Da Folha Online
BOLSISTA TEM NOTA IGUAL OU MAIOR QUE PAGANTE
Que manchete gostosa! É de lavar a alma! Deve(ria) ser motivo de alegria e orgulho para todos nós brasileiros.
Mas aí vem um tal de Simon Schwartzman, sociólogo, presidente do Instituto de Estudos de Sociedade e Trabalho, para sugerir duas HIPÓTESES para explicar o inaceitável para alguns: Primeira: INDICARIA que os bolsistas tem nível sócioeconômico superior ao de seus colegas, o que mostraria que a focalização do programa não está sendo eficiente. Segunda: como há uma nota mínima no ENEM para pleitear a bolsa, ficam de fora os alunos de nível menor que ingressariam, sem ProUNI, em cursos menos disputados.
Ora meu caro professor: as suas duas hipóteses, com o devido respeito, são uma porcaria. Nota-se um esforço danado do sr. para desqualificar a proeza. Essas ilações exalam um cheirinho de preconceito, de elitismo,de falsidade intelectual/ideológica das brabas!
Comentário
Simon Schwartzman foi presidente do IBGE e é um pesquisador respeitado. Mas suas hipóteses são de cabo-de-esquadra, vítimas do mau uso da focalização (a escola que propõe que as verbas públicas sejam focalizadas nos mais necessitados).
Tem-se uma massa de candidatos ao Prouni. Os candidatos à Bolsa sofrem uma restrição: não podem ter renda acima de determinado limite.
O que é mais crível:
1. A maioria dos candidatos do Prouni burlou as restrições. Ou seja, não apenas os de melhor nível econômico foram maioria como os fraudadores foram maioria.
2. A maioria dos candidatos, por necessitados, valoriza muito mais a oportunidade do que aqueles com menos problema financeiro.
Simon quis sofisticar uma conclusão óbvia e falou tolice. Não precisa ter doutorado em sociologia para constatar o óbvio: quem precisa mais, valoriza mais o estudo.
A própria Unicamp pesquisou as notas dos alunos egressos de escola pública e constatou que, passado o período em que tiravam o atraso em relação aos demais colegas, na média tiravam melhores notas.
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