Como se sabe, a visão de Lula é conciliadora nesse ponto. O presidente sabe que, com algumas palavras, pode levantar massas em seu favor, e não estou falando só de movimentos sociais, de partidos e de sindicatos.
Tomados pela paixão, muitas vezes não nos perguntamos quantos são os cidadãos independentes de partidos, corporações, sindicatos etc. que apóiam o governo de Lula de forma desorganizada, apenas por considerá-lo bom. E quantos são, por outro lado, os cidadãos que reprovam o presidente. Para responder a essa pergunta, decidi dar uma olhada na última pesquisa de avaliação do presidente. É uma dessas pesquisas consideradas "confiáveis". Analisemos, então, a última pesquisa do instituto Datafolha sobre a avaliação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A seguinte pergunta foi respondida pelos pesquisados pelo Datafolha entre os dias 26 e 29 de novembro, em 390 municípios do país. Foram ouvidos 11.741 brasileiros e a margem de erro máxima, para os resultados que se referem ao total de entrevistados, é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.
A pergunta é a seguinte:
"O presidente Lula vai completar 4 anos e 11 meses de governo. Na sua opinião, o presidente Lula está fazendo um bom governo?"
As respostas foram as seguintes:
Agora, então, temos que fazer contas. E, para fazê-las, vamos dar como válida a teoria que a mídia difunde de que quem tem curso superior é quem está preferencialmente mais habilitado para fazer escolhas políticas. Essas pessoas, segundo a mídia, são as mais informadas. Assim, sugiro que nos concentremos em saber quantos são os brasileiros com escolaridade universitária que apóiam ou rejeitam Lula.
Segundo a última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD 2006), do IBGE, apenas 10,7% dos brasileiros têm nível superior de escolaridade. Isso numa população de mais de 180 milhões. Pode-se extrair desse dado o número aproximado de 18 milhões de brasileiros habilitados pela mídia a fazer escolhas políticas coerentes. Desses 18 milhões, os números acima mostram que aproximadamente 7 milhões acham Lula um bom ou ótimo presidente e mais de 3 milhões o consideram um presidente ruim ou péssimo.
Por outro lado, se somarmos o público pagante dos grandes jornais e revistas que se dedicam intensamente à política, chegar-se-á a um número menor do que 1 milhão de pessoas. No caso da tevê, sabendo-se que ela deve atingir a quase totalidade dos brasileiros com nível universitário, e sabendo-se que a Globo detém a parte do leão dessa audiência, vamos dar como barato que pelo menos uns 3 milhões de brasileiros são visceralmente contrários a Lula. Se usarmos o mesmo critério para os que pensam exatamente o contrário, constataremos que a tal a opinião pública (a tal "mais escolarizada e informada") apóia o atual presidente em maioria esmagadora.
A simples leitura dos grandes jornais do sul-sudeste, que são os grandes detentores da parte do leão do leitorado de jornais no Brasil, mostra que esses veículos apresentam uma realidade muito diferente. Por que é que essa maioria esmagadora de pessoas avalizadas pela mídia para terem opiniões políticas corretas não se reproduz na imprensa escrita? As cartas de leitores dos três maiores jornais do país (Folha, Globo e Estadão) insinuam que o leitorado "de luxe" desses veículos é anti-Lula até a alma. Isso sem falar das opiniões desses veículos, que são contra Lula até a raiz dos cabelos.
Esses veículos sustentam-se num setor amplamente minoritário da sociedade, é o que se depreende da análise que fiz aqui. E têm contra si um público imenso, informado e, conforme dizem, totalmente capacitado para interpretar a cena política. Essa consistente maioria de pessoas instruídas e informadas não acredita numa só palavra do que a mídia diz sobre política, pois continua considerando o presidente bom ou ótimo apesar de a mídia pintá-lo como um ignorante, alcoólatra, demagogo, incompetente e corrupto.
Essa é a razão da tranqüilidade de Lula diante dos ataques renitentes que recebe da grande mídia. Nem nos setores superiores da pirâmide social há apoio para a campanha midiática anti-Lula. E nos estratos inferiores, o apoio ao presidente é monumental.
Aliás, recentemente a mídia apoiou-se nos menos instruídos e informados para causar pânico. Sabendo-se, como se sabe agora, que a vacinação aleatória contra a febre amarela por pessoas que não iriam viajar a áreas de risco representou risco até de morte, e dando credibilidade à teoria sobre a superioridade intelectual de quem tem instrução superior, pode-se concordar com o que afirmo.
A tranquilidade do presidente diante dos ataques da mídia está explicada. E mostra que nosso inconformismo, apesar de ter razão de ser em razão do absurdo de manipulação do viés político da opinião pública pela mídia, poderia ser levado menos a sério. Contudo, há um fator que precisamos considerar. A mídia continua apostando na teoria tucana do "sangramento de Lula". Desde 2005 que essa estratégia vem sendo usada - porém, sem sucesso. Contudo, os grandes meios de comunicação, que de estúpidos não têm nada, continuam apostando no mesmo "cavalo". Por que?
