segunda-feira, 30 de novembro de 2015

MummRa: o de Vida Eterna – por Joe Vriens (Arte digital – Coolvibe)

Leva pra casa

Foto: Roberto Moreyra / Extra
     O pior da chacina que fuzilou cinco jovens no Rio de Janeiro é o silêncio cínico e omisso daqueles que vivem defendendo que “bandido bom, é bandido morto”.

     Onde eles estão agora? Se solidarizam com as vítimas? Ao menos vão ao enterro? Se colocam no lugar de seus pais? 

     É inevitável que a assimilação deste discurso resulte em tragédias como esta.

     Os jovens comemoravam o primeiro salário de um deles, que tinha apenas 16 anos e já começara a trabalhar; outro, com 20 anos, estava completando o curso de administração agora em dezembro (destaque-se que para se formar com 20 anos de idade é preciso seguir os estudos de maneira bem precisa).


     Na verdade, os policiais dispararam, e pelo feito devem ser duramente condenados, mas os autores intelectuais destes crimes é a escumalha que vive pedindo a morte de bandidos, sem direito ao devido processo legal, julgamento e defesa. 

Foto: Extra (enviada por um leitor)
     Em resumo, aos ignorantes que acham que a barbárie se resolve com mais barbárie – e não com justiça.


     Aqueles que dizem “Tá com dó de bandido? Leva pra casa!”, deveriam agora levar em conta que os pais daqueles cinco rapazes não poderão levar seus filhos pra casa, pois foram transformados por esta sociedade hipócrita e covarde em cadáveres; não o levarão pra casa, porque a casa deles definitivamente agora é o chão.


     Que a terra lhes seja leve.

Comentário
Fui advertido por um leitor que na verdade o jovem não se formava no curso superior de administração, mas sim no curso técnico de administração.

sábado, 28 de novembro de 2015

Magma - por Anna Dittmann (site homônimo)

Picadinhas

Meu décimo terceiro não é mulher na Índia, mas já nasce comprometido.
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Acabei de comer 2kg de batata frita com bacon. Estou sentindo umas pontadas no coração. É felicidade, né?
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#‎meuamigosecreto põe chifre na namorada, mas quem não presta é a mina solteira que pega mais de um na balada. (@ranizelys)
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To precisando alugar um caminhão pra transportar pra 2016 as coisas que prometi fazer em 2015.
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Vida: Esse eterno Black Friday onde eu só vim dar uma olhadinha.
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Na teoria o capitalismo não deveria dar o peixe, mas ensinar a pescar. Na prática, ele mata o peixe, o rio, uma cidade, o ecossistema e você. (Humanas)
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O facebook mudou minha vida. Antes eu falava sozinho… agora eu falo sozinho com um monte de gente.
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Todo Estado Nacional tem um mito fundador baseado em historietas criadas por um grupo dominante para forjar uma ideologia identitária.
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- Eu só liguei pra dizer que te amo.
- Senhor, isso aqui é um callcenter.
- Eu sei.
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Del Nero renuncia a cargo na Fifa e indica Fernando Sarney para ser preso no lugar dele em encontro na Suíça.
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É idiotice cometer os mesmos erros. Há tantos erros novos para serem cometidos.
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Na Black Friday de 1997 a VALE foi vendida com 98% de desconto! 
FHC levava a sério este negócio de promoção.
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Tristemente a vida imita o trocadilho e a princesa do norte vira Colatrina.
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O país pode estar em crise mas o mercado de vazamentos de delações premiadas vive um momento de franca expansão.
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Sempre que alguém comete um erro ortográfico, eu olho para a proximidade das teclas e vejo se torna o erro aceitável. (Ninguém Liga)
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Plutocratas como André Esteves são os responsáveis pelo pior Congresso que o dinheiro poderia comprar.
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Vou aproveitar o Black Friday e comprar um fígado novo pro Natal e Ano Novo.
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Aébrio quer debater com Dilma, mas pede que ela se submeta a um detector de mentiras. E ele? Vai se submeter ao exame antidoping?
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Hoje o dia tá mais difícil que conversar com quem tem mau hálito.
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Assistindo a TV Senado e pensando: onde foi que erramos?
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#‎meuamigosecreto fala coisas podres pra mulher na rua e ao perceber que ela tá acompanhada pede desculpas.... pro homem que está com ela. (@lusrmnt)
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Justiça nega reintegração de posse e PM de Alckmin lamenta perder a chance de baixar o borracha nos estudantes.
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Black Friday: tudo pela metade do triplo!
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Político esquece cada coisa. O Renan, por exemplo, já esqueceu que era teúdo e manteúdo da Mendes Junior. O implante lhe subiu à cabeça.
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De um leitor preocupado com as recentes aquisições de empresas pelo mudo afora: “O laboratório que fabrica o Viagra acaba de comprar o fabricante do Botox. Eu só tenho medo de misturarem as fórmulas: vai ter gente com cara de ereção eterna”.
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Enquanto isso, no telefone duma escola paulista...
-- Mas aqui é o governador...
-- Agora não posso atender: tou ocupada.
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“Devemos agir com rapidez para que o mundo não se acabe antes do fim.” Presidente da Vale.
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O prêmio dessa Megasena acumulada não chegou nem próximo ao FGTS do Léo Batista.
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A Vale vem provando que, quando você é dono dos direitos de mineração, pode fazer a merda que quiser.
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EU QUERO A SORTE DE: 
(  ) um amor tranquilo
(X) acertar na mega-sena
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Que seja eterno enquanto dure os 15 reais que tenho na minha carteira.
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“Num país em que se diz, aos risos e sem cerimônias, que ‘branco correndo é atleta, negro correndo é ladrão’, que ‘uma reunião de brancos é negócio, uma reunião de negros é formação de quadrilha’, em que um líder negro resistindo e lutando contra a escravidão tem sua cabeça decepada para servir de contraexemplo a quem ouse tomá-lo como inspiração, a consciência tem que ter cor, sim.” (Hélio Menezes)
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Desculpe, sua senha deve conter ao menos letras maiúsculas, minúsculas, uma foto 3x4, um Salmo da Bíblia e o sangue de seus inimigos.
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Pessoalmente, os pinguins acham que Argentina entrou numa fria.
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#‎meuamigosecreto diz que segue os ditos de deus ao amar o próximo mas diz que gays são uma abominação. (@Tai_Hylander)
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Alívio na Globo! William Waack adia criação do Estado Irânico por conta da vitória de Macri.
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Luciano brigou com Zezé por descobrir que seu microfone estava desligado todos esses anos. Mas quando Luciano ouviu a própria voz, abraçou seu irmão e todos choraram...
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Manifestantes presos por jogar lama no Congresso recriam protesto no Rio Doce para evitar prisão.
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Joelma é convidada a posar nua e 70% dos transplantes de córnea são adiados. De acordo com a diretoria da Sexy, um dos ensaios possíveis será Joelma usando vários tipos de máscaras que cobririam totalmente seu rosto.
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Castelo, Costa e Silva, Médici, Geisel, Figueiredo não ousaram mais um mandato na ditadura. FHC também não ousou. Comprou.
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Pai pede de presente de Natal que a filha fique três meses sem falar “tipo” nem “arram”.
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Cerveró revela que não fugiu do país pois 4 milhões não foram suficientes para o disfarce.
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Apple anuncia promoção de Black Friday e iPhone custará só um rim
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Construção de novos presídios para abrigar petistas pode reaquecer a economia.
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A assessoria do governo de São Paulo declarou em nota que o governador Geraldo Alckmin quer dar continuidade a seu projeto de reorganização da educação, fechando também a nova Escolinha do Professor Raimundo.
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Após fusão com Botox, Pfizer promete lançar Viagra que tira as rugas do saco.
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#‎meuamigosecreto esconde a homossexualidade sendo homofóbico. (@loko_ate_demais)
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Charlie Sheen revela ter HIV e fila para se testar nos EUA já chega ao México. Na fila, há mulheres, homens, anões, diversos animais de pequeno porte, algumas plantas de decoração, muitos animais de circo, etc.
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“Eduardo Cunha é um Paulinho da Força que fala inglês” (publicitário com inúmeras campanhas políticas nos costados).
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Black Friday é só pra jogar na sua cara que mesmo com desconto, vc não tem dinheiro pra nada.
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A Vale tem tudo a ver com o caráter de quem a privatizou: não assume responsabilidade pelo rompimento da barragem em MG.
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Ainda no pique dos Dez Mandamentos, Record promove demissão semelhante ao êxodo do povo hebreu.
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#‎meuamigosecreto acha normal o filho adolescente transar, mas se a filha não for mais virgem é a decepção da família. (@umajanai)
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Moisés vai descer do monte em capítulo extra da Record com o décimo primeiro mandamento: “Não demitirás em massa”.
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Fui convidada a entrar pro x-men. Disseram que meu poder de sedução é fora do normal. (Riri Pepeka Do Mal)
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Gabriel Chalita dá os retoques finais em sua nova obra: "Eu e Eu".
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Diga a uma pessoa que ela é corajosa e você a ajuda a se tornar. (Thomas Carlyle)
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Cunha abriu o jardim da casa dele para novo camping anti-Dilma em Brasília com a café da manhã e tudo. Os manifestantes já podem ir para lá.
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#‎meuamigosecreto acha tudo bem amores homossexuais, mas entre 4 paredes, pra não afrontar ninguém. (@anamdo)
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Até agora não apareceu nenhum Merval Pereira pra dizer que a Argentina está dividida.
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Não é benéfico ajudar um amigo colocando moedas em seus bolsos quando existem buracos neles. (Douglas Hurd)
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Inspirada na Black Friday, Dilma diz que vai cumprir apenas metade do dobro do mandato.
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#‎MeuAmigoSecreto acha as negras ma-ra-vi-lho-sas: pra conversar pela internet, transar de vez em quando e garantir pra sociedade que ele não é nada racista. (Bruna Rocha)
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Durante este domingo três institutos de opinião e os sites do Clarín e de La Nación anunciavam a vitória do direitista Macri por até 20 pontos de diferença. Manipulação pura: não passou dos 3%.
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Não temos tanta necessidade da ajuda dos amigos quanto da certeza da sua ajuda. (Epicuro)
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Mídia declara Haddad culpado de reduzir pela metade mortes no trânsito.
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Se tratamos as pessoas como elas devem ser, nós as ajudamos a se tornarem o que são capazes de ser. (J. W. V. Goethe)
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Vamos dar nome aos bois: o “atirador” plantado no camping anti-Dilma não é atirador coisa nenhuma. É um terrorista que tem o beneplácito da mídia.
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A gente só sabe bem aquilo que não entende. (Guimarães Rosa)
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Tramóias, peraltices e patifarias não vão acabar com o advento do direito de resposta. Mas os barões da mídia já vêm agilizando o “mentimos”.
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#‎MeuAmigoSecreto Diz que mulher tem que trabalhar e ter seus direitos, mas que sair no fds e chegar de madrugada é coisa da VAGABUNDA. (@MaOeTata)
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Moro entrega na festa da Abril Prêmio Vazador do Ano. Só “delegados aecistas” podem participar desta primeira edição.
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Só uma coisa é má no sono: sua incrível semelhança com a morte. (Miguel de Cervantes)
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Giancarlo Civita acalenta uma ambição: fazer do prédio da Abril na rua do Sumidouro o Mausoléu do Jornalista Desconhecido.
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O silêncio é a mais perfeita expressão do desprezo. (G. B. Shaw)
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Abril deixa de publicar a Playboy e PSDB já não sabe mais o que fazer pra se livrar do seu Playboy.
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Vou ali me vingar daquele 7 a 1 entalado na garganta com a minha vizinha. Volto.
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By Zombozo Kropotkin, Palmério Dória, Sensacionalista.com e adicionais.

