Quem começou estafratura social brasileira que culminou com o fascismo político e social
pós-moderno de hoje foram José Serra do PSDB em dobradinha com a velha mídia
capitaneada pela Rede Globo, Veja & Cia. em 2010.
Serra
é um candidato marcado pela ausência de carisma para com o eleitorado e
utilizador dos bastidores sujos da Política para se beneficiar eleitoralmente
via dossiês de campanha contra adversários dentro e fora do partido que é
filiado. Ele teve, em 2010,
a impossível missão de derrotar a candidata de Lula,
Presidente com seus mais 80% de aprovação popular e com Governo exitoso
economicamente, socialmente e internacionalmente. Sem contar que o seu partido
e sua candidatura representam a plataforma neoliberal semelhante ao que FHC
praticou e Temer pratica hoje no Governo, plataforma que explicitada não rende
votos no Brasil e plataforma da velha mídia patrocinada, desde há muito, pelo
mercado financeiro.
Serra
tentou até, no início da campanha eleitoral, se passar por “Zé” o amigo de Lula
e o churrasquinho na laje na produção de uma favela Fake em estúdio de
publicidade para alavancar sua candidatura. O que não surtiu efeito desejado.
Como
perdia dia a dia terreno eleitoral para Dilma nas eleições presidenciais
daquele ano, nasceu ali, o início da onda Fascista pós-moderna no Brasil,
nasceu via campanha eleitoral de José Serra do PSDB e apoiada numa campanha de
ódio e destruição da dignidade e humanidade do adversário político: o PT,
disseminada pelos meios de comunicação hegemônicos capitaneados pela Rede Globo
de Televisão e revista Veja.
Serra
contratou em 2010 um Guru Indiano que havia feito a campanha do candidato
republicano nas eleições norte-americanas de 2008 e que seguia a estratégia
eleitoral de uma corrente de notícias falsas contra o adversário principal, no
Brasil contra o partido, a candidata e quem era o seu cabo eleitoral
fortíssimo, respectivamente, o PT, a Dilma e o Lula.
Essa
corrente do mal era sinônimo do site de campanha do Serra, onde, lá no site não
existia campanha (programa de Governo, propostas) alguma, apenas um campo para
preenchimento do e-mail de seus simpatizantes (eleitores) que eram comunicados
que receberiam por e-mail informações da campanha do tucano.
A
pessoa se cadastrava e recebia e-mails.
Nos
e-mails, ao invés de campanha, havia uma coleção de Fake News, que por ter o
remetente de uma página Oficial de Campanha se tornava, para muitos, verdade! E
que formando uma grande corrente do mal invadiram as caixas de correios de
e-mails de milhões e milhões brasileiros.
E
o que diziam esses e-mails?
Diziam
clássicas mentiras da Internet e do anedotário popular:
1)
Dilma foi uma terrorista e assaltante de bancos;
2)
Se Dilma vencesse iriam dividir a nossa casa com os pobres;
3)
Se Dilma vencesse o comunismo do Foro de São Paulo se instalaria no Brasil;
4)
Lula perdeu 1 dedo para receber uma aposentadoria por invalidez;
5)
Se Dilma vencesse o MST iria invadir e tomar posse de um monte de fazendas
Brasil afora. Etc.
Partindo
do site oficial de campanha de José Serra e contando com a boa-fé, ingenuidade
de muitos e má-fé de alguns em repassar os e-mails Fake News estava inaugurada
a fase onde a disputa Política minimamente civilizada deu lugar para produção
de mentiras sobre o candidato e partido opositor e passou-se da disputa entre
dois adversários políticos para a disseminação da ideia de que o adversário
político de Serra é um inimigo da sociedade brasileira, é um sujeito sem
escrúpulos, é um corrupto, um anticristão, não tem dignidade e condição
humanas, é violento e antidemocrático e assim por diante. Lembro bem que essas
"notícias fakes" na véspera da Eleição estavam afiadas e decoradas
como verdadeiras na boca dos eleitores de Serra.
Não
à-toa Serra foi apelando para todos os tipos de jogadas rasteiras para tentar
ganhar a Eleição em sua dobradinha com a velha mídia, pois não tinha campanha
política possível para quem não elaborou um Programa de Governo e sim uma
campanha Fake News.
Então,
Serra, em dobradinha com a velha mídia, foi o candidato da desconstrução do
adversário, do inimigo a ser abatido, não foi um candidato com propostas, mas,
o anti petista por excelência, o que pensou vencer pelo ódio, pelo medo e pela
mentira.
Daí
sua campanha se desenhou no plano das Fake News noticiadas como verdades na
Globo, Veja & Cia:
Dilma
Terrorista (Ficha Falsa da Dilma) - bandida;
Dilma
Abortista - anticristã;
O
sensacionalismo da quebra do sigilo bancário da filha Verônica Serra - Dilma
sem escrúpulos, envolve até a família de Serra em sua campanha;
A
destruição eleitoreira da reputação da Subchefe da Casa Civil de Dilma: Erenice
Guerra - Dilma acobertando corrupta ao seu lado na Casa Civil.
