Será aprovada a CPMF?
Não sei.
Se não for, o motivo básico será só um, mais profundo, mais enérgico que outros.
Não será responsável a população, que não votou no legislativo similarmente ao executivo?
Não.
Não será o governo, que não pagou mensalão?
Não.
Não será a oposição, que não é responsável?
Não.
Por que é um imposto que atinge majoritariamente o rico?
Não.
Por que é um imposto que tem três utilizações, saúde, previdência e bolsa-família?
Não.
Porque não tem seus recursos (na fonte) divididos com os estados e municípios?
Não.
E poderia enumerar dezenas de outros motivos da CPMF não ser aprovada.
Mas eles só compõem o quadro da oposição ao tributo, não o seu motivo precípuo.
A real causa que poderá obliterar a aprovação da CPMF será o distanciamento dos senadores da realidade.
Os senadores são uns teóricos.
Discursam, discursam, discursam...
É o que sabem fazer (também sabem fazer mais algumas coisas, Garibaldi e Calheiros que o digam, mas não é o assunto de agora).
Muitos senadores são ruins, mesmo, e por isto, jamais votarão em algo que ajuda o país. Detestam o Brasil. Detestam a sua temperatura. Detestam a sua gente. Destes, nada espero. Porém, há alguns bons senadores que se posicionam contra o tributo... não compreendo o que estes pensam.
Por que os governadores apóiam a CPMF?
Porque são eles que são agüentando o problema diariamente. São eles que convivem com greves de servidores. São eles que convivem com o caos na saúde. São eles que convivem com o pandemônio do problema da segurança pública. São eles que convivem com a fraqueza da educação. São eles que convivem com o sinistro problema do saneamento básico. São eles que convivem com as mazelas da infra-estrutura. São eles que convivem com as deficiências do transporte público. São eles que convivem diariamente com a população cobrando-os destes e de tantos outros males que afligem a população brasileira.
Daí os governadores serem favoráveis à CPMF. É claro que serão. Os problemas estão com eles. E, o governo federal, só existe para os estados e municípios. Tudo que arrecada (excetuando a parte da dívida), vai para os municípios e estados. Não existe governo federal para o próprio governo federal, por assim dizer. Ele existe para os outros. É garganta, é caminho, e não fim.
Como poderão os governadores e prefeitos serem contrários a cobrança de um tributo que, será destinado a ajudar a combater os males que os atormentam?
Agora, o que atormenta os senadores? Onde eles estão? A quem eles representam? Quais são os problemas que realmente afligem os senadores? Qual é o contato real que eles têm com a população? Eles sabem o que acontece com seus eleitores? Sabem o que o país enfrenta? Qual é a realidade do país?
Digam-me, qual é a realidade dos senadores?
Todos nós sabemos quais são as respostas. Os senadores são absolutamente distantes, categoricamente afastados, completamente ausentes da realidade brasileira.
São teóricos. Teóricos do palavrório, teóricos da tagarelice.
Não fazem idéia da vida real.
Aqui fora, queridos senadores, vou lhes dar uma dica. Aqui fora o caldeirão está fervendo.
Não convém querer esquentar mais.
Creiam-me.
Abandonem a teoria. Venham para o mundo real, porra.
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