Washington
A quantidade de pessoas pobres nos Estados Unidos cresceu pelo terceiro ano consecutivo, passando de 39,8 milhões em 2008 para 43,6 milhões em 2009. Os números foram divulgados ontem pelo órgão responsável pelo censo do país.
O número, o maior nos 51 anos em que a pesquisa é feita, reflete o impacto da crise financeira mundial sobre a economia americana. A taxa de pobreza no país passou de 13,2% em 2008 para 14,3% em 2009, a maior desde 1994. Isso significa que, no ano passado, um em cada sete americanos vivia na pobreza.
O escritório do censo considera pobre uma pessoa sozinha que ganhe até US$ 11,2 mil (cerca de R$ 19,2 mil) por ano. No caso de famílias com dois adultos e duas crianças, são consideradas pobres as que têm renda anual de até US$ 21,8 mil (cerca de R$ 37,5 mil).
Crise
Os dados são referentes ao primeiro ano de governo do presidente Barack Obama, durante a fase mais aguda da crise econômica global. A lenta recuperação da economia americana após a crise é um dos principais problemas enfrentados pelo presidente. Apesar dos dados alarmantes, o índice publicado ontem não alcançou as piores previsões dos especialistas, que tinham estimado uma taxa de 15%.
A taxa de desemprego no país chegou a 10% e atualmente está em 9,6%, sem perspectivas de baixa no curto prazo. O presidente disse que os dados divulgados pelo censo ilustram "o quanto 2009 foi um ano difícil".
"Mesmo antes da recessão, a renda da classe média estava estagnada e o número de pessoas vivendo na pobreza nos Estados Unidos era inaceitavelmente alto. Os números de hoje deixam claro que nosso trabalho está apenas começando", disse Obama.
Obama mostrou confiança em que a reforma de saúde suponha avanços na percentagem de pessoas sem seguros médicos, uma de suas prioridades quando chegou à Casa Branca. Em 2009, quando a reforma ainda era debatida no Congresso, o número de pessoas sem cobertura médica cresceu de 46,3 para 50,7 milhões, 16,7% da população.
Taxa de pobreza é maior entre os mais jovens
Entre a população jovem (abaixo de 18 anos) a taxa de pobreza é ainda maior, passando de 19% em 2009 para 20,7% no ano passado. "O aumento na pobreza infantil que observamos em 2009 é um duro golpe para o nosso país e para a nossa economia", disse o economista Harry Holzer, da Universidade de Georgetown. "Os custos da pobreza infantil permanecerão por muitos anos na forma de baixo desempenho escolar, trabalhadores menos produtivos e maiores gastos com saúde." Segundo o escritório do censo, o número de pessoas sem plano de saúde aumentou de 46,3 milhões em 2008 para 50,7 milhões em 2009. Esse aumento, de acordo com os analistas do órgão, ocorreu principalmente por causa da perda de planos de saúde pagos pelos empregadores durante a recessão.
Comentário
Em seu segundo mandato, FHC colheu o desastre econômico realizado no primeiro. Foi boa para o país sua reeleição, pois a desgraça caiu no colo de quem a criou. Se outro candidato tivesse sido eleito, FHC ainda pousaria como “estadista” e salvador da pátria.
Da mesma maneira ocorre com os EUA. O desastre que o neoliberalismo gera, começou com o governo Reagan e foi perpetuando-se em seguidos governos. Como é um país muito mais rico que o Brasil, as conseqüências demoraram mais a chegar.
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