terça-feira, 28 de julho de 2015

Fotografia em preto e branco - por Martin Stavars (site homônimo)

Por quem rosna o Brasil - por Eliane Brum (El País)

     Diante da ruína da autoimagem no espelho, o país parece preferir máscaras autoritárias a enfrentar a brutalidade da sua nudez

     Essa pode ser uma das explicações possíveis para compreender o esgarçamento das relações, a expressão sem pudor dos tantos ódios e, em especial, o atalho preferido tanto dos fracos quanto dos oportunistas: o autoritarismo. Esvaziado de ilusões e de formas, aquele que precisa construir um rosto tem medo. Em vez de disputar democraticamente, o que dá trabalho e envolve perdas, prefere o caminho preguiçoso da adesão. E adere àquele que grita, saliva, vocifera, confundindo oportunismo com força, berro com verdade.

     O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB), relacionado na delação premiada da Operação Lava Jato ao recebimento de 5 milhões de dólares em propina, teria dito a aliados:“Vou explodir o governo”. Tanto ele quanto o apresentador de programa de TV que brada que tem de botar “menor” na cadeia, quando não no paredão, assim como o pastor que brada que homossexualidade é doença são partes do mesmo fenômeno. São muitos brados, mas nenhum deles retumba a não ser como flatulência.

     Num momento de esfacelamento da imagem, o que vendem os falsos líderes, estes que, sem autoridade, só podem contar com o autoritarismo? Como os camelôs que aparecem com os guarda-chuvas tão logo cai o primeiro pingo de chuva, eles oferecem, aos gritos, máscaras ordinárias para encobrir o rosto perturbador. Máscaras que não servem a um projeto coletivo, mas ao projeto pessoal, de poder e de enriquecimento, de cada um dos vendilhões. Para quem tem medo, porém, qualquer máscara é melhor do que uma face nua. E hoje, no Brasil, somos todos reis bastante nus, dispostos a linchar o primeiro que nos der a notícia.

     Ainda demoraremos a saber o quanto nos custou a perda tanto dos clichês quanto dos imaginários, mas não a lamento. Se os clichês nos sustentaram, também nos assombraram com suas simplificações ou mesmo falsificações. A ideia do brasileiro como um povo cordial nunca resistiu à realidade histórica de uma nação fundada na eliminação do outro, os indígenas e depois os negros, lógica que persiste até hoje. Me refiro não ao “homem cordial”, no sentido dado pelo historiador Sérgio Buarque de Holanda (1902-1982) em seu seminal Raízes do Brasil, mas no sentido que adquiriu no senso comum, o do povo afetuoso, informal e hospitaleiro que encantava os visitantes estrangeiros que por aqui aportavam. O Brasil que, diante da desigualdade brutal, supostamente respondia com uma alegria irredutível, ainda que bastasse prestar atenção na letra dos sambas para perceber que a nossa era uma alegria triste. Ou uma tristeza que ria de si mesma.

     O futebol continua a falar de nós em profundezas, basta escutar a largura do silêncio das bolas dos alemães estourando na nossa rede nos 7X1 da Copa das Copas, assim como o discurso sem lastro, a não ser na corrupção, dos dirigentes da CBF (Confederação Brasileira de Futebol). Mas, se já não somos o país do futebol, de que futebol somos o país?

     Tampouco lamento o fato de que “mulata” finalmente começa a ser reconhecido como um termo racista e não mais como um “produto de exportação”. E lamento menos ainda que a suposta existência de uma “democracia racial” no Brasil só seja defendida ainda por gente sem nenhum senso. Os linchamentos dos corpos nas ruas do país e o strip-tease das almas nas redes sociais desmancharam a derradeira ilusão da imagem que importávamos para nosso espelho. Quando tudo o mais faltava, ainda restavam os clichês para grudar em nosso rosto. Acabou. Com tanto silicone nos peitos, nem o país da bunda somos mais.

     Quando os clichês, depois de tanto girar em falso, tornam-se obsoletos, ainda se pode contar com o consumo de todas as outras mercadorias. Mas, quando o esfacelamento dos imaginários se soma ao esfacelamento das condições materiais da vida, o discurso autoritário e a adesão a ele tornam-se um atalho sedutor. É nisso que muitos apostam neste momento de esquina do Brasil.

     É também isso que explica tanto um Eduardo Cunha na Câmara quanto pastores evangélicos que pregam o ódio para milhões de fiéis e apresentadores de TV que estimulam a violência enquanto fingem denunciá-la. Estes personagens paradigmáticos do Brasil atual formam as três faces de uma mesma mediocridade barulhenta e perigosa, que se expressa por bravatas diante das câmeras. Numa crise que é também de identidade, forjam realidades que possam servir ao seu projeto de poder e de enriquecimento para abastecer a manada. Esta, por sua vez, prefere qualquer falsificação ao vazio.

     Para estes personagens tão em evidência, quanto mais medo, melhor. Inventar inimigos para a população culpar tem se mostrado um grande negócio nesse momento do país. Se as pessoas sentem-se acuadas por uma violência de causas complexas, por que não dar a elas um culpado fácil de odiar, como “menores” violentos, os pretos e pobres de sempre, e, assim, abrir espaço para a construção de presídios ou unidades de internação? Se os “empreendimentos” comprovadamente não representam redução de criminalidade, certamente rendem muito dinheiro para aqueles que vão construí-los e também para aqueles que vão fazer a engrenagem se mover para lugar nenhum. Depois, o passo seguinte pode ser aumentar a pressão sobre o debate da privatização do sistema prisional, que para ser lucrativo precisa do crescimento do número já apavorante de encarcerados.

     Se há tantos que se sentem humilhados e diminuídos por uma vida de gado, porque não convencê-los de que são melhores que os outros pelo menos em algum quesito? Que tal dizer a eles que são superiores porque têm a família “certa”, aquela “formada por um homem e por uma mulher”? E então dar a esses fiéis seguidores pelo menos um motivo para pagar o dízimo alegremente, distraídos por um instante da degradação do seu cotidiano? Fabricar “cidadãos de bem” numa tábua de discriminações e preconceitos tem se mostrado uma fórmula de sucesso no mercado da fé.

