Acusam o povo das camadas mais baixas da sociedade de burros, de ignorantes e que se deixam manipular facilmente por programas sociais, chamados de bolsas ou vales etc.
Mas como podem ser chamados de ignorantes pelo fato de elegerem um político que lhe dá toda esta assistência? São mesmo estúpidos o suficiente ao votarem em alguém que olham para elas? Que desenvolve programas sociais para lhes dar assistência?
Afinal, porque são mais ignorantes do que as pessoas de classes mais “altas” que também votam nos políticos que defendem os seus interesses pessoais? Será que o que adjetiva os eleitores como facilmente manipuláveis é o fato de possuírem mais ou menos bens? Ou certamente o fato de que ambos têm interesses e votam naquele que lhes atendem?
O rico é menos manipulável porque vota e promove a campanha de um político que atenderá seus interesses políticos (seja através de lobby ou não)?
Ou o pobre é mais manipulável e burro por votar em alguém que atenderá as suas necessidades mais básicas? Vejam só, antes ele era esquecido politicamente. Mas quando vota em alguém que promove programas básicos para atender a necessidades como a fome, passa de um ser oculto politicamente para ser adjetivado de vitima de um assistencialismo.
Pelo que se vê, ter bens é um fator na política para distinguir os eleitores de vitimas de assistencialismo de não-manipuláveis. Apesar de ambos terem seus interesses pessoais legítimos para votar e promover a campanha de um político. Interesses os dois têm. E lutar por eles é normal.
A diferença é que o rico tem maior poder econômico (vide o lobby). E o pobre só pode contar com seu voto.
Desconsiderar que tanto um quanto o outro tem interesses políticos é negar a essência de qualquer eleitor.
E crer que, por um possuir necessidades mais básicas que o outro “tipo” de eleitor, ele pode ser chamado facilmente de vítima de políticos inescrupulosos assistencialistas, é aceitar o fato de que o outro “tipo” de eleitor ao defender seus interesses despojados de motivos egoísticos não está, na verdade, nem aí para os eleitores de camadas baixas. E que, quando, eles passam a votar nestes “políticos assistencialistas” eles são atacados pela democracia desenfreada, passam de sujeitos políticos ocultos para vítimas de programas sociais.
Ou seja, pobre não pode votar com interesses, assim como o rico, sem ser chamado de burro e ignorante.
Pois, atender interesse de rico é aceitável politicamente, e, nunca importará em política pública desinteressada, porém, atender interesses de pobres significa manipulação, assistencialismo, seja lá qual for os outros sinônimos para o caso.
Um comentário:
Ô, companheiro, sê bem vindo ao blog...
E vamo que vamo...
Postar um comentário