Renomados acadêmicos, pesquisadores,
figuras políticas, sociólogos, magistrados, procuradores e cadedráticos do
Brasil e do mundo manifestaram-se em repúdio à violenta ação da polícia contra
lideranças do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), nesta
sexta-feira. Acompanhe alguns relatos:
"A invasão policial, sem mandado
judicial, da Escola Florestan Fernandes, do MST, constitui não só um dos mais
graves dos muitos episódios recentes tendentes à instauração de um regime de exceção, como a evidente
tentativa de criminalizar os movimentos sociais e todos os segmentos que não
concordam com os rumos autoritários que vem tomando conta do nosso país."
(Ricardo Lodi Ribeiro, professor adjunto de Direito Financeiro da UERJ).
"Se havia alguma dúvida, agora na há
mais: já estamos vivendo sob o estado policial" (Wadih Damous, Deputado
Federal).
"É exceção a pleno vapor, exibindo as
suas garras, depois da forte agressão à soberania popular no golpe contra
Dilma" (Tarso Genro).
"O avanço do estado policial como
consequência do golpe vem atropelando os direitos e garantias fundamentais a
serviço do Estado de exceção" (Leonardo Isaac Yarochewsky).
"Esta manhã, a polícia atacou uma
escola do @MST_Oficial no Brasil. Desde a BCN, condenamos a violência e
exigimos respeito aos Direitos Humanos" (Gerardo Pisarello, Coprefeito de
Barcelona-ES).
"Estamos vendo o nascimento de uma
ditadura. O golpe vai se consolidando como um Estado de Exceção que enterrou a
Constituição democrática e não respeita os direitos fundamentais." (João
Ricardo Wanderley Dornelles, Professor de Direito da PUC-Rio).
"Maquiavel fez escola. Toda a maldade
de uma Vez. Estado aparelhado. População com medo. O cotidiano militarizado.
Resistir até o fim." (Alexandre Morais da Rosa, Juiz de Direito e
Professor da UFSC).
"A ilegal invasão da Escola Florestan
Fernandes em Guararema-SP, de forma irresponsável e com munição letal, mergulha
ainda mais o Brasil nas sombras do Estado Policial, onde a seletividade e
ilegalidade determinadas ações (tanto policiais como judiciais) voltaram a ser
a regra, bem ao estilo das ditaduras latinoamericanas chefiadas por
Washington." (Ricardo Franco, advogado junto ao Tribunal Penal
internacional).
"O assalto armado policial à Escola
Florestan Fernandes é mais um assalto a nossa jovem democracia, que vem
sofrendo rápido processo de degeneração. O ameganhamento da política e das
instituições constitui um assustador sinal do avanço do fascismo no Brasil.
Fiquemos alertas." (Eugênio de Aragão, Professor da UnB,
Subprocurador-geral da República e ex-Ministro da Justiça do governo Dilma
Rousseff).
"Essa é a sua maneira de assentar as
bases do autoritarismo antidemocrático, criminalizando os conflitos socioeconômicos,
tornando questões de ordem pública e manipulando um medo induzido aos
cidadãos" (Maria José Fariñas Dulce, Catedratica de la Universidad Carlos
III - Madrid Y Miembro del Tribunal Internacional por lá Democracia en Brasil).
"O poder político e o poder econômico
agem sem limites. Os direitos fundamentais são afastados sem pudor. Vive-se a
era pós-democrática" (Rubens Casara, Juiz de Direito).
"Se havia alguma dúvida quanto ao
golpe, estamos agora vivendo o que sempre ocorre pós-golpe: tudo é possível em
nome da manutenção da ordem estabelecida pela força." (Rômulo de Andrade
Moreira, Procurador de Justiça /BA e Professor de Direito Processual Penal da
Faculdade de Direito da Universidade Salvador - UNIFACS).
"Contra as ideias da força, a força
das ideias! (Florestan Fernandes)
"O Brasil obscurece e estarrece o
mundo com o injustificável e ilegal abuso de autoridade contra a Escola
Nacional Florestan Fernandes, já não faltam motivos para a sociedade se
levantar contra o Golpe fragrante e sistemático que viola a Constituição e
todas as Cartas de Direitos Humanos" (Carol Proner, Professora de Direito
Internacional da UFRJ).
