quinta-feira, 31 de julho de 2014

Ilustração - por Casey Cripe (site homônimo)

Rodrigo Constantino (da VEJA) sendo humilhado ao vivo.

https://www.youtube.com/watch?v=3ovWpnKSoic

Este é o problema quando alguém "qualificado" da direita debate com alguém qualificado da esquerda. A surra é inevitável.
Esses reacionários de merda deveriam aprender que só podem falar sozinhos. Quando há oportunidade da confrontação, serão massacrados pelos fatos.

Fotografia - por Elizabeth Weinberg (site homônimo)

Como Israel ‘noticia’ os próprios crimes de guerra - por Patrick Cockburn (Jornal GGN / Counterpunch)

     Os porta-vozes israelenses já têm muito trabalho tentando explicar como os israelenses assassinaram mais de 1.000 palestinos em Gaza, a maioria dos quais civis, em comparação com apenas 3 civis mortos em Israel por foguetes e fogo de morteiro do Hamás. Mas pela televisão e pelo rádio e pelos jornais, porta-vozes do governo israelense hoje, como Mark Regev, parecem menos enroladores e menos agressivos que predecessores, que eram muito mais visivelmente indiferentes ao número de palestinos mortos.

     Há pelo menos uma boa razão para esse ‘aprimoramento’ das capacidades de Relações Públicas dos porta-vozes de Israel. A julgar pelo que se os veem dizer, já estão trabalhando conforme um estudo feito por profissionais, bem pesquisado e confidencial, sobre como influenciar a mídia e a opinião pública nos EUA e na Europa. 

     Redigido pelo especialista em pesquisas e estrategista político dos Republicanos, Dr. Frank Luntz, aquele estudo foi encomendado há cinco anos por um grupo chamado “The Israel Project” [Projeto Israel], que mantém escritórios nos EUA e em Israel, para ser usado “por todos que estão na linha de frente da guerra midiática a favor de Israel”.

     Cada uma das 112 páginas do folheto é marcada com “proibido distribuir ou publicar” [orig.“not for distribution or publication”], e é fácil entender por quê. O relatório Luntz – oficialmente intitulado “Dicionário de Linguagem Global do Projeto Israel 2009” [orig. “The Israel project’s 2009 Global Language Dictionary[1]] vazou quase imediatamente para Newsweek Online, mas até hoje só muito raramente mereceu atenção, e sua verdadeira importância ainda mão foi devidamente considerada. 

     Deveria ser leitura obrigatória para todos, sobretudo para jornalistas interessados em conhecer a política de Israel, por causa da lista de “Faça/diga X” e “Nunca faça/diga Y” dirigida aos porta-vozes de Israel.

     Aquelas duas listas são altamente iluminadoras para que se compreenda a distância imensa que separa o que funcionários e políticos israelenses pensam e creem, e o que eles dizem; o que eles dizem é modelado por pesquisa mantida ativa minuto a minuto, para detalhar o que os norte-americanos desejam ouvir. Com certeza, nenhum jornalista deveria arriscar-se a entrevistar qualquer porta-voz de Israel sem conhecer muito bem aquele manual e ter-se preparado para contra-perguntar sobre os muitos temas – e sempre com as mesmas palavras e frases – que se ouvem hoje da boca do Sr. Regev e seus colegas.

     O panfleto é cheio de saborosos conselhos sobre como eles devem modelar suas respostas, para diferentes audiências. Por exemplo, o estudo diz que

     os norte-americanos aceitam que ‘Israel tem direito a ter fronteiras defensáveis’. Mas Israel não tem vantagem alguma em definir com precisão que fronteiras são essas. Evitem falar em fronteiras em termos de pré- ou pós-1967, porque isso só faz relembrar aos norte-americanos o passado militar de Israel. Essa expressão prejudica os israelenses, sobretudo no campo da esquerda. Por exemplo, o apoio da direita israelense a fronteiras defensáveis cai de 89% para menos de 60% sempre que vocês falam em termos de 1967.”

     E quanto ao direito de retorno dos refugiados palestinos que foram expulsos ou fugiram em 1948 e nos anos seguintes, e que nunca mais puderam retornar às próprias casas e terras? Aqui, o Dr. Luntz é muito sutil nos conselhos que dá aos porta-vozes israelenses; diz que

     o direito de retorno é questão difícil para que os israelenses falem dela com eficácia, porque praticamente toda a linguagem israelense soa muito semelhante à fala de ‘separados, mas iguais’ dos racistas segregacionistas dos anos 1950s e dos defensores do Apartheid nos anos 1980s. De fato, os norte-americanos não gostam, não acreditam nisso e não aceitam o conceito de ‘separados, mas iguais’.”

     Assim sendo, como devem os porta-vozes enfrentar questões que até o manual considera ‘difíceis’? Recomendam que a coisa seja chamada de “demanda” – porque os norte-americanos detestam gente que faz demandas.  O manual ensina:

     Digam portanto: ‘os palestinos não estão satisfeitos com o estado que têm. Agora, estão demandando mais territórios dentro de Israel.”

     Outras sugestões para resposta israelense efetiva incluem dizer que o direito de retorno deve ser item de um acordo final “algum dia, no futuro”.

     O Dr. Luntz observa que os norte-americanos em geral temem qualquer imigração em massa para dentro dos EUA, "portanto falem sempre de 'imigração palestina em massa para dentro de Israel' –, e os norte-americanos sempre rejeitarão a ideia. Se mais nada funcionar, digam que a volta dos palestinos faria 'descarrilhar o esforço para alcançar a paz'”.

     O relatório Luntz foi redigido logo depois da Operação Chumbo Derretido em dezembro de 2008 e Janeiro de 2009, quando morreram 1.387 palestinos e nove israelenses.

     Um capítulo inteiro é dedicado a “isolar o Hamás, apoiado pelo Irã, como obstáculo à paz.” Infelizmente, agora, quando está em curso a Operação Fio Protetor, iniciada dia 6 de junho de 2014, e nova matança de palestinos, há um problema grave para a propaganda de Israel, porque o Hamás está rompido com o Irã por causa da guerra na Síria e está completamente sem contato com Teerã. Só reataram relações amistosas há poucos dias – e por causa da invasão israelense.

     Muitos dos conselhos do Dr Luntz tratam do tom e do modo de expor o pensamento de Israel. Diz que é absolutamente crucial mostrar vastíssima simpatia pelos palestinos:

     Os persuasíveis [sic] não dão importância ao que você saiba, até que se convençam de que você lamenta muito, do fundo do coração, toda a situação. Mostre empatia PELOS DOIS LADOS!

     Isso provavelmente explica por que tantos porta-vozes israelenses vão praticamente às lágrimas quando falam do sofrimento dos palestinos bombardeados por bombas e mísseis israelenses.

     Em frase escrita em negrito, sublinhada e toda em maiúsculas, o Dr Luntz diz que os porta-vozes ou líderes políticos israelenses NÃO DEVEM, NÃO PODEM, nunca, de modo algum, justificar “o massacre deliberado de mulheres e crianças inocentes”, e devem reagir agressivamente contra qualquer voz que acuse Israel por tal crime. Vários porta-vozes israelenses esforçaram-se muito para seguir esse conselho na 5ª-feira passada, quando 16 palestinos foram mortos num abrigo da ONU em Gaza.

