No dia 11 próximo, haverá um plebiscito sobre a divisão do estado do Pará em mais dois estados (Tapajós e Carajás).
O IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) – órgão que deveria nortear o governo, porém, só é utilizado politicamente quando interessa a uns e outros – calculou que, enquanto o atual estado do Pará apresenta um superávit em suas contas de cerca de R$ 300 milhões de reais anuais, caso estes outros dois estados venham a ser criados (claro, deverão replicar toda a onerosa estrutura de estado – executivo, judiciário e legislativo), o próprio Pará será deficitário em R$ 850 milhões de reais anualmente, Carajás em R$ 1 bilhão de reais e Tapajós em R$ 864 milhões. Somando-se tudo, um prejuízo de R$ 2 bilhões, oitocentos e quatorze milhões de reais (isto sem contar que antes havia superávit nas contas do Pará), quase três bilhões de reais. Por ano.
Bem, caso isto ocorra, os outros estados da federação é que terão de arcar com tais despesas.
O que eu acho mais burlesco disto tudo, é que a população de todos os demais estados do país, que, de fato, deverá pagar a conta desta brincadeira dos políticos, não é consultada neste plebiscito. Apenas a população do Pará votará.
Assim é fácil: quem vai pagar a conta não votará. Aí eu também quero.
Nós deveríamos pensar em reduzir a quantidade de estados e municípios no país, agregando aqueles que são deficitários economicamente há muitos anos (há estados que só trouxeram prejuízo ao restante do país, desde a sua fundação) aos outros entes da federação superavitários, respeitando, claro, as diferenças de cada região e cultura.
Porém, neste caso – com a óbvia intenção de aumentar a quantidade de cargos políticos e, portanto, a probabilidade de serem eleitos – alguns sórdidos políticos utilizam pretextos fúteis para tentar justificar a criação de estados e municípios natimortos, que só sobrevivem economicamente com o auxílio do governo federal.
Relembro-me do refrão da bela música do Lobão, Revanche: “Quem é que vai pagar por isso?”, questiona inclemente o velho lupino.
Pois bem, a resposta no caso é inequívoca: todos os brasileiros que não moram no Pará vão pagar (e para sempre) por esta aventura irresponsável.
Uma lástima.
P.S: segue o vídeo de Revanche (não encontrei a gravação que eu queria, a do hollywood rock - se fosse ela, o título desta postagem seria outro) :
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