"Voltamos aos velhos tempos do Estado
policial." (Adílson Rodrigues Pires, Professor Adjunto de Direito Financeiro
da UERJ),
"A democracia derrete rapidamente no
Brasil Agora, as vitimas das medidas de exceção são os movimentos sociais. Toda
solidariedade ao MST " (Pedro Estevam Serrano - Professor da PUC/SP),
"O Golpe de Estado evidencia seu
caráter antipopular por meio de sua agenda econômica associada ao rentismo
parasitário e por meio da escalada criminalizadora dos movimentos sociais. O
Estado de Exceção confirma a regra histórica do autoritarismo das classes
dominantes no Brasil. O ataque à Escola Nacional Florestan Fernandes atinge a
todos que lutam por um país mais justo e igualitário. Resistir às
arbitrariedades é a mais importante tarefa dos defensores do Estado de
Direito." (Gabriel Sampaio, ex-secretário de assuntos legislativos do Ministério
da Justiça, no Governo Dilma Rousseff, advogado e membro do Conselho Nacional
de Política Criminal e Penitenciária).
"O ataque à Escola Nacional Florestan
Fernandes coroa um processo crescente de criminalização dos movimentos sociais.
A cada dia nos distanciamos dos parâmetros que devem reger uma democracia
constitucional. Nenhum democrata pode ficar calado." (Gustavo Ferreira
Santos, Prof. de Direito Constitucional da Unicap e da Ufpe).
"A invasão da Escola Florestan
Fernandes é ilegal e autoritária, unicamente cabível em regimes de exceção. A
naturalização de atos de violência ao arrepio da lei e da Constituição é grave
risco para a democracia." (João Paulo Allain Teixeira, Professor de
Direito UNICAP / UFPE).
"É não apenas direito de todo cidadão
brasileiro, mas também seu dever, defender a Constituição de toda forma de
usurpação e desconstrução. A violência
que se pratica sobre nossos jovens que, corajosamente, defendem a Constituição
de 88 contra tentativas de desconstitucionalização, pela via da erosão dos
direitos sociais, é uma das consequências do Golpe de 2016. Em defesa da
sociedade e da Constituição pedimos: parem o Golpe!" (Juliana
Neuenschwander Magalhães, Professora da Faculdade Nacional de Direito da UFRJ).
"Quando membros do MP e do Judiciário
começam a ostentar publicamente um discurso punitivista ao arrepio da lei e das
garantias constitucionais, assistimos a ações arbitrárias como a que
lamentavelmente ocorreu no dia de hoje, 04/11/2016, com a invasão violenta e ilegal
de uma Escola, a Escola Nacional Florestan Fernandes, exemplo internacional de
educação para a cidadania. São práticas típicas de Estado de Exceção.
Perseguição política e criminalização de movimentos sociais em estado
puro." (José Carlos Moreira da Silva Filho - Professor no Programa de
Pós-Graduação em Ciências Criminais e na Graduação em Direito da PUCRS /
Ex-Conselheiro e Vice-Presidente da Comissão de Anistia).
"A PM de SP, ao invadir sem mandado
judicial a Escola Florestan Fernandes, deu sinais claros de que vivemos um
regime de exceção, em que as garantias individuais estão sendo violadas por um
estado policialesco." (Nasser Ahmad Allan. Doutor em Direito pela UFPR,
advogado em Curitiba).
"A truculenta e descabida invasão
policial à escola Florestan Fernandes, sem mandado judicial e com uso efetivo
de armas letais, é um dos mais graves episódios da escalada de violência e
autoritarismo pela qual vem passando o Brasil desde o golpe de abril de 2016. A
maioria da sociedade brasileira não pode mais ficar assistindo impassível a
esse tipo de acontecimento." (Ronaldo Campos e Silva, Presidente da
Comissão de Advocacia Pública da OAB/RJ e Professor de Direito do Ibmec-Rio).
"Impossível que em um dito Estado
Democrático de Direito ainda ocorram violências e ações desmedidas contra
manifestações, sejam de estudantes ou de trabalhadores. Qual a vergonhosa lição
de democracia e de justiça que deixarão após estes tempos terríveis?"
(Flávio Martins, Diretor da Faculdade Nacional de Direito - FND-UFRJ).