     Há uma lista de palavras e frases a serem usadas e uma lista de palavras e frases a serem evitadas. Há de tudo: “O melhor meio, o único meio, para alcançar paz duradoura, é alcançar respeito mútuo.” O mais importante é que o desejo de paz de Israel com os palestinos tem de ser sempre enfatizado, porque é o que os norte-americanos mais querem que aconteça. Mas se se observarem pressões para que Israel realmente faça alguma paz, a pressão deve ser imediatamente reduzida; nesse caso, os israelenses devem dizer:

     Um passo de cada vez, um dia depois do outro” – expressões que serão facilmente aceitas como “abordagem de bom senso, para a equação ‘deem-nos A terra, que lhes damos a paz’.”

     O Dr. Luntz cita como exemplo de “pegada israelense muito eficaz” a seguinte frase: “Quero muito particularmente falar às mães palestinas que perderam seus filhos. Nenhum pai ou mãe deveria ter de enterrar suas crianças.” 

     O estudo admite que o governo israelense não quer, de fato, qualquer solução de dois estados, mas diz que isso não pode ser declarado publicamente, porque 78% dos norte-americanos são favoráveis àquela solução. Devem-se enfatizar sempre as muitas esperanças de que os palestinos progridam economicamente.

     O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu é citado com elogios, por ter dito que “já é hora de alguém perguntar ao Hamás: o que, afinal, estão fazendo para melhorar a vida de seu povo?!" A hipocrisia, aí, é inacreditável: é Israel, com os sete anos de bloqueio econômico que impõe a Gaza, quem reduziu Gaza ao estado de pobreza e miséria em que vive hoje.

     Em todos os casos e ocasiões, o modo como porta-vozes israelenses apresentam os fatos é planejado para dar a norte-americanos e a europeus a impressão de que Israel desejaria muito a paz com os palestinos e estaria disposta a ceder para chegar à paz. Todas as evidências, e também o Manual do Dr. Luntz, sugerem que tudo aí, são mentiras. Embora não tenha sido requisitado ou produzido com essa finalidade, poucos estudos mais reveladores foram jamais escritos sobre a Israel contemporânea, em tempos de guerra e paz. *****


Propaganda para encobrir as atrocidades que Israel comete 

Como Israel ‘noticia’ os próprios crimes de guerra
28/7/2014, Patrick Cockburn, Counterpunch

A hora chegou - por Joel Rea (Pintura surrealista - site homônimo)

Parem o avião, que Tombini sumiu - por Luis Nassif (Jornal GGN / Blog do Nassif)

     Recentemente escrevi aqui sobre "A ciência demência das metas inflacionárias" (http://jornalggn.com.br/noticia/brasil-2015-a-ciencia-demencia-das-metas-inflacionarias). Nele menciono um certo procedimento intelectual brilhantemente descrito por Olavo de Carvalho nos anos 90:

     "O intelectual descobre determinada teoria. Graças a ela, torna-se conhecido, faz carreira, deve tudo a ela. Aí começa a olhar a realidade e percebe sinais incômodos, que desmentem a sua teoria. Mas, como ele é um intelectual, trata logo de desenvolver uma nova teoria para explicar que aquilo que ele está vendo não existe. Essa parece ser a relação do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, e de toda a cadeia de economistas de planilha, com a teoria das metas inflacionárias".

     Vamos conferir na prática.

     Critica-se muito Guido Mantega, Ministro da Fazenda, e Arno Agustini, Secretário do Tesouro, por  insucessos da política econômica de Dilma Rousseff. No entanto, as duas batalhas centrais do governo Dilma foram perdidas pelo general Alexandre Tombini, presidente do Banco Central.

     A primeira, no início do governo Dilma, quando adotou uma série de medidas ditas "prudenciais" para desaquecer a economia. Exagerou. Na época, indaguei se Dilma estava preparada para conviver com um crescimento abaixo de 4%.

     A segunda quando deu início à brilhante tentativa de trazer a Selic para níveis civilizados, mas piscou e entregou os pontos ao primeiro sinal de refluxo da inflação - ainda que provocado por fatores externos. Aí esqueceu as medidas "prudenciais" e rendeu-se ao que o mercado queria: Selic alta.

     Depois disso, Tombini passou a desenvolver as teses mais complexas - e, muitas vezes, falsas - para justificar a não-ação, para não sair mais do manual, não se expor mais às críticas na hipótese de reduzir a taxa Selic.

     Na última rodada do Copom (Comitê de Política Monetária) o próprio mercado aguardava uma queda da Selic devido aos riscos de recessão no ar.

     No entanto, o BC manteve a Selic inalterada, enfatizou a manutenção dela em patamares elevados. E, paradoxalmente, flexibilizou o crédito.

     Como assim?

O "forward guidance" de Tombini

     Confira a lógica do BC no artigo de Alex Ribeiro, no jornal O Valor - "O Banco Central e o 'forward guidance'"http://www.valor.com.br/brasil/3633168/o-banco-central-e-o-forward-guidance). Hoje em dia Alex é provavelmente o melhor intérprete dos estudos do BC. Tem escrito alguns artigos preciosos sobre novas metodologias de montagem de cenários.

     Todo o empenho do BC é demonstrar que não houve incongruência entre a decisão de manter elevada a Selic e de flexibilizar o crédito. Ora, o supostamente o canal de crédito é o principal veículo de influência da Selic. Se a intenção é segurar o crédito, porque a flexibilização?

     O primeiro passo é dar uma aparência rebuscada a princípios básicos de política monetária.

     Esse termo - "forward guidance" - significa o BC abrir o jogo sobre os cenários com que trabalha e o que pretende fazer com as taxas de juros, mostrando os pontos que, no futuro, poderá fazê-lo manter ou mudar a política.

     O ponto central do sistema de metas inflacionárias é a previsibilidade: os agentes econômicos saberem o que o BC pensa e faz para convergir suas atitudes e expectativas na mesma direção. Tombini veste o velho princípio com roupas da moda  - "forward guidance" - e apresenta-o como um avanço teórico do sistema de metas inflacionárias.

A recessão de 1995

     Para montar seus cenários, o BC trabalha fundamentalmente com indicadores.

     Indicadores econômicos têm defasagem no tempo, especialmente em momentos de inflexão da economia - quando a economia explode ou afunda. Como há uma infinidade de indicadores, é relativamente fácil montar análises enviesadas. Basta juntar os negativos, para um cenário pessimista; ou os positivos, para um cenário otimista.

     A montagem dos cenários corretos depende da capacidade do analista em identificar a resultante final. E esse é um campo que depende, em muito, de arte e experiência. Caso contrário, haverá a trombada fatal com a realidade.

     Foi o que aconteceu em 1995 - conforme narro no meu livro "O jornalismo dos anos 90".

     No segundo semestre de 1994, por conta do Real, houve uma explosão de consumo na economia, agravada pela apreciação do real. Essa explosão provocou, por sua vez, uma expansão inédita no crédito das empresas para adequar seu capital de giro à nova realidade.

     Em fins de 1994 havia sinais claros de reversão nas vendas. Em todo canto do país que eu visitava, a conversa era a mesma sobre o início das dificuldades.

     De fato, o câmbio destruiu a economia agrícola, afetando primeiro o interior. E essa crise, mais cedo ou mais tarde bateria na atividade industrial e nas grandes cidades.

