Os homicídios no
Brasil beiram os 60 mil por ano há anos, mas o tema dominante é um só, o mesmo.
Movimentos e
autodenominados "líderes" encabeçaram protestos contra a corrupção.
Justo e muito necessário.
Mas Movimentos
foram financiados por empresários e partidos. Exatamente os que tomariam o
poder para a mais escancarada corrupção.
Por isso, e assim,
Movimentos e seus líderes tiveram que trocar de moral. Como quem troca de,
digamos... camisa.
Guardaram o
discurso anticorrupção na gaveta. Junto com as camisas. E as camisetas...
E agora desfilam e
berram contra...o nu. Tendo como figura-símbolo dessa moral pudica um ator que
ganhava a vida com nu e sexo.
Multidões foram
convocadas contra a corrupção. Dos palanques, nem um grito se ouviu em nome dos
quase 60 mil mortos pela violência a cada ano.
Pelo contrário.
Estavam junto, ao lado de quem já disse: se deveria matar "uns 30
mil" ...que a ditadura não matou.
"A começar
por Fernando Henrique", pregou o líder fáscio.
Ultrapassada a
barreira macabra dos 60 mil. Foram 61.619 mortos pela violência no Brasil em
2016. Sete homicídios por hora, 1,5 milhão em três décadas e meia.
É a barbárie...É
indecente. E quem hoje prega contra o que diz ser "indecência", sobre
a matança não disse e não diz um A.
O que fizeram e
fazem é pregar por mais armas. Hipócritas e oportunistas em busca de voto
fácil. Fazem política demagógica usando a moral, a violência, e os mortos.
Ex-caçadores de
corrupção agora caçam o nu. Farsa para que não se perceba o que são e a quem
apoiam.
A filósofa
norte-americana Judith Butler virá ao Brasil.
Os que diziam
caçar corruptos, e agora caçam o nu, querem impedir a vinda da filosofa.
Butler, que no
livro "Quadros de Guerra" perguntou já respondendo: "Quais vidas
(e mortes) merecem luto público?".
Discordando-se ou
não, respeite-se o padrão moral de cada porção da sociedade. Mas não passam de
hospedeiros da Moral esses que agora lideram a caça à "indecência".
Estes e estas,
sim, de outra maneira, são profundamente indecentes.
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