"A invasão da Escola Florestan
Fernandes é mais um episódio que traduz a escalada da violência do estado de
exceção que se instalou no Brasil com o golpe parlamentar de abril de
2016". (Gisele Cittadino PUC-Rio).
"Criminalizar os movimentos sociais e
impor medo às pessoas que pretendem resistir. São esses os objetivos da invasão
ilegal à Escola Florestan Fernandes. Esquecem, porém, que todos(as) que ali
estamos, fisicamente ou não, fomos formados(as) na luta." (André Carneiro Leão, Defensor Público Federal)
"O MST não é organização criminosa.
Muito pelo contrário, é um movimento que luta pela democratização do acesso a
terra, o que deve ser considerado elogiável e salutar para a ordem democrática
e constitucional do nosso país" (Cezar Britto* e Paulo Freire**, da Página
do MST).
“Recebemos com enorme preocupação as
notícias vindas do Brasil. Esse comportamento da polícia de São Paulo é típico
de ditadura e de governos autoritários. Se o Brasil é de fato uma democracia
tem que estar à altura. O que pode estar havendo no Brasil é um desmantelamento
do Estado Democrático de Direito". (Juan Carlos Monedero, fundador do
Podemos, na Espanha).
"A invasão da Escola Florestan
Fernandes pela polícia militar de SP foi a prova de que estamos em um Estado de
Exceção, uma ditadura. As instituições devem repelir a agressão e devemos
repensar o papel da polícia militar na sociedade". (André Tredinnick Juiz
de Direito, Coordenador da AJD Rio).
"A invasão policial da escola
Florestan Fernandes é exatamente o motivo pelo qual os estudantes devem
continuar a ocupação de todas as escolas possíveis para denunciar o fascismo
que avança sobre o país". (Marcio Tenenbaum - advogado).
"Os mecanismos de exceção que
incendeiam e se espraiam nos mais variados campos, são centelhas de algo
verdadeiramente abjeto que assola o cotidiano das populações mais afetadas pela
anencefalia do poder. As sombras das injustiças, a segregação espacial dessas
populações ou mesmo a autorização judicial para o uso de tortura contra pessoas
apeadas de seus direitos, é a pedra angular de algo mais grave e dramático. É o
encontro da imoralidade, travestida pelo bem comum, com a desonestidade
escondida pela carcaça carcomida da legalidade imposta pela elite fascistas
brasileira. A invasão da Escola Florestan Fernandes é a fratura exposta da
ditadura que ainda não nos desvencilhamos." (Sergio Graziano, advogado e
professor da Universidade de Caxias do Sul).
"A ação violenta e ilegal da polícia
contra a escola Florestan Fernandes arremata o golpe na nossa democracia e
revela sua faceta mais perversa: a desconsideração institucionalizada dos
direitos fundamentais e a manifesta intenção de criminalizar os movimentos
sociais! O Estado se posicionando como inimigo do povo e a serviço dos
interesses oligárquicos numa reprise deplorável dos anos de chumbo que vivemos
tão recentemente!" (Simone Nacif - Juíza de Direito).
"Pagar os juros da dívida para com o
mercado financeiro é o valor supremo do sistema capitalista, sobretudo em sua
versão neoliberal, há décadas mundialmente hegemônica. Se o custo disso for a
falência de Estados, a supressão dos direitos trabalhistas e previdenciários, o
sucateamento da saúde e da educação, a multiplicação da exclusão e da miséria,
nada disso tem importância perante o imperativo de 'honrar' o pagamento da
dívida. Quando os milhões de prejudicados começam a insurgir-se contra isso,
criminalizam-se os atos de protesto, suspendem-se garantias constitucionais,
põe-se em vigor um estado de exceção não declarado expressamente como tal. Para
dar efetividade a tudo isso, o Executivo impõe seu poder de polícia, o
Legislativo, acuado, aprova o que lhe exigem e o Judiciário dá a benção final.
É nesse mundo que vivemos". (Agostinho Ramalho Marques Neto, Psicanalista
e Professor de Filosofia do Direito).
"O fascismo testa os nossos limites
todos os dias, e a tática é sempre dar um passo mais adiante para ver se a
linha que separa o lícito e o ilícito se dissolve. Quando a polícia, sem mandado,
invade a tiros uma escola onde há jovens e crianças e não sofre as consequência
de seus atos, é porque essa linha já não existe mais. Já não há mais direito,
se é que ainda há estado". (Thomas Bustamante, Professor de Filosofia do
Direito da UFMG).