     Percebendo que as vendas despencariam, as empresas começaram o caminho de volta para o nível anterior de estoques. Acontece que o crédito tem prazos. Assim, a redução do crédito se dava à medida em que os contratos iam vencendo e elas iam renovando.

     Em abril, no entanto, o BC jogou os juros para inacreditáveis 45% ao ano. Todas as empresas ficaram prisioneiras das novas taxas. A queda de vendas impedia a liquidação do contrato e as novas taxas tornavam inviável a quitação do novo financiamento.

     Ao aumentar os juros para inacreditáveis 45% ao ano, o BC aprisionou-os nas dívidas existentes. Não lhes permitiu continuar a redução de forma organizada. E criou o maior endividamento circular da história.

     Os radares do BC e da Secretaria de Política Econômica da Fazenda não captaram esse movimento, porque estavam ligadas exclusivamente nos indicadores de mercado e nas estatísticas fiscais e de alguns grandes setores. E fixaram-se nas estatísticas erradas.

     Esse erro foi admitido publicamente por José Roberto Mendonça de Barros, Secretário de Política Econômica, em fins de maio - quando já era tarde para corrigir.  E pelo próprio FHC em fins de junho, quando Inês era morta.

A recessão de 2014

     Tudo indica que a economia está caminhando para a recessão - muito longe da guinada violenta de 1995, mas ainda assim, recessão.

     Os sinais já podem ser encontrados nas viagens a várias cidades do interior, nas conversas com associações de pequeno empresários, nas conversas com pequenas empresas têxteis, de calçados, justamente aquelas mais beneficiadas pelo boom de consumo.

     A recessão está desenhada nos próprios indicadores econômicos, no desempenho do PIB, na queda de vendas de setores importantes. Aliás, até o maior dos agregados - o PIB - indica a ameaça de uma recessão.

     Mas o BC baseia-se em grandes agregados, que têm efeito defasagem, e seleciona as esttísticas que ajudam a manter seu cenário de imobilidade.

     Tem medo de respirar e levar chumbo e, aí, o pensamento burocrático de Tombini o faz desenhar o cenário que mais se adeque à estratégia de não fazer nada para ver como é que fica.

     Segundo o relatório de junho, "a demanda agregada tende a se apresentar relativamente robusta", porque seguem presentes fatores que vão ajudar a sustentá-la.

Quais são os fatores?

     "Um deles é o crédito, cuja expansão neste ano está prevista em 12%, que está longe de ser baixa. O chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Túlio Maciel, disse que as medidas de estímulo ao crédito anunciadas na semana passada reduzem as chances de que a projeção do BC para o crédito sejam revistas para baixo".

     Ou seja, ele injetou a tal flexibilização apenas para reforçar seu cenário e ter álibi para nada fazer com a Selic.

     E vai além. Todos os indicadores do BC, para desenhar seu cenário de economia robusta, apontam para cima:  desemprego historicamente baixo, com salários crescendo em termos reais, consumo do governo segue alto, o "quantum" exportado se expande.

     Aliás, a alta da Selic em dezembro de 2008 deu-se em um cenário de "economia robusta", segundo o BC. O mundo despencando, a economia brasileira indo atrás e o BC falando em "economia robusta". E, por trás dessa fantasia, o próprio diretor Tombini.  

     Agora, depois de tanta formosura no ar, o BC não consegue entender a queda nos índices de confiança. Diz que a queda do índice "é uma interrogação".

     A interrogação não é característica do fato, mas do intérprete do fato. O BC - cuja atuação central é em cima das expectativas - não consegue entender como, estando tudo bom, o doente (as expectativas) vai mal. Como ele não entende, joga a queda das expectativas no lixo das "interrogações" e a esquece.

     Mais ainda. Segundo Ribeiro, em dezembro de 2013, o BC publicou um estudo no seu Relatório de Inflação mostrando vínculo importante de alguns desses indicadores com a atividade econômica. Mas no ponto central - o Índice de Confiança do Consumidor -, "essa relação ainda não ficou bem estabelecida".

     Fantástico! Tirou da planilha a informação que não bate com seu desejo.

     Há uma recessão a caminho. E esse diagnóstico tortuoso do BC não será rebatido pelo reconhecido brilho analítico da Fazenda. Não há contrapontos dentro da equipe econômica.

     Seria bom Dilma precaver-se e ouvir vozes mais sensatas. Para salvar sua cara junto ao mercado, Tombini pressiona a dívida pública, em um momento em que um dos fatores centrais de expectativa são as contas fiscais.

Comentário
Não podemos esquecer. Tombini tem uma superior hierárquica. Que vai colher o que esta plantando.
O fato de as alternativas eleitorais com reais chances de vitória serem ainda piores não a desculpa.

Cemitério de tanques no Kwait - por buzzhunt



Estranho acontecimento - por Cláudio Lembo (Terra Magazine)

     Não é novidade para ninguém. O centro nevrálgico da política não se encontra nos partidos. Muito menos nos palácios governamentais. Sequer nos parlamentos.

     Onde se apresenta o epicentro da política?

     Claro, longe do cidadão comum. Do qualquer um. Fica, muitas vezes, distante dos estados nacionais. Lá, onde se encontram os bunkers do capital.

     As decisões, que afetam grandes parcelas da população, são tomadas nos gabinetes fechados dos executivos financeiros e dos órgãos supranacionais da economia.

     Nada vale a vontade política dos governos locais face às resoluções dos bancos centrais e das bolsas de valores dos grandes centros financeiros.

     As decisões são tomadas em segredo. E, em segredo, impostas por toda a parte.

     As agências internacionais de notícias, como boas porta-vozes, se incubem de difundir as diretrizes e as imposições do capital financeiro internacional.

     Foi assim desde o surgimento do capitalismo industrial. Ampliou-se a prática com o capitalismo financeiro. Este não tem face nítida, mas domina todos os espaços das economias de cada país.

     O cidadão – que pensa ter cidadania – não passa de um servidor dos grandes interesses. Toma atitudes. Vota. Imagina ser livre, mas esta obedecendo aos ditames dos operadores financeiros.

     Estes sempre se mantiveram em aparente silêncio. Abstém-se de falar em público. Não possuem opinião a respeito de nada. Apenas pensam nos lucros de suas operações.

     Esta é uma realidade presente por toda a parte e não ausente em um país dependente, como o Brasil. Jamais na nossa longa História política recolheu-se uma opinião nítida de um banqueiro.

     Quando no exercício da profissão, a regra é a preservação de seus interesses perante a opinião pública e os governantes. E a melhor maneira de preservar interesses é o silêncio aparente.

     Causa surpresa, portanto, no início da atual campanha política o posicionamento de uma instituição financeira em assuntos eleitorais. É inusitado.

     Muitas poderão ser as causas deste procedimento jamais visto. A origem da instituição? Não tem raízes nacionais. Talvez seus executivos estejam acostumados com outras realidades.

     É, no entanto, impressionante o que aconteceu. Um banco querer influir na vontade do eleitorado. Quem lida com a moeda deve ser cuidadoso em suas assertivas.

     Conhecem-se os poderosos lobbies que atuam, em cuidadoso silêncio, junto às autoridades financeiras e o Congresso Nacional. Faz parte do processo decisório democrático.

     Mas, instituição financeira – ou qualquer outro agente econômico – imiscuir-se explicitamente em político é novidade sem qualquer traço no passado.

