Analisando a política brasileira, de maneira lúgubre podemos constatar que todas as grandes pautas da esquerda foram abandonadas pelo PT:
Reforma agrária, revisão da lei da anistia, redução da jornada para 40h semanais, imposto sobre grandes riquezas e movimentações financeiras, redução dos juros, fim do fator previdenciário, democratização dos meios de comunicação; privatizaram o mega campo de libra do pré-sal, venderam ações de estatais, etc., etc., etc.
O que restou foi o aumento do salário mínimo e as políticas sociais, que, de fato, são iniciativas muito importantes e foram responsáveis por um grande avanço sócio-econômico de dezenas de milhões de brasileiros. Porém, tirante estas duas ações, não resta praticamente nada. Em se considerando que são dez anos no poder, é pouco.
Caberia a Eduardo Campos, de um partido alcunhado de socialista, realizar a devida crítica ao PT, combatendo essas incoerências históricas e se apresentando como uma alternativa a esquerda.
Porém, ele vai nadando de braçadas na tentativa de agrado ao mercado financeiro, aos rentistas, aos maiores parasitas da sociedade (e olha que a concorrência é grande), onde o PSDB já se encontra firmemente encastelado.
É um duplo erro: por um lado, ideologicamente é um desastre e, por outro, não vai nessa esfera angariar voto algum, pois quem possui esta ideologia já é representado pelos tucanos.
Quer posar de esperto e esta sendo um estúpido.
Eduardo Campos desonra a memória de seu nobre avô, Miguel Arraes. Fatalmente será a maior decepção dessas eleições. Não decepção de resultados em si (acredito que se ele chegar ao 2º turno, vencerá o pleito), mas de concepção ideológica.
É o típico caso em que, mesmo que venha a ganhar, já começará o governo derrotado.
Um comentário:
A análise feita foi bem interessante.
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