O envolvimento do tal Policarpo parece invocar diversos artigos do código penal (e de outros códigos, claro). Primeiro: Policarpo sabia de crimes do Cachoeira e não revelou. Pelo contrário, maquiou. Segundo: sabia do envolvimento do Demóstenes com esses crimes e não revelou. Pelo contrário: maquiou o senador como paladino da lei. Terceiro: operou de modo a favorecer o grupo criminoso Cachoeira na perseguição de seus eventuais concorrentes. Quarto: buscou, utilizou e, aparentemente, estimulou o uso de recursos criminosos (subornos, criação de testemunhas forjadas, gravações e filmagens ilegais).
O que mais queremos? No Rio de Janeiro, o chefe de polícia (ou secretário de segurança?) do Garotinho, o tal Álvaro Lins, foi flagrado numa coisa bastante similar: ele foi apontado (e condenado) como operador de uma das facções criminosas do Rio e de um "empresário de jogos", um tal Rogério Arantes, para marginalizar os concorrentes. Simples assim. Policarpo operou como agente de uma facção criminosa. E, ao que tudo indica, como operador de um sistema maior de desestabilização do governo federal para golpeá-lo até o limite, a queda.
Isto não é novo na América Latina nem no Brasil (vide Jango). Resta saber qual a 'inteligência' que está por detrás da trama maior (o golpe) e qual a participação de forças externas (isto é, se e como se relacionam com os quinta-colunas daqui). Quem acha que isso é teoria conspiratória nunca estudou história dos golpes na A. Latina. Conspiração não é fruto de imaginação minha ou sua - é fruto da 'imaginação' dos conspiradores. E eles têm muita.
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