     Certamente, os executivos superiores da instituição – que falou fora de hora – deverão em breve estar no Brasil e, aqui, pedirão audiência às autoridades do Executivo.

     Serão recebidos e proferirão as mais elevadas loas.

     Assim, a nave vai. Como mostrou Federico Fellini.

segunda-feira, 28 de julho de 2014

Estase - por Elreviae (site homônimo)

Mídia usa tradutores da polícia para criminalizar movimentos sociais - por José Ribamar Bessa Freire (Blog da Amazônia / Terra Magazine)

     Terroristas liderados pela badalante Sininho planejavam tocar fogo no Rio de Janeiro e fazer do Maracanã uma gigantesca fogueira junina para impedir a realização da Copa do Mundo 2014. O plano diabólico foi descoberto a tempo pela Delegacia de Repressão a Crimes de Informática (DRCI) que identificou os incendiários, decodificou suas mensagens em linguagem cifrada e prendeu a quadrilha, impedindo a transformação do Rio numa Faixa de Gaza. Esta tudo gravado pela Polícia.

     Foi com base nessas gravações registradas no inquérito policial que o ínclito juiz da 27ª Vara Criminal, Flávio Itabaiana, determinou a prisão dos vândalos. Com estardalhaço, a mídia detalhou o esquema do terror, que consistia em incendiar o prédio da Câmara Municipal, matar policiais, fabricar bombas e explosivos caseiros, quebrar bancos, atacar estádios e até desmoralizar a Seleção Brasileira, contando com a leniência do Felipão e o financiamento de algumas entidades, como os sindicatos de professores, de petroleiros e da saúde (Sepe, Sindpetro e Sindprev) do Rio.

     Como é que soubemos de tudo isso? Autorizada pelo juiz, a polícia grampeou telefones e começou a monitorar emails dos terroristas há mais de um ano. As mensagens gravadas, aparentemente inocentes, mencionavam "livro", "caneta", "aula", "apostila", "caderno" e "prova". O Serviço de Inteligência da Polícia desconfiou dos grampeados, alguns deles professores ou estudantes: "Eles sabiam que estavam sendo monitorados e, por isso, passaram a chamar coquetéis molotovs de 'pisca-pisca' ou ´drinques'; bombas de 'livros'; e ouriços  de 'canetas'. " (O Globo 21/7).

Tá ligado?

     Os nossos sherlocks queimaram a mufa, mas qual Champollion com a Pedra de Roseta decifraram a linguagem esotérica usada pelos ativistas, embora por razões de segurança nunca revelaram seu método. O resultado esta no relatório de duas mil páginas, mantido prudentemente inacessível aos acusados e a seus advogados, mas escancarado aos jornais que divulgaram mensagens dos vândalos. Bendito o país cujas instituições – Policia, Judiciário e  mídia – se unem em defesa da ordem pública!  O Taquiprati acessou o relatório por telepatia e registrou o seguinte diálogo:

Camila Jourdan (ativista, professora da Uerj) – Oi, Bom Dia. Não esquece que hoje tem prova, leva pra aula livro, caderno e caneta.

Igor D Icarahy -  Tou ligado. Hoje vai fazer calor.

Camila – Depois da aula, a gente toma uns drinques no bar.

     Mensagem estranha, muito estranha, não é  não? Uma leitura ingênua, ao pé da letra, não percebe que os dois estavam planejando quebrar bancos e tocar fogo em caixas eletrônicos. Mas os brilhantes tradutores da polícia sacaram que bom dia =  bomba diasfixia; prova = enfrentamento com a polícia; aula = passeata, enquanto bar = agência bancária, fazer calor, evidentemente, significa tocar fogo, tou ligado é vou à manifestação e caneta é mesmo ouriço, aquela peça feita de vergalhões e pregos usada nos protestos. Era dessa forma que os baderneiros se comunicavam.

     Faltava identificar a origem da bufunfa, "o ouro de Moscou" dos velhos tempos, que hoje é negado pelo Putin, um mão-de-vaca. Com destemor, O Globo denunciou em letras garrafais "A Conexão Sindical" que financia os manifestantes com "dinheiro, transporte, carro de som e alimentação". Registrou telefonema em que "Sininho pede a um integrante do Sepe cem quentinhas para um ato". (22/07). Informou ainda que "Sininho liderou a organização das manifestações, não apenas no Rio, mas também em Belo Horizonte (MG), São Paulo (SP) e Porto Alegre (RS). Também tinha a função de arrecadar e distribuir recursos"(21/07).

     Este alerta à pátria foi sem dúvida alguma uma contribuição corajosa da inteligência policial e do Globo, que divulgou declarações do candidato a presidente da República, Aécio Neves, apoiando firmemente a prisão dos baderneiros, o que serviu para desviar o debate sobre o tema secundário do aecioporto construído na fazenda de seu tio com recursos públicos.

O outro lado

     O que O Globo não revelou, mas nós soubemos através de leitura mediúnica do relatório policial, é que a ação de Elisa Quadros, a Super-Sininho, não se limitou à presença ao mesmo tempo nas três capitais mencionadas, mas foi ela que originou o misterioso "apagão" por seis minutos da seleção brasileira no jogo contra a Alemanha. Acontece que o movimento "Não vai ter copa", quando se viu derrotado mudou o objetivo para "Não vai ter hexa". Tem um telefonema antes do jogo contra a Colômbia de Sininho para o Capitão Gancho, codinome do zagueiro Zuñiga:

Sininho – Compañero, acuerdate de las Farc. Dale leña en la tercera vértebra, que me encargo de hablar con  el gran rey de España.

Capitão Gancho – Tranquilo, Campanita! Su merced puede confiar. No te olvides de mi "calentita".

     Zuñiga recebeu a "quentinha" das mãos da própria Sininho, a Campanita,  e em seguida fez o que todo mundo viu na televisão. Depois disso, disfarçada com óculos escuros, Sininho, a fada da baderna, entrou sorrateiramente na Granja Comary, em Teresópolis, onde desestabilizou psicologicamente todos os jogadores da seleção brasileira. Sua presença teria sido facilitada pelo "gran rey de España" que segundo as técnicas clássicas de criptografia usadas pela Polícia seria nada mais nada menos que Felipón.

     Ou você acredita nesta última história, ou não leva a sério nenhuma delas. Há quem ache que se trata de invenção, esquecendo que a Polícia do Rio tem uma tradição de leitura de intenções delituosas. No Arquivo Nacional, no Fundo Polícia da Corte, encontrei um documento que registra a prisão de um índio, em 1831, por "estar numa atitude de quem estava pensando em roubar". Embora não tenha conseguido ler as intenções,  entre outros, dos assassinos da dona do Restaurante Guimas, a polícia usou seu faro para prender, pelo menos, quem estaria pensando em fazer baderna.

     O desembargador Siro Darlan foi um dos que não caiu nessa conversa e concedeu habeas-corpus liberando os presos, no que contou com o apoio de várias instituições como OAB, ABI, Anistia Internacional, Justiça Global, Grupo Tortura Nunca Mais (GTNM) e Rede Nacional de Advogados e Advogadas Populares (RENAP).

