O monopólio da maledicência
Na reta final da campanha, proliferam queixumes de colunistas, editorialistas, acólitos em geral que defendem ferozmente seus espaços na mídia. Eles criticam o que chamam de “baixo nível” da campanha, rezando o credo segundo o qual apenas a imprensa pode criar factoides, explorar meias-verdades, difundir mentiras e estimular o radicalismo entre os ativistas políticos. Aqueles que buscam explicações para o quadro eleitoral que os contraria dão todo o crédito ao marqueteiro-chefe de Dilma Rousseff, negando qualquer mérito à candidata.
Acontece que, ao afirmar que foi a propaganda no rádio e na TV, que fez a defesa agressiva do legado dos governos petistas, a causa da mudança nas perspectivas eleitorais, cada um desses textos está admitindo que as mensagens elaboradas pela campanha da presidente foram capazes de desconstruir, em poucas semanas, aquilo que fora incutido em grande parte da sociedade ao longo de muitos anos por um jornalismo tendencioso, raso, partidário e irresponsável.
Ao descobrirem que não possuem o monopólio da maledicência, muitos jornalistas acusam a campanha de ser maledicente.
Carlos Lacerda ainda é um herói em quase todas as redações e não foram poucas as eleições decididas por manobras da imprensa reacionária. A última delas está em andamento, a partir de mais uma incursão da revista Veja no jornalismo marrom. Mas apenas o Globo parece disposto a arriscar sua reputação em mais esse factoide: uma suposta declaração do principal acusado no escândalo da Petrobras que é desmentida por seu próprio advogado.
O UOL publicou uma nota e o Estado de S. Paulo não deu credibilidade à notícia.
Agora, convenhamos: alguém acha que se pode ser competitivo numa eleição com frases doces, nos termos em que a imprensa coloca a agenda pública? Se até Marina Silva, tida por muitos como uma espécie de ninfa diáfana da floresta, tem sido capaz de proferir barbaridades com aquele ar de santa em casa de tolerância, por que a candidata que é massacrada pela mídia iria posar de Madre Teresa? Para perder a eleição?
Transita entre a candura e a hipocrisia a ideia de que a política deveria ser um confronto elegante de damas e cavalheiros. Não é, nunca foi, e a imprensa sempre atuou como lança-chamas. Com qualquer resultado no domingo, o ódio que semeou será sua herança.
Na reta final da campanha, proliferam queixumes de colunistas, editorialistas, acólitos em geral que defendem ferozmente seus espaços na mídia. Eles criticam o que chamam de “baixo nível” da campanha, rezando o credo segundo o qual apenas a imprensa pode criar factoides, explorar meias-verdades, difundir mentiras e estimular o radicalismo entre os ativistas políticos. Aqueles que buscam explicações para o quadro eleitoral que os contraria dão todo o crédito ao marqueteiro-chefe de Dilma Rousseff, negando qualquer mérito à candidata.
Acontece que, ao afirmar que foi a propaganda no rádio e na TV, que fez a defesa agressiva do legado dos governos petistas, a causa da mudança nas perspectivas eleitorais, cada um desses textos está admitindo que as mensagens elaboradas pela campanha da presidente foram capazes de desconstruir, em poucas semanas, aquilo que fora incutido em grande parte da sociedade ao longo de muitos anos por um jornalismo tendencioso, raso, partidário e irresponsável.
Ao descobrirem que não possuem o monopólio da maledicência, muitos jornalistas acusam a campanha de ser maledicente.
Carlos Lacerda ainda é um herói em quase todas as redações e não foram poucas as eleições decididas por manobras da imprensa reacionária. A última delas está em andamento, a partir de mais uma incursão da revista Veja no jornalismo marrom. Mas apenas o Globo parece disposto a arriscar sua reputação em mais esse factoide: uma suposta declaração do principal acusado no escândalo da Petrobras que é desmentida por seu próprio advogado.
O UOL publicou uma nota e o Estado de S. Paulo não deu credibilidade à notícia.
Agora, convenhamos: alguém acha que se pode ser competitivo numa eleição com frases doces, nos termos em que a imprensa coloca a agenda pública? Se até Marina Silva, tida por muitos como uma espécie de ninfa diáfana da floresta, tem sido capaz de proferir barbaridades com aquele ar de santa em casa de tolerância, por que a candidata que é massacrada pela mídia iria posar de Madre Teresa? Para perder a eleição?
Transita entre a candura e a hipocrisia a ideia de que a política deveria ser um confronto elegante de damas e cavalheiros. Não é, nunca foi, e a imprensa sempre atuou como lança-chamas. Com qualquer resultado no domingo, o ódio que semeou será sua herança.
Um comentário:
Que bom que a mídia não obteve êxito.
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