Uma brutal manipulação de análise montada pela mídia econômica permitiu que a recessão que
se mantém no Brasil há quatro anos seja vista como no caminho da solução.
Erros pontuais foram cometidos pela
ex-Presidente Dilma em vários setores sem que fossem eles determinantes para a
atual recessão. Erros evidentes na condução da política energética não tiveram
o poder de jogar para o abismo a economia, foram erros setoriais sem impacto
macro na política econômica cujos erros de condução estavam no Banco Central.
O que provocou a
recessão foi o manejo da política monetária pela dupla Joaquim Levy-Alexandre
Tombini que propositalmente jogaram a economia para a recessão visando combater
a inflação. Recessão é geralmente produto de política monetária e esta se
manteve na mesma linha desde essa gestão ruinosa no Ministério da Fazenda e no
Banco Central.
Depois de jogar o
país na mais profunda crise os dois economistas se mudaram imediatamente para
Washington, onde hoje vivem tranquilos em cargos no Banco Mundial e no FMI,
usando a cota de cargos que por tradição o Brasil mantém naquelas instituições.
O ajuste fiscal é
necessário controlando desperdícios evidentes no excesso de burocracia, excesso
de funcionários, super salários, serviços terceirizados sem controle,
desperdícios no aluguel de prédios para a burocracia, excesso de viagens e
diárias de servidores, penduricalhos e aumentos de salários disfarçados, falta
geral de racionalidade na administração pública com ministérios para funções de
nível de secretaria, mordomias inexistentes nos países mais ricos, como carros
com motoristas e lanches da tarde além de jatinhos para autoridades irem e
voltarem para suas casas de origem ou de veraneio.
Já apontei com
detalhes esse mundo de desperdícios evidentes na máquina publica em artigo
publicado neste
post especificamente sobre os RALOS DO DINHEIRO PÚBLICO.
Mas o ajuste
necessário deve ser simultâneo a uma política monetária expansionista que
permite ao mesmo tempo aumento de arrecadação e geração de emprego.
O foco exclusivo
no combate à inflação a custa de todos os demais objetivos é irracional.
Desperdiçar
capacidade ociosa na economia significa paralisar a produção para baixar a
inflação através da retração artificial da demanda pelo desemprego e juros
altos na economia real. A continuidade dessa política rebaixou o PIB em 8% em
relação aos números de 2012 e vai fazer a recuperação dessa produção perdida
demorar muito mais que o necessário.
O desemprego em
taxas altíssimas se mantém há três anos, em 2017 o número de demissões ainda
foi maior que o número de admissões, situação que se mantém desde 2015, apesar
de esforços em se considerar subempregos de ocasião como recuperação do
emprego.
O último relatório
sobre o emprego, recém divulgado pelo IBGE, desmente frontalmente toda a
campanha de mídia que tenta demonstrar que a situação do emprego está
melhorando.
O IBGE aponta uma
taxa de desemprego de 11,5% em 2016 e 12,7% em 2017, ano que fecha com 13,2
milhões de desempregados, um recorde que aponta que de modo algum acabou a
recessão, como levianamente não para de falar o Ministro Meirelles – como pode
ter acabado com o desemprego aumentando? Os dados são do próprio Governo do
qual faz parte o Ministro da Fazenda, portanto insuspeitos, seu discurso é
contraditório com dados oficiais incontestáveis que não indicam recuperação
nenhuma, o emprego é a síntese de uma recuperação, se esta não gera empregos,
de que serve para a população?
Não há nenhum
sinal de melhora no total de empregos com carteira assinada, base da
estatística, que tenta ser melhorada com a versão de que empregos na economia
informal estão sendo criados. Esses são BICOS e QUEBRA GALHOS para
sobrevivência de pessoas que não conseguem emprego regular e após desistir de
procurar se voltam para tentativas de sobrevivência de baixa qualidade e
nenhuma garantia, vendendo comida, guardando carros, fazendo faxinas, nada do
que traz ao cidadão um mínimo de segurança ou satisfação.
Na mesma campanha
de mídia, liderada pelo Sistema GLOBO, aponta-se a atração de investimentos
como sinal de que a economia vai melhorar. A premissa é falsa pela base.
O que atrai
investimentos para a ECONOMIA REAL é a existência de demanda nova. Não há
lógica em investir na economia da produção sem existência de demanda prévia, é
pelo lado da demanda que a economia cresce, o investimento segue a demanda e
não o contrário.