- A ordem de prisão, baseada em ilações e conjecturas, carece de fundamentação legal – sentenciou o desembargador. Para ele, "a prisão cautelar é medida excepcional que deve ser decretada apenas quando aparada pelos requisitos legais, em observância ao princípio constitucional da presunção de inocência". Desmoralizou assim as interpretações fantasiosas de grampos telefônicos consideradas pura xaropada e o depoimento à polícia da única testemunha, uma fofoqueira preterida pelo namorado, que teve enorme espaço nos jornais.

     Os ativistas, já em liberdade, acham com razão que a mídia reproduz relatórios policiais sem qualquer senso crítico. Em troca do acesso, às vezes com exclusividade, de dados protegidos por "segredo de justiça", os jornais publicam como verdades acabadas as versões policiais, sem checar com outras versões e sem ouvir o outro lado. Em consequência, acabam criminalizando os movimentos sociais e negando o direito à livre manifestação.

     Não se coloca ninguém no paredão sem chance de defesa. A mídia não publicou uma única linha, sequer uma só palavra, com explicações dos acusados, tratados como criminosos, mas que podem ser vistos também como "jovens que, embora se possa discordar dos seus métodos de atuação política, acreditam em um país melhor", como quer o advogado Patrick Mariano.

     Preciso saber o que a mídia me negou, ou seja, o que minha colega da UERJ tem a dizer sobre as acusações da polícia, porque se "livro" for mesmo "bomba" para incendiar bancos, quero manifestar meu desacordo, ainda que reconheça que há livros que são verdadeiras bombas. Mas se "livro" for apenas "livro", quero somar meu grito ao dela. Afinal, até onde sei, quem quebrou bancos não foi a Sininho e a Camila. Foram  banqueiros como Daniel Dantas, Ângelo Calmon de Sá, Edemar Cid Ferreira, Carlos Eduardo Schahin, acusados de fraudes e evasão fiscal, todos eles em liberdade e que tiveram amplo direito de defesa com espaço na mídia.

Baula Blue- por Andy Lee (Fotografia- site homônimo)

Reinaldo Azevedo e a direita delirante - por Guilherme Boulos (Outras Palavras / Folha)

Imagem: Vítor Teixeira (detalhe)
Não é casual que ultraconservadores brasileiros aplaudam massacre em Gaza. A eles, que um dia tiveram argumentos, restaram o porrete e a incitação ao fascismo

     A direita brasileira já foi melhor. Teve nomes como Roberto Campos e José Guilherme Merquior entre seus quadros, formulando sobre teoria econômica e política internacional. Naquele tempo, a direita recorria a argumentos, além do porrete. Hoje restou apenas o porrete, aplicado a esmo sem maiores requintes de análise.

     Impressiona o baixo nível intelectual dos representantes da direita no debate público nacional. Não elaboram, não buscam teoria nem referências. Não fazem qualquer esforço para interpretar seriamente a realidade. Apenas atiram chavões, destilando preconceitos de senso comum e ódio de classe.

     Reinaldo Azevedo é hoje o maior representante dessa turma. Com 150 mil acessos diários em seu blog mostra que há um nicho de mercado para suas estripulias. Ao lado dele tem gente como Rodrigo Constantino, aquele que se orgulha das viagens a Miami e se despontou como legítimo defensor dos sacoleiros da Barra da Tijuca.

     Antes os intelectuais de direita iam fazer estudos em Paris. Agora vão comprar roupas em Miami. Sinal dos tempos e das mentes.

     Dispostos a tudo para fazer barulho no debate público, mas sem substância em suas análises, aproximam-se frequentemente de um discurso delirante.

     Reinaldo Azevedo jura que o governo petista quer construir o comunismo no Brasil. E vejam, ele não está falando do Lula de 1989, mas do governo do PT de 2003 a 2014. Sim, o mesmo que garantiu lucros recordes aos bancos e empreiteiras na última década. Que manteve as bases da política econômica conservadora e que nem sequer ensaiou alguma das reformas populares historicamente defendidas pela esquerda. Neste governo que, com muito esforço, pode ser apresentado como reformista, ele enxerga secretas intenções socializantes. Certamente com o apoio da Odebrecht e de Katia Abreu. Só no delírio…

     Para ele, João Goulart é que era golpista em 64. Os black blocs são amigos do ministro Gilberto Carvalho. E as pessoas só são favoráveis às faixas exclusivas de ônibus por medo de serem acusadas de elitistas. Ah sim, sem esquecer que a mídia brasileira – a começar pelas Organizações Globo – é controlada sistematicamente pela esquerda.

     Ele baba, ele xinga. Ofende os fatos e fantasia perigos. Lembra, embora com menos poesia, dom Quixote atacando os moinhos de vento.

     A pérola mais recente é escabrosa: Israel seria vítima do marketing internacional do Hamas. No momento em que o mundo vê a olhos nus centenas de palestinos serem massacrados na Faixa de Gaza, ele denuncia uma conspiração internacional de mídia contra o Estado de Israel. Encontrou eco no também direitista delirante Luis Felipe Pondé, em artigo na Folha de S.Paulo.

     Teoria da conspiração vá lá, até pode ter seu charme; mas, como dizia Napoleão, entre o sublime e o ridículo há apenas um passo. Reinaldo Azevedo e seus sequazes já atravessaram faz tempo esta fronteira.

     De fato, os textos que têm se prestado a publicar acerca do genocídio na Palestina já superaram o ridículo. Chegaram ao cinismo. Dizer que as crianças mortas na Faixa de Gaza são marketing é uma afronta do mesmo nível da deputada sionista que defendeu o extermínio em série das mulheres palestinas para impedir a procriação. É apologia covarde ao genocídio e ao terrorismo de Estado.

     A direita se diferencia da esquerda, dentre outras coisas, pela análise dos fatos. Mas não por criar fatos ou ignorá-los. Ao menos quando tratamos de uma direita séria.

     No caso de Reinaldo Azevedo e dos seus, estamos num outro campo. Não é apenas a direita. É uma direita delirante. A psiquiatria clínica é clara: negação dos dados da experiência, somada a uma reconstrução da realdade pela fantasia chama-se delírio. Aqui há ainda o agravante da fixação em temas recorrentes. PT, movimentos populares e mais uns dois ou três.

     Um delírio em si é inofensivo. O problema é quando começa a juntar adeptos, movidos por ódio, preconceitos e mentiras. É assim que nascem os movimentos fascistas. Quem defende extermínio higienista em Gaza também deve defendê-lo no Complexo do Alemão ou em Paraisópolis.

     Reinaldo Azevedo certamente ainda não representa um risco político real, mas o crescimento de seus seguidores é um sintoma preocupante da intolerância e desapego aos fatos que ameaçam o debate público no Brasil.


Texto publicado originalmente na coluna de Guilherme Boulos na “Folha de S.Paulo”

Comentário
Chega a ser irônico: tudo que foi descrito neste artigo é sintomaticamente veraz e (nem precisava), mas foi mais uma vez comprovada na "resposta" que o fascista-mor relinchou em seu site.
E há quem deixe seu cérebro ser corrompido por um degenerado como esse Reinaldo Azevedo.
É uma lástima. 

quarta-feira, 23 de julho de 2014

Olhos famintos - por Erica Dal Maso (Ilustração - deviantart)

Já pouca Palestina resta. Pouco a pouco, Israel esta a apagá-la do mapa - por Eduardo Galeano (Sin Permiso / Esquerda.net)

     Desde 1948, os palestinianos vivem condenados à humilhação perpétua. Não podem sequer respirar sem autorização. Têm perdido a sua pátria, as suas terras, a sua água, a sua liberdade, tudo. Nem sequer têm direito a eleger os seus governantes.     

