sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Sobre a ida de Kassab para o PMDB - por André Araújo (blog do Nassif)

Cada análise ruim, cruz credo. O PT mostraria inteligência se ajudasse Serra a ser tudo. Ele é a chave para o PT continuar no poder por mais oito anos. Serra racha e divide por onde passa, desagrega, confunde, é o cavalo de Tróia do PT na oposição.
Já o campo da ""base aliada"" está armando uma operação GOL CONTRA da pior qualidade, patrocinando a ida de Kassab para o PMDB para ser candidato a Governador de SP pelo PMDB com o possível apoio do PT. Kassab é muito ruim, é péssimo. É o pior prefeito de São Paulo nos últimos 50 anos.
A cidade de São Paulo está em um momento critico, precisa de um líder com visão de futuro, que pense a cidade para os próximos 20 anos, que perceba sua vocação e suas limitações, São Paulo caminha na direção de Londres e Nova York, para ser um centro mundial de serviços financeiros, de moda, de turismo de negócios, de cultura e lazer, mas essa conversão exige planejamento, organização, boa gestão. Kassab é o nada, não tem um secretario ou um administrador de alto nível, não tem um urbanista para organizar o caos urbano, sua especialidade é o conchavinho com vereadores, coisa miúda, enquanto nada fez joga contra o munícipe paulistano uma sanha arrecadatória jamais vista, multas de trânsito numa escala nunca antes tentada, não para organizar o transito, mas apenas para arrecadar, nada é investido no transito, nos faróis, num plano viário mais moderno. Kassab não tem um único secretário conhecido, apresentável, com perfil de grande administrador, nenhum, só nulidades completamente desconhecidas, coisa rara em São Paulo, outros Prefeitos sempre tiveram algumas estrelas no Secretariado, é uma metrópole muito importante para não ter cara alguma na Prefeitura.
São Paulo ainda funciona pelo resultado de três grandes intervenções antigas no tecido urbano, a de Prestes Maia que pensou e implementou as grandes avenidas cruciais de fundo de vale, do Coronel Fontenelle, diretor do trânsito no tempo do governo militar, cuja plano viário é o que ainda hoje funciona e o Prefeito Paulo Maluf, que fez avenidas fundamentais para a São Paulo moderna, a extensão da JK, a Hélio Pelegrino, o prolongamento da Faria Lima, a Roberto Marinho, túneis de excelente qualidade sob o Rio Pinheiros, a Jacu Pêssego, foi um prefeito realizador, a despeito dos problemas com a Justiça.
A ida de Kassab para o PMDB, partido nascido da oposição ao regime militar, sendo ele Kassab o dono inconteste e presidente do antigo PFL de São Paulo, o partido nascido do apoio ao regime militar, mostra a absoluta inconsistência ideológica desse tipo de político que tanto pode estar na extrema direita como na esquerda, tanto faz, não tem programa, não tem linha política, não tem proposta alguma, é só manipulação de máquina partidária para ocupar postos, que destino cruel para São Paulo, quem será que rogou essa praga para a grande metrópole mundial? São Paulo no momento definidor de seu futuro não tem cérebros pensantes vocacionados para essa grande tarefa. São Paulo e seus onze milhões de habitantes não merecem isso, a cidade que tem a maior concentração de executivos de classe mundial do País não tem para sua gestão nada além de mediocridades assustadoras.

Comentário
Saudades da época em que a então deputada Rita Camata, que à época frequentava as hostes do PMDB, tentou ingressar no PT. Ela sempre votou contra FHC, e, tanto por isto, pleiteou junto a Lula o ingresso no PT – e este aderiu. Porém, o PT era outro, tanto no Brasil quanto no Espírito Santo, e por isso barrou o ingresso da deputada, devido a nebulosidade que sua biografia apresenta.
Mais adiante, com uma tremenda cara de pau que notabiliza a política tupiniquim, ela foi candidata a vice na chapa guiada por José Serra (em sua primeira fragorosa derrota presidencial), sendo que havia sido do “PMDB de oposição” durante todo o mandato de FHC. Foi escolhida, obviamente, porque era um “rostinho bonito” ante a expressão intragável do cabeça de chapa.
Observava-se com este tipo de comportamento, uma coerência petista – e um acerto neste tipo de decisão, já que a própria postura da Rita Camata (que hoje, pasmem, é do PSDB – e tomou uma surra na última eleição para o senado) evidenciava como é improfícuo admitir para seus quadros pessoas que não possuem vínculos ideológicos claros.
Agora por outro lado... vê-se a degradação cada vez mais clara da ideologia (que se torna quase um palavrão na política – considero aqui a versão corrente da palavra, e não a de Marx).
A vinda de Kassab para a “bancada governista” é um desastre sobre qualquer ponto de vista.
Exceto para o da esperteza.

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