“Eu sou brasileiro e estou vendo meu país ser invadido
por esses homens-bomba miseráveis, esquartejados, que mataram crianças,
adolescentes. Justiça! Vamos expulsar ele! Cadê o prefeito? O governo do
estado?”
As palavras foram um ataque recente a um refugiado sírio que vendia salgados em
sua barraca no Rio de Janeiro. Seu nome é Mohamed Ali. E essa parece ser a sua
sina.
Afinal, também
foi um Muhammad Ali que fez história no século XX não só pelo seu trabalho – o
de um dos mais talentosos pugilistas da Terra, mas por enfrentar o racismo em
um país segregado entre brancos e negros.
Mohamed Ali
precisa enfrentar a resistência de uma parcela da sociedade. Resistência que
tem nome, islamofobia.
Quem acha que a
agressão a Mohamed foi um caso isolado se engana. Após o atentado à revista
francesa Charlie Hebdo, em 2015, mulheres e homens muçulmanos vêm sendo
xingados, apedrejados e tendo pertences danificados em diferentes lugares do
Brasil.
Mesquitas foram
vandalizadas. Em
cidades do Paraná, estado com forte presença muçulmana, relata-se a pixação de
uma estrela de Davi, símbolo do Estado de Israel, o arremesso de um balde de
fezes humanas contra o pátio de uma mesquita e o cântico de hinos israelenses
em frente a templos sagrados muçulmanos. Ataques e provocações que não
aconteceram apenas do lado de fora.
Refugiado sírio
de Alepo, um dos focos mais violentos da Guerra na Síria, Abdulbaset Jarour,
27, conta que foi agredido dentro de casa por vizinhos, em São Paulo.
Ele conseguiu
chamar a polícia. “Aqueles que me bateram falaram que eu sou um terrorista, um
homem-bomba, que iria explodir o condomínio. Eu não saí do meu país para passar
por isso aqui. É muito triste”, relata.
Sua aparência se
transformou num de seus maiores obstáculos. Sem conseguir emprego fixo por
muito tempo desde que veio para cá, conta que alugou um carro para trabalhar
como motorista do Uber. Não contava com a reação dos passageiros.
“Muitas pessoas
cancelam a viagem quando veem o meu nome, quando veem a minha foto. Alguns que
entram no carro começam a me olhar estranho. E perguntam: ‘por que seu nome é
estranho?’ Respondo que sou árabe. Começam a ficar nervosos”.
Ele lembra de uma
passageira que sugeriu que tirasse a barba. “Eu respondi: essa é a minha vida,
tem brasileiros que têm o dobro da minha barba. Ela disse: ‘mas você é árabe, é
diferente, não pode’”.
Certa vez,
recorda, duas passageiras se beijavam em seu carro. “Não estavam nem aí.
Perguntaram sobre meu nome. Falei que sou árabe. Me desvalorizaram e me
avaliaram com 1 estrela. Antes de descerem, foram muito grossas comigo e
bateram forte a porta do carro, só de saber que sou árabe”.
Abdulbaset também
não esquece do que era para ser um almoço na casa de uma amiga. “A gente se
sentou. A minha amiga me apresentou para a amiga dela, que olhou pra mim com
uma cara estranha e me falou: ‘por favor, não mata a minha amiga!’ Eu deixei o
almoço e fui embora. Fiquei muito triste”.
Não é diferente
na internet. “Uma pessoa me mandou no Facebook: ‘Oi, tudo bem? Posso te
conhecer?’ Eu falei: sim! Ela disse:
‘Você é da onde?’ Eu falei: Sou árabe, da Síria. Ela falou: ‘seu mentiroso!
Você não é árabe, você é sírio. Sai do nosso país, vocês o estragam!’”
Não é diferente
nem nas palestras que dá. “Eu falo: o que eu sou pra vocês, como árabe,
muçulmano? A maioria fala: terrorista. Pergunto: o que é terrorista pra vocês?
Ninguém responde”.
Mito
O que Mohamed Ali
e Abdulbaset Jarour viveram no Brasil não é uma novidade na história do Brasil.
E põe em xeque a fama do brasileiro de ser um povo acolhedor e pacífico.