     Para justificar-se, o terrorismo de Estado fabrica terroristas: semeia ódio e colhe álibis. Tudo indica que esta carnificina de Gaza, que segundo os seus autores quer acabar com os terroristas, conseguirá multiplicá-los.

     Desde 1948, os palestinianos vivem condenados à humilhação perpétua. Não podem nem sequer respirar sem autorização. Têm perdido a sua pátria, as suas terras, a sua água, a sua liberdade, tudo. Nem sequer têm direito a eleger os seus governantes. Quando votam em quem não devem votar, são castigados. Gaza esta a ser castigada. Converteu-se numa ratoeira sem saída, desde que o Hamas ganhou legitimamente as eleições em 2006. Algo parecido ocorreu em 1932, quando o Partido Comunista triunfou nas eleições de El Salvador.

     Banhados em sangue, os habitantes de El Salvador expiaram a sua má conduta e desde então viveram submetidos a ditaduras militares. A democracia é um luxo que nem todos merecem. São filhos da impotência os rockets caseiros que os militantes do Hamas, encurralados em Gaza, disparam com desleixada pontaria sobre as terras que tinham sido palestinianas e que a ocupação israelita usurpou. E o desespero, à orla da loucura suicida, é a mãe das ameaças que negam o direito à existência de Israel, gritos sem nenhuma eficácia, enquanto a muito eficaz guerra de extermínio esta a negar, desde há muitos anos, o direito à existência da Palestiniana. Já pouca Palestiniana resta. Pouco a pouco, Israel esta a apagá-la do mapa.

     Os colonos invadem, e, depois deles, os soldados vão corrigindo a fronteira. As balas sacralizam o despojo, em legítima defesa. Não há guerra agressiva que não diga ser guerra defensiva. Hitler invadiu a Polónia para evitar que a Polónia invadisse a Alemanha. Bush invadiu o Iraque para evitar que o Iraque invadisse o mundo. Em cada uma das suas guerras defensivas, Israel engoliu outro pedaço da Palestina, e os almoços continuam. O repasto justifica-se pelos títulos de propriedade que a Bíblia outorgou, pelos dois mil anos de perseguição que o povo judeu sofreu, e pelo pânico que geram os palestinianos à espreita. Israel é o país que jamais cumpre as recomendações nem as resoluções das Nações Unidas, o que nunca acata as sentenças dos tribunais internacionais, o que escarnece das leis internacionais, e é também o único país que tem legalizado a tortura de prisioneiros. Quem lhe presenteou o direito de negar todos os direitos? De onde vem a impunidade com que Israel esta a executar a matança em Gaza? O governo espanhol não pôde bombardear impunemente o País Basco para acabar com a ETA, nem o governo britânico pôde arrasar a Irlanda para liquidar o IRA. Talvez a tragédia do Holocausto implique uma apólice de eterna impunidade? Ou essa luz verde vem da potência 'manda chuva' que tem em Israel o mais incondicional dos seus vassalos? O exército israelita, o mais moderno e sofisticado do mundo, sabe quem mata. Não mata por erro. Mata por horror. As vítimas civis chamam-se danos colaterais, segundo o dicionário de outras guerras imperiais.

     Em Gaza, de cada dez danos colaterais, três são meninos. E somam milhares os mutilados, vítimas da tecnologia do esquartejamento humano, que a indústria militar esta a ensaiar com êxito nesta operação de limpeza étnica. E como sempre, sempre o mesmo: em Gaza, cem a um. Por cada cem palestinianos mortos, um israelita. Gente perigosa, adverte o outro bombardeamento, a cargo dos meios massivos de manipulação, que nos convidam a achar que uma vida israelita vale tanto como cem vidas palestinianas. E esses meios também nos convidam a achar que são humanitárias as duzentas bombas atômicas de Israel, e que uma potência nuclear chamada Irã foi a que aniquilou Hiroshima e Nagasaki.

     A chamada comunidade internacional, existe? É algo mais que um clube de mercadores, banqueiros e guerreiros? É algo mais que o nome artístico que os Estados Unidos assumem quando fazem teatro? Ante a tragédia de Gaza, a hipocrisia mundial destaca-se uma vez mais. Como sempre, a indiferença, os discursos vazios, as declarações ocas, as declamações altissonantes, as posturas ambíguas, rendem tributo à sagrada impunidade. Ante a tragédia de Gaza, os países árabes lavam as mãos. Como sempre. E como sempre, os países europeus esfregam as mãos.

     A velha Europa, tão capaz de beleza e de perversidade, derrama uma ou outra lágrima enquanto secretamente celebra esta jogada de mestre. Porque a caça aos judeus foi sempre um costume europeu, mas desde há meio século essa dívida histórica esta a ser cobrada aos palestinianos, que também são semitas e que nunca foram, nem são, antissemitas. Eles estão a pagar, em sangue, na pele, uma conta alheia.

(Este artigo é dedicado aos meus amigos judeus assassinados pelas ditaduras latino americanas que Israel assessorou)

Artigo publicado no Sin Permiso.
Tradução de Mariana Carneiro para o Esquerda.net.

O trabalhador Fatigado - por Giorgio de Chirico (Pintura - chloeemeriauhistoiredelart)

Dissecando a criação da personagem Sininho pela imprensa - por Sergio Martins (Jornal GGN / Blog do Nassif)

     O caso de Sininho é particularmente instrutivo, por seu destaque, para reconstituir o funcionamento da imprensa na condução de verdadeiros linchamentos públicos. Sua primeira aparição nas páginas de um jornal, salvo engano, foi na famigerada página dos “70 vândalos”, em 17 de outubro, a mesma que rendeu do editor-executivo Pedro Dória elogios à equipe por “revelar personagens”; lá ela era “Sininho do barulho”. Nas matérias relacionadas a essa prisão, as evidências contra Sininho são o fato dela ter declarado que “vive na rua” e ter em sua página de Facebook um símbolo anarquista (ou seja, o crime aqui é a simpatia anarquista). Apesar disso, um depoimento de outra ativista refuta a ideia de que Sininho seja líder do que quer que seja, reiterando que “o movimento não tem líderes.”

     Daí em diante o Globo começa a seguir seu personagem, construindo-o ao longo da trajetória. Em 25 de outubro, fotografa ela falando para professores em greve. Sua aparição seguinte é já em fevereiro de 2014, novamente como um personagem, agora no conto de terceiros: é a história do advogado Jonas Tadeu, que diz ter ouvido de Sininho sobre as “ligações” entre Fábio Raposo e Marcelo Freixo. Em declaração ao jornal, no dia 10, Sininho nega ter sido fonte das declarações e diz inclusive que sempre repudiou a violência mesmo como tática de protesto. Nas matérias seguintes, o nome dela segue flutuando, embora fique claro para o leitor que a acusação real contra ela é, no máximo, a de intermediar apoio jurídico a presos em protestos.

