quarta-feira, 27 de julho de 2016

Caçadores de mel do Nepal - por Eric Valli (Fotografia - site homônimo)

Arraso deseducado

     Na mesma semana:
- A querida Rede Globo, esta emissora que tanto contribuiu e contribui para a majoração dos ideais democráticos no Brasil, defende (em editorial, frise-se) o fim do ensino público em instituições federais de ensino superior.
- É aprovada em primeira instância na Câmara dos deputados (tão boa quanto Eduardo Cunha) a cobrança absurda, imoral, acintosa de cursos de pós-graduação em instituições públicas.
- Acabou-se com o programa Ciências sem Fronteiras (para não admitir a verdade que o programa foi eliminado, o governo golpista e ilegítimo, de maneira sabuja e hipócrita diz que o programa foi “alterado”).
- Avançam as discussões sobre o projeto de inspiração nazifascista “escola sem partido”.

     É bom que todos tenham a exata noção da amplitude destas ações: é um ideal claro, propositado, destruir o ensino público brasileiro de A à Z (sem KY e W), eliminando o pensamento crítico, eliminando a liberdade, eliminando a divergência, eliminando o acesso de qualquer brasileiro à instituições públicas de ensino superior. Querem (e estão conseguindo) arrasar a educação brasileira de ponta a ponta.

     O que se tenta de maneira deliberada, no fim das contas, é transformar os alunos brasileiros nas cabeças de gado que se encaminham pacificamente para o abatedouro.

      O conservadorismo sabe que um dos últimos bastiões onde o fascismo ainda não grassou, onde o fascismo ainda não tomou conta na sociedade, são nas instituições públicas de ensino superior. Conseguiram que o fascismo, mais ou menos despudorado, tomasse conta da mídia, das igrejas (com raras e honrosas exceções), do judiciário praticamente na sua totalidade, das polícias, etc. 

     Como as universidades resistiram, são alvos de um ataque maciço, evidentemente orquestrado.

     Pensar que alguns anos atrás discutíamos royalties do Fundo Social do Pré-Sal para a educação, educação em período integral, 10% do PIB para a educação, e agora estamos nesse estado... seria de se impressionar como conseguimos degenerar tão profundamente em um espaço de tempo tão curto. Não impressiona, não espanta, porque sabíamos quais as forças que impulsionavam o golpe – e que agora mostram mais uma vez, de maneira impudente, sua face monstruosa.

     Uma lástima.

P.S.: A família Marinho e as organizações globo são inimigas do Brasil e dos brasileiros, e assim devem ser tratadas.

terça-feira, 26 de julho de 2016

Papel de parede - por New Evolution Designs

Escracho - por Eleonora de Lucena (Folha)

     A elite brasileira está dando um tiro no pé. Embarca na canoa do retrocesso social, dá as mãos a grupos fossilizados de oligarquias regionais, submete-se a interesses externos, abandona qualquer esboço de projeto para o país.

     Não é a primeira vez. No século 19, ficou atolada na escravidão, adiando avanços. No século 20, tentou uma contrarrevolução, em 1932, para deter Getúlio Vargas. Derrotada, percebeu mais tarde que havia ganho com as políticas nacionais que impulsionaram a industrialização.

     Mesmo assim, articulou golpes. Embalada pela Guerra Fria, aliou-se a estrangeiros, parcelas de militares e a uma classe média mergulhada no obscurantismo. Curtiu o desenvolvimentismo dos militares. Depois, quando o modelo ruiu, entendeu que democracia e inclusão social geram lucros.

     Em vários momentos, conseguiu vislumbrar as vantagens de atuar num país com dinamismo e mercado interno vigoroso. Roberto Simonsen foi o expoente de uma era em que a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) não se apequenava.

     Os últimos anos de crescimento e ascensão social mostraram ser possível ganhar quando os pobres entram em cena e o país flerta com o desenvolvimento. Foram tempos de grande rentabilidade. A política de juros altos, excrescência mundial, manteve as benesses do rentismo.

     Quando, em 2012, foi feito um ensaio tímido para mexer nisso, houve gritaria. O grupo dos beneficiários da bolsa juros partiu para o ataque. O Planalto recuou e se rendeu à lógica do mercado financeiro.

     Foi a senha para os defensores do neoliberalismo, aqui e lá fora, reorganizarem forças para preparar a reocupação do território. Encontraram a esquerda dividida, acomodada e na defensiva por causa dos escândalos. Apesar disso, a direita perdeu de novo no voto.