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Fotografia - por Elizabeth Gadd (site homônimo)

Estão usando seu dinheiro para jogar você contra alunos que ocupam escolas - por Leonardo Sakamoto (Blog do Sakamoto)

     Seria piada se não fosse com nosso dinheiro. O governo do Estado de São Paulo pretende gastar R$ 9 milhões em uma campanha de publicidade para a TV a fim de tentar explicar o porquê de estar fechando escolas, trocando estudantes de outras tantas e mudando a vida de milhões de alunos, pais e mães. O número foi confirmado pela assessoria de imprensa do governo ao repórter Lucas Rodrigues, do UOL Educação.

     Com esse valor seria possível bancar o salário nominal, sem encargos, de quase 4 mil professores dos ensinos fundamental e médio, considerando uma remuneração de R$ 2.415,89 (40 horas semanais), por um mês.

     Ironia. Gasta-se dinheiro público para convencer a população de uma ação de “reorganização educacional'' que objetiva economizar dinheiro.

     Em protesto contra essa medida, tomada de cima para baixo (como boa parte da política de educação no Brasil), mais de 150 escolas estão ocupadas por alunos, pais, mães e organizações sociais em todo o Estado.
Estudantes protestam contra fechamento de escolas em São Paulo
(Foto: Marlene Bergamo / Folhapress)
     O governador Geraldo Alckmin reclamou da natureza “política'' das ocupações, o que é bizarro. Pois é claro que os jovens estão fazendo política, o que ela achou que fosse? Que estivessem brincando de casinha? E é isso que torna a história um exemplo internacional: eles estão tomando as rédeas de suas próprias vidas e lutando por uma educação melhor, o que vai melhorar a sua pólis e as relações entre as pessoas e o espaço em que existem.

     A partir do momento em que passarmos a criminalizar a política por conta da náusea causada em nós por políticos corruptos estamos criminalizando a capacidade de encontrar soluções democráticas para problemas coletivos. Ou seja, o começo do fim.

     Vamos ser bem claros: o governo é que aplica uma política questionável ao gastar esse montante de recursos para manter sua agenda e vender-se como um agente da democracia que busca o diálogo e, ao mesmo tempo, ser avesso a uma conversa real. As tentativas de “conciliação'' com os alunos são, na verdade, tentativas de convencê-los a saírem das escolas, o que é patético.

     Ou seja, o governo parece tentar jogar a opinião pública contra os alunos, criando um ambiente para que a sociedade exija do governo que desocupe as escolas.

     Vale lembrar que na última vez que isso foi feito, com os discursos para “desocupar a Paulista'' diante das manifestações contra o aumento das tarifas do transporte público em São Paulo em junho de 2013, a polícia se manchou de sangue.

     E por mais que a Justiça tenha deixado claro, por hora, que a polícia não pode atuar na reintegração dos edifícios, informações sobre repressão às ocupações pipocam aqui e ali com relatos de intimidação de alunos, “fichamento'' de ocupantes, inícios de confusões.

     A autoproclamada “reorganização'' (sic) estava sendo feita na surdina, anunciada com poucos detalhes que ficavam sendo repetidos à exaustão como se toda oposição à sua realização se devesse ao fato de que os opositores não haviam entendido a ideia. Porque se “entendessem'' facilmente “concordariam''.