     A invenção de inimigos dá lucro e mantém tudo como está, porque, para os profetas do ódio, o Brasil está ótimo e rendendo dinheiro como nunca. Ou que emprego teriam estes apresentadores, se não tiverem mais corpos mortos para ofertar no altar da TV? Ou que lucro teria um certo tipo de “religioso” que criou seu próprio mandamento – “odeie o próximo para enriquecer o pastor”? Ou que voto teria um deputado da estirpe de Eduardo Cunha se os eleitores exigissem um projeto de fato, para o país e não para os seus pares? Para estes, que estimulam o ódio e comercializam o medo, o Brasil nunca esteve tão bem. E é preciso que continue exatamente assim.

     Se o governo Lula, na história recente do país, fundou-se sobre um pacto de conciliações, para compreendê-lo é necessário também decodificá-lo como um conciliador de imaginários. Lula, o líder carismático, foi muito eficiente ao ser ao mesmo tempo o novo – “o operário que chegou ao poder” num país historicamente governado pelas elites – e o velho –, o governante “que cuida do povo como um pai”. A centralização na imagem do líder esvazia de força e de significados o coletivo. Do mesmo modo, a relação entre pais e filhos alçada à política atrasa a formação do cidadão autônomo, que fiscaliza o governo e concede ao governante, pelo voto, um poder temporário.

     Mas a ideia mais sedutora do governo Lula, em especial no segundo mandato, era a possibilidade de incluir no mundo do consumo milhões de brasileiros e reduzir a miséria de outros milhões sem tocar no privilégio dos mais ricos. Este era um encantamento poderoso, que funcionou enquanto o Brasil cresceu, mas que, qualquer que fosse o desempenho da economia, só poderia funcionar por um tempo limitado num país com acertos históricos para fazer e uma desigualdade abissal. Enquanto o encanto não se quebrou, muitos acreditaram que o eterno país do futuro finalmente tinha chegado ao futuro. O Brasil, que valoriza tanto o olhar estrangeiro (do estrangeiro dos países ricos, bem entendido), leu-se como notícia boa lá fora. A Copa do Mundo aqui foi sonhada para ser a apoteose-síntese deste Brasil: enfim, o encontro entre identidade e destino.

     Não foi. E não foi muito antes dos 7X1. Essa frágil construção simbólica, que desempenhou um papel muito maior do que pode parecer na autoimagem do Brasil e nas relações cotidianas da população na história recente, exibiu vários sinais de que se quebrava aqui e ali, vazando por muitos lados. Sua ruína se tornou explícita nas manifestações de junho de 2013, protestos identificados com a rebelião e com a esquerda, apesar da multiplicidade contraditória das bandeiras. Quem acha que 2013 foi apenas um soluço, não entendeu o impacto profundo sobre o país. A partir dali todos os imaginários sobre o Brasil perderam a validade. Assim como os clichês. E a imagem no espelho se revelou demasiado nua. E bastante crua.

     O Brasil do futuro não chegará ao presente sem fazer seu acerto com o passado. Entre tantas realidades simultâneas, este é o país que lincha pessoas; que maltrata imigrantes africanos, haitianos e bolivianos; que assassina parte da juventude negra sem que a maioria se importe; que massacra povos indígenas para liberar suas terras, preferindo mantê-los como gravuras num livro de história a conviver com eles; em que as pessoas rosnam umas para as outras nas ruas, nos balcões das padarias, nas repartições públicas; em que os discursos de ódio se impõem nas redes sociais sobre todos os outros; em que proclamar a própria ignorância é motivo de orgulho na internet; em que a ausência de “catástrofes naturais”, sempre vista como uma espécie de “bênção divina” para um povo eleito, já deixou de ser um fato há muito; em que as paisagens “paradisíacas” são borradas pelo inferno da contaminação ambiental e a Amazônia, “pulmão do mundo”, vai virando soja, gado e favela – quando não hidrelétricas como Belo Monte, Jirau e Santo Antônio.

     Este é também o país em que aqueles que bradam contra a corrupção dos escalões mais altos cometem cotidianamente seus pequenos atos de corrupção sempre que têm oportunidade. A ideia de que o Congresso democraticamente eleito, formado por um número considerável de oportunistas e corruptos, não corresponde ao conjunto da população brasileira é talvez a maior de todas as ilusões. É duro admitir, mas Eduardo Cunha é nosso.

     Neste Brasil, a presidente Dilma Rousseff (PT), acuada por ameaças de impeachment mesmo quando (ainda) não há elementos para isso, é um personagem trágico. Vendida por Lula e pelos marqueteiros na primeira eleição, a de 2010, como “mãe dos pobres”, ela nunca foi capaz de vestir com desenvoltura esse figurino populista, até por sinceridade. Quando tenta invocar simbologias em seus discursos, torna-se motivo de piada. O slogan de seu segundo mandato –“Brasil, Pátria Educadora” – não encontra nenhum lastro na realidade, virando mais uma denúncia do colapso da educação pública do que o movimento para recuperá-la. Parece que os marqueteiros tampouco entendem o Brasil deste momento e seguem acreditando que basta criar imagens para que elas se tornem imaginários. O próprio Lula parece ter perdido sua famosa intuição sobre o Brasil e sobre os brasileiros. Em suas manifestações, Lula soa perdido, intérprete confuso de um Brasil que já não existe.

     Agora que já não contamos com os velhos clichês e imaginários, a crueza de nossa imagem no espelho nos assusta. Diante dela e de uma presidente com a autoridade corroída, cresce a sedução dos autoritarismos. Nada mais fácil do que culpar o outro quando não gostamos do que vemos em nós. Em vez de encarar o próprio rosto, cobre-se a imagem perturbadora com alvos a serem destruídos. Aqueles que encontram nesta adesão aos discursos autoritários uma possibilidade de ascensão, esquecem-se da lição mais básica, a de que não há controle quando se aposta no pior. Só há chance se enfrentarmos conflitos e contradições com a cara que temos. É com esses Brasis que precisamos nos haver. É essa imagem múltipla que temos de encarar no espelho se quisermos construir uma outra, menos brutal.