     Conseguiu, todavia, atrair o centro, catalisando o medo que a recessão espalhou pela sociedade. Quando a maré virou, pelos erros do governo e pela persistência de oito anos da crise capitalista, os empresários pularam do barco governista, que os acolhera com subsídios, incentivos, desonerações. Os que poderiam ficar foram alvos da sanha curitibana. Acuada, nenhuma voz burguesa defendeu o governo.

     O impeachment trouxe a galope e sem filtro a velha pauta ultraconservadora e entreguista, perseguida nos anos FHC e derrotada nas últimas quatro eleições. Privatizações, cortes profundos em educação e saúde, desmanche de conquistas trabalhistas, ataque a direitos.

     O objetivo é elevar a extração de mais valia, esmagar os pobres, derrubar empresas nacionais, extinguir ideias de independência. Em suma, transferir riqueza da sociedade para poucos, numa regressão fulminante. Previdência, Petrobras, SUS, tudo é implodido com a conversa de que não há dinheiro. Para os juros, contudo, sempre há.

     Com instituições esfarrapadas, o Brasil está à beira do abismo. O empresariado parece não perceber que a destruição do país é prejudicial a ele mesmo. Sem líderes, deixa-se levar pela miragem da lógica mundial financista e imediatista, que detesta a democracia.

     Amargando uma derrota histórica, a esquerda precisa se reinventar, superar divisões, construir um projeto nacional e encontrar liderança à altura do momento.

     A novidade vem da energia das ruas, das ocupações, dos gritos de "Fora, Temer!". Não vai ser um passeio a retirada de direitos e de perspectiva de futuro. Milhões saborearam um naco de vida melhor. Nem a "teologia da prosperidade" talvez segure o rojão. A velha luta de classes está escrachada nas esquinas.

*   ELEONORA DE LUCENA, 58, jornalista, é repórter especial da Folha. Editora-executiva do jornal de 2000 a 2010, escreve livro sobre Carlos Lamarca

terça-feira, 19 de julho de 2016

Fotografia manipulada - por Pexels

O desafio de desapropriar a Oi-Telemar - por Luis Nassif (Jornal GGN)

     Compete a um governo interino, vulnerável, suscetível a qualquer forma de pressão, propenso a grandes negócios, o desafio empresarial da década: a intervenção na Oi-Telemar.

     E não haverá como afastar de si esse cálice. Cerca de 2.500 municípios dependem da Oi-Telemar não apenas para a telefonia fixa, mas também celular. Seus sistemas de interconexão são fundamentais para o tráfego de celulares. Portanto, torna-se um caso de segurança nacional.

     A Lei Geral das Comunicações prevê a intervenção. Mas a Oi-Telemar está nas mãos de fundos abutres e de acionistas especializados em chantagem. São investidores que compram ações de empresas em dificuldades, especialmente aquelas penduradas no sistema bancário, e depois criam dificuldades para qualquer forma de ajuste, visando valorizar sua participação. Acabam lucrando não com a valorização das ações, mas com o poder de chantagem.

     Chega ao fim o maior golpe já aplicado contra o serviço público brasileiro, graças a dois governos consecutivos: FHC e Lula.

     FHC amparou Daniel Dantas nas jogadas da privatização. Permitiu que parte das Teles fosse leiloada a investidores que não se dispunham nem a aportar capitais nem a correr riscos.

     Grupos como o Opportunity, o GP (na era Lehman), Andrade Gutierrez, grupo Jereissatti, Inepar, assumiram o controle de Teles e passaram a resolver seus problemas financeiros exaurindo seu caixa.

     No governo FHC, Dantas conseguiu o controle da Brasil Telecom com menos de 1% do capital.

     Valendo-se do boom da Nasdaq, Esses grupos empurraram para a Oi-Telemar por preços exorbitantes empresas de Internet, como o IG e a HpG, datacenters, empresas de fibras óticas, em jogadas escandalosas. Um a um os grupos fizeram fortunas em cima da empresa. No governo Lula, o Opportunity deve ter ganhado R$ 7 bilhões, o mais caro cala-boca da história. Atrás dele, todos os demais grupos procederam à jogadas à custa da empresa.

     No governo Dilma, o então Ministro das Comunicações Paulo Bernardo transformou uma multa de cerca de R$ 2,5 bilhões em novos investimentos - que teriam que ser feitos independentemente da multa.

