Para quem decidiu simpatizar com Kátia Abreu por ela ter enfiado uma taça de vinho na cara de José Serra, um minuto de memória:
Em 2002, o agricultor Juarez Vieira Reis foi despejado das terras onde vivia, havia 50 anos, no município tocantinense de Campos Lindos, por 15 policiais militares, por conta de uma ação de manutenção de posse acionada por Kátia Abreu.
Juarez desfilou, sob a mira das armas dos militares, com a mulher e dez filhos, em direção à periferia da cidade, onde ficaram, ao relento, debaixo de um temporal amazônico.
As terras de Juarez foram retiradas como parte de uma desapropriação criminosa feita pelo então governador Siqueira Campos, do PSDB, para doá-las, em seguida, para amigos e aliados - Kátia Abreu entre eles.
Por ter tido a coragem de escrever sobre o assunto, baseado em uma matéria minha publicada na CartaCapital, Dom Tomás Balduíno, um gigante moral da igreja católica brasileira, acabou interpelado judicialmente pela agora ministra da Agricultura, na tentativa - vã - de calá-lo, coisa que nem os generais da ditadura conseguiram, diga-se de passagem.
Dom Balduíno morreu, aos 92 anos, felizmente, sem ver Kátia Abreu tomar posse como ministra em um governo do PT.
Juarez e a família ainda vivem na miséria.
Não se enganem: Kátia Abreu e José Serra se merecem.
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