     O que o governo Lula adiou, ao escolher a conciliação em vez da ruptura com os setores conservadores, está na mesa. Há várias forças se movendo para encontrar uma nova acomodação, que evite o enfrentamento das contradições e das desigualdades. É pelas bandeiras da reacomodação que as ruas foram ocupadas em 2015 pelo que alguns têm chamado de “nova direita”. Esta, se adere à novidade da organização pelas redes sociais e aparentemente se coloca fora dos esquemas tradicionais da política e dos partidos, talvez seja menos “nova” do que possa parecer nas questões de fundo.

     A próxima manifestação, marcada para 16 de agosto, é acompanhada com atenção pelos políticos e partidos tradicionais que conspiram pelo impeachment da presidente eleita. Os manifestantes de 2015 gritam contra a corrupção, mas basta escutá-los com atenção para compreender que gritam para deixar tudo como está. E, se possível, voltar inclusive atrás, já que uma parte significativa parece ter se sentido lesada por políticas como a das cotas raciais e outros tímidos avanços na direção da reparação e da equidade. A redução da maioridade penal, assim como outros projetos conservadores em curso, são também exemplos de uma resposta autoritária – e inócua – para o esgarçamento crescente das relações sociais e para a violência.

     Há muito barulho sendo produzido hoje, como o próprio discurso de Eduardo Cunha em cadeia nacional (17/7), para desviar o foco do grande nó a ser desatado: não haverá justiça social e igualdade no Brasil sem tocar nos privilégios. Muita gente bacana ainda segue acreditando no conto de fadas de que é possível alcançar a paz sem perder nada. Não é. Quem quiser de fato reduzir a violência e a corrupção que atravessa o Brasil e os brasileiros vai ter de pensar sobre o quanto está disposto a perder para estar com o outro. É este o ponto de interrogação no espelho. É por isso que o som ameaçador dos dentes sendo afiados cresce. E cresce também onde menos se espera.

Eliane Brum é escritora, repórter e documentarista. Autora dos livros de não ficçãoColuna Prestes - o Avesso da Lenda, A Vida Que Ninguém vê, O Olho da Rua, A Menina Quebrada, Meus Desacontecimentos, e do romance Uma Duas. Site:desacontecimentos.com

Fotografia manipulada - por Marcela Bolívar (site homônimo)

O Papai Noel de Levy – por Laura Carvalho (Folha)

     Pela alegria das nossas crianças no Natal, é hora de defender o sim à redução da meta fiscal

     Para os que fizeram as contas, não dá para dizer que a inviabilidade da meta fiscal que havia sido anunciada por Joaquim Levy às vésperas do Natal passado veio como surpresa, pois o ministro se esqueceu de combinar com o PIB o seu grande plano de ajuste.

     Com um crescimento projetado de menos 2% em 2015, e uma queda na arrecadação da União de 2,87% no primeiro semestre, nem o mais épico dos ajustes nos levaria ao tal superavit de 1,1%.

     Ao contrário, um esforço fiscal que vá além das medidas já aprovadas, que já somam 1,9% do PIB, só aprofundará a recessão e, assim, a queda nas receitas. Mas esse círculo vicioso, ou espiral descendente, já é velho conhecido de gregos e troianos.

     Com esse cenário, só defendia a manutenção da meta quem acreditava que o comportamento exemplar do ministro da Fazenda ainda lhe traria de presente a volta do otimismo e a retomada do crescimento. Para esses, é melhor pedir que tirem as crianças da sala e contar logo: Papai Noel não existe. Pior, o bom comportamento de Levy aos olhos dos guardiões da austeridade tampouco trará presentes surpresa dos papais investidores.

     Aqui na Terra, empresário só investe quando precisa ampliar a capacidade produtiva para atender ao crescimento esperado nas vendas. É por isso que as medidas fiscais recessivas e o baixo crescimento projetado só contribuíram para fazer despencar a confiança dos investidores, que, depois de uma pequena recuperação no fim do ano passado, já caiu mais de 20% no primeiro semestre, segundo o Índice de Confiança da Indústria do Ibre-FGV.

     Mas então por que a maior parte dos empresários clamou tanto por esse ajuste, inclusive quando apoiou os candidatos da oposição, que –diga-se de passagem– perderam as últimas eleições?

     O que as fábulas ortodoxas não costumam revelar é que um dos efeitos da austeridade é o aumento da taxa de desemprego, que por sua vez já está servindo para pôr fim ao crescimento real dos salários e ao processo de redistribuição de renda que marcou os governos do PT.

     Só resta então um motivo para que o ministro Levy tenha insistido por tanto tempo na manutenção de uma meta fantasiosa. E não é o de manter a credibilidade, pois, para isso, mais vale um ajuste na mão do que dois voando. É sim o de conseguir aprovar o maior número de medidas de arrocho até lá, espantando o verdadeiro Papai Noel dos lares brasileiros. E no final sempre dá para alegar que a política só fracassou porque não lhe concederam no Congresso tudo aquilo que queria.

     O problema é que o arrocho salarial pode ser uma maçã envenenada. De acordo com o chamado Paradoxo de Custos, se um único empresário reduz o salário dos seus empregados, consegue aumentar seus lucros. Mas, se o nível geral de emprego e de salários cai, a renda da população diminui, e assim também as vendas de todos eles. De que adianta obter uma parcela maior de uma receita menor? A lição é que um ajuste assim não beneficia nem os trabalhadores nem o setor produtivo.

     Pela alegria das nossas crianças no Natal, é hora então de defender, junto com o não à redução da maioridade penal, o sim à redução da meta fiscal. Infelizmente vai ter muito parlamentar trocando essas bolas. Poucos tão bem-intencionados quanto o ministro da Fazenda. Mas de boas intenções...

LAURA CARVALHO, 31, é professora do Departamento de Economia da FEA-USP com doutorado na New School for Social Research (NYC).

Fotografia - por Chris Gin (site homônimo)

Repactuação do desenvolvimento ou crise permanente? - por Saul Leblon (Carta Maior)

     A genialidade neoliberal é vender como ciência uma geringonça ideológica em que o acelerador do ajuste aciona o freio da economia e faz a sociedade capotar.
     
     O derradeiro laço com a esperança hoje no Brasil passa pela constituição de uma frente nacional progressista e democrática, capaz de repactuar as bases do seu desenvolvimento. 

     A alternativa a isso, o arrocho neoliberal, aplicado nos últimos seis meses, resultou em esférico fracasso.

