" sempre que isso pudesse ser feito de forma comprometedora.
Assim, em resposta ao Luiz Freire, digo que o modelo que está sendo utilizado agora é praticamente o mesmo. Com variações:
-- A Globo, pelo que sei, parece um pouquinho mais cuidadosa. Para não ser acusada de omissão, dá as notícias, cuidando para que elas não sejam apresentadas de forma a comprometer Serra. Trabalha mais na propaganda positiva. Por exemplo, disseminando informações sobre a lei antifumo em São Paulo como se fosse a maior realização administrativa do planeta.
-- O Globo está completamente enlouquecido. Mente e distorce de uma forma tão descarada que, sinceramente, não sei mais quem eles pretendem enganar, além da meia dúzia de leitores do Leblon e de Ipanema que os leva a sério.
-- A Folha é a grande surpresa da temporada, com "reportagens" impensáveis como a da ficha falsa da Dilma. Acho que os filhos do Frias querem honrar a memória do pai, que via no Serra um futuro presidente. E há, obviamente, bons negócios a serem feitos, num período de crise dos jornais.
-- A vantagem do Estadão é que o jornal sempre foi reaça. Deu agora de gritar "censura". Parece criança mimada esperneando.
Ou seja, nada de muito novo no front. É um repeteco turbinado de 2006.
Suas outras perguntas:
-- Secretária demitida da Receita -- É um disse-me-disse. Tentativa de juntar Sarney, Petrobras e Dilma num pacote só. Como escândalo, não tem futuro.
-- Caçador de marajás -- Fernando Collor deveria dar uma entrevista coletiva narrando todos os acordos que fez com a mídia antes, durante e depois do período em que ocupou o Planalto. Seria uma leitura interessante.
-- Sérgio Guerra -- Factóide tosco que a Folha usa para parecer isenta. Importância zero.
-- Paulo Duque vs. Arthur Virgílio -- É do jogo político. Como escrevi aqui, a mídia tenta vender o jogo político pré-eleitoral como campanha contra a corrupção, para tentar enquadrar José Serra no papel de impoluto e Dilma como aliada de corruptos. Mas o PMDB é mil vezes mais inteligente que qualquer Ali Kamel. É profissional. Vai sangrar o Arthur Virgílio para calar a oposição. No fim eles fazem algum tipo de acerto e fica tudo por isso mesmo.
-- CPI da Petrobras -- A Petrobras tem dinheiro e tem estratégia para enfrentar a CPI. O vazamento do financiamento aos projetos da dona Ruth sem comprovação de que foram realizados seria um escândalo de dimensões nacionais se os envolvidos fossem parentes do presidente Lula. Todos os escândalos recentes morreram assim que se revelou que, na verdade, tinham se originado com os tucanos ou demos. É um jogo em que todos saem sujos. Favorece o surgimento de candidaturas como a do Protógenes. Ou de outro caçador de marajás.
-- Marina Silva -- A eleição de 2010 será decidida em torno de questões econômicas. Quem compra o discurso da Marina é de classe média alta. Um discurso muito sofisticado para competir com o bolsa Família ou com os aumentos do salário mínimo. Não tem futuro.
-- Ciro Gomes -- Está tirando proveito político do descontentamento que existe à esquerda do governo Lula, que não é pequeno. Reúne desde o MST àqueles que não aceitam que, para dar continuidade a seu projeto de governo, Lula (com Dilma) ficará refém mais quatro anos do Centrão do PMDB.
Essa é, em minha opinião, a principal fragilidade do projeto eleitoral Lula/Dilma: mais quatro ou oito anos sustentados no Congresso pelo Centrão. Podem até ganhar a eleição em 2010, mas o toma-lá-dá-cá sobreviverá firme e forte.

Gilmar sofre de hubris, pode ficar louco e ter um fim trágico - por PHA

http://www.paulohenriqueamorim.com.br/?p=16297

Deputado do PV de SP mostra como Serra funciona: um horror! - por PHA

http://www.paulohenriqueamorim.com.br/?p=16047

A perda da vantagem energética - Por Rodrigo Medeiros (blog do Nassif)

Luís
Atenção para o seguinte fato:
CPI da Aneel ouve economista e contador do BNDES
http://www2.camara.gov.br/internet/homeagencia/materias.html?pk=138243
Hoje - 11/08/2009
A CPI da Aneel, que vai investigar a política tarifária para o setor de energia elétrica, realiza hoje sua primeira audiência. Serão ouvidos o contador Ronaldo da Silva de Abreu e o economista Gustavo Antônio Galvão dos Santos, co-autores de artigo sobre o setor elétrico brasileiro, publicado na Revista do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
No artigo, os dois servidores do BNDES afirmam que o sistema elétrico brasileiro é um dos sistemas mais confiáveis e de mais baixo custo operacional e ambiental do mundo. Eles demonstram, no entanto, que, depois das privatizações, a tarifa se tornou uma das mais caras do mundo. A privatização do sistema, segundo eles, aumentou os custos desnecessários e tornou o sistema menos confiável.
Eles defendem o retorno do sistema de remuneração pelo custo e do gerenciamento e planejamento do sistema pela Eletrobrás.
A audiência está marcada para as 14 horas no plenário 11.