     Os estudantes estão insatisfeitos: ensino ruim, professores e alunos desmotivados, autoritarismo de algumas direções escolares, falta de sentido para a educação (ainda mais em um momento em que os jovens são as principais vítimas do galopante desemprego). Tudo isso com um sentimento de que muitos jovens das manifestações de 2013 andavam relutantes de voltar para a rua, como mostrou uma pesquisa Datafolha.

     Os jovens querem discussão e estão abertos a isso. Querem participar da política, dos destinos de suas próprias vidas, como já deixaram claro em 2013. Mas naquele momento e agora, nunca foram atendidos nesse pleito.

     Em São Paulo, por exemplo, isso teria que adiar em, pelo menos, um ano os planos do governo – coisa que irrita o Palácio dos Bandeirantes.

     A depender do que aconteça, essas mais de 150 escolas serão apenas o começo. Pois a disputa não é por edificações, mas pela forma como cidadãos vêm sendo formados pelo Estado. Que os mais jovens estejam discutindo isso, é um alento. Que o Estado e parte da sociedade não percebam isso e os ajude, é paradigmático de que estamos em um momento de mudança.

     Que venham os bons ventos.

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Fotografia - por James L. Stanfield (National Geographic)

Ilustração - por Marcos Bagno (Facebook)

Fotografia - por Tom McCracken (newevolutiondesigns)

"Samarco também é vítima" é o novo "branco também sofre racismo" - por Jornalismo Wando


     Mas isto é pouco. Este aí, que tem mais de vinte processos nas costas (treze por improbidade administrativa), já teve a esposa condenada por corrupção (naturalmente não atrapalhou em nada no matrimônio) e, tem o filho que tem, Ricardo Ferraço, senador capixaba - este dispensa até comentários.
     Ao menos dá para se reconhecer a verdade do adágio: o fruto não cai longe do pé.

Tawny frogmouths - por Lina D. (Fotografia - boredpanda)

Samarco/Vale e o Rio Doce

Ninja ES / via B. Zanatta
     É isso aí.
     Tivesse este governo o mínimo de coragem, o correto seria encampar esta empresa e levar os diretores todos à cadeia.
     Mas como estamos numa democracia burguesa (sic), os responsáveis por essa tragédia podem descansar em paz.
     Aliás, é bom que não se esqueça: esta tragédia é mais um dos intermináveis exemplos de que a tal “democracia burguesa”, de democracia não tem praticamente nada – a não ser o embuste de dois em dois anos.

quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Preto e Branco - por Michael ‘Nick’ Nichols (Fotografia -NHM)