     Não é uma crítica. São fatos.

     Erroneamente abraçada pelo governo Dilma, que delegou a atual transição de ciclo econômico a um centurião dos mercados, a estratégia adotada acumulou um passivo digno da palavra desastre.

     O ministro Joaquim Levy não apenas deixou de entregar o que prometeu, como aprofundou desequilíbrios existentes e criou outros novos.

     A inflação não caiu, ao contrário. 

De uma taxa de 6,4% em 2014, saltou para 8,9% em 12 meses até junho. 

     Uma taxa de juro sideral acionada para controlá-la, fez explodir o serviço da dívida pública.

     Em uma sociedade marcada pela postergação de programas urgentes, como a construção de creches e de casas populares, caso da terceira etapa do Minha Casa, Minha Vida, criou-se uma bolsa rentista equivalente a 7,5% do PIB em 12 meses, para pagar juros.

     É transferência de renda direto na veia do mercado financeiro.

     Só no primeiro trimestre, lembra o economista Amir Khair, enquanto o governo economizava R$ 18 bi em direitos trabalhistas e na previdência social para reforçar o superávit, 'as despesas com juros atingiriam R$ 85 bilhões'. 

     São dezenas de Lava Jatos canalizadas gentilmente aos endinheirados brasileiros, fazendo a dívida bruta aumentar em R$ 227,8 bilhões, apenas no primeiro trimestre.

     Pode piorar.

     A taxa de juro real (acima da inflação) projetada para os próximos 12 meses é de explosivos 9%. 

     Nada se iguala a isso na face da terra.

     Insista-se: não são os gastos com o funcionalismo, os programas sociais ou a execrável roubalheira da Lava Jato, mas o custo do dinheiro fixado pelo BC que está bombando o déficit público que se pretendia reduzir.

     Hoje ele é de 6,4% do PIB.

     Superior ao de 2014 (6,2%), utilizado então como argumento pela mídia & mercados para induzir a Presidenta reeleita a fazer o que, assustada, acabou concedendo: terceirizar o manejo da economia aos doutores em equilíbrio macroeconômico. 

      ‘Para corrigir a desastrada gestão do ‘lulopopulismo’, bradavam os assertivos rapazes e moças da crônica financeira.

     Passados seis meses de dura terapia, a credibilidade do lacto purga, e a de seu laboratorista, faz água por todos os lados.

     É impossível ajustar contas públicas promovendo recessão, como manda o figurino neoliberal, pelo bom motivo de que a arrecadação pública se esvai com ela e o arrocho para compensar as perdas agrava a sua causa.

     A genialidade neoliberal é vender como ciência uma geringonça ideológica em que o acelerador do ajuste aciona o freio de mão da economia e faz a sociedade capotar.  

     Para reordenar uma transição de ciclo de desenvolvimento, como é o caso, é necessário recorrer à negociação democrática capaz de organizar os mercados, sobretudo os mercados financeiros, e não entregar o destino a eles.

     A redução da meta fiscal nesta quarta-feira dá a medida do rigor científico: o novo superávit previsto caiu de R$ 66 bi para pouco mais de R$ 8,5 bi. Com boas chances de chegar ao final do ano com um déficit de R$ 17 bi...

     Fosse Mantega o jóquei desse cavalo de pau embriagado, as manchetes e o colunismo isento estariam convocando a ocupação do país pelas agências de risco.

     Como o arquiteto da obra é um quadro de confiança das fileiras, as manchetes dissimulam a octanagem do tropeço.

      ‘Profundidade da crise surpreende’; preparava o campo o Estadão, na manchete de domingo.

      ‘Queda da receita impede superávit’, admitia o Valor da 4ª feira, abstendo-se da relação causal entre uma coisa e outra.

     Os Marinhos, em campanha contra as ditas pedaladas fiscais, no O Globo desta 5ª feira, pasmem, até elogiaram a redução do superávit –‘dá credibilidade’.

     Assim por diante.

     A vertiginosa realidade é que o aperto no crédito e no investimento – com corte de gastos e elevação simultânea das taxas de juros, jogou a economia num buraco ainda mais fundo do que já se encontrava. 

     A recessão, segundo o consenso do mercado, vai derrubar em 2% o PIB este ano. 

     Se nada for feito, continuará a chutá-lo no chão em 2016.

     Será inédito: desde os anos 30, o país não sofre dois anos seguidos de queda real do produto.

     O que avança de fato – e nisso Levy foi bem sucedido em relação aos objetivos implícitos – é a contração do mercado de trabalho, que expeliu  111 mil empregos em junho. 

     Não só. 

     O salário já cresce abaixo da inflação em 12 meses (7,5% contra 8,7% do INPC até maio).

     Significa que os ganhos obtidos na última década começam a ser tomados de volta pelo capital, com impactos sabidos na demanda e no comércio.

     O pano de fundo de um comércio internacional em que as commodities se mantêm em plano inclinado, faz o resto.

     Apesar desvalorização de 30% do Real em 12 meses (necessária, diga-se, para recuperar a competitividade da indústria aqui e no exterior) o reequilíbrio das contas externas está sendo puxado mais pela queda das importações –leia-se, pela recessão – do que pelo vigor dos embarques.

     É a purga sem cura.

     Ela replica em ponto pequeno o saco sem fundo de arrocho e crise de que tem sido vítima a sociedade grega há sete anos, por exemplo, sob os auspícios dos levys de lá (FMI, BCE e Bruxelas).

     Mutatis mutandis, a sociedade se torna refém do mesmo desastre autopropelido que se instala como força de ocupação.

     As premissas do ‘saneamento’ fiscal e financeiro são idênticas em todas as latitudes. Por isso as populações atingidas sofrem o efeito do mesmo fracasso. E, da mesma forma, veem-se diante do imperativo equivalente: assumir o comando do seu destino, ou sucumbir ao moedor de carne sem fim.

     O arrocho na Grécia já devorou 25% do PIB; agravou a mortalidade infantil, dobrou as taxas de suicídios; jogou 25% dos assalariados no desemprego e 38% da população na pobreza; obrigou o país a privatizar boa parte do patrimônio – como Serra quer fazer agora com o pré-sal. Mesmo assim, a dívida pública saltou de 120% para 170% do PIB nos últimos anos.

