sábado, 6 de outubro de 2007

Funcionalismo Público

O Presidente Lula recentemente fez uma afirmação de que: “As pessoas passam para a sociedade uma idéia de que é possível fazer choque de gestão diminuindo o número de pessoas que trabalham, quando, na verdade, o choque de gestão será feito quando a gente contratar mais gente, mais qualificada, mais bem-remunerada, porque aí teremos também serviços de excelência prestados para a sociedade brasileira. Para reverter essa situação é preciso coragem de ser ousado”.

Olha, mesmo eu, particularmente refratário a funcionários públicos tenho considerações positivas a fazer sobre a fala.
Sem um salário digno, ninguém trabalha com toda a vontade, contentamento e disposição que trabalharia recebendo um salário adequado. Isto é fato.
Os funcionários públicos recebem, em sua grande maioria (particularmente os federais), um salário adequado. Os membros do judiciário não recebem um salário adequado. Seus salários são excessivos.

O que me dá asco nos funcionários públicos (não todos, que fique claro) é sua indolência, a forma como tratam mal as pessoas, a sua incompetência por causa da estabilidade, suas greves absurdas, etc.

Isto tudo me afasta e, não coaduno com a sua estabilidade. Não concordo, mesmo. Recentemente o governo Lula propôs contratar por meio de “fundações”, sendo que os funcionários não teriam mais estabilidade, seriam avaliados de maneira similar ao mercado privado, podendo até serem demitidos.
Não obteve grande apoio do PSDB, o partido que se jacta de ser portador do tal “choque de gestão”. Onde ele estava perante a proposta governamental?
A extrema esquerda, tão fascista quanto a extrema direita, acusou o projeto de ser a própria encarnação do demônio na terra.

A questão, é que os funcionários públicos têm de receber um salário digno, como todos os cidadãos também devem receber. Agora, ao não receberem o que esperavam, eles não têm o direito de tratarem mal, ou abusar da sua estabilidade, como muitos fazem. Não possuem este direito. Isto me enoja, e enoja muito.
Se o governo paga tão mal, se o serviço é tão ruim, se as condições são precárias, peçam conta, ora!
Sempre temos opções, e eu, diariamente, escolho as minhas. De continuar no meu emprego, de continuar meus relacionamentos, de continuar vivendo. Eu poderia não prosseguir, eles também podem. Se meu emprego estivesse tão ruim, eu pediria conta, obviamente. Se meu relacionamento estivesse ruim, eu terminaria. Se a vida estivesse ruim, eu alteraria meu comportamento, meu emprego, meu relacionamento.
Sempre temos opções. Os funcionários públicos também têm.

A fala do presidente tem total nexo, pois, recentemente o IPEA afirmou que o Estado brasileiro perdeu desde 1980, 2,5 milhões de vagas de trabalho. Se fosse pela pequena quantidade de funcionários que “choques de gestão” fossem dados, isto já teria acontecido.


Agora, uma coisa é fato. Ao tratarem a pão e água os funcionários, os tucanos e os Demos demonstram bem como gostam de pessoas.
Se o estado destrata àqueles que trabalham para ti, porque não destrataria todos os outros cidadãos?

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