A autocrítica de Deus (e do STF) - por Luis Nassif

Juro por Deus e pelo Gilmar que não é implicância.
Mas, vejam bem: vocês sabem que sou admirador dos programas de qualidade. E um dos pontos centrais desse programa é a exigência permanente para consigo próprio, o exercício de sempre localizar falhas e procurar se aprimorar.
Mas confira só nessa matéria do Valor (clique aqui).
Os consultores de qualidade certamente entrevistaram os Ministros para levantar o que consideram pontos positivos e pontos negativos do Supremo.
É a mesma coisa que entrevistar Deus sobre o processo da criação.
Pontos Positivos:
1. O interesse da mídia (com a ultraexposição de Gilmar, quebrando a tradição de sobriedade do órgão).
2. A expectativa da sociedade no enfrentamento das questões sociais (com Gilmar assumindo a face do criminalizador de questões sociais).
3. A participação da sociedade nos procedimentos judiciais (TV Justiça).
4. O Pacto Republicano e as relações com os demais poderes (com Gilmar chamando “às falas” o presidente de outro poder).
5. As alterações legislativas (cheirando a golpismo).
Pontos negativos:
1. A grande demanda de processos (culpa externa).
2. O descumprimento de decisões do STF (culpa externa)
3. O desconhecimento das funções do tribunal pela sociedade (culpa externa).
4. A informatização deficiente de órgãos do poder público (culpa externa).
5. O tombamento do prédio do Supremo (???????????)
6. Alteração orçamentária (culpa externa).
Eu sabia que a última vingança do Gilmar seria avacalhar até com programas de qualidade. Nem Deus conseguiu.

Serra travou na Justiça ação que ia apurar se ele é ladrão - por PHA

http://www.paulohenriqueamorim.com.br/?p=15897

O alto custo da manipulação - por Daniel 27 (blog do Nassif)

http://colunistas.ig.com.br/luisnassif/2009/08/11/o-alto-custo-da-manipulacao/

Sobre grampos - por Luis Nassif

http://colunistas.ig.com.br/luisnassif/2009/07/23/sobre-grampos/

Diógenes e o Simon, o Catão - por Por Adriano (blog do Nassif)

Nassif, essa é do site RS URGENTE aqui do RS, editado por Marco Weissheimer,sobre Política, Economia, Cultura & Outras Amenidades
” A vergonha do senador Pedro Simon
Jul 14th, 2009 by Marco Aurélio Weissheimer.
Cena 1: Brasília: O presidente do Senado, José Sarney (PMDB), é alvo de uma série de denúncias. O Ministério Público Federal abre um processo para investigar o uso de dinheiro público pela Fundação José Sarney. Vários senadores pedem o afastamento de Sarney, entre eles o gaúcho Pedro Simon, companheiro de partido de Sarney. Enfático, Simon declara:
- Perdemos toda a credibilidade. O presidente Sarney tem de ter a grandeza de renunciar à presidência do Senado. Tenho vergonha. Estou pensando em ir para casa.
Cena 2: Porto Alegre: O governo Yeda Crusius (PSDB) é alvo de uma série de denúncias. O Ministério Público Federal, além de outras instituições, investiga o envolvimento de integrantes do governo em crimes como desvio de dinheiro público e fraude em licitações. A oposição defende a instalação de uma CPI na Assembléia para investigar as denúncias. O senador Pedro Simon é contra. Diz que a investigação do Ministério Público já é suficiente, argumento que deixa na gaveta no caso das denúncias no Senado.
Cena 3: Porto Alegre e Brasília: O secretário geral do PMDB gaúcho, presidente da Fundação Ulysses Guimarães e deputado federal Eliseu Padilha, é alvo de uma série de denúncias envolvendo desvio de recursos públicos e fraudes em licitações. Está sendo investigado pelo Ministério Público Federal e outras instituições. O senador Pedro Simon não pede o afastamento de Padilha de cargo algum. O senador Pedro Simon, aliás, não fala qualquer coisa sobre as denúncias contra Padilha.
O senador Simon está com vergonha e pensa em voltar para Porto Alegre. Aqui ele poderá viver sem vergonha, orgulhoso de seus aliados e do governo que apóia e ajuda a sustentar no Estado.”
Precisa dizer mais ? Eu também estou envergonhado.