     Não por conta de gastos adicionais.

     Foi a retração dramática do numerador, a bancarrota produtiva, que desorganizou de vez a sociedade, reduzida a um pasto de engorda de bancos e especuladores.

     Lembra algo?

     Projeções indicam que o destino reservado ao povo grego – a persistir o enjaulameto financeiro – é o de viver como refém dos credores até o final do século.

     A vigilância prevista nas cláusulas do empréstimo recente, de 86 bi de euros, estende-se por 32 anos, dilatáveis por mais 20, com uma década de carência. 

     O Estado grego só poderá emitir dívida de forma soberana, depois de pagar 75% do débito. Corre o risco de ingressar no século XXII como protetorado de bancos e especuladores, que participaram ativamente na gênesis do desastre, durante a farra neoliberal no século XX.

     O colapso da receita ortodoxa no Brasil permite rever pontos cardeais do governo Dilma, antes que um longo prazo semelhante se esboce por essas bandas. 

     Para tanto é preciso politizar os dados de uma equação que a lógica dos mercados se mostrou insuficiente para resolver.

     Uma primeira pergunta de fundo se impõe:

      ‘Como pudemos regredir tanto em tão pouco tempo?’ 

     Um bom começo é confrontá-la com uma segunda indagação pertinente: 'Como é que pudemos supor avançar, ou mesmo reter conquistas,  sem providenciar  a contrapartida de resistência democrática à ofensiva que viria – como de fato veio?'

     A trinca aberta pela inexistência desse suporte, a negligência deliberada em construí-lo nas mais diversas instâncias – das organizações de base à quebra do monopólio das comunicações – redundou no divórcio explicitado agora no agravamento da crise.

     O fosso é proporcional à virulência do que se busca descarregar nos ombros da sociedade para saciar os apetites dos interesses rentistas. 

     O déficit de democracia emerge assim como a mais importante variável de uma transição de ciclo histórico, que a malandragem neoliberal quer resumir a uma exclusiva conta de chegar fiscal.

     Em que medida o fracasso rotundo favorece a retificação de curso?

     Depende.

     O país só reverterá a espiral conservadora se as fileiras progressistas forem capazes de superar sectarismos e hesitações para promover uma repactuação democrática do passo seguinte do desenvolvimento.

     Em vez dos circuitos puros, uma negociação de linhas de passagem feita de metas, concessões, salvaguardas, ajustes e escalonamentos de ganhos e perdas entre diferentes setores. 

     Sem ilusões, porém.

     É preciso juntar mais do que os iguais para compor a alavanca capaz de ultrapassar o arrocho embutido na atual correlação de forças.

     Conquistar a credibilidade e o consentimento de amplas faixas da população –inclusive de setores da classe média e do empresariado produtivo – requer um programa de reerguimento econômico distinto da rudimentar receita que desabou.

     Não há muito tempo a perder, porém.

     As opções disponíveis são duas: repactuação democrática do desenvolvimento ou um novo estirão de impasse e ‘ajuste’. 

     Uma crise permanente à moda grega. Ou o desassombro de politizar as escolhas do desenvolvimento.

domingo, 19 de julho de 2015

Hora do descanso - por Kerem Beyit (Arte digital - coolvibe)

