Assistindo aos dois vídeos, pode-se chegar
a conclusões bem precisas.
Um jovem colocou um rojão no chão (veja
bem que se trata de um artefato muito menos perigoso do que a arma disparada pelo
policial), que infelizmente subiu e explodiu exatamente quando passou perto da
cabeça do cinegrafista, vindo a matá-lo. O vídeo não mostra, mas os
manifestantes de imediato foram prestar socorro a vítima – algo bem diferente
do que os policiais fizeram.
Dois manifestantes foram presos por conta
da morte do cinegrafista. Um, por ter acendido o rojão. Nunca ficou claro
pra mim qual seria a causa desta prisão. Acender um rojão não pode ser crime.
Quem direcionou-o para um local inapropriado pode ter cometido um crime. Já quem
o acendeu, de forma alguma o fez.
O
jovem que acendeu o rojão, bem como o que o pôs no chão e infelizmente ocasionou
este acidente trágico, foram acusados pelo MP (órgão que mais parece um cão a
colher os ossos que a imprensa lança) de homicídio triplamente qualificado.
Apenas para que se compare, os homicídios triplamente qualificados no Brasil
foram o do caso Nardoni, da Eliza Samudio ou da Suzane von Richthofen. Casos
bárbaros, que nem se comparam ao descrito aqui. Foi uma morte, trágica como
sempre para um trabalhador que esta exercendo seu ofício, porém, é óbvio que se tratou de um acidente. Basta avaliar serenamente
os fatos.
Eu já estive em inúmeras festas
(especialmente juninas), que lançaram rojões no meio da multidão. Nunca
aconteceu nada demais onde estive, os dois casos que ouvi falar foram
justamente este e mais um, do rojão lançado da torcida do Corinthians sobre a torcida do San Jose num jogo na Bolívia pela Copa Libertadores da América.
Agora podemos confrontar o que este jovem fez
(aqui
escrevo mais sobre ele), o erro que cometeu, o acidente fatal pelo qual é
responsável, ao que o policial faz.
Reparem que o policial esta, desde o
início, sedento, desesperado para arrumar algum tipo de álibi, para descarregar
sua sanha fascista.
É só um criminoso, um reles bandido que
porta farda.
Por acaso, o resultado foi diferente entre
as duas ações foi diferente, já que balas de borracha a curta distância podem matar, cegar, etc
O de um rojão colocado no chão acabou em
morte. O de um ataque brutal, um tiro a queima-roupa disparado por um covarde,
não.
Eles deveriam ser tratados diferentemente
porque são casos diferentes. Um, homicídio culposo. O outro, tentativa de
homicídio.
Mas serão tratados de formas distintas por
outros motivos.
Uma lástima.
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