quinta-feira, 18 de maio de 2017

Sobre erro e reconhecimento

     Eu não sei se está claro a todos o nível de podridão exposta. Não foi só o Temer e o Aécio Neves (presidente nacional do PSDB, frise-se), terem sido pegos, com a boca na botija, com tudo devidamente exposto com provas irrefutáveis da corrupção, obstrução de justiça, tráfico de influência, etc. Há gravações, rastreio do dinheiro da corrupção – até com número das cédulas. É batom na cueca, é indiscutível, o governo temerário acabou, mas não é só isto.
     Meus caros: de maneira comprovada, o senhor AÉCIO NEVES TRAMOU O ASSASSINATO do delator que o entregaria. Aécio já tinha o assassino (vulgo “Fred”), e pedia no diálogo gravado o auxílio de mais uma pessoa para matar o delator.
     Vocês compreendem a gravidade de um fato desses? Gente, Aécio não é só um corrupto comum: ELE É UM GÂNGSTER.
     Dá pra imaginar que um bandido, um meliante como esse recebeu 51 milhões de votos para ser presidente da república do Brasil? É de fazer corar.
     Agora façamos uma reflexão.
     No primeiro mandato da Dilma, o Brasil teve a segunda menor taxa de inflação média da história (6,1%, só maior do que os 5,1% do segundo mandato do Lula). Outrossim, tivemos ao final de 2014 a menor taxa de desemprego da história (4,3%).
     Como nosso país está agora? Em frangalhos – justamente por conta desta malta apodrecida que deu o golpe e agora foi exposta à luz. Os provocadores de toda a crise política e econômica que desestabilizou o Brasil o fizeram com objetivo óbvio, queriam se aboletar do poder para entregar o pré-sal e a petrobrás, congelar investimentos públicos (mas não a bagatela de juros com especuladores), destruir as leis trabalhistas, basicamente eliminar a possibilidade de nos aposentarmos, bloquear a lava-jato, etc. Tudo urdido para beneficiar a elite infecta, a casta apodrecida que sempre se aboletou nas costas do trabalhador brasileiro.
     Foi esta quadrilha hoje exposta que sabotou o governo legitimamente eleito, que não a deixou governar. Dilma, conquanto tenha defeitos, é uma mulher séria – diferentemente dos que a apearam do poder naquela tragédia burlesca que foi a votação do impeachment na câmara, capitaneada por um quadrilheiro de quatro costados que é o senhor Eduardo Cunha. Quem assistiu aquilo e mantém alguma réstia de caráter em si mesmo, viu que ali não se fazia justiça alguma. Foi uma ópera de bufões, um carnaval deplorável ao nível do ridículo.
     No fim, o que fica claro, é que a Dilma caiu por um motivo muito simples: ser correto quando todo mundo ao seu redor é sujo, torna você o incorreto.

     Eu só espero agora que as pessoas de boa-fé que foram enganadas por esta quadrilha, que urdiu, conspirou, inviabilizou, destruiu o governo Dilma e por fim a derrubou num golpe patético, tenham a grandeza, a hombridade, a decência consigo próprios de RECONHECEREM QUE FORAM ENGANADOS.
     Porque foram.
     Sei que é tarefa árdua o chamado à reflexão que faço, sei que é muito difícil olhar para trás e verificar seu próprio equívoco. Porque no fim das contas, errar, todo mundo erra. Agora ser homem pra reconhecer que errou, não é pra qualquer um.

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