Picadinhas

Hoje acordei ao lado de uma mulher linda. Mas eu preferia que ela tivesse dito algo melhor do que "moço, dá licença, eu vou descer".
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Só pode cuidar da minha vida quem paga minhas contas. Ou seja, nem eu posso.
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Investigado, Eduardo Cunha volta atrás e quer maioridade penal aos 70 anos.
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Mãe, te livrei de 9 meses de menstruação, acho que mereço um iPhone 6.
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Já faz 14 anos que Shrek foi lançado e eu ainda tento entender como um burro transou com um dragão.
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Dúvida do dia: Vocês confiam em um preservativo da Johnson & Johnson, que é uma das maiores produtoras de fralda infantil?
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O Brasil passa por sérios problemas conjunturais. Um deles é a absoluta falta de Messi.
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Pastor entra na justiça cobrando dízimo sobre os cinco milhões de dólares que Cunha recebeu de propina.
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O homem é a Alemanha do homem.
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Bernardinho volta ao comando da seleção e convoca Thiago Silva para reforçar equipe brasileira na Liga Mundial de Vôlei.
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To guardando minha inteligência pra usar em uma ocasião especial.
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A cada dia eu me convenço mais de que não sou bom nesse negócio de coexistir com outros seres vivos.
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Às 6 da matina, o toque da alvorada bota todo mundo de pé na redação do Estadão. Vai começar de novo a “Revolução” “Constitucionalista” de 1932.
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A vida é uma escola e eu só vim pra merendar.
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Aécio imagina um ministério de notáveis, por exemplo, não sabe se convoca Lobão ou Alexandre Frota para a Cultura.
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Os homens mentem mais que as mulheres, mas as mulheres mentem melhor.
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Encontre o que você ama e deixe isso matá-lo. (Charles Bukowski)
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Um dia quero fazer por alguém pelo menos metade do que o Google já fez por mim.
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No futebol da vida não tô jogando nada e estou colocando a culpa na virose.
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Um dos riscos do papo-auto-ajuda, tipo "lute pelos seus sonhos", é que, de tanto lutar, o cara pode esquecer de sonhá-los. (Humberto Gessinger)
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Gata, você é mais linda que o show do Scorpions com a banda filarmônica de Berlim.
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Adoro quando o Aécio fica nervoso, ele solta o revoltado on line que existe dentro dele.
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Churrasco sem pagode, Nigel Mansell sem bigode, sou eu assim sem você!
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Meus heróis morreram de game over...
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Nova lei: porções de torresmo já virão acompanhadas de coroas de flores “saudades eternas”.
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Anitta revela quem é o ‘ele’ da nova música ‘Deixa ele sofrer’: é o ouvido dos fãs.
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Sou a favor da redução da maioridade penal. Não aguento mais ver o Chaves, Kiko e a Chiquinha zombando do Nhonho por ele ser gordo.
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Paradoxo: Ao adotar o cristianismo como prática, o papa Francisco acabou por desagradar uma multidão de cristãos que se escondia atrás da religião para fazer o diabo. (Leandro Fortes)
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Eu sou o sonho de qualquer sogra.
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Acordei hoje mais sem vontade que a seleção brasileira.
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Escutado nos corredores da câmara: “Roubei 5 milhões de dólares do país. Mas vou resolver isso prendendo menor de idade”.
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Atirador abre fogo em shopping nos EUA e mata atirador que também estava ali para matar pessoas.
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Luana Piovani defende chupeta e diz que filho de dois anos usa uma em cada ouvido quando ela esta por perto.
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Padre sertanejo universitário: o Brasil mais uma vez provando que tudo é possível.
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A Câmara sob o comando do Eduardo Cunha é um 7x1 diário na vida do povo brasileiro.
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Vida é aquilo que acontece enquanto um cara pula corda sem cueca na academia.
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Eu ouço “bacon com chocolate” e me pergunto se foi pra isso que saímos dos oceanos.
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Para um racista, nada é racismo. Para um homofóbico, nada é homofobia. Para um machista, nada é machismo. Para os três, tudo é vitimismo. (Weverson Farbas)
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NOVA: Mulher não consegue deixar de achar estranho namorado que só dorme na parte de dentro da conchinha.
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É bem capaz dessa sonda voltar de Plutão e o Aécio ainda estar falando merda porque não venceu mais uma eleição...
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Após foto de Caetano de cueca com Carla Perez e Xanddy, Deus pode dar reset no mundo a qualquer momento.
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Cunha anuncia rompimento com Dilma e popularidade da presidente sobe 600% em duas horas.
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Antes mesmo de estrear em A Fazenda, Roberto Justus já demitiu Britto Jr.
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Após descoberta de gelo em Plutão, programa espacial brasileiro vai enviar cachaça e limão.
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Lobão planeja candidatura e se inspira em Tiririca: “primeiro tô virando palhaço”.
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Bug de Facebook impede usuário de postar versículo da Bíblia e elogio a linchamento ao mesmo tempo.
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"Um dia, todos terão direito a 15 minutos de lama." (Eduardo Cunha)
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Roteirista faz história policial sem boate de strippers e é banido do mercado.
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Juiz do caso Eike pede transferência para Brasília para dirigir carros de Collor.
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Dilma: “O país avançou. Na década de 90 Collor tinha Fiat Elba e agora tem Ferrari”.
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Traficante mexicano procurado para terminar o metrô do Rio.
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Ferrari, Lamborghini e Porsche de Collor tinham adesivos “Foi Você que me Deu”.
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Bebê míope que olhou o mundo pela primeira vez viu a tangerina gourmet e tirou os óculos.
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Game Over: presidente da Nintendo morre e não ganha mais uma vida.
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PF faz busca na casa de Collor, apreende Ferrari mas não encontra vergonha na cara.
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OMS intervém pela saúde mundial e proíbe formação de boybands sertanejas.
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Facebook passa três dias sem polêmica e usuário sofre crise de abstinência .
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Em carta psicografada, Hitler elogia tratamento alemão à Grécia: ‘É por aí’.
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Tias estão de olho em sobrinho que nunca teve namorada e ainda não tirou avatar colorido.
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Encontrado primeiro funkeiro que usa fones de ouvido. Descoberta intriga antropólogos.
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Brasileiros apoiam construção de shopping para políticos na câmara – desde que seja na câmara de gás.
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Filósofo que dedicou 40 anos de sua carreira tentando entender "2001: uma odisseia no espaço" morre e deixa a pesquisa incompleta.
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Mais um caso de intolerância: Jair Bolsonaro é vítima de anencefalofobia.
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Cuidado: Mandar beijo no fim da ligação pro delivery é sinal de carência, diz estudo.
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Após jogos no Fla, Dilma chama Guerrero para salvar o Governo.
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Supermercados já aceitam rim como forma de pagamento.
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Após ouvir prece de Cunha, Everaldo e Bolsonaro, Jesus desiste de voltar.
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SporTV é obrigado a repetir VT do 7 a 1 só depois das 23h: “Considerado material pornográfico”.
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Esclarecimento importante: Academias afirmam não cobrar taxa extra de quem quiser malhar também as pernas.