Picadinhas

A mulher sai de A Fazenda, posa pelada. Sai do BBB, posa pelada. Sai do balé do Faustão, posa pelada. Não há como eu defender a saída da Dilma.
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Minha dieta é bem simples: como de tudo e espero acontecer um milagre.
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Em verdade vos digo, antes que o galo cante Silas Malafaia negará Eduardo Cunha três vezes.
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O melhor meio de se impedir desastres como o de Mariana é deixar que o eficiente mercado e a livre concorrência conduzam os negócios. Devemos, portanto, privatizar a Vale!
Opa, peraí...
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Estou com uma sorte tão grande que, se eu cair num palheiro, saio com uma agulha no olho.
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Algo esta errado quando há mais reclamações de uma avenida fechada para carros aos domingos do que escolas fechadas para sempre.
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Estou orando por você, que em casa nem toca na vassoura, mas na balada passa o rodo.
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Milhões cairão em tua conta na Suíça, outros em paraísos fiscais, mas tu não serás atingido, pois tu és protegido pela indignação seletiva. (Pedrocindio)
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Já que o natal já tá chegando, quero dar o meu recado: não ponha uva passa em nada. Nada.
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Juiz Sérgio Moro garante liberdade da mulher de Cunha por excesso de provas.
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Em breve você poderá comprar a camisa #‎SomosTodosSamarco na Use.Huck.
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Tenho tanto vontade de ficar na cama, que acho que na vida passada fui um colchão.
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A maior farra aérea de todos os tempos: Aécio e Anastasia promoveram 258 Voos da Alegria.
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Dou mais atenção pro meu celular do que pras pessoas porque todo mundo tem pai mãe, um irmão, um amigo... Meu celular não tem ninguém, só eu.
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Eu não tenho culpa. Voei com Aécio. (Ricardo Teixeira)
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Quando um tema como “violência contra a mulher” no ENEM vira “tema de esquerda”, não restam mais dúvidas sobre o tipo de direita que existe no Brasil.
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Minha classe social é a que espera passar a páscoa para comprar os ovos quebrados que sobraram pela metade do preço.
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Oposição, situação e imprensa evitam citar nome da VALE na tragédia de Mariana pra não criar constrangimento com essa grande patrocinadora.
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Acho que entendi vocês que falam “bolsomito”, é a junção de bolsonaro com vômito. (Victor Berriel)
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Toda vez que fico sem dinheiro começo a pensar irracionalmente. Tipo, se eu não tivesse gastado aqueles dez reais em 2003… (Bart)
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Primeiro, Claudio Lembo chamou a oposição – da qual faz parte – de “golpista”.
Depois, Bill Gates apareceu dizendo que “só o socialismo pode salvar o planeta do aquecimento global”.
Agora, Angela Merkel resolveu elogiar o bolivariano Evo Morales pelo combate à pobreza e à dívida externa.
Eu fico imaginando a confusão que deve estar rolando na cabecinha do coxinha...
Pior que não dá nem pra pedir ajuda do papa.
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Natal vai ser que nem trenó do Papai Noel. Um monte de animais com chifres carregando presentes.
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A Vale do Rio Doce há pouco tempo tirou o Rio Doce do nome. Agora tirou do mapa. (Carlos Castelo)
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Minha paciência esta igual coca cola. Era normal, virou light e agora é zero.
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Gata, me chama de terrorista que hoje eu tô atentado.
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Primo do Aécio Neves vendia habeas corpus para traficantes de drogas no interior de MG. Imagine se fosse primo do Lula. Feche os olhos e imagine.
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Tô detestando até passar perto de mendigos, eles sacodem a lata de moeda só pra mostrar que têm mais dinheiro que eu. (Deboras)
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Leio que telefone fixo vira raridade, e cai acesso a internet por computador. Ou seja: tô completamente por dentro do por fora.
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O que os olhos não veem, a paranoia inventa.
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Mulher não volta pra lavanderia, o gay não volta pro armário, o negro não volta pra senzala e o machista não passa no ENEM. 3 bejos, monamu. (Sinistra)
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Aquela perda rápida de dignidade quando você tá rindo e o chiclete cai da sua boca.
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Com a aprovação do direito de resposta, VEJA concederá coluna semanal para Instituto Lula.
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E daí que tem gente que acredita em signo e ascendente? Tem gente que acredita em cristãofobia, racismo inverso, heterofobia, meritocracia... (Alexei Marconikovski)
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- Vai realizar o pagamento de que forma?
- Você aceita lágrimas?
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Imagine se fosse a Petrobrás, e não a Vale, que tivesse criado um tsunami de 62 milhões de metros cúbicos de merda tóxica, varrendo dois estados e um rio, o mesmo que dá nome à empresa, a 100 quilômetros de distância.
Só imagine.
Sequer haveria espaço na grade televisiva para os atentados em Paris.
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Não sei por que as pessoas esperam tanto de mim. Eu empurro as portas que estão escritas “puxe”.
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A alegria esta na luta, na tentativa, no sofrimento envolvido e não na vitória propriamente dita. (Mahatma Gandhi)
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Aécio ficou “aliviado” ao romper com Eduardo Cunha. Não experimenta esta sensação desde que se tornou presidente por cinco minutos.
*
Sempre quis brigar numa refeição e dizer “perdi a fome”, mas isso nunca aconteceu. Nunca perco a fome.
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Se eleito, Andrea Matarazzo diz que a prioridade dele será a periferia de SP. No Grão-Ducado do Luxemburgo não se fala de outra coisa.
*
Enquanto houver vontade de lutar haverá esperança de vencer. (Santo Agostinho)
*
Acho que eu tenho Alzheimer, porque não me lembro quando te dei essa intimidade.
*
Levando em consideração a altura de Levy, Lula sempre poderá dizer a favor de Meirelles:
- Dos males, o menor.
*
Toda mulher tem o poder de enlouquecer um homem. Se não for de amor, ao menos de raiva.
*
Grupo terrorista Vale/Samarco assume autoria do atentado em Mariana.
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Todos estamos deitados na sarjeta, só que alguns estão olhando para as estrelas. (Oscar Wilde)
*
Cobiçar a menina de 12 anos da TV é liberdade de expressão. A questão do ENEM sobre violência contra a mulher é doutrinação ideológica. Eis aqui, claramente definido, o projeto da direita no Brasil: transformar a violência em direito e o silêncio sobre a violência em dever. (Rodrigo Petronio)
*
Tem ex que não vale nem os peidos que você segurou perto dele (a).
*
PSDB atrás de um nome para “moralizar” o golpe. Que tal o Paulinho?
*
Esquecer o que ia falar é a vida te dando uma chance para não dizer besteira.
*
A moral é a debilidade do cérebro. (Aécio Rimbaud)
*
Falo nada, só observo. Mentira! Observo e ainda falo mal.
*
Os deputados da base de Cunha ainda não receberam o cascalho, o carvão, referente a outubro. Os parlamentares já avisaram: outubro ou nada.
*
Não me venham com conclusões! A única conclusão é morrer. (Fernando Pessoa)
*
Clinton conclamou participantes de evento da CNI nesta quinta a ter confiança no futuro do Brasil. FHC, o dog dele, rosnou.
*
Ninguém pode ser sábio de estômago vazio. (George Eliot)
*
Fernão Dias Paes Leme era o bandeirante truculento conhecido como O Caçador de Esmeraldas. Os PMs de Alckmin são Os Caçadores de Estudantes.
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Tenha cuidado com a tristeza. É um vício. (Gustave Flaubert)
*
Ciumenta, eu??? Juro amor, só empurrei sua amiga da ponte porque queria saber se galinha sabe voar.
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Atenção senhores passageiros com destino ao ridículo! O Aécio esta lá, firme e forte, esperando por vocês.
*
É pecado pensar mal dos outros, mas raramente é engano. (H. L. Mencken)
*
Paulinho da Força tem pelo menos uma utilidade. Ao lado dele qualquer corrupto se sente impoluto.
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A única exigência que faço aos meus leitores é que devem dedicar as suas vidas à leitura das minhas obras. (James Joyce)
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Eu sempre desconfio das segundas, sejam elas intenções, chances ou feira.
*
A vida pregressa de Aécio nos autoriza a afirmar que ele blefa de forma “contundente” com esse tal rompimento com Cunha. São almas gêmeas.
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A democracia é um erro estatístico, porque na democracia decide a maioria e a maioria é formada de imbecis. (Jorge Luis Borges)
*
Um pouco de desprezo economiza bastante ódio. (Jules Renard)
*
Eduardo Cunha não aceita separação anunciada pelo PSDB. Como no Pequeno Príncipe, diz que os tucanos são responsáveis pelas pessoas que cativam.
*
Ser valente é muito mais fácil do que ser homem. (Julio Cortázar)
*
O ciúme é um latido que atrai cães. (Karl Kraus)
*
PSDB descobriu que a defesa de Cunha não é crível. Não é incrível?
*
Para os peixinhos do aquário, quem troca a água é Deus. (Mario Quintana)
*
Que sabe você das almas das outras pessoas – de suas tentações, de suas oportunidades, suas lutas? (C. S. Lewis)
*
Se você tivesse duas caras, estaria usando esta? (Abraham Lincoln)
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Filho de ex-deputado diz que não fez depósitos a Eduardo Cunha. Tá vendo? Dinheiro dá em árvore!
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Não sou jovem o suficiente para saber tudo. (Oscar Wilde)
*
A Operação Zelotes não foi feita para humilhar tubarões do porte da Gerdau, RBS e TV Globo. Vocês pensam que isso é uma democracia?
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Toda a água do oceano não torna brancas as penas pretas de um cisne. (William Shakespeare)
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Enquanto isso, na big party...
-- Você aceita um espumante, William Waack?
-- Não me venha com ironia.
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As grandes convivências estão a um milímetro do tédio. (Nélson Rodrigues)
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Alckmin ficou animado com a novela Os Dez Mandamentos. Quer promover um êxodo semelhante ao do povo hebreu no ensino paulista.
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O medo atribui a pequenas coisas grandes sombras. (Provérbio Sueco)
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“William Waack, o Nosferatu tupiniquim, é alérgico a sangue de tucano.” (Pedro Elias Kari)
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Quando reconhecemos que nossos pais estavam corretos, geralmente já temos filhos que acham que estamos errados. (Martinho Lutero)
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Essa hora em 2010 eu tava entrando e saindo do MSN para ver se alguém me notava.
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A alma da discussão é a vaidade. (Lothar Schmidt)
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O deputado paranaense Ricardo Barros, do PP, quer entrar para a história não como mero batedor de carteira. Quer ser batedor de Bolsa Família.
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Por mais hábil que seja, o político acaba sempre cometendo alguma sinceridade. (Millôr Fernandes)
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A Metamorfose, 100 anos – Barata acorda e percebe que se transformou em um ser monstruoso: Eduardo Cunha.
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Como é bom não fazer nada e em seguida discursar. (Provérbio Espanhol)
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Aécio gosta tanto de avião que um urubu pousou na sorte dele.
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Professor Girafales: único professor que fuma charuto, pega mãe de aluno e ainda é bom exemplo.
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Hoje em dia, quando fala em “estado mínimo”, o Estado de S. Paulo fala do estado a que chegou.
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Comprei um celular, mas acho que ele é baiano, só fica “Procurando Rede”.
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O veredicto previsível da Câmara no Cunhagate:
- O culpado é inocente.
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O que adianta comprar uma geladeira de ultima geração 100% inox com touch na porta se não da pra secar meia atrás dela?
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Aécio autorizava o transporte aéreo de drogas pesadas. Ou o Ricardo Teixeira não é?
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Apesar de todas as desgraças da vida tá chegando a sexta-feira: dia de ir pra balada se embebedar, fumar algo suspeito e beijar moças acima do peso.
