O escritor Pedro Nava escreveu em suas memórias que “O Rio de Janeiro é uma metrópole norte-americana construída sobre uma cidade francesa que, por sua vez, foi erigida sobre uma cidade colonial portuguesa”. Eu ainda conheci um pouco deste Rio francês, pois lá nasci em 1946 e acompanhei as mutações sofridas pela cidade, não apenas as derivadas do seu crescimento demográfico mas, principalmente, as devidas a nefasta administração do seu primeiro governador, o deputado Carlos Lacerda, na qual este, juntamente com seu Secretário de Obras, o Engenheiro Marcos Tamoio, liberou criminosamente os gabaritos e recuos que ordenavam a cidade, fornecendo, assim, os meios para que os agentes imobiliários e econômicos acabassem com o Rio de Pereira Passos, Paulo de Frontin e Alfred Agache, seguindo o “laissez faire” capitalista do urbanismo norte-americano.
Tenho por mim que não foi apenas a coesão urbana de cidade européia e sua escala agradável ao homem que a cidade perdeu nesta época; os especuladores destruíram sua maravilhosa paisagem natural, construindo nas encostas mamutes de concreto e aço, alteraram sua tipologia para pior, destruíram as suas antigas qualidades ambientais, paisagísticas e urbanísticas ao ponto de modificarem suas práticas sociais e ritos culturais locais. E o responsável por esta tragédia ecológica tem um nome: Carlos Lacerda.
Comentário: ainda que o desastre chamado Carlos Lacerda tivesse se restringido a isto.
Um comentário:
quanta bobagem. Deveria se informar mais antes de defecar pelos dedos.
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