A atração de
investidor estrangeiro para a Bolsa não é investimento na economia da produção
que gera empregos. A bolsa brasileira é globalizada e atrai investidores de
ocasião que entram e saem de papéis já emitidos, não se cria empregos por esse
caminho. O mesmo ocorre com a ideia fixa de privatizações, serão vendidos
ativos já existentes e a primeira medida do novo dono é cortar empregos e não
criá-los. O Brasil está se tornando um dos polos da especulação financeira
internacional pela facilidade de entrada e saída de capitais sem qualquer
controle, o Brasil funcionando como paraíso fiscal de grande porte, nada disso
beneficia a população pobre, não cria empregos e nem faz a economia crescer,
apenas faz alguns ganharem dinheiro.
A gestão atual da
economia é de extrema mediocridade a se concentrar exclusivamente no ajuste
fiscal necessário, mas insuficiente e ajuste dirigido a despesas que atendem à
população.
Os ajustes nos
grandes núcleos de desperdício sequer começaram e a falta de qualquer
iniciativa de expansão na economia geradora de empregos é um fracasso da
ciência econômica aplicada à realidade brasileira por cérebros extremamente
limitados.
Uma economia em
crescimento facilita em muito o ajuste no lado da despesa, mas ao que tudo
indica a equipe econômica abraça a tese de que sacrifícios da população são uma
purgação necessária para puni-la por ter tido uma melhora de vida nos anos
anteriores.
A atual linha e
equipe econômica defende com exclusividade absoluta o objetivo na manutenção do
valor do capital líquido que está por definição em mãos do mercado financeiro e
de seus clientes rentistas, alimentados pela maior despesa REAL do orçamento,
os JUROS PAGOS PELA DÍVIDA PUBLICA FEDERAL. É na defesa intransigente desse grupo
social já que a manutenção do valor da moeda preserva o capital do rentismo
ancorado nos bancos, projeto onde se concentra toda a política econômica do
País, descartando o interesse pelos mais de 130 milhões de pobres das
periferias dos grandes, médios e pequenos centros.
A inflação ultra
controlada, já abaixo do piso da meta, não serve para nada a quem não tem
dinheiro nem para consumir e nem para investir, caso dos milhões de brasileiros
pobres.
Inflação é um mal
menor frente ao desemprego, sem inflação e desempregado um cidadão nada ganha,
com emprego e com alguma inflação ele sobrevive, como ocorreu no Brasil de 1950
a 1985, período em que as taxas de desemprego foram muito menores do que hoje.
O CAOS SOCIAL
produzido pela penúria e pelo desemprego gera FATALMENTE o aumento brutal da
insegurança, da marginalidade e da criminalidade, o que acaba afetando
principalmente a população pobre, MAS não poupa os privilegiados do rentismo, o
território brasileiro é o mesmo e é impossível viver todo o tempo dentro de
fortalezas.
Há uma saída para
os rentistas, é morar fora do Brasil, mas auferindo a renda aqui, um quadro que
lembra os tempos do Brasil colônia de Portugal e ao qual o Brasil hoje
retrocede com muitos milionários brasileiros morando fora do Brasil, mas com
seus negócios aqui.
A função da CIÊNCIA
ECONÔMICA é encontrar caminhos e formulas para gerir a economia com o mínimo de
custo humano. Para fazer uma economia de padeiro não é necessária ciência
econômica, basta o senso pedestre mais elementar. A construção de caminhos mais
racionais para administrar a economia com o menor custo humano possível é um
exercício de inteligência que os grandes economistas dos Séculos XIX, XX e XXI
se dedicaram.
REDUZIR O CUSTO
HUMANO para a economia funcionar o mais racionalmente possível é o resultado
operacional da ciência econômica, é a busca do menor sacrifício, estuda-se para
isso e não para aumentar o sofrimento em nome de TESES, como se a economia
fosse um ALTAR DE SACRIFÍCIOS para purgar os pecados, uma espécie de visão
moralista da economia.