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Enquanto isso, em SP... Ragazzo leva título de melhor coxinha da cidade. João Dória vai recorrer no TRE.
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O mundo é muito injusto. Você vira o chinelo pra salvar sua mãe e com o mesmo chinelo ela quase te mata.
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Ronaldo rompe com Aécio. Foi deixado de lado na farra aérea.
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Tô com mais preguiça hoje do que o cara que desenhou a bandeira do Japão...
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Kim Kataguiri guarda todos os sinais de que foi alimentado com a carne moída do Cunha.
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Saudade da época em que minha única preocupação era enganar minha mãe fingindo que estava tomando banho.
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Qualquer dia Gilmar Mendes aparece de boné e toga com as marcas dos patrocinadores do Instituto dele. Parece um piloto de Fórmula 1.
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Acho que a Sadia precisa fazer novas embalagens de lasanha porque não dá pra lamber o fundo sem sujar a testa.
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Cá pra nós, o Aécio não seria mais feliz como piloto dos Perella?
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Vendo chinelo havaiana: tamanho 38, azul, ano 98, 40.500 km andados, sola do pé esquerdo quase furando e com dois pregos. Preço a combinar.
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Pastor Everaldo assegura que a carne de Cunha pode ser enlatada, mas não é processada.
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O frete pra trazer a sexta-feira é muito caro?
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Explicação da Operação África de Cunha no JG consegue ser mais frágil e ridícula que a Operação Uruguai de Collor.
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Casal pintando a casa
Nos filmes: Se sujam de tinta, sorriem, transam no chão.
Na vida real: Falei pra passar o rolo num sentido só, porra!!!
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Eduardo Cunha, a um passo da cadeia, continua tocando a sua pauta das trevas com pleno apoio da oposição.
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Se mulher sempre tem razão, imagine a discussão de casal lésbico.
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O crime não compensa: Joice Hasselmann demitida da TVeja.
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Eu quero ser o motivo que faz vc se depilar toda sexta-feira.
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“Amado Batista levou pedrada durante show em SP”. Se até quem é Amado tá levando pedrada, imagine eu que sou odiado.
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Aécio acaba de descobrir que as provas contra Cunha são “contundentes” e que a família real chegou ao Brasil em 1808.
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Dê um peixe a um homem e você o alimentará por um dia. Ensine-o a pescar e ele contará mentiras pelo resto da vida.
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“Aécio tenta seduzir Temer para o golpe”. Como se fosse preciso.
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Você já parou pra pensar que a botija de gás pode ser macho, e vocês ficam fazendo ele sofrer colocando vestidinhos nele?
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O Salão Verde da Câmara foi rebatizado. Agora é Salão das Verdinhas. Homenagem ao banho de “dólares” no Cunha.
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Paulistas que estiverem precisando de água, tratar aqui. Costumo ir até o fundo do poço umas quatro vezes por semana.
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Minha Filha, Meu Tesouro: “E a sociedade entre o Lehman e a Verônica Serra? Lehman constitui um Fundo de Investimentos onde ele entra com 99 milhões e a Verônica com 1 milhão. De posse de 100 milhões, compram – pasmem – 20% de uma fabriqueta de picolés, a Diletto, o que leva a concluir que a fabriqueta inteira vale 500 milhões.” (Luiz Fernando Juncal Gomes)
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Se sua namorada coloca o telefone em modo avião quando esta com você, pode ter certeza que tem outro passageiro embarcando no mesmo voo.
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Cunha não é assunto para capa de semanal. No máximo entra na copa e cozinha com receitas de carne moída.
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- Mãe quando a senhora estava grávida, a senhora queria menino ou menina?
- Filho eu só queria pegar o sabonete, aí seu pai foi mais rápido.
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Paulinho esta podre de rico. Bem mais podre do que rico.
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Deus, quando eu disse que queria ter noites quentes em 2015 não tava falando da temperatura. Ok?
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Cunha afirma ter documentos para provar que fala a verdade. Documentos tão verdadeiros quanto os dólares lançados na cara dele.
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Quando uma pessoa escreve um texto triste no facebook, me dá muita vontade de abraçá-la e sussurrar baixinho no ouvido: “ninguém se importa”.
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De uma vez por todas: Leonardo Picciani, líder do PMDB na Câmara, não é pau mandado do Cunha. É pau mandado do Sérgio Cabral.
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Estava zuando uma garota de 13 anos agora e ela disse: ''Me respeita, tenho idade pra ser sua mãe!''
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Senador Perella alugou carro de marido da filha com verba de gabinete. Seu helicóptero estava sendo usado em outra atividade.
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Lembra quando as pessoas tinham diários e ficavam furiosas quando alguém os lia? Hoje elas colocam tudo na internet e ficam chateadas se ninguém lê.
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Candidata séria a piada do ano: Paulinho da Força é membro da Comissão de Ética da Câmara.
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Hoje vi uma mulher tirar a rasteirinha para se pesar na farmácia e finalmente entendi o que é esperança.
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William Waack saiu fantasiado dele mesmo no Zombie Walk.
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Se eu soubesse que teria que trabalhar, estudar e levantar cedo, tinha dado lugar a outro espermatozoide.
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A hora do rush: Collor vai questionar Cunha sobre a frota de carros dele. Não admite concorrência.
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Já vou dormir, só vou terminar esse episódio. Essa temporada. Essa série.
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Revoltados Online demonstram insensibilidade diante do drama da famiglia Cunha: se algemar à pilastra é falar de corda em casa de enforcado.
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Tem horas em que o melhor a se fazer é absolutamente nada. Como eu não sei que hora é essa, eu não faço nada o tempo todo para garantir.
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“Governar é abrir estradas!” (Washington Luís)
“Governar é fechar escolas!” (Geraldo Alckmin)
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A esperança é a última que morre e a minha paciência é a primeira.
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Nordestino continua vendo saque. Basta ligar a TV, lá esta a mulher do Cunha sacando.
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Quando alguém diz 10 anos atrás, penso nos anos 90 e não em 2005.
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“Brasil tem Cura” é o livro de Rachel Sheherazade. A autora, não.
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Pedi um namorado à Santo Antônio, mas quem ouviu foi São Jorge. Só aparece dragão!
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Enquanto isso, na liga mundial de vôlei...
Suíça bloqueia saque de Cláudia Cruz.
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Minha mãe prevê tanto o futuro que quando fui abraçá-la, ela já foi falando: “Não tenho dinheiro, sai!”
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Pecado Mortal: JN vai processar Os Dez Mandamentos por roubo de audiência.
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A idade média de quem apoia Eduardo Cunha é a Idade Média.
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Era uma vez um amigo, aí ele começou a namorar.
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Mesmo a 1 km de distância em dia de mais espesso nevoeiro dá pra perceber que Marcello (Retardado Online) Reis é a alma gêmea de Carlos (Cachorro Louco) Sampaio. Anauê!
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Os parentes de um tempo pra cá perguntam: “E a faculdade? E o emprego?”
Olha, sinceramente, por favor, voltem à pergunta das namoradas, é menos humilhante.
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Rachel Sheherazade saiu da Jovem Pan. Alega que precisa de mais tempo para cuidar de Eduardo Cunha, que adotou faz um tempo.
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Minha vida era mais fácil quando eu ia pra escola desenhar duas montanhas e um sol.
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Não quero ir para o céu: nenhum dos meus amigos esta lá. (Oscar Wilde)
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A Justiça suíça esta se tornando um problema para a Justiça brasileira. Gilmar Mendes já esta vendo o que fazer contra essa farra.
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Começou a namorar faz um mês e tá achando que é o amor da sua vida? Volte cinco casas e pegue seu cérebro.
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A imprensa escrita e fardada tenta uma neutralidade suíça, mas não consegue esconder a profunda admiração que tem por Cunha.
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Você sabe que tá ficando velho quando descobre que o filme o Rei Leão já tem mais de 20 anos.
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Odeio casal que tem uma briguinha e muda o status para solteiro. Eu brigo com meus pais e não mudo pra órfão.
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A oposição pediu a saída de Cunha do cargo, mas só de mentirinha. São Cunha e carne.
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Peitos são como o sol. Você pode dar olhadas rápidas. Mas coloque um óculos escuros que dá pra aproveitar o quanto quiser!
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Infelizmente a gente vive numa época que não dá mais pra resolver as coisas jogando o MSN de quem a gente não gosta no bate papo do UOL.
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Cunha movimentou meio bilhão de reais. É muito pouco para manter o padrão de vida da madame, da filha e dos 100 deputados amestrados por ele.
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- Vamos sair.
- Vamos.
- Te pego que horas?
- A noite inteira se Deus quiser.
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Queria ter disposição para malhar igual a que eu tenho para mexer no celular.
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Cunha ainda não sabe se faz a Via Crucis de Porsche ou BMW.
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Vários relacionamentos começam com “nunca mude”, para então “você tem que mudar” e terminam com “você mudou”.
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À mulher de Cunha não basta ser desonesta, tem de parecer desonesta.
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Usar ônibus pra ir trabalhar e dormir enquanto o motorista dirige é como ser rico, só que sendo pobre.
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Laços De Família: Não se pode negar no caso do Cunha que família que rouba unida, permanece unida.
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Aquele momento que você chega em casa se olha no espelho e diz: eu fiquei assim o dia todo?
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Política é a arte de impedir as pessoas de participarem de assuntos que são de seu interesse. (Paul Valéry)
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Depois de ser premiado pela crise hídrica só falta Alckmin se apresentar como o Amigo Número 1 dos professores.
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Ir dormir tarde é igual a se apaixonar. A gente sabe que vai se ferrar e se arrepender depois, mas faz mesmo assim.
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Grandes segredos da história: O resultado da tomografia na careca de Serra após o “atentado” da bolinha de papel que pesava 2 quilos pra FSP.
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Namore alguém que te faz sentir a mesma sensação de quando vinham 2 tazos no mesmo salgadinho.
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Em outros tempos, depois da refrega destes dias na Câmara, Cunha e consorte iam esfriar a cabeça nos alpes suíços.
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Minha nova filosofia de vida é ser igual chuveiro velho: nem ligo e quando ligo, nem esquento.
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Enquanto isso, no STF...
Se Cunha de nada serve à oposição para chegar ao golpe, nem Paulinho quer saber mais dele. É o cúmulo da solidão.
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Se você nunca foi odiado pelo seu filho, você nunca foi um pai. (Belle Fridman)
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Pelo volume de compras, Cláudia Cruz usava cheque espacial.
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Vou ali dar um banho de lama na minha vizinha. Volto.
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By Zombozo Kropotkin, Palmério Dória, Sensacionalista.com e adicionais.

sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Livro de pinturas - por Ekaterina Panikanova (site homônimo)

Parabéns, atingimos a burrice máxima - por Eliane Brum (El País)

A “baranga” Simone de Beauvoir e a importância de um livro que ensina a conversar com fascistas
Simone de Beauvoir
     A fogueira de Simone de Beauvoir a partir da questão do ENEM mostrou que a burrice se tornou um problema estrutural do Brasil. Se não for enfrentada, não há chance. Hordas e hordas de burros que ocupam espaços institucionais, burros que ocupam bancadas de TV, burros pagos por dinheiro público, burros pagos por dinheiro privado, burros em lugares privilegiados, atacaram a filósofa francesa porque o Exame Nacional de Ensino Médio colocou na prova um trecho de uma de suas obras, O Segundo Sexo, começando pela frase célebre: “Uma mulher não nasce mulher, torna-se mulher”. Bastou para os burros levantarem as orelhas e relincharem sua ignorância em volumes constrangedores. Debater com seriedade a burrice nacional é mais urgente do que discutir a crise econômica e o baixo crescimento do país. A burrice está na raiz da crise política mais ampla. A burrice corrompe a vida, a privada e a pública. Dia após dia.

     Recapitulando alguns espasmos do mais recente surto de burrice. O verbete de Simone de Beauvoir (1908-1986) na Wikipedia, conforme mostrou uma reportagem da BBC, foi invadido para tachar a escritora de “pedófila” e “nazista”. A Câmara de Vereadores de Campinas, no estado de São Paulo, aprovou uma “moção de repúdio” à filósofa. O deputado Marco Feliciano (PSC-SP), da Bancada da Bíblia, descobriu na frase “uma escolha adrede, ardilosa e discrepante do que se tem decidido sobre o que se deve ensinar aos nossos jovens”. Em sua página no Facebook, o promotor de justiça do município paulista de Sorocaba, Jorge Alberto de Oliveira Marum, chamou Beauvoir de “baranga francesa que não toma banho, não usa sutiã e não se depila”. Como o tema da redação do ENEM era “a persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira”, houve gente que estudou em colégios caros afirmando que este era um tema de esquerda, e portanto um sinal inequívoco de uma conspiração ideológica por parte do governo federal. Como sugeriu o crítico de cinema Inácio Araújo em seu blog, se defender que a mulher tenha o direito de andar sem ser perturbada, agredida e chutada é tema de esquerda, isso só pode significar que a direita vai muito mal.

     Está cada vez mais difícil fazer humor no Brasil. Como nada do que foi relatado acima é piada, somos submetidos cotidianamente a uma experiência de perversão. Também não tem sido fácil escrever quando não se é humorista, por que o que se pode dizer, seriamente, diante de uma moção de repúdio à Simone de Beauvoir? Mas é preciso tratar com seriedade, porque talvez não exista nada mais sério do que a boçalidade que atravessa o país. Torna-se urgente, prioritário, fazer um esforço coletivo e enfrentar a burrice com o único instrumento capaz de derrotá-la: o pensamento.

     Esta é a potência e a generosidade de um livro lançado pela filósofa Marcia Tiburi, escritora e professora universitária. O título vai direto ao ponto, afinal os tempos são graves demais para papinhos de salão: Como conversar com um fascista – reflexões sobre o cotidiano autoritário brasileiro (Record). Nas 194 páginas, Marcia enfrenta as várias faces do cotidiano atual com profundidade, mas de forma acessível a quem não está familiarizado com os conceitos. Faz o mais difícil: escrever simples sem simplificar. É um livro que se pretende para todos, e não para os seus pares. Quem acompanha a trajetória da filósofa conhece a sua coragem. E este é um livro de coragem, já que é tão difícil quanto arriscado escrever sobre o que está em movimento, sem a proteção assegurada pelo distanciamento histórico. Poucos são os intelectuais que se arriscam a sair do conforto de seus feudos para enfrentar o debate público com suas dúvidas. E por isso aqueles que se arriscam de forma honesta, sem ficar arrotando suas certezas e suas credenciais, ou usando-as para massacrar aqueles que já são massacrados, são tão preciosos.

     “Eu queria saber por que dialogar é impossível”, conta Marcia Tiburi, sobre a pergunta que a moveu nessa busca. Para enfrentar a ausência do pensamento, a filósofa propõe a resistência pelo diálogo. Este é um esforço de cada um –e de todos. Arriscar-se a deixar o “isolamento em comunidade”, a forma atual da vida social e política, para confrontar o que ela chama de “consumismo da linguagem”. Compreender o confronto atual como um confronto entre direita e esquerda, desenvolvimentistas e ecologistas, governistas e oposicionistas, machistas e feministas é, segundo ela, uma redução. O confronto atual seria mais profundo e também mais dramático: entre os que pensam e os que não pensam.

