segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Mittal X Brasil

A Companhia Siderúrgica de Tubarão, depois de sucessivas mudanças administrativas (as tais fusões, que alguns tanto louvam) foi adquirida por um indiano, de sobrenome Mittal. A empresa mudou até de nome, virou Arcelor-Mittal. Mesmo tendo passado por sucessivas mudanças, a empresa nunca havia mudado de nome, dado que este é muito marcante aqui no estado do Espírito Santo. Mas depois que este senhor assumiu a empresa, tudo pode acontecer.

Pois bem, desde o Mittal, a rígida administração que a empresa já exercia foi elevada à enésima potência. Os funcionários são demitidos por motivos quaisquer, sem nenhum tipo de explicação. Um caso que particularmente conheço: foi designada a uma funcionária a tarefa de receber um visitante externo. Pois bem, ela pegou o ônibus que leva até a portaria administrativa (a empresa é muito grande, vários quilômetros de extensão) e lá ficou esperando o visitante, conforme procedimento usual. O senhor Mittal, que estava nas proximidades viu a funcionária e perguntou ao diretor financeiro José Armando o que ela estava fazendo ali. Ele respondeu que, ou ela estava esperando por um visitante, ou estava esperando o ônibus circular interno, que leva até as áreas fabris. O senhor Mittal ordenou que a funcionária fosse demitida imediatamente.

A funcionária, ao retornar a sua área com o visitante, que conseguira, então, passar pela portaria (a passagem de um visitante pela segurança é difícil, por isto ela teve de esperar alguns poucos minutos), chegou a sua área com o dito. E foi comunicada pela sua chefia (que não teve como peitar a decisão hierárquica superior) de sua demissão, após nove anos de trabalho na empresa.
Simples assim, a funcionária foi demitida, por cumprir uma determinação dos seus superiores. E acabou-se.

Todos estão sendo levados a uma carga de trabalho insuportável, que, fatalmente gera mais acidentes. Os funcionários estão trabalhando num clima de tensão insuportável, sendo esgarçados de uma maneira desumana.

E, por fim, o trabalho social que a empresa executava (que já não era exemplar, dado seu tamanho e representatividade aqui no ES) foi sumariamente dirimido.

A empresa (que tem lucros anuais bilionários) havia se comprometido a arcar com uma obra, a construção de uma nova ponte (ponte da passagem), importantíssima para o trânsito de Vitória, que custará 28 milhões de reais. E, o senhor Mittal simplesmente afirmou que não a fará mais. Simples assim, para o indiano.
A prefeitura teve que arcar com os custos da mesma.

É uma lástima que este senhor tenha assumido a administração de uma empresa tão importante para o Espírito Santo. Uma lástima.

Bem, enviarei meu e-mail reclamando das decisões da empresa. Encaminhe também o seu, para que possamos, juntos, pressionar a CST (!) a ter uma ação também social.
Os correios eletrônicos da empresa são: invrel@arcelor.com , Christiano.woelffel@arcelor.com , Paulo.tropia@arcelor.com , Jose.armando@arcelor.com.br, Rogerio.abrahao@arcelor.com

Eu espero que o governo do estado, vendo como é esta administração, que seja menos afeminado no tratamento para com a empresa, especialmente, nos terríveis acidentes de trabalho que os funcionários já sofreram, muitos perdendo suas inestimáveis vidas.
Certa vez, vi, presencialmente, depois de um acidente fatal na área em que eu trabalhava, a polícia intentar preservar o local da morte do funcionário, para prosseguir com a investigação. Mas, a produção não podia parar! E os funcionários da CST tentaram convencer-lhes do contrário.
Os policiais não cederam, porque manter o local era necessário à investigação, para saber as causas do acidente e os respectivos culpados.
Então, o supervisor da empresa repassou o problema para o seu gerente, que telefonou para alguém, que telefonou para alguém, que deve ter lembrado das doações na campanha.... e aí, vocês já sabem...
enfim, eis que surgiu a voz do além e os policiais foram, por decisão superior, obrigados a deixar de executar seu serviço conforme julgavam adequado.

Gostaria de saber se hoje, o governo estadual agiria com tamanha pusilanimidade.

Devo frisar: este evento ocorreu quando o Espírito Santo já era governado pelo senhor Paulo Hartung.

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