sábado, 23 de outubro de 2010

O ataque serrista à imprensa mineira - por Weden (Blog do Nassif)

Enquanto isso, o Estado de Minas dá de ombros para tanta raiva. Enquanto o circo pega fogo, resolve fazer uma justa homenagem a Pelé. Mas sabe que fez um estrago nos gramados paulistas do tucanato: "Melhor assim!", deve estar pensando a direção do periódico.
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Na esfera política, jornalistas globais e imprensa paulista, de filiação serrista, estão em fúria contra o jornal Estado de Minas. Quando não em fúria, amuados, ressentidos.
A raiva dos jornais paulistas (Estado e Folha) se expressa pelo insistente silêncio em relação à origem da contra-investigação motivada pelos golpes duros que Serra pretendia dar em Aécio.
Mas é do Rio, mais precisamente do Globo, que vem a demonstração mais nítida de ira: Ricardo Noblat vem afirmando em seu twitter que o jornal "Estado de Minas não faz jornalismo" (em referência à nota do EM sobre o caso, em que diz que "faz jornalismo", que já é, por sua fez, uma resposta jocosa à imprensa serrista)
Isso porque o periódico não divulga os relatórios entregues pelo jornalista Amaury Ribeiro JR. Como se fosse a primeira vez que um jornal guardasse informações para a melhor hora.
A estratégia de Noblat é desacreditar o jornal e os jornalistas mineiros pelo que não divulgaram. "Se não mostra, é porque não tem provas", afirma. Nem o foca mais ingênuo cairia nessa argumentação.
Enquanto isso, o Estado de Minas dá de ombros para tanta raiva. Enquanto o circo pega fogo, resolve fazer uma justa homenagem a Pelé. Mas sabe que fez um estrago nos gramados paulistas do tucanato: "Melhor assim!", deve estar pensando a direção do periódico.
A rede toda comenta o caso. Hoje a Carta Capital mostrou detalhes na guerra intra-partidária. Há pouco, mais um trecho do depoimento do jornalista à Polícia Federal, veio a público pelo Terra. Fica cada vez mais difícil esconder não tanto a reação aecista: mas a falta de limites serristas contra companheiros dos próprios partidos.
A frase de Noblat, vê-se, portanto, não se dirige à investigação de Aécio, mas às provas contra Serra.

NÃO MEXA COM MINAS, QUE MINAS REAGE
Mas o que mais impressiona é que a tucanagem paulista e seus jornalistas já tinham sido alertados que qualquer ameaça não ficaria sem resposta. E ameaças foram muitas, como se estivessem lidando com ingênuos.
Para citar duas, relembramos de alguns ataques sofridos por Aécio Neves quando intencionou disputar a candidatura tucana: a divulgação de que teria agredido a namorada, por Juca Kfouri, e a grosseria do artigo de Mauro Chaves ("Pó pará, Governador)" publicado pelo Estadão em fevereiro de 2009.
Seguiram-se muitos ataques, principalmente, da imprensa paulista contra Aécio Neves. E seguiram-se também alertas consistentes de que as tentativas de humilhação não ficariam sem resposta.
Nesta semana, o jornal Hoje em Dia lembrou um episódio que deixava claro que as relações entre tucanagem mineira e paulista não estavam bem desde 2008. Aconteceu durante as comemorações de 80 anos do veículo concorrente:
"O assunto dominante na noite foi o recado a José Serra dado, indiretamente, em discurso pelo diretor do jornal (O Estado de Minas), Álvaro Teixeira da Costa: 'Não mexa com Minas, que Minas reage' - referência à possível espionagem de (Marcelo) Itagiba contra Aécio Neves'".
Só depois da desistência de Aécio, é que jornalistas paulistas começaram a afagar o ex-governador de Minas, quase implorando que ele fosse o vice na chapa. Aécio ignorou, ironizou e cuidou da sua candidatura ao Senado. O recado veio por um editorial do EM: "Minas à reboque não!"
O clima voltou a esquentar por conta da negativa de Aécio. Quase os mesmos jornalistas divulgaram diversas notas criticando a postura de Aécio nas eleições, que ignorava insistentemente o sufoco de Serra.
Ontem, Noblat reclamou que Aécio em vez de ajudar Serra em Minas, vinha fazendo campanha no Nordeste. O jornalista sabe que, sem Minas, não há qualquer chance para Serra.
E, com informações jogadas no ventilador, ficou tudo mais difícil. A culpa, devem estar pensando os jornalistas serristas, é dos mineiros. Para variar.
Enquanto isso, a imprensa mineira reage. Mas com reportagens sobre Pelé, mostrando que o Rei, apesar de ter feito carreira em São Paulo, nasceu em Minas.
Quer recado mais direto?

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