sexta-feira, 19 de maio de 2017

Fotografia - por Unplash

Na República do Moro e Dallagnol, Aécio e Temer eram tratados como anjinhos – por Jeferson Miola (Facebook – Vi o Mundo)

     A revelação em detalhes cinematográficos dos crimes do Aécio Neves e Michel Temer deixa os integrantes de Curitiba da força-tarefa da Lava Jato numa situação desconfortável.
     Ao longo dos últimos meses, Aécio e Temer foram citados em dezenas de depoimentos de réus, delatores e investigados da Lava Jato. Os dois também apareceram em conversas gravadas pelos operadores dos esquemas de propinas na Petrobrás, Furnas, CEF e em outras estatais.
     Apesar disso, o braço curitibano da Lava Jato nunca encontrou motivos para investigá-los.
     As gravações do tucano-peemedebista Sérgio Machado, publicadas em maio de 2016, são memoráveis. Nelas, Jucá explicou que o objetivo da camarilha integrada por ele próprio com Temer, Cunha, Padilha, Geddel e Moreira Franco – todos com apelidos nas planilhas de propinas da Odebrecht – era derrubar a Presidente Dilma para estancar a Lava Jato.
     O juiz Moro, para justificar a fotografia em que ele e Aécio gargalham como hienas em evento da revista IstoÉ de dezembro de 2016 que reuniu Temer e a nata política e empresarial do golpe [7 meses após as gravações de Sérgio Machado virem a público], disse: “Foi um evento público, e o senador não está sob investigação da Justiça Federal de Curitiba. Foi uma foto infeliz, mas não há nenhum caso envolvendo ele”.
     Em entrevista em março passado, o procurador Dallagnol tentou explicar da seguinte maneira os motivos para não investigar os políticos do PSDB: “Não tem como achar na Petrobrás corrupção de um diretor ou presidente [tucano] até porque não existia diretores do PSDB”.
     Detalhe: o autor do power point infame contra Lula conhecia, há muito tempo, as denúncias de que US$ 23 milhões roubados por José Serra foram depositados na Suíça, e que Aécio teria recebido R$ 50 milhões de propinas da Odebrecht.
     Moro praticou o que poderia ser considerado “camaradagem processual” ao impugnar 21 das 41 perguntas que Eduardo Cunha encaminhou para Temer responder como testemunha. Através das perguntas, que denotavam conhecimento íntimo, por Cunha e Temer, do funcionamento da organização criminosa, Cunha mandava recados e subliminarmente fazia chantagens – como, por exemplo, continuar participando da distribuição do butim abocanhado pela camarilha, mesmo preso [aquilo que, sabe-se agora, Temer confirmou a Joesley Batista: “Temos que manter isso, viu?”].
     Moro agiu como advogado de defesa do Temer, não como juiz de direito. No despacho de novembro de 2016, apesar da profusão de delações da Odebrechet e das inúmeras menções ao papel do Temer nos esquemas de corrupção, Moro escreveu que “não há qualquer notícia do envolvimento do Exmo. Sr. Presidente da República nos crimes que constituem objeto desta ação penal”.
     Em entrevista em fevereiro passado, Moro considerou o roteiro das perguntas elaboradas um “episódio reprovável” de “tentativa de intimidação da Presidência da República”.
     Depois do escândalo que levará Temer à renúncia ou ao afastamento, um Moro cara de pau sustenta que “não havia, na época da decisão, qualquer notícia do envolvimento [sic] de Temer nos crimes que constituem o objeto daquela ação penal” [18/5/2017].
     Como se observa, na República de exceção do juiz e dos procuradores de Curitiba, os corruptos e criminosos Michel Temer e Aécio Neves eram tratados como anjinhos, como santidades inocentes beneficiárias de uma elástica interpretação do princípio da presunção da inocência.
     A revelação dos crimes mais recentes que Aécio e Temer continuaram cometendo, de assalto ao Estado, só teve o alcance merecido porque a delação dos irmãos Joesley e Wesley Batista não passou por Curitiba. Por isso, não puderam ser seletivamente escondidos.
     Os fatos autorizam pensar que o braço curitibano da Lava Jato Moro protegia Aécio e Temer, que tem o efeito de proteger o golpe e a oligarquia golpista. No mínimo, é testemunho da parcialidade e da seletividade da Lava Jato.