Fama que, na
visão de Anaxsuell Fernando, não passa de um mito, que surge com intelectuais
como Gilberto Freyre e Sérgio Buarque de Holanda e se consolida no imaginário
social por meio do cinema. “Essa compreensão da realidade ajudou a dissimular o
racismo, o sexismo e as mais distintas formas de violência cotidianas”, afirma.
Diferentemente da
África do Sul e dos Estados Unidos, onde até algumas décadas atrás a
hostilidade era institucional e explícita, o antropólogo explica que a
violência brasileira se consolidou “de um modo mais cínico”.
“Ela existe no
cotidiano e no narcisismo das pequenas diferenças. De maneira que grupos
minorizados socialmente vivenciam todos os dias experiências de violência,
inclusive por parte do próprio Estado”, analisa.
“Não existe uma
demarcação visível da xenofobia, como um muro físico, mas existem muros
simbólicos que separam pessoas por causa do seu gênero, raça, origem ou
orientação sexual. E este discurso pode, eventualmente, ganhar contornos
religiosos e morais”, explica.
Segundo Fernando,
também é falsa a ideia de que o Brasil é um país muito diverso religiosamente.
“O Brasil é profundamente religioso mas sem perder de vista que somos
majoritariamente cristãos”, afirma.
Abdulbaset Jarour, agredido em sua casa em SP |
E nesse grupo,
segundo o professor, a intolerância religiosa é uma marca desde a chegada dos
colonizadores. “Já nos primeiros anos de colonização, a incapacidade de
convívio teve como alvo as diferentes culturas indígenas. As chamadas reduções
indígenas foram uma maneira encontrada para circunscrever as populações
indígenas na crença correta, neste caso, a fé cristã”.
Depois, com a
escravidão de povos africanos, veio a intolerância contra suas religiões, “que
serão associadas a práticas demoníacas”.
“Com o fluxo
migratório de pessoas de tradição protestantes, a incapacidade de convívio com
a diferença se faz novamente presente. São fartos os relatos de grupos cristãos
minoritários discriminados e marginalizados em razão das suas crenças”.
As comunidades
islâmicas no Brasil, afirma, “vivenciam aquilo que vários outros grupos
religiosos experienciaram noutros momentos. Obviamente, em intensidade e
natureza distintas”.
Política
Se depender de
setores da política brasileira, ataques como os sofridos por Mohamed e Abdulbaset
poderão ganhar proporções ainda maiores.
Em fevereiro
deste ano, o deputado Jair Bolsonaro (PSC), segundo colocado em diversas
pesquisas de intenção de voto para presidente no ano que vem, fez um discurso no mínimo “contundente” contra
minorias.
Contrariando a
Constituição Brasileira de 1988, ele disse:
“Essa historinha
de Estado laico não. É Estado cristão. Vamos fazer um Brasil para as maiorias.
As minorias têm que se curvar. A lei deve existir para defender as maiorias. As
minorias se adequam ou simplesmente desapareçam!”
Ovacionado a cada
frase por uma plateia majoritariamente masculina, seu nome era erguido em
bandeiras do Brasil.
O canal Religião
e Política, que publicou o discurso no YouTube, foi mais específico dois meses
depois. Em abril, postou “Treinamento da Síria para invadir Israel”, vídeo em que homens armados aparecem
fazendo supostos disparos numa região remota, onde derrubam uma pequena
bandeira de Israel. No momento em que os supostos sírios falam, suas vozes são
sobrepostas por uma música que impede a compreensão do que dizem.
Para Anaxsuell
Fernando, professor e pesquisador de Antropologia da Religião na Unila
(Universidade Federal da Integração Latino-Americana), a emergência de figuras
como Bolsonaro reflete o avanço do neoliberalismo sobre a democracia, “dissolvendo a estrutura estatal e
instituindo o discurso do medo, principal veículo do conservadorismo”.
Ele recorre ao
intelectual português Boaventura de Sousa Santos para dizer que em nome da
liberdade de expressão, permite-se a ascensão de comportamentos e atitudes que
cerceiam a democracia. “Estamos vivendo em um contexto social politicamente
democrático e socialmente fascista”.