     A aventura final foi com o grupo português da Ongoing e da Portugal Telecom. Montou-se uma fusão mal explicada, vendendo a ideia de que nasceria uma supertele para conquistar os mercados da América Latina e África. Foi a última grande tacada em cima da Oi-Telemar, a aquisição de US$ 700 milhões em bônus do Grupo Espírito Santo, português, que já estava quebrado.

     Agora se tem essa armadilha, com a empresa refém de fundos abutres e de chantagistas. A operação exigirá competência técnica, isenção, idoneidade e espírito público das pessoas que serão incumbidas da operação.

     Não se tenha dúvida que Moreira Franco emprestará sua conhecida idoneidade e competência para resolver o problema. E, ciente da relevância patriótica da operação, outros varões de Plutarco, como Eliseu Padilha e Romero Jucá, não irão perder a oportunidade de ajudar o país.

Fotografia manipulada - por Planwallpaper

O colapso ético – por Roberto Amaral (CartaCapital)

Novo presidente da Câmara, Rodrigo Maia é recebido pelo interino Michel Temer
     Nada menos do que 117 deputados federaisrespondem a inquéritos, alguns de natureza penal, outros por compra de votos, quase todos acusados de corrupção.

     Por seu turno, e coroando o escândalo que só não é visto por quem não quer, mais de uma dezena de senadores são alvos de processos de natureza vária, desde delitos eleitorais a crimes comuns.

     Um deles, então líder do governo, foi preso em pleno exercício do mandato, o que denota tanto o caráter da composição da câmara alta quanto sua pusilanimidade.

     Seu ainda presidente sobrevive toureando os processos que lhe move o Ministério Público, alguns já acatados pelo Supremo Tribunal Federal.

     Esse quadro, que sugere um colapso ético, que revela a iminente tragédia política, se reproduz, como fractal, por todo o país, nos parlamentos estaduais e nos municipais, indicando os riscos que ameaçam a mambembe democracia representativa de nossos tristes dias, infectada pelo vírus letal da ilegitimidade, que mais a distancia da soberania popular.

     O deputado Eduardo Cunha, afastado do mandato parlamentar por inédita ordem do STF e presentemente aguardando a inevitável cassação de seu mandato (não obstante a solidariedade cúmplice de seus correligionários), é réu em processos da mais vária natureza.

     Do inefável ex-presidente da Câmara dos Deputados pode-se dizer que se trata de profissional, com rica folha corrida, figura icônica da nova ordem política brasileira, esta que aos trancos e barrancos nos governa, violando a ordem constitucional e ferindo tudo o que se assemelhe a hora e dignidade.
Dessa ordem política de hoje, mesquinha e pobre, pedestre, aflora o nanismo de personagens da linhagem de Michel Temer, Jair Bolsonaro, Ronaldo Caiado, Eliseu Padilha, Romero Jucá, Geddel Vieira Lima ..., nossos governantes de hoje, e, dentre outros, esse lamentável Waldir Maranhão, ora retornado ao ostracismo, cuja alçada à presidência interina da Câmara dos Deputados por si só é a mais contundente demonstração da falência de um Parlamento que não se dá a respeito.

     A sobrevida parlamentar de Cunha, por sinal, deriva diretamente de sua condição como líder do 'Centrão', o valhacouto que o elegeu e o sustenta ainda, depois de abrir, por mesquinharia, o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.

     Nesse 'Centrão' se reúnem – e dele partem para o assalto à República – o que há de pior do fisiologismo e do assistencialismo, o pior da representação do agronegócio, dos grileiros e dos latifundiários assassinos de índios e quilombolas, o pior do fundamentalismo neopentecostal, o pior das bancadas dos empreiteiros, o pior do lobby dos sonegadores de impostos financiados pelas FIESPs da vida.

     O pior do atraso. O 'Centrão', recuperado por Temer e hoje majoritário, é certeza de restauração do passado.

     A questão grave, crucial, o caruncho que está a construir nossa tragédia institucional, é que somos hoje governados por essa horda dos piores, senhores de baraço e cutelo dos três poderes da República.

     Esse condomínio de interesses pérfidos reúne algo mais que a maioria absoluta do Congresso Nacional e, assim, liderado ideologicamente pelo atraso, apoiado pela grande mídia, dispõe das condições objetivas para promover a restauração conservadora, a ressurreição do Brasil arcaico, dependente, oligárquico, reacionário.

