O Ministério Público do Rio de Janeiro abre inquérito, hoje, para investigar os custos da construção da Cidade da Música Roberto Marinho, na Barra da Tijuca. Os promotores querem esclarecer como uma obra encareceu 576% - orçada pela prefeitura, inicialmente, em R$ 80 milhões, já custou aos cofres públicos R$ 461,5 milhões em construção, projetos e consultorias.
Também a oposição, na Câmara Municipal do Rio, articula-se para instaurar uma CPI para investigar os gastos com o complexo, construído pelo prefeito Cesar Maia, do DEM. Não será fácil. A experiência me ensina, e a todos, que instaurar CPIs em áreas governadas pelo DEM e pelo PSDB são tarefas humanamente impossíveis. Vide exemplo do Estado de São Paulo.
Além do mais, o prefeito Cesar Maia já declarou considerar a obra a "apoteóse" de sua administração e adiantou que "se custasse US$ 50 milhões (ainda sssim) seria ridículo". Apoteóse ou não, a obra chama a atenção por custar mais do que a Linha Amarela - supervia de ligação das zonas Norte a Oeste, no Rio, e da cidade ao Aeropoto Internacional Antônio Carlos Jobim / Galeão, na Ilha do Governador - e o equivalente a cinco grandes hospitais.
Não se sabe o que é mais escandaloso, se o encarecimento da obra em quase 600% ou a concessão do espaço por apenas R$ 316,66 mensais a empresa - a ser escolhida dia 17 de março - que terá direito de instalar no local salas de concerto, três cinemas, lojas, café, restaurante e estacionamento com 738 vagas, cujas gestões podem ser terceirizadas. O jornal O Globo, que vem denunciando tudo, diz que o esse valor é inferior ao de aluguel de uma quitinete na região da Barra da Tijuca.
Cesar Maia é um economista respeitado pelo trabalho realizado ao lado do ex-governador Lenel Brizola, como seu secretário de Fazenda no Estado. Como prefeito do Rio, cargo que ocupa pela terceira vez, notabilizou-se mais pelos "factóides" - atos inexpressivos para chamar a atenção - termo que ele próprio criou.
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