Uma resposta simples: estão cumprindo a parte deles no "contrato" que têm com a oposição tucano-pefelista. O fato de suas ações não estarem sendo vitoriosas não exclui o de que sem os ataques midiáticos a popularidade do presidente Lula poderia ser próxima da unanimidade. Assim, não faz sentido, ao menos para a mídia, parar de atacar o presidente, mesmo que esses ataques visem apenas preservar a mobilização do setor anti-Lula da sociedade. E se considerarmos que os anti-Lula, apesar de amplamente minoritários, são um público fiel e disposto a financiar o golpismo midiático comprando seus produtos, fecharemos a equação.
Segundo a última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD 2006), do IBGE, apenas 10,7% dos brasileiros têm nível superior de escolaridade. Isso numa população de mais de 180 milhões. Pode-se extrair desse dado o número aproximado de 18 milhões de brasileiros habilitados pela mídia a fazer escolhas políticas coerentes. Desses 18 milhões, os números acima mostram que aproximadamente 7 milhões acham Lula um bom ou ótimo presidente e mais de 3 milhões o consideram um presidente ruim ou péssimo.
Por outro lado, se somarmos o público pagante dos grandes jornais e revistas que se dedicam intensamente à política, chegar-se-á a um número menor do que 1 milhão de pessoas. No caso da tevê, sabendo-se que ela deve atingir a quase totalidade dos brasileiros com nível universitário, e sabendo-se que a Globo detém a parte do leão dessa audiência, vamos dar como barato que pelo menos uns 3 milhões de brasileiros são visceralmente contrários a Lula. Se usarmos o mesmo critério para os que pensam exatamente o contrário, constataremos que a tal a opinião pública (a tal "mais escolarizada e informada") apóia o atual presidente em maioria esmagadora.
A simples leitura dos grandes jornais do sul-sudeste, que são os grandes detentores da parte do leão do leitorado de jornais no Brasil, mostra que esses veículos apresentam uma realidade muito diferente. Por que é que essa maioria esmagadora de pessoas avalizadas pela mídia para terem opiniões políticas corretas não se reproduz na imprensa escrita? As cartas de leitores dos três maiores jornais do país (Folha, Globo e Estadão) insinuam que o leitorado "de luxe" desses veículos é anti-Lula até a alma. Isso sem falar das opiniões desses veículos, que são contra Lula até a raiz dos cabelos.
Esses veículos sustentam-se num setor amplamente minoritário da sociedade, é o que se depreende da análise que fiz aqui. E têm contra si um público imenso, informado e, conforme dizem, totalmente capacitado para interpretar a cena política. Essa consistente maioria de pessoas instruídas e informadas não acredita numa só palavra do que a mídia diz sobre política, pois continua considerando o presidente bom ou ótimo apesar de a mídia pintá-lo como um ignorante, alcoólatra, demagogo, incompetente e corrupto.
Essa é a razão da tranqüilidade de Lula diante dos ataques renitentes que recebe da grande mídia. Nem nos setores superiores da pirâmide social há apoio para a campanha midiática anti-Lula. E nos estratos inferiores, o apoio ao presidente é monumental.
Aliás, recentemente a mídia apoiou-se nos menos instruídos e informados para causar pânico. Sabendo-se, como se sabe agora, que a vacinação aleatória contra a febre amarela por pessoas que não iriam viajar a áreas de risco representou risco até de morte, e dando credibilidade à teoria sobre a superioridade intelectual de quem tem instrução superior, pode-se concordar com o que afirmo.
A tranquilidade do presidente diante dos ataques da mídia está explicada. E mostra que nosso inconformismo, apesar de ter razão de ser em razão do absurdo de manipulação do viés político da opinião pública pela mídia, poderia ser levado menos a sério. Contudo, há um fator que precisamos considerar. A mídia continua apostando na teoria tucana do "sangramento de Lula". Desde 2005 que essa estratégia vem sendo usada - porém, sem sucesso. Contudo, os grandes meios de comunicação, que de estúpidos não têm nada, continuam apostando no mesmo "cavalo". Por que?
Uma resposta simples: estão cumprindo a parte deles no "contrato" que têm com a oposição tucano-pefelista. O fato de suas ações não estarem sendo vitoriosas não exclui o de que sem os ataques midiáticos a popularidade do presidente Lula poderia ser próxima da unanimidade. Assim, não faz sentido, ao menos para a mídia, parar de atacar o presidente, mesmo que esses ataques visem apenas preservar a mobilização do setor anti-Lula da sociedade. E se considerarmos que os anti-Lula, apesar de amplamente minoritários, são um público fiel e disposto a financiar o golpismo midiático comprando seus produtos, fecharemos a equação.
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