     Essa coalizão – resultado do encontro do pior da base de Dilma Rousseff com o pior da oposição ao seu governo e ao lulismo – tem no Palácio do Planalto de hoje o comando do processo (e aí atuam de braços dados Legislativo, Executivo e Judiciário) de retomada do atraso que lembra os piores momentos da ditadura militar, com o agravante do entreguismo e do sentimento antinacional, de que não podem ser acusados os militares.

     A disfunção institucional, porém, é profunda, é estrutural, e sua gravidade independe das figuras e figurinhas que compõem nosso cenário político.

     Estamos em face do colapso do sistema partidário, atingido pela inautenticidade, falência representativa e absoluta renúncia a qualquer ordem de opção ideológica ou programática. 

     Proliferando graças à irresponsabilidade da dupla STF-TSE, os partidos, na sua maioria – e relembremos sempre as exceções oferecidas pelos partidos de esquerda, em que pese sua crise coletiva – nada mais são hoje que meras siglas, 'sopas de letrinhas' sem significado, quase todos transformados em projetos empresariais que se beneficiam do fundo partidário e vendem tempo de televisão no processo eleitoral, além de apoios no Congresso a cada votação do interesse do Governo ou dos lobbies, chantageando a ambos.

     Por fora dos partidos formais, corroendo-os, ultrapassando-os, desmoralizando-os, agem os 'partidos reais', as bancadas interpartidárias, como as mais notórias, as bancadas do boi, da bola, da bíblia e a dos bancos, a bancada dos donos de emissoras de radio e tevê, e, até, as bancadas sérias, como a da saúde e a dos educadores, dentre outras, mas significando sempre o fracasso organizacional e programático e doutrinário dos partidos. 

     O chamado 'presidencialismo de coalizão' vive seus estertores, após haver levado o governo Dilma à debacle política conhecida.

     A necessidade de reforma profunda, estrutural, aquilo que Darcy Ribeiro chamaria ainda hoje de "passar o Brasil a limpo", é porém, tarefa do Congresso que temos, o grande beneficiário de todas essas mazelas.

     O que fazer? Sem respostas objetivas, mas apenas sonhos, resta-nos crer que a exaustão política, aguçando a crise, levará esse Congresso, ou o que se instalar em seu lugar em 2019 (se assim chegarmos até lá), a, pressionado pelo clamor das ruas, finalmente realizar as reformas sem as quais poderá estar escrevendo seu necrológio.

A eleição na Câmara dos Deputados

     A disputa pela sucessão de Cunha-Maranhão (retrato de corpo inteiro da degenerescência que invade todo o organismo político brasileiro) travou-se entre um representante do 'Centrão' profundo e um líder orgânico da direita, vitorioso. 

     Em seu discurso, 
ao assumir a Presidência da Câmara, o representante do DEM, ex-PFL, ex-Arena, um dos líderes do golpismo em curso, agradeceu a todos os que o apoiaram, agradeceu ao interino Temer que por ele tanto batalhou, mas, significativamente, agradeceu também ao PT e ao PCdoB.

     Uma vez mais e desta feita mais imperdoavelmente do que nunca, a esquerda parlamentar revelou-se incapaz de interpretar corretamente a realidade e assim, falha em estratégia, terminou por renunciar ao papel de sujeito, imobilizada por uma falsa dúvida hamletiana entre as vias pragmática e programática, sem saber que nenhuma opção é em si boa ou má, pois o que as qualifica são as circunstâncias.

     Por fim, e por tudo isso, a esquerda ficou sem papel, nem marcou a posição política necessária nem interferiu no processo eleitoral, e ainda ficou devendo aos seus militantes uma explicação por, já lançada a candidatura de 
Luiza Erundina, haver ora optado por apoiar o candidato do PMDB, desidratado por seu correligionário Temer, ora por lançar mais uma anticandidatura.

     Ao fim e ao cabo, com nossas dúvidas, nossas vacilações, nossos erros de avaliação, nossa ausência de estratégias, nosso apego às táticas como fatos isolados, 
a eleição do deputado Rodrigo Maia como presidente-tampão representou mais uma vitória da direita brasileira, passo importante na implementação de sua restauração conservadora, ansiada e frustrada ao longo de nada menos que quatro eleições presidenciais!