Xenofobia
No último dia 29 de
julho, Bolsonaro compartilhou um vídeo da Hebraica, sobre o qual escreveu: “Minha continência
ao Estado de Israel”.
No vídeo, diz-se
que, apesar dos muçulmanos defenderem a sacralidade de Jerusalém, ela não é
citada nenhuma vez no Alcorão, livro sagrado para o Islã. Também defende que os
judeus chegaram primeiro. Que, sob o domínio muçulmano, as outras religiões
eram consideradas infiéis. Que se a cidade fosse realmente sagrada, por que os
islâmicos rezariam voltados para Meca, e não para Jerusalém, como fazem os
judeus?
O vídeo foi
compartilhado por mais de 8.400 pessoas e visualizado quase 390 mil vezes. O
deputado Flávio Bolsonaro (PSC) foi uma das 19 mil pessoas que reagiram, entre
aqueles que curtiram, amaram ou se surpreenderam.
Ibrahim Alzeben,
embaixador da Palestina no Brasil, condena a postura do deputado por
compartilhar esse tipo de conteúdo. “Como ser humano, ele está incentivado a
xenofobia e o fanatismo. Palestina é a Terra de Canaã. Se ele acredita na
Bíblia e volta ao capítulo Êxodo, vai perceber que nós estávamos ali, os
palestinos”, diz.
“Para nós é uma
grande honra, ao contrário do que foi dito, Jerusalém ser o berço de três
religiões”, afirma. Ele esclarece que a única religião que, de fato, nasceu na
Palestina foi o cristianismo e que judaísmo e islamismo se desenvolveram no
local, mas não nasceram nele.
“Se vamos falar
de direitos históricos e religiosos, eu acho que a esta altura do campeonato,
se o Brasil pertence aos portugueses ou aos guaranis, eu acho que o ser humano
tem que crescer um pouco e pensar alto”, ironiza. “Mais quando um deputado
representa o povo”, critica. Para Ibrahim Alzeben, o papel das lideranças
políticas é fomentar a paz, não o conflito.
O embaixador
ressalta que a Palestina é importante para todos, sejam cristãos, muçulmanos e
judeus. “Não podemos negar nunca o direito religioso a ninguém. Quanto a
direitos racionais, temos que separar política de religião. A Palestina é
território dos palestinos”.
Ualid Rabah,
diretor de relações institucionais da Federação Árabe-Palestina do Brasil
(FEPAL), também rebate as informações apresentadas na página de Bolsonaro.
Explica que Jerusalém é citada no Alcorão e que estudos apontam que a origem
dos palestinos está relacionada aos cananeus, povo que foi morar na região há
mais de dez mil anos.
“A Palestina é um
caso único de limpeza étnica na história da humanidade, não que não tenha
havido outras, mas elas foram em território contíguo, entre povos que
disputavam terras há séculos ou milênios”, observa.
No caso palestino, afirma, a limpeza étnica é executada
previamente “contra uma população autóctone em que sua metade é expulsa para no
seu lugar ser colocada uma população de várias partes do mundo”.
Para Rabah, que
também integra coletivos de combate à islamofobia, quem adesiva-se de Bolsonaro
ou vota nele não é sério ou adere a um genocídio programado. “Não é possível
ser levado a sério um sujeito que defende, inclusive publicamente, extermínios,
submissão de minorias, subtração de direitos dessas minorias”, afirma.
Segundo o
ativista, trata-se do discurso de um “bandido, que reproduz o que há de pior no
fascismo europeu, que levou às limpezas étnicas e às distorções fora da Europa
na forma colonial e dentro da Europa na I e na II Guerra, sem contar as guerras
dentro da Europa séculos anteriores com europeus matando europeus”.
Rabah acredita
que o discurso do deputado é comparável ao de grandes tiranias na história da
humanidade, como no caso de Adolf Hitler, que liderou o nazismo na Alemanha
durante a II Guerra Mundial; Benito Mussolini, líder do fascismo na Itália
antes e durante o mesmo período; o apartheid na África do Sul e a escravidão de
negros daquele continente para outras partes do mundo.