A atual política
econômica é IRRACIONAL porque não aproveita as potencialidades do País, não usa
o enorme potencial de mão de obra ociosa, se somarmos os 12 milhões de
desempregados formais, mais os subempregados, mais o que nem mais procuram
emprego, mais os jovens da geração NEM NEM, de 16 a 29 anos, chegamos a um
IMENSO DESPERDÍCIO DE RECURSOS HUMANOS, enquanto o País tem enormes carências
de tudo, de moradia a saneamento, de estradas e portos, de escolas e hospitais,
de uso racional da água, da terra, da floresta, do litoral, da pesca em grandes
represas, do turismo, um país mal explorado ou inexplorado, enquanto se faz uma
gestão econômica pífia exclusivamente para garantir o pagamento de juros da
dívida pública, como se esse fosse o destino do País.
Uma política
econômica simples, emitir mais R$2 trilhões em dívida pública, comprada pelo
Banco Central por emissão de moeda, escalonada em 40 meses, R$50 bilhões por
mês, para uso exclusivo de investimentos em infraestrutura, o País cresce 8 a
10% em cada ano, com um mínimo de inflação porque há capacidade ociosa antes de
se elevar a pressão sobre os preços, a inflação começa a partir do atingimento
do uso da capacidade produtiva instalada.
Com um crescimento
alto a arrecadação aumenta rapidamente, há uma folga maior para se fazer os
ajustes necessários no lado dos DESPERDÍCIOS que existem no Estado brasileiro
nos três níveis e nas três esferas de poder. É esse o caminho da China e da
Índia, não é algo tão complicado de entender, MAS para tal tarefa nem por sonho
se pode dar a direção da economia para banqueiros, eles ganham muito mais na
recessão do que no crescimento.
Parece que a
população brasileira, ILUDIDA PELA MÍDIA ECONÔMICA, não se dá conta que a atual
política econômica é um DESASTRE COMPLETO, não leva a lugar nenhum e com ela o
Brasil não volt ao PIB de 2013 nem em 10 anos. NÃO PODERIA HAVER MAIOR
FRACASSO.
Enquanto isso
economias maduras crescem a taxas civilizadas mesmo após recessões e suas
consequências. Países EMERGENTES tem muito maior potencial de crescimento do
que economias maduras e aproveitam para crescer, caso da China e da Índia, as
duas em 2017 com taxas de crescimento entre 6,5% a 7%. E porque o Brasil não
cresce? Pela MEDIOCRIDADE de seus péssimos formuladores e gestores de economia,
administradores sem nenhum brilho, ultra medíocres como Meirelles e Goldfajn,
cozinheiros de um prato só, o controle da inflação.
Fora dessa meta
eles não tem nenhuma receita a mais, não tem objetivos de EMPREGO, algo que é
legalmente obrigatório para os gestores da política econômica dos EUA. Lá está
na lei que aprovou os Estatutos do FED, o banco central americano, pela Lei um
dos objetivos do FED é o PLENO EMPREGO. Se não conseguir esse resultado o
Presidente dos EUA DEMITE o Chairman do FED, já aconteceu duas vezes, com
Eugene Meyer (pai de Katherine Graham, dona do jornal Washington Post) e com
Thomas Mc Abe (dono da Scott Paper e conhecido como o Rei do Papel Higiênico),
o Fed é só independente no papel, mas não na política.
Porque a China e a
Índia, países complicados e cheios de problemas de todo tipo, podem crescer a
taxas altas e o Brasil se contenta com 1% depois de três anos de crescimento
negativo? Porque nesses dois países o OBJETIVO DA POLÍTICA ECONÔMICA É O
CRESCIMENTO, simples assim, no Brasil o objetivo e um só, controlar a inflação.
O próximo
Presidente a ser eleito precisa se libertar da camisa de força de um Banco
Central ultra conservador em um País carente de tudo, é uma combinação
explosiva, estamos praticando uma política monetária suíça em um País tropical
que precisa crescer rapidamente para dar conta de sua população pobre enorme,
não somos um país pequeno e estável como a Dinamarca para ter uma política
monetária de país nórdico enquanto nada
se faz, nada se constrói, nada se melhora e nada prospera em um País emergente
e carente.
Os candidatos a
Presidente precisam com urgência APRESENTAR SEU PROJETO ECONÔMICO PARA O BRASIL
CRESCER, se for para manter o atual projeto para que eleição?
Comentário
Há outros motivos (que não apenas o econômico) para a existência de eleições, mas a crítica ao modelo econômico é sumamente correta.
Comentário
Há outros motivos (que não apenas o econômico) para a existência de eleições, mas a crítica ao modelo econômico é sumamente correta.
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