sexta-feira, 1 de junho de 2012

A triste sina de termos um tresloucado (isto na melhor das hipóteses) como ministro do STF - por blog do Nassif

O Supremo precisa chamar Gilmar às falas – por  Luis Nassif

As seguintes suspeitas rondam o Ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal), especialmente após sua última parceria com a revista Veja. E não tem como seus pares ignorarem:

1.    Há indícios de alguma forma de envolvimento com a quadrilha de Carlinhos Cachoeira e Demóstenes Torres. Há suspeitas de uma viagem paga a Berlim e voos fretados no Brasil. Seja o que for, se os fatos existiram ou não, se imprudência, desvio ético ou corrupção, a corte precisa apurar. Não pode ignorar suspeitas graves. Há a necessidade premente de se saber a extensão de suas ligações com Demóstenes, Cachoeira e Veja.

2.    Há pelo menos um ato da maior gravidade, que necessita ser esclarecido: a contratação do principal operador de Cachoeira – o araponga Jairo -, para trabalhar na segurança do STF. Há indícios de jogadas combinadas entre Veja, Cachoeira e Gilmar. Foi a matéria “A República do Grampo”, mais os factoides sobre o grampo no Supremo que provavelmente forneceram o álibi para que Gilmar contratasse Jairo. A República do Grampo era controlada por Carlinhos Cachoeira e, graças a Gilmar, o Supremo pode ter ficado à mercê da organização criminosa. O episódio da falsa escuta no Supremo envolveu a instituição em uma armação que até hoje não foi esclarecida.

3.    Há indícios veementes de que o encontro com Lula foi solicitado pelo próprio Gilmar. E desconfiança que se destinava a obter o apoio de Lula contras as investigações da CPMI de Cachoeira. Qual a moeda de troca?

4.    A matéria da dupla Veja-Gilmar manipula declarações de vários ministros da corte, tendo como endosso Gilmar Mendes.

Gilmar precisa ser chamado a se explicar. O Supremo não pode ficar inerte ante o risco de um mega-escândalo que poderá afetar sua imagem. E robustecer teorias conspiratórias – como a de que vários ministros estariam reféns de Gilmar.


As manchas na imagem do STF - por Eduardo Ramos

O Supremo Tribunal Federal representa a segurança final do país. É o órgão que dá a palavra final às causas que batem à sua porta, dirime dúvidas sobre a constitucionalidade de leis duvidosas, dialoga com Executivo e Legislativo em busca do bem maior, a paz social e o império da lei, da justiça no país.

Seus ministros deveriam ser não só dotados de elevado e inegável conhecimento jurídico, mas também de espírito público, discrição, dignidade no trato com a imprensa, com seus pares, com os representantes dos outros poderes.  Deveriam incorrer no máximo esforço pessoal para dignificar seus cargos, para dignificar a instituição e angariarem o respeito da sociedade civil. Sem a intervenção da Justiça, resta a barbárie, o crime, a manipulação, toda a sorte de opressão dos poderosos contra aqueles que não detêm fatia maior de poder, sejam pessoas, sejam grupos de pessoas - trabalhadores, mulheres, negros, índios, gays, etc. etc. etc. - qualquer grupo que em determinado lugar ou época estejam com seus direitos fundamentais ameaçados. Não é pouca coisa...

Infelizmente para o Brasil, a última década não foi lá muito feliz na concretização desses objetivos, por parte dos senhores ministros. Ou por falta de elevado saber jurídico, ou por falta de caráter mesmo, ou por excesso de vedetismo, ou por outros motivos que poderíamos citar, em muitas oportunidades nosso Supremo Tribunal deixou a desejar! Essa impressão é forte, é presente no seio da sociedade, é fato comentado pelos mais esclarecidos.

