"Justiça" sendo feita
Foto: Roosevelt Cassio - Reuters
Foto: Roosevelt Cassio - Reuters
Desocupação "pacífica"
Os defensores da lei
Jeito tucano de governar
Quem poderá defendê-las? O Chapolim Colorado?
Os bandidos fardados
Democracia e paz na veia
É realmente assustador e revoltante que cenas como esta ainda ocorram no Brasil. Como o país almeja ser uma potência se ainda age como se estivesse na idade média? Como pode uma pessoa eleita para representar o povo, como podem, juízes – árbitros de uma lei que deveria, primordialmente, defender o povo – e, finalmente, policiais que deveriam defender o povo permitir que tais atrocidades fossem cometidas?
O que vemos? A “meritíssima” (quanto mérito, meu Deus!) juíza Márcia Mathey Loureiro, meio que parafraseando outra persona non grata do judiciário brasileiro, literalmente, “não se importa com a turba”. Se há famílias, se há um processo de negociação, se o terreno pode ser desapropriado, quem se importa? A senhora Márcia Mathey Loureiro, esta mui sensível juíza, assemelha-se nas atitudes ao axioma do cômico personagem Justo Veríssimo, de Chico Anísio: “Eu quero que pobre se exploda”. Tudo poderia ser evitado se ela tivesse o mínimo de sensibilidade. Mas quem se importa? É a turba, eles que se explodam.
E não é só ela. A senhora Márcia é o próprio resumo do judiciário brasileiro.
"A meritíssima"
O senhor Alckmin, um sujeito absolutamente despreparado, arrogante, cínico, despudorado, falso cristão, servo da opus dei, este desastre administrativo que só sobrevive eleitoralmente devido ao grande apoio que a mídia paulista lhe provê, tem um quadro bastante claro a sua frente: ou negocia, ou massacra. Qual será a opção (certamente cristã) que ele escolheu?
Havia duas decisões judiciais uma estadual (que ordenava a desocupação) e outra federal (que permitia a permanência das famílias ali alojadas). Ora, se há duas decisões contraditórias da justiça, o que uma pessoa minimamente sensata faria? Esperaria uma decisão final para poder saber como agir.
Mas, se uma “permite” que se massacre e expulse o povo e a outra permite que as famílias permaneçam com residência, qual seria a opção de um governante do PSDB? A resposta todos já sabem.
É incrível que uma pessoa tão ridícula tenha desejado governar o Brasil inteiro.
Ele enganou outros políticos (entre deputados estaduais, federais, senadores e o ministro da cidades), dizendo que não haveria desocupação, que estava negociando e, quando pressionado pelo Eduardo Suplicy enquanto o massacre já ocorria, disse que a desocupação seria pacífica. Deve ser por isto que enviou milhares de policiais para lá.
Um homem de visão
Por fim, os policiais. A polícia foi criada no Brasil, séculos atrás, com um único objetivo: capturar escravos fugidos. Bem, ao menos não podemos dizer que é uma instituição incoerente: sua missão e atuação continuam as mesmas.
Por muitas vezes na minha vida, me ficou claro qual era o caminho correto e o caminho mais fácil. Sem hipocrisia, sempre que consegui discernir o certo do errado, escolhi o aquilo que julgava correto, suportando as consequências daí oriundas. Os policiais que realizaram a desocupação também tiveram a opção de se recusarem a cometer aquelas barbaridades: mas eles preferiram o caminho mais fácil.
Em países desenvolvidos, onde a polícia é – diferentemente da nossa – honesta e eficiente, a população respeita a autoridade policial, tem grande admiração pelos policiais e, através desta confiança mútua, muitos crimes são resolvidos, devido à colaboração da população para a resolução dos delitos - especialmente por ter o respeito e a confiança para dividir as informações com os policiais. Mas como um cidadão de bem pode confiar nos monstros fardados que cometem brutalidades como as das fotos aqui publicadas?
A polícia, muitas vezes, entra em greve e clama apoio da população para sua situação de penúria. Porém, como se compadecer daqueles que, em todas as oportunidades que possuem, massacram o povo do qual fazem parte?
É uma pena que eles sejam tão machos para enfrentarem populares, famílias inteiras, idosos, crianças e mães. Só não o são para enfrentar bandidos – dado o absurdo índice de criminalidade que o país ostenta.
Os hodiernos capitães do mato
No fim das contas, mais uma vez chego a constatação de que os grandes bandidos, os bandidos de verdade, vestem fardas, togas e ternos.
Mais é desnecessário dizer: é tudo uma lástima.
Um comentário:
Peço desculpas por não dar o devido crédito aos fotógrafos, no meio da compilação não consegui encontrar os respectivos autores.
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