Os editoriais de ontem do globo compõem o resumo básico da tragédia da imprensa brasileira.
No primeiro, num arroubo de saudosismo de tempos mais obscuros, o jornal diz que a presença do presidente no lançamento de um livro sobre os mortos da ditadura foi uma provocação desnecessária, dentre outras tantas coisas que nem tenho a paciência de descrever, tamanha a excrescência das palavras ali descritas.
Para que a globo, saudosa do desastroso regime militar, que ajudou imensamente que se começasse e, especialmente, consolidasse esta tragédia, entenda: o presidente não deve satisfação a nenhum militar. O contrário ocorre. Eles são subordinados ao comandante em chefe das forças armadas, que é o presidente da república, eleito pelos brasileiros. Eles que se situem. Se não quisessem passar por “constrangimentos” como estes, que os bastardos não tivessem arquitetado o golpe, dado o golpe, não tivessem acuado, constrangido, torturado e assassinado os seus concidadãos. Que não tivessem feito isto. Agora, querem o que? Não gostam de ser constrangidos pela verdade?
Os alicerces da globo foram construídos sobre o sangue dos brasileiros que não aceitaram o golpe que depôs um governo legítimo.
O segundo editorial exalta a decisão do STF, caracterizando-a como algo muito importante, isento e louvável. Nem preciso me delongar sobre quais foram as provas que o STF considerou no julgamento: as capas e o conteúdo dos jornais.
Alterando o ditado, acho que às vezes é melhor ser cego do que ler certas coisas.
Um comentário:
Pq será q proibiram o seguinte filme: "Brasil muito além do cidadão Kane"?
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