     O exercício que faço, deste parágrafo em diante, é buscar compreender a fogueira em que Simone de Beauvoir foi jogada nos últimos dias, entre outros fatos recentes, a partir das ideias deste livro. Para começar, a seriedade do episódio do ENEM pode ser demonstrada neste trecho tão agudo: “Se levarmos em conta que falar qualquer coisa está muito fácil, que falamos em excesso e falamos coisas desnecessárias, um novo consumismo emerge entre nós, o consumismo da linguagem. O problema é que ele produz, como qualquer consumismo, muito lixo. E o problema de qualquer lixo é que ele não retorna à natureza como se nada tivesse acontecido. Ele altera profundamente nossas vidas em um sentido físico e mental. O que se come, o que se vê, o que se ouve, numa palavra, o que se introjeta, vira corpo, se torna existência”.

     Vale perguntar. Num país em que a preocupação com a educação é uma flatulência, em que a não educação é a regra, para onde vai o lixo e que tipo de impacto ele produz na tessitura do cotidiano, nos corações e mentes de quem o consome? O que acontece com a fogueira de Simone de Beauvoir num contexto em que aqueles que a jogaram no fogo possivelmente sequer a leram? Que restos dos discursos vazios sobre a filósofa permanecerão na memória de uma população que não tem seus livros na estante e que tipo de eco produzirão?

     Como dimensionar a gravidade de um vereador eleito, pago com dinheiro público para legislar e, portanto, para decidir destinos coletivos, dizer que a escolha da frase de Simone de Beauvoir para uma prova do ENEM é algo “demoníaco”, como afirmou Campos Filho (DEM)? E como enfrentá-la com a seriedade necessária?

     Com a palavra, o autor da “moção de repúdio”: “Foram buscar lá Simone de Beauvoir, lá pro ano de mil trocentos e pôco.... (...) A grande maioria é favorável à lei da natureza. Homem é homem. Mulher é mulher. (...) Cuidado com essa pulsão, essa pulsão pode levar à cadeia. O senhor pode passar na frente do caixa eletrônico e ter uma pulsão de vontade de roubar e vai preso. Pode ter uma pulsão de vontade de estuprar e vai preso. Então, tomem cuidado com essa pulsão, ah, hoje de manhã sou menina, agora à noite eu sou homem....”.

     O vereador nem sequer sabe em que século Simone de Beauvoir nasceu, viveu e produziu pensamento – “mil trocentos e pôco”. Nem sequer tentou compreender o que a frase citada no ENEM significa. Não é engraçado. É a ruína causando mais ruína. O que interessa é fazer barulho, porque o barulho encobre o vazio de ideias. O que importa é perverter a palavra, usando o que sequer tentou entender para enclausurar o pensamento e reafirmar a certeza em nome de uma suposta “lei da natureza” que jamais existiu. A perversão do fascista é a de acusar o outro de manipulação ideológica quando é ele o manipulador. É acusar o outro de impor um pensamento quando é ele que empreende todo os esforços para barrar qualquer pensamento. É impedir o diálogo denunciando o outro pelo ato que ele próprio cometeu. É nessa repetição de boçalidades que seguem os discursos de outros vereadores, invocando clichês bíblicos, lembrando de Sodoma e Gomorra e Adão e Eva, abusando de Deus.

     Para perverter a realidade, o fascista conta com o consumismo da linguagem. Trata-se, como aponta Marcia Tiburi, de um vazio repleto de falas prontas. Não é um vazio silencioso, espaço aberto para buscar o outro, o inusitado, o surpreendente. Mas sim um vazio barulhento, abarrotado de clichês, de frases repetidas e repetitivas, usadas para se proteger do pensamento. Os lugares-comuns, neste caso específico a constante invocação de Deus e de leis bíblicas, são usados como um escudo contra a reflexão. Todo o esforço é empreendido para não existir qualquer chance de pensamento, ainda que um bem pequenino.

     Neste vazio, a filósofa acredita que os meios tecnológicos e a mídia desempenham um papel crucial. Repete-se o que é dito na TV, no rádio. Fala-se, muito, sem pensar no que se diz. No gesto do mero “compartilhar” sem ler, tão fácil quanto comprar com um clique pela internet, foge-se do pensamento analítico e crítico, trocando-o pelo vazio consumista da linguagem e da ação repetitiva. É assim que a burrice se multiplica em cliques, propagando-se em rede. O título deste artigo é esperançoso, mas não corresponde à realidade: a burrice não tem limites, ela sempre pode atingir patamares ainda mais extremos.

     Episódios semelhantes à “moção de repúdio” à Simone de Beauvoir ocorriam esporadicamente em rincões afastados, e logo eram ridicularizados. Hoje, acontecem na Câmara de Vereadores de uma das maiores e mais ricas cidades do estado de São Paulo, no sudeste do Brasil, uma cidade que abriga várias universidades, entre elas a Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), uma das mais respeitadas do país. E cadê os intelectuais? Rindo dos burros nas cantinas universitárias? Será? Não era de se esperar mais iniciativas de busca do diálogo, de criação de oportunidades para explicar quem é Simone de Beauvoir e refletir sobre sua obra, ou mesmo a ocupação da Câmara, para produzir reação e movimento que permitisse o conhecimento e combatesse a ignorância?

     Talvez o polêmico livro Submisssão (Alfaguara), do francês Michel Houellebecq, possa ter alguma ressonância maior por aqui. Nele, só para lembrar, o protagonista é um acadêmico desencantado que se depara com a vitória de um partido islâmico nas eleições da França. Depois de assistir ao desenrolar dos acontecimentos pela TV, já que não se sente motivado a participar de nenhum debate que não seja sobre a sua própria tese acadêmica (ou nem mesmo sobre ela), se choca com o resultado eleitoral. É o protagonista que não protagoniza – ou só protagoniza por omissão (ou submissão). Aos poucos, os novos donos do poder lhe acenam não só com a manutenção dos privilégios, mas com uma considerável ampliação dos privilégios. E ele, afinal, conclui que aderir pode não ser tão ruim assim.

     Os burros estão por toda parte e muitos deles estudaram nas melhores escolas e, o pior, muitos ensinam nas melhores escolas. A “moção de repúdio” à Simone de Beauvoir foi aprovada pela Câmara de Campinas por 25 votos a cinco. Assim, os burros são a maioria. É preciso enfrentá-los com pensamento, fazer a resistência pelo diálogo. Ou, como diz Marcia Tiburi: “Sem pensamento não há diálogo possível nem emancipação em nível algum. Se não houver limites para a idiotice, resta isolar-se e estocar alimentos”.

     O promotor e professor universitário que reduziu Simone de Beauvoir a “uma baranga”, ao comentar a questão do ENEM em sua página no Facebook, fez o seguinte comentário: “Exame Nacional-Socialista da Doutrinação Sub-Marxista. Aprendam jovens: mulher não nasce mulher, nasce uma baranga francesa que não toma banho, não usa sutiã e não se depila. Só depois é pervertida pelo capitalismo opressor e se torna mulher que toma banho, usa sutiã e se depila”. Depois da repercussão negativa, o que incluiu uma nota de repúdio por parte da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Jorge Alberto de Oliveira Marum apagou os posts e defendeu-se, em outra postagem, alegando que pretendia ter sido irônico: “Ironia, para quem não sabe, é uma figura de linguagem que consiste em afirmar o contrário do que se pensa”. Interprete-se.