“O que o
Bolsonaro não entende e nunca vai entender é que Mussolini era tão cristão
quanto ele. Que Hitler era tão cristão quanto ele. O que esse louco nunca vai
entender é que o regime do apartheid na África do Sul e todos os crimes
cometidos a pretexto de que os negros eram inferiores, inclusive a escravização
de 150 milhões de pessoas no curso de dois, três séculos, foi feita por
cristãos brancos, europeus e ocidentais iguais a ele. Gente que se diz cristã e
não é. São bandidos”, acusa.
“É um sujeito que
deveria estar preso, não falando para uma plateia e ser ovacionado, menos ainda
ser recebido na Hebraica. Pra você ver a que grau de degeneração ideológica e
humana parcela da liderança judaica sionista chegou”, afirma.
Hebraica
Rabah se refere a uma palestra do deputado, convidado pela Hebraica do Rio
de Janeiro em abril deste ano. O próprio convite foi condenado por lideranças
judaicas e alvo de protestos.
No vídeo,
Bolsonaro defendeu que não se pode “abrir as portas para todo mundo”, em
referência aos refugiados.
Ualid Rabah
acredita que Bolsonaro é só a ponta de um iceberg. No caso da islamofobia, o
diretor de relações institucionais da FEPAL afirma que a origem do preconceito
está em “setores pentecostais e neopentecostais que se apresentam como cristãos
e evangélicos”
Segundo ele,
esses grupos religiosos vinham disseminando o horror ao catolicismo,
espiritismo e matrizes de origem africana, e há cerca de vinte anos o fazem em
relação ao islã. Esse discurso estaria sendo utilizado, por exemplo, aponta
Rabah, na Igreja Universal do Reino de Deus.
De acordo com o
ativista, essa prática teria começado há cerca de vinte anos, “quando começam
associar a leitura do Velho Testamento à defesa de Israel. Em tempos mais
recentes, eles começam a ter vínculos diretos com todas as organizações
representativas da comunidade judaica no Brasil, como a CONIB (Confederação
Israelita do Brasil)”.
Ele defende que
essa articulação se junta à extrema direita da política brasileira, mas chega
até a esquerda, no caso do deputado Jean Wyllys (PSOL). “Ele diz defender
os direitos do palestinos, mas é incrível como acentua a criminalização dos
mesmos, e de todos os muçulmanos, por meio do que alega ser a criminalização,
por estes todos, dos LGBT. E faz isso se associando a Israel”, afirma.
Rabah fala das
críticas que o congressista teria feito a um evento muçulmano há pouco mais de
uma semana. “Fica evidente sua islamofobia quando se associa, acriticamente, na
criminalização do evento muçulmano promovido em São Paulo. É como se tivesse
cumprido uma pauta previamente determinada”, diz.
Mídia
A comunidade
muçulmana vem sendo submetida a uma intensa exposição midiática, especialmente
a partir de 11/09, observa Anaxsuell Fernando. “Tem forjado uma imagem pública
repleta de estereótipos não correspondentes às crenças islâmicas abraçadas pela
maioria de sua população”, afirma.
Exemplo de preconceito seria a visão construída em torno
do hijab (véu). “No Brasil, tais ações sustentam-se em generalizações enganosas
ou percepções religiosas equivocadas dos símbolos religiosos. O hijab tem sido
superficialmente associado a opressão das mulheres”.
Para Ualid Rabah,
nenhum setor é tão eficaz na disseminação do preconceito quanto a grande mídia
brasileira. “Os veículos de comunicação de massa são os primeiros responsáveis
pela islamofobia e toda a intolerância reinante no Brasil”.
Desde que chegou
ao país, Abdulbaset observa que a mídia brasileira mexe muito com a mente do
povo. “O que os EUA querem fazer, os brasileiros gostam. O que a mídia mostrar,
o brasileiro vai guardar”, aponta. Diz que no Brasil o que se fala do mundo
árabe é por meio de documentários sobre terrorismo e algumas novelas. “Mas se
você perguntar para os brasileiros que sabem sobre os árabes, não conhecem
nada, não sabem onde fica a Síria”.
“Quando Israel
ataca a Palestina e destrói os palestinos, por que não se diz ‘o aviador judeu
conduzindo…’? Por que não se associa o credo judaico aos crimes de Israel?
Primeiro, eles disseram que o islamismo é uma coisa ruim. Para isso, estão
utilizando as correntes pró-Israel”.