A
simulação de um atentado violento de petista, o caso da bolinha de papel em
passeata no Rio de janeiro – PT e petistas violentos e antidemocráticos.
Da
Eleição de 2010 em diante se construiu uma nova forma de agir da direita
política representada pelo PSDB em sua dobradinha com a velha mídia, ela não
mais agia dentro de mínimas regras do jogo político em uma campanha eleitoral
civilizada respeitando humanamente a candidatura petista.
Petista
passou a ser inimigo, porque ao perder pela 3 vez consecutiva para ele, não
enxergava, o PSDB e seu aliado velha mídia e patrocinadores, perspectivas de
voltarem ao Poder tão cedo.
Claro
que antes de 2010, em 2005 e a campanha de derrubada de Lula no Congresso via
“Mensalão” na voz de Roberto Jefferson para a Renata Lo Prete ou em 2006 e o
dossiê dos aloprados com a montanha de dinheiro “petista” na véspera do
primeiro turno já se fazia presente a dobradinha velha mídia e direita
política, certo? Só que ali tínhamos um jogo sujo eleitoral, mas não, ainda, um
processo de inserção da sociedade (o eleitor de e da direita) na transformação
do adversário político/ideológico em um inimigo, uma sub-raça, um inimigo a ser
abatido e banido socialmente e politicamente como se processou a partir de
2010.
Nós
convivíamos tranquilamente com as diferenças ideológicas e quase ninguém queria
matar “petista” nem se confundia petista com comunista, bolivariano, se me
entendem e não tinha fratura social e Fascismo no convívio social antes daquela
Eleição.
Serra
foi quem iniciou, em sua campanha eleitoral, o processo inserção na sociedade
da lógica do inimigo político, não mais tínhamos ideologias e visões de sociedade
e Estado diferentes, éramos divididos em dois grupos, o do bem (honestos,
superiores, vencedores por mérito e trabalhadores) – seus eleitores e o do mal
(corruptos, inferiores, indolentes e mau-administradores) – petistas e aliados
a serem exterminados. Daí para a fratura social continuada foi um pulo.
E
se aprimoraram com o tempo as formas de ódio e de produção do inimigo interno
dos fascistas (por exemplo: os nordestinos por votarem no corrupto do PT por
causa do recebimento do bolsa família), incorporando partes do Judiciário no
desafio de vencer o PT e retomar o Poder a qualquer custo.
Surgiram,
então, o Julgamento do “Mensalão” e a “maior corrupção da História” e a
Lava-Jato e a “destruição da Petrobrás”, todas ações concomitantes com o período
de intensificação da campanha eleitoral de 2012 e 2014, que culminaram em 2016
com o Golpe de Estado e a ascensão da extrema-direita e seu candidato
Bolsonaro, aceita como ator social relevante no período pré-Golpe, necessária
por ser a massa de manobra social, boa parte dela – havia os incautos, que foi
legitimar na Avenida Paulista o Impeachment sem crime de responsabilidade da
Presidenta Dilma.
De
característico do período pós-2010 é o crescimento e manutenção do discurso
narrativo eivado de ódio e disseminado diariamente nos microfones da velha
mídia e nos submundos da Internet de extrema-direita, colocando os petistas, o
Governo Dilma, Lula, Dirceu e o PT como uma “quadrilha” que assaltou e quebrou
o Estado brasileiro, enriquecendo os “companheiros” via corrupção desenfreada e
que destruiu a maior empresa brasileira: a Petrobrás.
De
tanto ódio e Fake News repetidas a exaustão se construiu o caminho para a
produção social do Legislativo mais corrupto e sem humanidade da História em
2014, Legislativo que produziu o Golpe do Impeachment fraudulento colocando
Temer e sua camarilha para comandar a chave do cofre do Governo Federal.
Criou-se,
ainda, este caos econômico e psicossocial e a anarquia
jurídico-parlamentar-governamental no Brasil colocando nas redes sociais e nas
ruas o monstro do Fascismo.
O
monstro do Fascismo nascido da campanha irresponsável de Serra em 2010 e
perpetuado até hoje por Veja, Globo, Istoé & Cia. e seus jornalistas
amestrados + Joaquim Barbosa, Sério Moro, Dallagnol, etc. a partir de 2012 com
a entrada do Judiciário na campanha de destruição do PT para retomada da chave
do cofre federal.
Uma
perseguição e ódio sem freios ao PT, petistas, Dirceu, Lula e Dilma e, agora, a
todas as correntes políticas de esquerda, que ousam vencer as eleições
presidenciais no Brasil e a todas as minorias e movimentos civis e sociais com
bandeiras progressistas.
Trazendo
para hoje podemos dizer que a morte da Vereadora do PSOL Marielle Franco,
negra, homossexual, socialista, nascida na favela, ativista de direitos humanos
e sociais é, por assim dizer, resultado desse processo Político Fascista, que
se produziu nesta década no Brasil.
Nenhum comentário:
Postar um comentário