Este é
um vídeo absolutamente imprescindível para todo cristão.
Carlos Brilhante Ustra foi o chefe do Doi-Codi de São
Paulo entre 1970 e 1974, local que era descrito por ele como “a sucursal do
inferno”.
De
fato, não são termos inapropriados.
O
Doi-Codi era o lugar onde se mais aplicou tortura no Brasil, onde se davam
choques elétricos nos presos, onde os espancavam barbaramente, onde os
penduravam nos “paus-de-arara”, onde se enfiavam agulhas fervendo por baixo de
suas unhas, onde se enfiavam barras de ferros
dentro das vaginas das mulheres, onde se esmagavam os bicos de seus seios com
alicates, onde se simulavam afogamentos etc.
Ali se aplicavam as mais atrozes
torturas – que é o ápice da crueldade humana, a mais completa desumanização de
nossos iguais.
Assim Jorge
Amado descreve (referindo-se neste caso ao Estado Novo):
“Bando de torturadores, recrutados entre os criminosos mais eficientes.
Dos chefes ao último tira. Dos que formaram o Tribunal de Segurança aos
investigadores sem importância. Nomes que dá nojo dizer. Desonra da espécie
humana, indignidade vivendo, bestas vestidas de homens, excrescência de
podridões, hálito fétido de latrinas.
Lama,
sujeira, lixo, miséria, chagas podres, carne leprosa, pus de feridas, vômito e
escarro, podridão humana, excremento de prostíbulos! Mais vale, amiga, encher a
boca de sujeira que pronunciar o nome desses vermes com corações de feras, soltos
sobre o Brasil, presença envilecendo a Pátria. Os assassinos! Frios assassinos,
covardes assassinos, bestiais e degenerados! Qualquer palavra suja, qualquer
imundo substantivo, é doce palavra de poema lírico ao lado desses nomes podres.
Leprosos por dentro, a lepra no coração infame.”
Ustra
chegou a espancar uma grávida e, certa vez, levou crianças para ver uma mãe
torturada.
Ele
foi o único brasileiro declarado pela Justiça como torturador pelas atrocidades
cometidas na ditadura.
E
é exatamente a este sujeito diabólico que, durante o voto a favor
do golpe contra Dilma, Bolsonazi homenageou, exatamente com estes termos: “Pela
memória do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, O PAVOR de Dilma Rousseff”.
Vejam
quando Bolsonaro diz “pavor” a exatamente o quê ele se refere, a exatamente o
quê ele saúda.
É
a tudo o que este vídeo, é a tudo este texto, é a tudo o que o cristianismo
dramaticamente se opõem, como muito bem apontado pelo Leandro Karnal.
De
acordo com o candidato nazista, seu livro de cabeceira é o escrito por
Ustra.
São
várias as imagens deste sujeito (podre por dentro) e de seus filhos portando
camisas estampadas com a foto de Ustra ou de Costa e Silva, ditador que
implementou o AI-5.
Ao
se deparar com uma realidade tão cristalina quanto esta, há de se fazer uma
escolha, entre votar em candidato apologista da tortura, ou ser um verdadeiro
cristão. Quem declara fazer ambos, ou não entende (e não pratica) o que é o
cristianismo, ou não entende o que é Bolsonaro – ou, mais provavelmente, não
entende nem um nem outro.
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