quinta-feira, 18 de maio de 2017

Arte digital - por Michał Karcz (Site homônimo)

Sobre erro e reconhecimento

     Eu não sei se está claro a todos o nível de podridão exposta. Não foi só o Temer e o Aécio Neves (presidente nacional do PSDB, frise-se), terem sido pegos, com a boca na botija, com tudo devidamente exposto com provas irrefutáveis da corrupção, obstrução de justiça, tráfico de influência, etc. Há gravações, rastreio do dinheiro da corrupção – até com número das cédulas. É batom na cueca, é indiscutível, o governo temerário acabou, mas não é só isto.
     Meus caros: de maneira comprovada, o senhor AÉCIO NEVES TRAMOU O ASSASSINATO do delator que o entregaria. Aécio já tinha o assassino (vulgo “Fred”), e pedia no diálogo gravado o auxílio de mais uma pessoa para matar o delator.
     Vocês compreendem a gravidade de um fato desses? Gente, Aécio não é só um corrupto comum: ELE É UM GÂNGSTER.
     Dá pra imaginar que um bandido, um meliante como esse recebeu 51 milhões de votos para ser presidente da república do Brasil? É de fazer corar.
     Agora façamos uma reflexão.
     No primeiro mandato da Dilma, o Brasil teve a segunda menor taxa de inflação média da história (6,1%, só maior do que os 5,1% do segundo mandato do Lula). Outrossim, tivemos ao final de 2014 a menor taxa de desemprego da história (4,3%).
     Como nosso país está agora? Em frangalhos – justamente por conta desta malta apodrecida que deu o golpe e agora foi exposta à luz. Os provocadores de toda a crise política e econômica que desestabilizou o Brasil o fizeram com objetivo óbvio, queriam se aboletar do poder para entregar o pré-sal e a petrobrás, congelar investimentos públicos (mas não a bagatela de juros com especuladores), destruir as leis trabalhistas, basicamente eliminar a possibilidade de nos aposentarmos, bloquear a lava-jato, etc. Tudo urdido para beneficiar a elite infecta, a casta apodrecida que sempre se aboletou nas costas do trabalhador brasileiro.
     Foi esta quadrilha hoje exposta que sabotou o governo legitimamente eleito, que não a deixou governar. Dilma, conquanto tenha defeitos, é uma mulher séria – diferentemente dos que a apearam do poder naquela tragédia burlesca que foi a votação do impeachment na câmara, capitaneada por um quadrilheiro de quatro costados que é o senhor Eduardo Cunha. Quem assistiu aquilo e mantém alguma réstia de caráter em si mesmo, viu que ali não se fazia justiça alguma. Foi uma ópera de bufões, um carnaval deplorável ao nível do ridículo.
     No fim, o que fica claro, é que a Dilma caiu por um motivo muito simples: ser correto quando todo mundo ao seu redor é sujo, torna você o incorreto.

     Eu só espero agora que as pessoas de boa-fé que foram enganadas por esta quadrilha, que urdiu, conspirou, inviabilizou, destruiu o governo Dilma e por fim a derrubou num golpe patético, tenham a grandeza, a hombridade, a decência consigo próprios de RECONHECEREM QUE FORAM ENGANADOS.
     Porque foram.
     Sei que é tarefa árdua o chamado à reflexão que faço, sei que é muito difícil olhar para trás e verificar seu próprio equívoco. Porque no fim das contas, errar, todo mundo erra. Agora ser homem pra reconhecer que errou, não é pra qualquer um.

terça-feira, 2 de maio de 2017

Fotografia - por Nilsson Lee (Cupcake)

E por falar em crianças... - por Georges Bourdoukan (Blog do Bourdoukan)


     Você é livre enquanto não ameaça o sistema.