Tem-se a impressão que a maioria dos ministros age honestamente, mas, muitas vezes, ou se deixa pautar pela grande mídia, covardemente, ou se omitem, em momentos de crise, seguindo a personalidade dominante no momento - nos últimos anos, ora o ministro Marco Aurélio, ora o ministro Gilmar Mendes - os preferidos pela grande mídia nos últimos seis, sete anos, para se manifestarem em nome do Supremo.

A vulgaridade de alguns embates, as frágeis explicações para as decisões polêmicas, o pouco ou nenhum diálogo real com a sociedade, foram minando nossa fé no Supremo.

Mas nada foi tão trágico, tão corrosivo, tão maléfico à imagem do Tribunal, como a desastrosa atuação do ministro Gilmar Mendes, absurdamente indigno do cargo, absurdamente sem decoro, sem discrição, sem caráter, sem honestidade pessoal, em casos como sua amizade pessoal com Demóstenes, seu amor às bajulações da grande mídia, sua atuação no Satiagraha como um todo, o caso do falso grampo, seu desrespeito sórdido ao presidente da República, "chamando-o às falas", sua arrogância contumaz e inigualável.

Torna-se incompreensível que apenas o ministro Joaquim Barbosa tenha tido a coragem, nos últimos anos, de desmascarar e peitar o indigno boquirroto! A omissão de seus pares faz mal ao Brasil! Torna-se, a omissão, diante da gravidade do caos moral que Gilmar Mendes levou ao STF, covardia e cumplicidade dos senhores ministros.

Como pode NENHUM MINISTRO questionar o Gilmar Mendes, depois que a Polícia federal comprovou a farsa dos grampos, em duas oportunidades claras de golpe contra a ordem no país?

E agora, quando um testemunho gravíssimo - Lula deveria ser processado, se verdadeira a informação... - do ministro, acusa um ex-presidente, de interferir - ou desejar fazê-lo... - em julgamento do Supremo, SUBORNANDO a este ministro, com oferta de blindagem em uma CPMI...

Não há meio termo, a situação exige medidas duras! Ou Lula agiu como pessoa vulgar, criminosamente chantageando o ministro, ou este calunia Lula, envolve outros ministros em sua mentira, e corrompe, por assim dizer, todo o Supremo, lançando dúvidas seríssimas sobre o julgamento por vir.

Não é possível mais, fechar os olhos, tampar os ouvidos, fazer-se de "morto", mais uma vez. Os ministros têm a obrigação moral, profissional e cidadã, de averiguar a verdade, e agirem. Ou estarão confirmando sua submissão moral e mental às sandices de Gilmar Mendes.

Não cabe discrição, calma, paciência, diante dessa insanidade. Que o Supremo volte a agir como dele se espera. Todo um país, por sinal...


Apontamentos sobre o caso Gilmar Mendes – por Johnny Gonçalves

1.    Gilmar Mendes não tem poder para adiar o julgamento do mensalão. Os únicos ministros do STF que podem alterar a data do julgamento são Ayres Brito (Presidente), Joaquim Barbosa (Relator) e Ricardo Lewandowski (Revisor). Alguém acha Lula ingênuo a ponto de buscar apoio em quem não apita nada sobre o assunto?

2.    O único Ministro do STF nomeado por FHC é Gilmar Mendes. Os demais foram indicados por Lula, Dilma, Sarney e Collor. Alguém acha Lula ingênuo a ponto de buscar apoio justo em alguém da oposição?

3.    São fortes os rumores de que Gilmar foi a Berlim para se encontrar com Demóstenes (DEM) às custas de Cachoeira. Gilmar parece ter piscado ao fazer essa parceria com a Veja, demonstrando ter culpa no cartório. A matéria de Veja deste fim de semana sugere uma tabelinha com Gilmar para blindá-lo de seu comprometimento com a máfia de Cachoeira.

4.    Gilmar Mendes também já viajou em voo fretado de São Paulo para Goiás, junto com Demóstenes Torres, com tudo pago por Cachoeira. Notícias dão conta de que está gravado e transcrito pela Polícia Federal. Foi divulgado nos meios jornalísticos que Gilmar Mendes contratou um membro da quadrilha de Cachoeira (Jairo Martins) para ser seu “personal araponga”.