O custo do apagão - por Juliano Basile (Valor Econõmico)

Apagão de energia elétrica custou ao país R$ 45 bilhões, conclui TCU
BRASÍLIA - O apagão de energia elétrica, ocorrido entre 2001 e 2002, custou R$ 45,2 bilhões. A conclusão é do Tribunal de Contas de União (TCU) que divulgou, ontem, um relatório sobre os efeitos daquela crise nas empresas, no governo e para os consumidores. Segundo o TCU, a maior parte do prejuízo foi paga pelos contribuintes. Os consumidores pagaram 60% do prejuízo do apagão de energia por meio de aumentos nas contas, o chamado repasse tarifário. Esse percentual equivale a R$ 27,12 bilhões.
O restante foi custeado pelo Tesouro Nacional, o que também onerou os contribuintes. O relatório lembra que o Tesouro fez aportes em diversas companhias através do BNDES e pela Comercializadora Brasileira de Energia Emergencial (CBEE) - empresa criada durante a crise para administrar o valor do ” seguro apagão ” , quantia cobrada dos consumidores para fazer frente a eventuais dificuldades no setor. O tribunal verificou ainda que os R$ 45,2 bilhões permitiriam a construção de seis usinas como a hidrelétrica de Jirau, que será erguida no rio Madeira.
” A população brasileira sofreu com o racionamento de energia ” , disse o ministro Walton Alencar Rodrigues, relator do processo no TCU. Ele lembrou que a atividade econômica teve uma redução no período do apagão. A taxa de crescimento da economia caiu de 4,3%, em 2000, para 1,3%, em 2001. ” Com ela adveio problemas como desemprego, redução da competitividade do produto nacional, diminuição do ritmo arrecadatório, entre outros ” , afirmou o ministro.
O relatório contém recomendações para evitar que ocorram apagões no futuro. Para Rodrigues, o governo deveria aumentar o orçamento da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), órgão responsável por fiscalizar as empresas do setor. ” Cabe a essa importante agência regular e fiscalizar esse mercado que movimenta anualmente cerca de R$ 90 bilhões somente em compra e venda de energia elétrica ” , advertiu. No entanto, a Aneel obteve orçamento de apenas R$ 365 milhões para 2008, dos quais R$ 150 milhões foram gastos, pois o restante foi contingenciado (retido) pelo governo para outras atividades.
O TCU recomendou à Casa Civil que faça uma análise geral das condições de trabalho no Ministério das Minas e Energia (MME), na Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e na Aneel. O objetivo é verificar se esses órgãos possuem estrutura organizacional, física e de pessoal adequadas para fiscalizar o setor. Segundo o tribunal, a Casa Civil deve promover ” melhoramentos, se for o caso, de forma a mitigar os riscos futuros de uma crise energética ” . As recomendações serão enviadas à ministra Dilma Rousseff, que ocupou o comando do MME durante o primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, entre 2003 e 2005. O ministro José Jorge, hoje, no TCU foi, durante a crise, titular da pasta de Minas e Energia. Ele participou do julgamento e endossou o voto a favor dos alertas à Casa Civil.
( Juliano Basile Valor Econômico)

Mesmo distante, Gilmar não falha: repõe “deputados-taturana” no lugar - por PHA

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Sader reconhece o que FHC fez pelo Brasil - por PHA

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O discurso (inesquecível) de Serra ao receber o “Prêmio Mico” - por PHA

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Satiagraha: o relatório Saadi - por Luis Nassif

O relatório final da Operação Satiagraha afirma que, além de todo o complexo sistema que criou com a finalidade específica de lavar recursos ilícitos, “a organização fez uso de uma série de outras ferramentas, dentre as quais, a corrupção de agentes públicos, a publicação de notícias no interesse da organização, a utilização de lobistas e doleiros, a elaboração de dossiês contra seus inimigos e a tentativa de manipulação da Justiça”. “Algumas condutas claramente violam a lei, como a corrupção, a ameaça, o constrangimento ilegal; outras, como uso de lobistas ou de jornalistas, ficam sujeitas ao debate ético.”
Comentário
Abaixo, a matéria do Fausto Macedo, do Estadão, sobre o relatório Saadi. O parágrafo acima foi retirada dela.
Discordo apenas da questão de restringir os crimes de imprensa ao chamado “debate ético”. Ora, houve clara intenção de manipular a lei, de enganar juizes. Quando Diogo Mainardi entregava o tal relatório italiano a juizes, com clara manipulação de conteúdo, não cometia crime? Quando ele, o Conjur, a Veja atacavam adversários Dantas, não praticavam constrangimento de testemunhas e de críticos? Quando as matérias falsas eram anexadas aos processos de Dantas, não se estava intencionalmente burlando a Justiça? Não pode ser meramente uma questão ética. Há um crime nesse jogo.
Pela matéria, o relatório é muito bem feito. Conseguiu mapear atividades relevantes de Dantas. Falta ainda o debate da mídia. O procurador De Grandis apontou apenas dois jornalistas manjados - e fora da grande mídia - dentro do esquema Dantas. Nem o notório Conjur foi citado.
No relatório Protógenes sobre a mídia havia de fato impropriedades, mistura de jornalistas que procuravam as fontes profissionalmente com outros que exerciam claramente o lobby de Dantas. Mas caberia ao delegado Saadi e ao procurador De Grandis separar o joio do trigo - mas não deixar impune o joio.
Entendo as precauções políticas. Tirando a grande mídia da parada, reduziram uma das grandes pressões contra a Satiagraha. Dantas deixou de ser tabu, a não ser naquelas publicações e para aqueles jornalistas envolvidos até o pescoço com seu lobby.
Evitaram-se algumas injustiças, de envolvimento de jornalistas que estavam atrás de notícias. Mas pouparam criminosos, que utilizaram a mídia para acobertar crimes e constranger testemunhas e juizes.