quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

Cai Yunes, o 1º amigo; Temer e Gilmar atacam "vazamentos" da Lava Jato - por Bob Fernandes (TV Gazeta / Facebook)


     Pediu demissão o assessor especial da Presidência, e primeiro-amigo de Temer, José Yunes.

     Segundo o delator Cláudio Melo Filho, da Odebrecht, Yunes recebeu em seu escritório R$ 4 milhões repassados ao hoje Chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha.

     A delação atinge Temer e seus mais próximos ministros. Foram citados 11 partidos, e 51 políticos. Entre eles, Alckmin, Aécio e Serra.

     Marcelo Odebrecht, já delatando, confirmou: no Palácio do Jaburu, Temer teria pedido R$ 10 milhões para o PMDB.

     Segundo a Folha desta quarta-feira 14, Lula e Dilma e/ou próximos também têm sido alvos na delação de Marcelo.

     Em carta ao Procurador -Geral Janot, na segunda-feira, 12, Temer cobrou "conclusão rápida" da Lava Jato.

     Disse que "iniciativas de governo vêm sofrendo interferência ilegítima" com o vazamento de delações.

     Gilmar Mendes, do Supremo, avançou. Para ele, "vazamentos seletivos" como o de Cláudio Melo podem "levar à anulação de processos".

     - Vamos ter que discutir com seriedade essa questão dos vazamentos- cobrou Gilmar.

     Em Março a presidente Dilma, que não era investigada, foi grampeada em conversa telefônica com Lula. Mais de uma hora da gravação foi ilegal, porque não autorizada.

     O juiz Moro vazou a conversa. O ministro Teori Zavaski criticou Moro então:

     - Papel de juiz é o de resolver e não o de criar conflitos... Pressupõe imparcialidade, discrição, prudência e não se deixar contaminar pelos holofotes...

     À época o ministro Gilmar, hoje novamente crítico de vazamentos, defendeu aquele vazamento.

     Esqueceu a forma legal optando por críticas ao que entendeu ser conteúdo de "extrema gravidade".

     Em setembro, o 4º Tribunal Federal arquivou denúncia contra Moro. Alegou: a Lava Jato traz "problemas inéditos e exige soluções inéditas".

     Leia-se: soluções à margem, fora da lei.

     Em nome de se fazer valer a lei tem valido quase tudo. Para tanto, se tenta intimidar, mesmo se com clichês, quem aponte abusos, ilegalidades que se acumulam, e fatos.

     E fato solar é que quem está no e com o Poder trabalha pelo combinado em outro estrondoso vazamento.

     Aquele em que Romero Jucá, agora chamado "Resolvedor da República", cobrava o impeachment de Dilma e propunha:

     - Temos que botar o Michel, num grande acordo nacional, com Supremo, com tudo. (...) Para estancar a sangria...

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