5.    Gilmar Mendes já fez dobradinha com a Veja em outras matérias suspeitíssimas. O episódio do “grampo sem áudio”, em que chamou Lula “às falas” até hoje não teve nenhuma comprovação material. Em outro episódio, técnicos varreram todos os equipamentos do Supremo e descartaram a hipótese de qualquer tipo de escuta eletrônica no Supremo. A matéria de Veja causou sérios danos ao governo Lula. Bem mais tarde, já feito o estrago na Abin, a matéria virou piada.

6.    Em entrevista ao Estadão, o ex-ministro da Defesa Nelson Jobim, que se reuniu com Lula e Gilmar, negou enfaticamente a tal proposta indecente inventada pela Veja. “O quê? De forma nenhuma, não se falou nada disso", reagiu Jobim, questionado pelo Estadão. "O Lula fez uma visita para mim, o Gilmar estava lá. Não houve conversa sobre o mensalão", reiterou.

7.    Jobim também disse que em nenhum momento Gilmar e o ex-presidente estiveram sozinhos ou falaram na cozinha do escritório, como relatou Veja. "Tomamos um café na minha sala. O tempo todo foi dentro da minha sala, o Lula saiu antes, durante todo o tempo nós ficamos juntos", assegurou.

8.    Veja disse que Lula acionaria o presidente da Comissão de Ética Pública da Presidência, Sepúlveda Pertence para apoiar a estratégia de adiar o julgamento. Procurado pelo Estadão, Pertence negou: "Não fui procurado e não creio que o ex-presidente Lula pretendesse falar alguma coisa comigo a esse respeito".

9.    Inúmeras gravações feitas pela Polícia Federal revelam cumplicidade entre o Editor Chefe de Veja em Brasília, Policarpo Jr., e os membros da quadrilha de Cachoeira. Arapongas plantavam denúncias na revista com o objetivo de favorecer os negócios da máfia de Cachoeira. A CPMI vai investigar as ligações do crime organizado com jornalistas (Veja, Organizações Globo, Correio Brasiliense, e outros meios de comunicação aparecem em ligações comprometedoras). Veja sabe disso e tenta melar o jogo.

10.    Gilmar Mendes pode ser denunciado por falta de decoro, por sustentar falso grampo, por ter envolvido outros ministros nessa farsa de agora, por ter caluniado o ex-presidente Lula. São fatos graves que indicariam até mesmo um pedido de impeachment do magistrado.
Sobre a novelização da política – por Frank
Nassif, a guerra de versões é mais desencontrada e sinistra do que parece. Esqueceram de chamar roteiristas e continuistas das novelas da Globo para organizar a leva de notícias em uma só direção e sem contradições.

Ao que me parece, deve ter rolado uma chamada, uma convocação interna dentro da Globo a todos os funcionários para que cada um à sua maneira contribua para a sustentação da história do Gilmar ou para o arranhamento (mais um) da imagem do Lula. Acredite, até colunista social se solidarizou com a causa. Poético, não?

http://g1.globo.com/platb/cristianalobo/2012/05/29/uma-visita-a-lewandow...

A Globo, com esta da Cristina Lobo, conseguiu construir uma história onde o Lula teria pedido ao Gilmar Mendes (desafeto dele) para que este interviesse junto ao Lewandowski (amigo pessoal e da família do Lula) oferecendo algo que o Lula não tem (poder de blindagem) em troca de algo que o Gilmar não tem (poder de atraso no processo do Mensalão). Resumindo, o Lula teria pedido a um desafeto para que este interviesse junto a um amigo de família. PQP!!

As novelas da Globo são mais bem desenhadas, convenhamos. Daqui a pouco o Noblat vai jurar de pés juntos que o Joaquim Barbosa atrasou a relatoria do processo porque o Gilmar Mendes o pediu a pedido do Lula.

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