     Com a morte de Santiago, o tom das matérias se acirra. No dia 13 aparece num box de “perfis”, dentro de uma matéria intitulada “Ataque à Liberdade de Expressão”, na companhia do advogado Jonas Tadeu e de Fábio Raposo. O “perfil”, escrito por Elelnice Bottari, vem com o título: “Com nome de fada, mas fama de encrenqueira”. Uma reedição do “Sininho do barulho”. Apesar de reconhecer que pouco se sabe da vida dela antes das manifestações, a autora afirma que seu discurso mudou e a retrata como alguém que inicialmente “pedia calma” aos black blocs com quem “caminhava junto”, mas que conquistou liderança no Ocupa Câmara e gritava palavras de ordem e segura ovos para atirar em Chiquinho Brazão (PMDB), aquele que foi empurrado goela abaixo como presidente da CPI dos Ônibus. Diz ainda que Sininho foi presa por desacato por supostamente ter chamado de “macaco” um policial e que ela teria chamado jornalistas de “carniceiros”. Esse último ponto vem junto de uma frase sobre a morte de Santiago, como que para insinuar alguma espécie de simpatia ou concordância com o ocorrido. Logo em seguida, Bottari escreve que Sininho “arrumou mais confusão” ao ser acusada por Jonas Tadeu de ter falado da tal ligação com Freixo. Repito: ela foi acusada, desmentiu a acusação dias antes, mas aparece na matéria como o sujeito da frase: “arrumou mais confusão”.

     No dia seguinte, 14 de fevereiro, entra em cena o factóide das doações de vereadores e do delegado Orlando Zaccone, sob o título “Manifestações Violentas em Xeque”. A matéria de Luiz Ernesto Magalhães abre comentando que mesmo após sua prisão (com os “70 vândalos”), Sininho continuou “circulando com desenvoltura” nos salões da Câmara de Vereadores. A própria matéria reconhece que a finalidade das doações era uma festa de Natal para a população de rua da Cinelândia, mas o título e o destaque não deixam mentir: o tom da matéria é o da insinuação de que algo impróprio teria ocorrido. “Dar dinheiro a manifestantes” é algo retratado praticamente como um financiamento ao crime.

     No dia 17 de fevereiro, página 2. Na coluna de Ricardo Noblat, a foto de Sininho é contraposta a da jovem guerrilheira Dilma Roussef. A justaposição já diz tudo: embora o governo engrosse o discurso de criminalização das manifestações (há inclusive uma fala de José Eduardo Cardozo a esse respeito na coluna), a oposição manifesta do Globo faz o jogo do leitor e representa Dilma como uma radical simpática a uma versão deturpada do que seria a agenda das manifestações: a apologia da violência e o ataque à democracia. Mas vejamos o que o colunista tem a dizer sobre Sininho: 1) ela é uma black bloc (o que nesse momento já era sinônimo de criminoso); 2) ela “usa a a violência para derrubar... nem ela mesma sabe direito o quê.” – o personagem aqui já se tornou ele próprio violento, ainda que literalmente nenhuma evidência nesse sentido tenha aparecido; 3) “Suponho que Sininho e sua turma desejam ferir gravemente o regime democrático sob o qual vivemos.” – aqui, o colunista distingue Dilma de Sininho, pois esta – acusada de ser parte ativa de uma turma violenta – estaria na verdade lutando contra a democracia pela qual lutaram e sofreram Dilma e tantos outros (o fato do Globo ter na época defendido a ditadura e tratado os seus opositores também como uma “turma violenta” e antidemocrática não vem ao caso, claro).

     A moda da justaposição de imagens pega: no final da coluna de Ancelmo Góis, no dia 20, há uma foto de Sininho ao lado de uma de Débora Falabella, com a seguinte legenda: “Tem gente achando que Sininho, a espevitada ativista, lembra um pouco Débora Falabella. Nada contra... a talentosa atriz!”. Não é nada, não é nada, é um indício de que o foco no personagem passa pelo casting; o fato de ser mulher, jovem, bonita e aparentemente doce serve tanto para justificar todo tipo de jogo de palavras barato com sua suposta periculosidade quanto para incitar juízos misóginos.

     Sininho aparece novamente numa matéria de 16 de abril sobre – mais uma vez – um protesto que terminou em “baderna”. Mais precisamente: “O protesto, que começou pacífico e contro com a presença de ativistas como Elisa Quadros, a Sininho, virou uma verdadeira baderna à tarde”. Qual teria sido o papel de Sininho disso? O Globo não diz, e nem precisa, já que ela já é, nessa altura do campeonato, uma “vândala” que “usa a violência” para “ferir gravemente a democracia”. Sua mera presença já é caso de página policial.

     Na notícia de 14 de junho, Sininho já está indiciada por incitar a violência. Na mesma notícia, é mencionado que ela também é testemunha de acusação do processo contra os PMs que plantaram rojões na mochila de um adolescente na Lapa (momento capturado num vídeo, diga-se de passagem, gravado pelo próprio Globo). Mas esse não é o ponto de destaque: o que importa é que o personagem finalmente colou na pessoa a ponto de produzir consequências legais graves. Daí em diante, todos conhecem a história.

     Tirem suas conclusões. Para mim, o caso da construção do personagem Sininho é exemplo de como a “jurisprudência muda” de que falou o Safatle em uma coluna recente não é restrita aos trâmites da justiça. De notícia em notícia, de página em página, disparates sem fundamento viraram suspeitas que viraram condenação pública que viraram alvo de inquérito. Os ingredientes são tóxicos: criminalização, má-fé e misoginia. Isso porque eu nem precisei entrar no mérito dos editoriais do jornal para reconstituir essa narrativa. Em suma, o que está correndo em sigilo de justiça é só uma parte do inquérito. Uma outra, talvez a mais importante, vem correndo a olhos vistos na página dos jornais desde junho do ano passado.

Guerra de travesseiros dos beatles - por Harry Benson (Fotografia)