     “Distorcer é poder” é o título de um dos capítulos do livro em que a filósofa enfrenta a prática amplamente difundida de esvaziar as palavras pela distorção. Como transformar a vítima em culpada, como se faz rotineiramente com as mulheres no falso debate do aborto, por exemplo, ou no tratamento do estupro. Ou distorcer para que aquele que detém os privilégios pareça ser o que têm seus direitos ameaçados: o branco, por exemplo, quando se apresenta como prejudicado pelo sistema de cotas raciais que busca reparar injustiças históricas cometidas contra os negros, ocultando assim que sempre foi o privilegiado; ou quando se invoca um suposto “orgulho heterossexual” na tentativa de mascarar a violência contra os homossexuais, alegando que querem privilégios, quando todos sabem que a heterossexualidade jamais foi contestada ou atacada, nem em sua expressão nem em seus direitos. E também é por essa conversão que os manifestantes de junho de 2013 foram tachados de “vândalos” por parte da mídia e, hoje, uma lei em discussão no Congresso ameaça converter quem protesta em “terrorista”.

     A própria “democracia” pode ser vista a partir da prática da distorção, já que há aquela, mais difundida, que é vendida pelo mercado. “De um lado, há uma democracia que deve parecer como realizada, contra outra democracia, que está na ordem do desejo e do sonho e que não teria preço”. O capitalismo sequestra a democracia também como palavra, que passa a ser consumida, junto com outras: felicidade, ética, liberdade, oportunidade, mérito. Palavras que a filósofa chama de “mágicas”, invocadas a serviço do ocultamento da opressão. “Antidemocrático, o capitalismo precisaria ocultar sua única democracia verdadeira: a partilha da miséria e, hoje em dia, cada vez mais, a matabilidade”, afirma Marcia Tiburi.

     Quando se invade o verbete de Simone de Beauvoir na Wikipedia é também disso que se trata: distorcer e replicar até virar “verdade”. Aliena-se os fatos de seu contexto histórico para produzir rótulos. Assim, após o ENEM, a filósofa foi tachada de “pedófila” e de “nazista”. Ambas as afirmações já foram retiradas da página pelo responsável, avisando que a manteria fechada até “que o furor acabasse e as pessoas perdessem o interesse em danificar o artigo”. Entre as dezenas de distorções do verbete, segundo a matéria da BBC, um usuário disse que a filósofa havia escrito um "livro de estupro". Outro informou que Beauvoir era uma "antifeminista". Um terceiro disse ainda que ela era "muito conhecida por seu comodismo e pela luta na justiça por uma lei que proibia o trabalho das mulheres fora de casa”.

     As distorções servem à reprodutibilidade da burrice. Ao converter a filósofa no que é interpretado como o mais monstruoso – “pedófila” e “nazista” – o objetivo é tornar impossível refletir sobre o que ela escreveu: “uma mulher não nasce mulher, torna-se mulher”. A ampla distorção das palavras serve, de novo, ao vazio do pensamento. Pede-se aos burros que a repliquem à exaustão em cliques histéricos. A linguagem, como escreve Marcia Tiburi, tem sido rebaixada à distribuição da violência – também pelos meios de comunicação e pelas redes sociais. “Vivemos no império da canalhice, onde a burrice, tanto como categoria cognitiva quanto moral, venceu”, afirma. “Ela se transformou no todo do poder.”

     Aderir é viver. Esta parece ser a frase deste momento de orgulho da ignorância e exaltação da burrice. Aqui, a pergunta se impõe: “se a linguagem nos tornou seres políticos, a destruição da linguagem nos tornará o quê?”.

     Na semana passada, foi divulgado na página da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República um estudo que reuniu pesquisadores de diversas instituições, apresentado como o mais completo já feito no Brasil sobre os efeitos da mudança climática. Refletir seriamente sobre a mudança climática é urgente, mas há muito menos pensamento e ação do que o momento exigiria, apesar de estarmos às vésperas da Conferência do Clima em Paris. Assim, a divulgação de um estudo com as conclusões a que se chegou poderia ser uma oportunidade excelente para promover participação e diálogo. Mas, entre as tantas previsões que apontaram para um possível drama climático daqui a 25 anos, em 2040 – doenças, calor extremo, falta d’água e de energia etc –, uma foi destacada por diferentes veículos da imprensa: a possível perda de uma área imobiliária avaliada em R$ 109 bilhões no Rio de Janeiro, devido à elevação do nível do mar causada pelo aquecimento global.

     Não as perdas humanas, não a corrosão da vida, não o aniquilamento dos mais pobres e dos mais frágeis. Não. O que se destaca é aquilo que se monetariza, é a perda do patrimônio material, no caso imobiliário. O que merece título é o cifrão. O episódio evoca um dos capítulos mais interessantes de Como conversar com um fascista: “O capitalismo é a redução da vida ao plano econômico. (...) O pensamento está minado pela lógica do ‘rendimento’. Viver torna-se uma questão apenas econômica. A economia torna-se uma forma de vida administrada com regras próprias, tais como o consumo, o endividamento, a segurança pela qual se pode pagar. Tudo isso é sistêmico e, ao mesmo tempo, algo histérico. (...) As palavras funcionam como estigmas ou como dogmas que sustentam ideias orientadoras de práticas”. Se a ordem do discurso capitalista é basicamente teológica, é porque ele funciona como uma religião no âmbito das escrituras e das pregações (em geral no púlpito tecnológico da televisão)”. Se depois de tanto calarmos sobre a mudança climática, falarmos dela a partir da lógica monetária, estamos todos (mais) perdidos.

     Mas é em outro episódio destes últimos dias que a perversão do Brasil atual se revelou em toda a sua monstruosidade: a Divisão de Homicídios da Polícia Civil do Rio de Janeiro concluiu em inquérito que o policial que matou um menino de dez anos agiu em “legítima defesa”. Eduardo de Jesus brincava na porta da sua casa, numa das favelas do Complexo do Alemão, quando teve a cabeça atingida por um tiro de fuzil. Sua mãe encontrou parte do seu cérebro na sala. O inquérito isentou de qualquer responsabilidade os policiais envolvidos, por estarem supostamente em confronto com narcotraficantes. Eles teriam apenas “errado” o tiro.

     Eduardo estava a cinco metros do policial que o matou. Terezinha de Jesus, a mãe do menino, afirma que não havia tiroteio naquele dia. “Eu parti para cima do policial. Gritei que tinha matado meu filho e ele me respondeu, com seu fuzil na minha cabeça, que igual que tinha matado ele poderia também me matar, porque o menino era filho de bandido. Nunca vou esquecer aquilo. Posso estar em qualquer lugar do mundo, que nunca esquecerei a cara daquele policial”. Ao ser informada por jornalistas que a polícia concluiu que seu filho foi morto em legítima defesa, Terezinha disse que sentia vontade “de quebrar tudo”.

     Quando a perversão supera tal limite é porque estamos quase no ponto de não retorno. “Não acabaremos com o ódio pregando o amor”, diz Marcia Tiburi. “Mas agindo em nome de um diálogo que não apenas mostre que o ódio é impotente, mas que o torne impotente.”

     Em Como conversar com um fascista, a filósofa defende a necessidade de começar a tentar falar de outro modo. O diálogo não como salvação, mas como experimento, como ativismo filosófico para enfrentar a antipolítica. A política, lembra a autora, “é laço amoroso entre pessoas que podem falar e se escutar não porque sejam iguais, mas porque deixaram de lado suas carapaças de ódio e quebraram o muro de cimento onde suas subjetividades estão enterradas”.

     Num país de antipolítica e antieducação generalizada como o Brasil é preciso se mover. É urgente aprender a conversar com um fascista, mesmo que pareça impossível. Expor ao outro aquele que não suporta a diferença. Revelar suas contradições e confrontá-lo pelo diálogo é um ato de resistência. Enfrentar a burrice com a única arma que ela teme: o pensamento.

     É isso ou não vai adiantar nem estocar alimentos.