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Salário do brasileiro já dura menos do que bateria do iPhone.
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Lavar o carro provoca chuvas, afirma estudo.
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Máquina remarcadora de supermercado já é considerada arma branca.
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Não é obrigatório mandar “bom dia” em grupos, revela WhatsApp em nota.
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O Cunha apagando os tweets que elogia a Dilma é muito fim de namoro.
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Homem sofre de caso raro de insônia: só consegue dormir quando entra idoso no ônibus.
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Após armas brancas, Assembleia do Rio quer a criminalizar porte de mãos.
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O cenário político brasileiro tá parecendo Game of Thrones. Eu perdi uns episódios, agora não sei quem morreu.
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“Quero deixar a Luana Piovani”, diz Brasil.
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Ex-BBBs fazem vaquinha pra casar, mas justiça proíbe que eles se reproduzam.
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Luan Santana tomou Dramin antes de foto viral lendo Playboy, mas não evitou o enjoo.
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Homens que começam cortando glúten acabam cortando mulheres da dieta, diz nutricionista.
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Depois da proposta da Terceirização, próximo passo da Câmara é revogar a Lei Áurea.
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Paula Fernandes abre brechó online para vender suas roupas e Joelma compra tudo.
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96% das mulheres que se definem como “intensas” na verdade são chatas, diz pesquisa.
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Há uma abissal diferença entre Eduardo Cunha e Al Capone. O homem de visão de 1929 vendia proteção. O criador do Orgulho Hétero acha que pode comprá-la.
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Médium psicografa carta de Zagallo e depois descobre que ele ainda esta vivo.
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Enquanto isso, no Congresso... - Ou todos nos blindamos ou restaure-se a moralidade!
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Presidiários fazem rebelião por falta de tomadas para carregar celular.
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Ao lançar candidatura, Hillary diz que só vai ter estagiários homens na Casa Branca.
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Depois do apoio a Blatter, autoridades pressionam Edson para renunciar a cargo de Pelé.
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STF: Guardar fotos das férias para postar durante fins de semana do ano será considerado falsidade ideológica.
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“Após seca, apagão, Cunha e Renan presidentes só faltam três pragas”, diz teólogo.
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Linguistas explicam que SOFRÊNCIA é a aglutinação de sofrimento com demência.
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Deus pede danos morais após homem colar adesivo “foi Deus que me deu” em Ford KA.
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Estacionamento de shopping tem todas as vagas de idosos ocupadas e Vaticano investiga milagre.
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Passados 30 anos, Ulysses Guimarães virou Eduardo Cunha. E ainda dizem que o ser humano evolui com o tempo. (Luiz Fernando Vianna)
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McDonald´s lança o McLanche Infeliz: um alface, um tomate, um pepino e gelatina diet.
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Se eu ganhasse R$1,00 pra cada vizinho que me vê dançar pelado pela sala já teria dado para comprar uma cortina de seda egípcia.
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Denúncia: Dilma escolheu Temer como vice para o povo não querer seu impeachment.
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Te vi no facebook - me apaixonei
Te vi na rua, me assustei
Cheguei em casa, te bloqueei.
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Caras: Miley Cyrus aparece vestida e choca a sociedade!
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Instalou-se no Congresso um clima de uma mão lava a outra. A jato.
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A Grécia nos deixa uma lição: filosofia não enche o bolso de ninguém.
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Cavalgaduras da oposição brasileira operam o milagre de levar Granma, Fox e Financial Times ao mesmo ponto de vista: impeachment é golpe.
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"Se eu soubesse que meus netos seriam assim teria feito vasectomia". (Drácula sobre Crepúsculo)
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O que eu mais sinto falta de quando era pequeno é de dormir no sofá e acordar na cama. Depois que cresci perdi meu poder de teletransporte.
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Resumo da minha life:
- Trabalhar
- Pagar contas
- Trabalhar pra pagar contas
- Pagar contas e depois ir trabalhar
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O único time sul-americano capaz de ganhar do Barcelona atualmente é o Fluminense e seu advogado.
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Lei fraca em cabeça dura, tanto bate até que cunha.
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Malandra é a girafa que faz merda e ainda sai de cabeça erguida.
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Pense no lado positivo de ser um idiota. Em maior ou menor grau, você já foi retratado por Dostoievski.
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Tsipras promete apresentar proposta hoje depois de consultar Sardenberg.
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Empresa confessa que fez GPS com voz feminina para homem obedecer sem questionar.
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Com quanto tempo de vida as coisas começam a dar certo para um ser humano?
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Papa pede orações pela Grécia e envia mensagem de apoio. Gregos devolvem mensagem e pedem grana.
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Nada a ver essa coisa de machismo x feminismo. Acho que se organizar direitinho, todo mundo transa.
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Obama apoiou Dilma e Aécio pede o impeachment dele too.
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- Você mora onde?
- Recife.
- Vixe, tem muito tubarão, né?!
- É, dia desse tinha um no ônibus e levou metade do meu braço.
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Senhores pais e senhoras mães. Caso seus filhos e filhas, mesmo depois de terem estudado nas melhores e mais caras escolas, apesar das cinco refeições diárias, e das aulas no Kumon e na Cultura Inglesa, ainda assim não conseguirem ingressar em universidades públicas, a culpa não é dos cotistas. (Leandro Fortes)
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Acho que sobrou pra mim vencer Chris Weidman.
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Advogado de Eduardo Cunha anuncia estratégia pra interromper investigações sobre seu cliente: "Ele vai se filiar ao PSDB".
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A minha alma tá armada e apontada para a cara de gente efusiva de manhã cedo.
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Pobre que é pobre sabe o horário dos ônibus. Lembre-se disto!
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A frase mais bipolar do mundo: minha nossa!
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Hoje acordei decidido a deixar de ser trouxa, mas são 21:12 e já falhei na missão.
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Com um elenco de golpistas desses – Aécio, Caiado, Aloysio, FHC, Sampaio, Cunha, Bolsonaro, Agripino, Nardes...– não há golpe que se sustente.
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O bicheiro Castor de Andrade foi chefe de delegação da seleção nos anos 70. Agora, tivemos o João Dória. Que decadência!
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Seriamente preocupado de ter visto outro filme porque há textos de Mad Max aí defendendo que Tom Hardy é melhor que Mel Gibson.
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Se você é a favor da ditadura, por que não se comporta como se estivesse em uma e para de emitir opiniões?
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Dario Waack I acaba de declarar guerra à Grécia.
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Acho que tem gente que acorda e pensa: Hoje vou ser mais babaca do que ontem.
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Há 30 anos a classe média carioca era contra Brizola, Darcy e os Cieps. Hoje a resposta esta aí, em forma de facadas. (Fagner Torres)
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O que é pior? O Eduardo Cunha ou os que, iludidos, creem que o estão usando? Ou, pior ainda, os que silenciam por cinismo e/ou covardia? (Bob Fernandes)
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Não basta ter sucesso; os outros têm que fracassar. (Gore Vidal)
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O povo não é lobo abaixo a Rede Bobo.
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Esses valentes de hoje eram uns poodles com os generais. (Vasco no Conversa Afiada)
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Quantos séculos de involução resultam num Faustão?