Para Ibrahim
Alzeben, embaixador da Palestina no Brasil, a visão israelense sobre os fatos
prevalece por uma questão econômica. “Eu não tenho recursos para publicar”,
afirma. Os veículos de comunicação, aponta ele, não querem contrariar os
interesses das empresas que os patrocinam. “Eles têm medo de publicar, de que
as grandes empresas deixem de fazer anúncios”.
Recentemente, o blog
de Rodrigo Constantino,
da Gazeta do Povo, publicou um artigo com o título: “Família do homem acusado
de matar judeus vai receber $3 mil por mês de autoridade palestina”. A
abordagem foi interpretada como islamofóbica.
“Não é uma
recompensa”, esclarece o embaixador Ibrahim Alzeben. Ele afirma que, como em
qualquer lugar do mundo, é dever do Estado amparar seus cidadãos. “O Estado
Palestino não incentiva atos violentos”.
“A notícia da
forma como é apresentada, a promoção da islamofobia, da Palestinofobia, da
muçulmanofobia, a Gazeta do Povo está participando dessa orquestra”, critica
Ualid Rabah.
Sonhos e
frustrações
Há três anos no
Brasil, Abdulbaset não veio exatamente por uma escolha. Ele conta que foi aqui
que conseguiu refúgio depois de passar por três consulados no Líbano, seu
destino após servir o exército em Damasco e ter sua base bombardeada por Israel.
Com várias
fraturas pelo corpo, foi tratado. Em fevereiro deste ano, sofreu uma cirurgia.
Mas com dificuldades para agendar um tratamento no joelho via SUS e sem
recursos financeiros, sua saúde está debilitada. Longe dos familiares, sente
saudades e sonha em se juntar a eles.
Sonha também em
ter o próprio negócio, como tinha na Síria, levar uma vida confortável,
aprender português, fazer uma faculdade de artes cênicas, jornalismo ou
relações internacionais, casar e criar uma família.
Sem perspectivas
aqui, no entanto, cogita ir embora, talvez para o Canadá ou a Austrália. “Mas
eu amo o Brasil. Tenho amigos maravilhosos. Uma parte de mim quer ficar
para sempre.”
Respostas
A nossa
reportagem questionou a CONIB (Confederação Israelita do Brasil) sobre as
acusações de fomento à islamofobia no país.
Em nota, a
instituição afirma que sempre defendeu o diálogo inter-religioso e o combate a
toda forma de discriminação, inclusive a islamofobia.
“É preciso tomar
cuidado para que o necessário e imprescindível combate à islamofobia não se
transforme em pretexto para propagar acusações mentirosas contra minorias e
cometer crimes semelhantes, como o antissemitismo”.
Sobre a crítica
de Ualid Rabah a parte da liderança judaica, a CONIB aponta o uso da palavra
“degenerada” para acusar a comunidade judaica brasileira como sendo o mesmo
termo usado pelos nazistas para atacar a arte moderna e muitos dos artistas
judeus da época.
Em nota, a Igreja
Universal do Reino de Deus declara que repudia com veemência “todo ataque à fé
ou às crenças dos adeptos de qualquer religião, até porque são nossos fiéis as
maiores vítimas do preconceito religioso no Brasil”.
Menciona estar
presente em mais de 110 países, muitos dos quais de maioria islâmica: “Em todos
eles, cumprimos nossa missão evangelizadora e social com total respeito às
leis, às normas e costumes locais”.
Diz que, “além
absurda, a acusação de ‘islamofobia’ é criminosa. Espera-se que o entrevistado
citado pelo jornalista explique como elaborou uma conclusão tão monstruosa,
pois nunca uma só palavra neste sentido foi defendida em qualquer templo ou
veículo oficial da Universal na TV, no rádio, jornal, livro ou Internet”.
A Hebraica do Rio
de Janeiro foi questionada sobre o convite a Jair Bolsonaro para palestrar a
sua comunidade, mas não respondeu.
Jair Bolsonaro,
Marco Feliciano e Jean Wyllys não se manifestaram sobre as críticas que lhes
foram feitas.
Abdulbaset afirma
que uma investigação foi aberta contra seus agressores, que estão livres.
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