     O próximo pilar político será, tudo o indica, fincado em agosto, quando da decisão sobre o impeachment no Senado Federal.

     Fica a velha lição: quem não aprende com a experiência está condenado a repetir seus erros.

Ferrari GTO - por Coolvibe (Arte digital)

Curto-circuito à vista – por Bernardo Mello Franco (Folha)

     No slogan bolado por marqueteiros, a estatal Furnas Centrais Elétricas se apresenta como "a energia que impulsiona o Brasil". Fora da propaganda, a empresa tem impulsionado escândalos em série. A disputa por seus contratos está por trás das maiores crises políticas recentes: o mensalão e o impeachment de Dilma Rousseff. Um novo curto-circuito começa a ser montado pela gestão de Michel Temer.

     A guerra pela estatal precipitou os choques entre o deputado Roberto Jefferson e o governo Lula. Os fusíveis se queimaram quando o Planalto decidiu substituir o diretor Dimas Toledo, que era ligado ao tucanato mineiro e também prestava serviços ao PTB. Irritado, Jefferson passou a contar o que sabia sobre a distribuição de mesadas no Congresso.

     No segundo mandato de Lula, Furnas passou à influência do deputado Eduardo Cunha. Sua cruzada contra a presidente Dilma Rousseff começou quando ela decidiu tirá-lo de perto dos cofres da estatal. "Dilma teve praticamente que fazer uma intervenção na empresa para cessar as práticas ilícitas, pois existiam muitas notícias de negócios suspeitos e ilegalidades", contou o ex-senador Delcídio do Amaral aos procuradores da Lava Jato. "Esta mudança na diretoria de Furnas foi o início do enfrentamento de Dilma Rousseff com Eduardo Cunha", acrescentou.

     Delcídio também ligou o senador Aécio Neves a suspeitas de desfalques na estatal durante o governo Fernando Henrique Cardoso. O Supremo Tribunal Federal instaurou inquérito para investigar o tucano.

     Na semana passada, Temer anunciou que entregará Furnas à bancada do PMDB na Câmara, um aglomerado de aprendizes de Cunha. "Vou devolver a estatal a eles. Furnas pode ser mais expressiva politicamente do que o Turismo. Tem Chesf, Eletronorte, Eletrosul, Itaipu...", disse o interino ao jornal "O Estado de S. Paulo". No dialeto de Brasília, "expressiva politicamente" quer dizer isso mesmo que você está pensando.

domingo, 17 de julho de 2016

Khalkhas e as águias - por Siyuan Niu (Fotografia - Inspiration Hut)

Ironias, carapuças e vergonha

     - Por cá, ironia das ironias, o governo golpista condena o golpe na Turquia.

     - Ex-presidente turco Abdullah Gul: “A Turquia não é um país da África ou da América Latina para tolerar golpes”.

     - Para impedir a consecução do golpe, uma multidão de turcos foi às ruas para enfrentar os militares. Fosse aqui, haveria milhões de “brasileiros de bem”, vestidos de verde e amarelo, doidos para tirar fotos com os golpistas e seus tanques.

     Ante tamanha vergonha, só não escondo minha cabeça dentro da terra feito um avestruz por conta da inconveniência da posição.

Fotografia - por Flip Nicklin (National Geographic)

Bohn Gass: “Pré-sal vale trilhões! Esse é o tamanho do golpe de Temer e Serra”

Neutralidade na educação - por Vitor Teixeira (Facebook)

Constatações

     Logo que foi eleito presidente da câmara, a primeira visita do chileno nato Rodrigo Maia se destinou ao delatado-mor, Aécio Neves.

     Em seguida, já empossado, afirma que Eduardo Cunha foi talvez o melhor presidente que a Câmara já teve.

     E as panelas, claro, seguem silenciosas.

sábado, 9 de julho de 2016

Alasca - por Acacia Johnson (Fotografia - Site homônimo)

A primeira entrevista de FHC

     Creio que pela primeira vez, em toda sua extensa vida (vaso ruim não quebra), o Charlatão-mor tenha sido, de fato, entrevistado.

     Foi necessário que uma emissora do longínquo Catar desmascarasse sua hipocrisia.

     É impressionante que - depois de tantas décadas para burilar seus sofismas - suas respostas sejam tão evasivas, dissimuladas e mentirosas.

     No fim, é daquele tipo de entrevista em que as perguntas dizem muito mais do que as respostas.