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A Grécia pode contar com a torcida da imprensa brasileira... contra ela.
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O castigo da Editora Abril pra quem cancela a assinatura da VEJA é continuar mandando a revista pra sempre. (Jornalismo Wando)
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Suprema Corte garantiu o casamento gay nos EUA. O que é bom para os EUA às vezes pode ser bom para o Brasil.
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Moro já garantiu o lugar dele na história como vazador-geral da República. Mas isso é muito relativo. Digo: seletivo.
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Minha vida era mais fácil quando eu ia pra escola desenhar duas montanhas e um sol.
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Essa horda do Congresso não quer acabar apenas com o pré-sal. Quer acabar com o sal da vida.
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Dizem que na noite do 7×1 nenhum brasileiro transou.
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- Gata, você toma banho?
- Claro.
- Só acredito vendo!
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João Augusto Nardes, presidente do TCU, tem tudo pra ser o novo "estadista" da mídia – processado por crime eleitoral, peculato, concussão, é cria de Severino Cavalcanti.
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A NASA pensou que tinha vida inteligente em Plutão, mas lá eles usam calça Korova e falam Zap Zap.
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“Agora tudo é preconceito”. Não, agora tudo que é preconceito é apontado como preconceito e você só se incomoda porque é preconceituoso. (Weverson Farbas)
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Eu sou tão feio que uma vez o rato roeu meu RG e deixou a foto no canto do prato...
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É injusto acusar o juiz Sérgio Moro de fazer vazamentos seletivos no caso da operação lava jato. O meritíssimo tem vazado informações equitativamente para os marinho, os frias, os mesquita e os civita. (Fernando Morais)
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- Pai, vou me divorciar. Há seis meses minha mulher não fala comigo.
O pai fica em silêncio, bebe um gole de cerveja e diz:
- Pense bem, meu filho. Mulher assim é difícil de arranjar.
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João Dória Jr. levou toda a expertise do choque de gestão tucano para a seleção. (Kelfrenn)
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Desculpe se não te entendo. Não sou fluente em mimimi.
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"Santo Deus, disse eu, como podemos gastar isso? Não havia limites, ninguém tinha que prestar contas". (FHC e a bufunfa da Fundação Ford-CIA)
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Você sabia que quando um gêmeo fica com o nome no Serasa, o outro sente?
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Leilane Neubarth e Cristiana Lobo, sirenes do apocalipse, elogiam o depoimento do ministro da justiça na CPI. Pior crítica não haveria.
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Com tanta mudança na lei trabalhista, eu só quero saber uma coisa: quando a gente vai começar a ganhar adicional por colega chato?
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Que culpa eu tenho se meu sangue é vermelho e meu coração fica do lado esquerdo? (Che Guevara)
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E o Galvão não mandou nenhuma mensagem a Marin na Copa América. Ingrato.
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Até a sonda já chegou em plutão e eu ainda não tive coragem de chegar em você!
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Em caso de guerra pelo menos já sabemos que o MPF vai ficar do lado da cavalaria americana.
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Olhando pro espelho e me perguntando como assim eu fui o espermatozoide campeão.
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Moro acha que tortura psicológica não é tortura. É psicologia aplicada à tortura.
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Marin nunca pensou que ia dançar em pleno período da formação de quadrilhas.
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“Numa sessão em que se discute a redução da maioridade penal, tratar com gás de pimenta os jovens é emblemático”. (Chico Alencar)
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Walter Feldman e João Dória vão fazer tabelinha na seleção. Um desloca e o outro recebe.
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Vi o pronunciamento do Eduardo Cunha e minha carteira que estava na estante sumiu.
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Invejo as pessoas que bebem. Pelo menos têm alguma coisa em que botar a culpa. (Oscar Levant)
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Ronaldo ainda não aprendeu: não se abandona os amigos no meio da investigação.
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A cama é como o útero da nossa mãe: Depois que saímos é só decepção.
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Blatter reinou com o apoio do baixo clero. Era uma espécie de Eduardo Cunha do futebol.
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Emergência no horário nobre da Globo: sai Babilônia, entra reapresentação da Torre de Babel, já que ninguém se entende mesmo.
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De J. Hawilla para a Globo: "Eu sou filho da sua costela".
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Não diga povo. Diga população. Não diga cidadão. Diga consumidor. Não diga trabalhador. Diga terceirizado. Não diga nada a ninguém, OK?
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"A CBF não tem qualquer mácula" (Marco Polo del Nero, novo rei do stand-up).
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Olhei aqui no relógio e vi que já passou da hora de eu ficar rico.
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Com os aliados que tem na Justiça, é muito natural que PSDB não tema o fator penitenciário.
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O Charlie Sheen atende aos domingos?
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Eu tenho meus reacionários de estimação. São tratados como se fossem da família.
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Pra ter uma boa carreira como comediante você precisa ser: 1) racista 2) homofóbico 3) babaca.
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O Distrito mais adequado para Cunha ainda é o Policial.
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"Pequeno tive que interromper minha educação para ir à escola". (Gabriel García Márquez)
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No futuro shopping da Câmara Federal os empresários podem escolher os deputados que estão mais em conta.
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"O maior dos fetiches é a inteligência". (Angeli)
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Se Rodrigo Janot for reconduzido ao cargo, Eduardo Cunha promete mostrar a Dilma os chifres, o tridente e o rabo preso: "O Diabo sou eu".
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Um homem apaixonado é incompleto até que se case. Então, ele está acabado. (Zsa Zsa Gabor)
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A Folha se declara a favor da terceirização. Mas ainda não acionou o Datafolha pra dizer que 130% dos brasileiros também são.
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"Eu processo quem me chamar de Beto Reich!". (Beto Hitler, o cuidador de professores)
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Mesmo que funcionasse, eu prefiro 60 anos de churrasco do que 120 de couve com beterraba.
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Gilmar Mendes e Álvaro Dias andam um tanto enciumados com o holofote da mídia em cima de Renan Calheiros e Eduardo Cunha.
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Procura-se um amor que goste de rá rá rá rá rá rá rá lepo lepo.
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De hora em hora a direita piora: não se pode comparar um Corvo da Rua do Lavradio com Tucano de Bico Dourado do Baixo Leblon.
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 Eu não tenho zaga, tô sem goleiro / e se ficar comigo é porque gosta. 
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Se gritar pegar ladrão o Eduardo Cunha não fica pra dar explicação.
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A soma das sumidades formadas por Olavo de Carvalho dá um Alexandre Frota.
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Me sentindo igual a Plutão: Sozinho e solitário.
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Os Irmãos Marinho decidiram que ninguém precisa saber o que Eduardo Cunha fez no verão passado.
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Quando te perguntarem "Onde você se vê daqui a 5 anos?" basta responder "No espaço". Depois fique olhando para o céu até a pessoa ir embora.
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Quando Renan e Cunha aparecem nas fotos com a mão na boca não é para evitar leitura labial. É que a dupla é ciente do mau hálito que tem.
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O fim do mês tá longe e eu já tô mais quebrado do que a Grécia.
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José Agripino atacando corrupto é tão absurdo quanto Al Capone pregando o fim da Lei Seca.
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Vou ali, explicar pra minha vizinha como é que as bolas entraram naquele 7 x 1. Volto.
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By Zombozo Kropotkin, sensacionalista.com, Palmério Dória e adicionais.