     Vivemos num mundo onde os novos escravos são as crianças. Uma em cada três vive sob a servidão do lucro e da exploração. São crianças que nunca ouviram falar em infância, não freqüentam escola e ignoram o lazer. São míseras peças de uma engrenagem que idolatra a mais-valia.

     A esperança para elas é uma quimera.

     Esse é o mundo perfeito do capitalismo.

     E essas crianças ainda são privilegiadas diante do horror que a “civilização ocidental” representa.

     No Iraque, por exemplo, a Cruz Vermelha Internacional informa que registrou a prisão de mais de cem crianças, a maioria delas em Abu Ghraib.

     E nessa mesma prisão o jornalista Seymour Hersh, do New Yorker, primeiro jornalista a denunciar as torturas praticadas pelos soldados americanos, declarou durante uma palestra que assistiu a tapes “onde podíamos ver as crianças sendo sodomizadas.

     O pior de tudo era ouvir seus gritos”, ressaltou.

     Sodomia de crianças é a última manifestação da “democracia de exportação”.

     Essa mesma democracia que fala em liberdade de imprensa, mas não permite que essas verdades sejam divulgadas.

     Crianças com 8 anos de idade servindo a apetites medonhos de alienígenas que invadiram seu país para aumentar os lucros de empresas.

     Amigo, não se engane!

     O capital é isso. Vive da posse e da exploração do alheio. Nem que para isso seja necessário invadir países, assassinar populações e estuprar crianças.

     Hoje, a miséria é a principal transmissora de doenças e epidemias já extintas.

     Graças a esse sistema, vivemos numa sociedade onde o individualismo é levado ao extremo.

     O homem deixou de ser um animal social, para se transformar num ser solitário, triste e egoísta.

     Nem amigos, nem vizinhos, apenas solidão.

     Esse sistema seja qual for a fé, governa a matéria e o espírito.

     Transformou o ser humano num animal cruel, contra si e contra os outros. 

     O sistema matou os anjos. Hoje, são os demônios que falam em nome de Deus.

Arte digital - Coolvibe

Presos políticos da Greve Geral são transferidos para Prisão - por Mídia NinjaFoto: Ray Rodrigues / Mídia NINJA

Foto: Ray Rodrigues (Mídia NINJA)
     Juracy, Luciano e Ricardo, ativistas do MTST, saíram por volta das 9h da manhã do 63ºDP e foram encaminhados para o Centro de Detenção Provisória Vila Independência, na Vila Prudente.

     Há 4 dias privados de liberdade por participarem da greve histórica do dia 28 de Abril, os 3 ativistas foram detidos de forma ilegal em Itaquera em manifestação contra as reforma trabalhista e reforma previdência.

     As acusações são de incitação ao crime, incêndio e explosão. Os fundamentos das prisões são nitidamente políticos.

     O delegado considerou como “incitação” as palavras de ordem dirigidas pelos militantes contra o Governo Temer, as reformas trabalhistas e previdenciária.

     Luciano está sendo acusado pela suposta prática de incêndio, quando na verdade nenhum pneu chegou a ser queimado na pista ao longo de toda a manifestação. Importante mencionar que o país vivenciou no dia 28 a maior greve nos últimos trinta anos, tendo ocorrido em todo país milhares de travamentos em avenidas, estradas e rodovias. Não há notícias de manifestantes presos. O fato só evidencia portanto a desproporção e ilegalidade da prisão.
Juracy e Ricardo, por sua vez, estão sendo falsamente acusados de explosão pois teriam atirado rojões na direção dos polícias.

     A única prova que fundamenta esta versão é a palavra dos próprios policiais.
Apesar de os policiais terem vasculhado todo o local, entrado de maneira ilegal na Paróquia do Padre Paulo e averiguado o carro de Juracy à procura de provas nenhum rojão foi encontrado.

     Um vídeo apresentado pela defesa dos militantes demonstra ainda que o ato corria pacificamente no momento em que os policiais decidem atirar bombas contra os manifestantes.

     Não há, portanto, nenhuma prova que confirme a acusação dos policiais.

     A prisão de Juracy, Luciano e Ricardo é uma forma de transformar a luta contra o Governo Temer e as Reformas Previdenciária e Trabalhista em crimes.