"A
invasão à escola Florestan Fernandes é o sinal de que querem matar o último
suspiro da democracia: a consciência crítica." Frederico Riani (Prof.
Associado II UFJF. mestre e doutor em direito do estado pela PUC-SP).
"O Estado Democrático de Direito, consagrado no texto constitucional de 1988,
foi enterrado. Vivemos num Estado de
Exceção com a participação, infelizmente,
de setores do Poder Judiciário e do Ministério Público." (Sérgio
Sant'Anna, Professor da UCAM, Procurador Federal e Conselheiro da OAB-RJ).
"O Estado policial, a serviço de uma
ditadura ideológica de cunho fascista, decretou com a proposta de Emenda
constitucional de congelamento dos investimentos na educação, saúde e
assistência social, por vinte anos, o fim do Homo sapiens no Brasil" (Xico
Celso Calmon, advogado).
"Resta-nos pouco a dizer e muito a
fazer quando um Estado 'em armas' invade uma escola, exercendo
indiscriminadamente o poder de polícia. Toda nossa solidariedade à Escola
Nacional Florestan Fernandes. (Renata Nóbrega Juíza do Trabalho e membra da
AJD).
"Invadir uma escola sem mandado
judicial é uma marca dos regimes de exceção . Esse retrocesso não passará
impune . Não aceitaremos a tentativa de criminalizar os movimentos sociais
!" (Roberto Cupolillo professor e vereador pelo PT de Juiz de Fora).
"Reivindicar direitos e um mundo mais
justo não é crime.Toda solidariedade ao MST." (Juanito Alexandre Vieira,
Professor de História do CA João XXIII/UFJF).
"A Escola Nacional Florestan Fernandes
é um patrimônio da classe trabalhadora, espaço de luta e de esperança, de
formação política e de aprendizado dos valores da solidariedade
socialista. Ali me formei como
militante, como professora, como educanda, mas principalmente como lutadora. A ação da Polícia hoje foi algo arbitrário e
desmedido. Aos companheiros e
companheiras que constroem a ENFF, toda
nossa vida de resistência." (Cristina Simões Bezerra, professora da
Faculdade de Serviço Social da UFJF,
coordenadora da parceria entre a UFJF e a ENFF).
"A ilegal, autoritária e grave
invasão policial da Escola Florestan
Fernandes, sem mandato judicial, simboliza o retorno do autoritarismo que se
pretendia extirpado da nossa História. Criminalizar os que lutam por Reforma
Agrária atenta contra a democracia e traz de volta o repulsivo Estado
Policial." (A Frente Brasil de Juristas para Democracia presta sua
solidariedade ao MST, vítima da violência e do preconceito estatal).
"Não há democracia sem luta social.
Invadir a sede um dos maiores movimentos sociais da América Latina é, antes de
tudo, uma ofensiva autoritária que merece ser duramente reprimida."
(Manuela Abath, Professora,
UNICAP/UFPE).
"Criminalizar os movimentos sociais e
impor medo às pessoas que pretendem resistir. São esses os objetivos da invasão
ilegal à Escola Florestan Fernandes. Esquecem, porém, que todos(as) que ali
estamos, fisicamente ou não, fomos formados(as) na luta." (André Carneiro Leão, Defensor Público Federal).
"A invasão policial sem mandado da
Escola Florestan Fernandes do MST é um deplorável exemplo dos métodos de
governança que as oligarquias econômicas e financeiras internacionais estão
impondo em estados formalmente democráticos, criminalizando a manifestação e
tornando vulnerável a soberania popular. Avançar nos processos de crescente
desigualdade e de concentração da riqueza e o poder em poucas mãos, que
organizam as regras do jogo em seu próprio benefício, requer democracias de
baixa intensidade, impondo um estado penal sobre o estado social. Eles querem
tudo e estão dispostos a fazer qualquer coisa, para que tenham a garantia de
uma cidadania submissa, assustada e colaborativa com o seu modelo explorador e
predatório." (Lina Galvez Catedratica de Historia e Instituciones Economicas
Y co-directora del master de DDHH de la Universidad Pablo de Olavide).
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