Picadinhas

Esperar que a vida te trate bem porque você é uma boa pessoa é como esperar que um tigre não te ataque porque você é vegetariano. (Bruce Lee)
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Sou contra o bolsa aeroporto. Ao invés de dar aeroportos os tucanos deveriam ensinar o povo a voar.
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A menina é tão falsa e mentirosa que se for picada por uma cascavel, quem morre é a cobra.
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Folha trouxe matéria sobre coxinha de 1 kg. Pra arrumar coxinhas com mais de 70 kg, nem precisaria sair da redação.
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A TV Globo exibiu sábado o último capítulo da novela Em Família, baseada em Aécio Neves. Hoje estreia Império, baseada no mesmo personagem na mesma emissora.
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- Senhor, nunca traí, nunca roubei, nunca cobicei a melhor do próximo, nunca matei, por que o senhor esta me mandando para o inferno?
- Porque você ficava marcando as pessoas no facebook.
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José Sarney: Você é o meu melhor amigo. Diga, sinceramente, o que acha do meu governo.
Oliveira Bastos: É uma merda, Zé!
E dona Marly mostrou o caminho da rua para o jornalista.
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Aécio é homem de visão. Fez seu aeroporto naquela época pensando no caos aéreo durante a Copa.
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Repito tanto os mesmos erros que nem os chamo mais de “erros”. Chamo de “tradições”.
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Os soldados israelenses um dia vão sair de Gaza com a sensação da barbárie cumprida.
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A candidatura de Aécio fez pouso de emergência no aeroporto de Cláudio.
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Não imagina as loucuras que Eduardo Campos vem fazendo pro vizinho da casa ao lado saber quem ele é.
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Rejeição à Folha cresce principalmente no Sudeste, Sul, Centro-Oeste, Norte e Nordeste, segundo o Estado d'Alma.
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Matar o sonho é matarmo-nos. É mutilar a nossa alma. O sonho é o que temos de realmente nosso, de impenetravelmente e inexpugnavelmente nosso. (Fernando Pessoa)
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Pesquisa do Datafolha tem a margem de precisão das previsões da Folha sobre o caos na Copa. Para mais ou para menos.
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Para Benjamin Netanyahu, o ideal é que Gaza deixe de ter população e passe a ter apenas sobreviventes.
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Alckmin deve ter algum tipo de mel na careca, porque quanto pior fica o governo dele em São Paulo, mais aumenta a popularidade.
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Jornalões enrustem que a candidatura de Eduardo derrete em praça pública. Se ele não sobe, só lhes resta torcer pelo Pastor Everaldo.
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Novo ranking da FIFA: 1. Alemanha… 7. Brasil… Aposto que foi de propósito para continuar a humilhação.
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"Aéreo Neves", "Caos Aécio", "MeriTIOcracia", "Programa Aeroporto da Família" ou "Meu Aeroporto Minha Vida": você é quem escolhe.
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"A menos que se viva e se ame nas trincheiras, é difícil lembrar que a guerra contra a desumanização é incessante." (Audre Lord)
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Editor do JN: O que temos para esfriar hoje?
Ali Kamel: Bota os Brics no freezer.
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Nasa acredita que encontrará alienígenas dentro de 20 anos. Demorô. São velhos conhecidos de Baby do Brasil, Elba Ramalho e Rita Lee.
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A Copa foi incrível mas nada supera a emoção do Brasileirão, hein?
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Rainha Vitória decretou que a Bolívia não existe. Midiazona foi além: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul não existem também.
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Número de visitantes que o país recebeu na Copa superou todas as expectativas. Imagine quantos seriam sem o terrorismo midiático.
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A mãe pergunta ao filho:
- De manhã você vai a aula, as duas horas ao francês, as quatro ao futebol, as seis a aula de música e as oito a aula de reforço. Alguma dúvida?
- E que horas eu vou ser criança?
(Armandinho)
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Aécio diz que FHC é um estadista e fez um governo de esquerda. Chamem o Detran e vejam se dessa vez ele não escapa do bafômetro.
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Nem tudo que eu postar é indireta, mas tudo que eu atingir é consciência pesada.
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O Brasil fez um negócio da China. Fique perfeitamente desinformado sobre ele, daqui a pouco, no Jornal Nacional.
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Outra surpreendente goleada: Rio esperava 1 bi na economia durante a Copa mas injetaram 4,4.
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Jamais nos envergonhemos de nossas lágrimas, pois elas são a chuva sobre a poeira ofuscante da terra, que cobre nossos corações duros. Somos melhores depois que choramos. (Charles Dickens)
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O tempo passa, a barba cresce, e William Waack nos assombra de madrugada com a máscara mortuária que merece.
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A reforma do nosso futebol é inevitável. O primeiro passo seria sair da fazenda que era dos Guinle. Não se cria craque em Granja. Só pinto.
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"Socorro! Os russos estão chegando!" (Rodrigo Constantino)
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Meu coração não é maior que o mundo.
É muito menor.
Nele não cabem nem as minhas dores.
(Carlos Drummond de Andrade)
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Pra que tanta câmera, irmão, se o narrador é o Galvão?
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Somos donos de nossos atos, mas não donos de nossos sentimentos. Somos culpados pelo que fazemos, mas não somos culpados pelo que sentimos. (Rubem Alves)
Jornalões partiram pro "outubro ou nada", como recomenda Ferreira Gullar.
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Procura-se: vizinho sem senha no wi-fi
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Os Brics virariam Rics caso os tucanos continuassem mandando no Brasil.
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Estadão bate recorde de visualizações no feriado de 9 de julho. Eram internautas loucos por detalhes da Revolução dos Mesquitas em 1932.
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Bisneta de Baleia não aceita participar do remake de Vidas Secas no Cantareira: "Eu não sou cachorra, não!"
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Asas são algemas para quem não sabe voar. (Pio Vargas)
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Veja faz hoje o idiota de hoje mesmo.
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Meu sonho – terminar um relacionamento dizendo:
- Mil cairão ao teu lado. Dez mil cairão a tua direita. E eu... to caindo fora! (Natirinhas)
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Quer ver um barão da mídia perder os pontos cardeais? Diga-lhe que o mundo inteiro achou que esta foi a melhor de todas as Copas.
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To chorando demais no meu trabalho, será que alguém tem o telefone da psicóloga da Seleção?
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A única inflação nacional fora de controle é a da manipulação do noticiário.
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Assistir Série B depois da Copa do Mundo, é o mesmo que um homem ir para a balada pegar a Gisele Bündchen e acordar ao lado da Geisy Arruda.
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Eleitor: prepare-se para limpar a tela do computador. Teremos a mais suja campanha pela internet desde o Windows 95.
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Vou ali voar pela Malaysia Airlines. Depois eu conto a sensação.
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Brasileiro é muito negativo. Pelé fez mais de mil gols, ganhou três Copas, comeu a Xuxa e vocês só falam do gol que ele não fez.
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Dona Lúcia: Como faço para mandar uma cartinha para esta Regina Cazé? O Esquenta consegue ser pior que a seleção do meu Felipinho!
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Imprensa do Ocidente trata caso do voo da Malásia com linguajar aposentado da Guerra Fria.
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Você é de uma hipocrisia encantadora.
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Que a pessoa fale de boca cheia, tudo bem. Ruim mesmo é quando falam com a cabeça vazia.
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"Baixaria" e "veja" na mesma frase é redundância. (Cynara Menezes)
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Pais super protetores criam os melhores mentirosos.
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Vou me vingar da pior maneira que você possa imaginar. Vou deixar pra lá. (John Steinbeck)
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Para entender melhor a CBF: Fernando Sarney, cérebro da famiglia e do Império maranhense, é vice-presidente regional da entidade.
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Em casa de menino de rua, o último a dormir apaga a lua. (Giovani Baffô).
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Estado de Minas não tem uma linha sequer sobre o Aeroporto da família do Aécio. Esse não é chapa branca, é transparente!!!
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Eu queria emagrecer 10 quilos. Agora só faltam 16.
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Cony, um dos signatários dos editoriais do Correio da Manhã pedindo a queda da Jango, agora quer Revoluções Francesa e Russa Djá no país. Eita!
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Podolski deve estar chateadíssimo com a situação do flamengo.
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O problema é que basta crescer um pouco para se sentir um adulto completo; e envelhecer muito, para querer se sentir criança de novo. (Priscila Yamany)
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Datafolha: "Dilma ganha no primeiro turno, mas perde no segundo, que não vai ter". (?)
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O amor é sede depois de se ter bem bebido. (Guimarães Rosa)
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Minha teoria da conspiração: Quem dirigiu a seleção foi o sósia já q Felipão foi sequestrado por Bin Laden para dirigir o Al Qaeda da Sadia.
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Achar que Maradona és mas grande que Pele é como achar que filmes da Xuxa são mais densos que os argentinos.
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Vou ali, ver se Dunga já me convocou. Volto no segundo tempo.
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By Zombozo Kropotkin, Palmério Dória e Revista Bula, com adicionais.