sábado, 25 de junho de 2011

Lula é elogiado em ato da comunidade bahá'i no Rio – Folha de São Paulo

Representante do grupo diz que governo anterior pediu a libertação de sete líderes religiosos no Irã

O governo Lula contribuiu para evitar a morte de sete bahá'i presos no Irã desde 2008, afirmou ontem uma representante da comunidade religiosa no Brasil.

A afirmação foi feita durante manifestação pedindo a libertação do grupo. O protesto reuniu cerca de 200 pessoas em Copacabana.

"O Brasil teve um papel muito importante para evitar que eles fossem assassinados", disse Mary Caetana Aune-Cruz, uma das principais representantes dos bahá’i no Brasil. Aune-Cruz disse entender a decisão de Dilma Rousseff de não receber Shirin Ebadi, que foi advogada de defesa dos sete, na visita que a Nobel da Paz de 2003 fez ao Brasil no início do mês.

Os bahá'i são uma minoria religiosa perseguida pelo regime iraniano. Os sete líderes presos são acusados de conspiração contra o Estado, espionagem para Israel, blasfêmia contra o islã e "corrupção na terra", este último punível com a pena de morte.

Segundo Aune-Cruz, o governo Lula fez "gestões bilaterais" para ajudar os bahá'i.

Ela lembrou que o embaixador brasileiro no Irã, Antônio Salgado, pediu a libertação dos sete e tentou, sem sucesso, acompanhar o julgamento de cada um.

No protesto de ontem, foram fincadas na areia da praia 7.747 cópias de retratos de cada um dos presos. O número representa a soma dos dias em que cada um dos bahá'i passou encarcerado.

Eles foram condenados a 20 anos de prisão e aguardam outros julgamentos.

 Comentário
A matéria de capa da Caros Amigos do último mês é uma reportagem bastante lúcida sobre política externa e sobre os feitos das tratativas bilaterais entre o Brasil e o Irã durante o governo Lula.

É uma pena que sob a ótica de determinados cegos, a política externa do governo Lula abdicava dos direitos humanos: era exatamente o contrário.

Os direitos humanos estão longe de serem respeitados no Irã. Porém, quando comparados ao Iraque, onde cerca de 300.000 civis foram massacrados pelos invasores estadunidenses, o Irã parece um bálsamo. As intervenções junto ao Irã eram para impedir a repetição de um desastre como este – se já era péssimo com Saddam Hussein e Ahmadinejad (o primeiro ainda pior que o segundo), muito mais terrível e sórdido seria, para a população como um todo, o Irã em guerra – que é o que desejam as forças conservadoras dos EUA e seus papagaios da imprensa mundial. Ao tentar puxar para o seu lado, fazer com que o presidente iraniano abandonasse suas práticas sórdidas por meio da diplomacia, o presidente Lula agia de maneira muito inteligente. Não é ameaçando, insultando, ofendendo que se consegue as coisas. Ao contrário, Ahmadinejad se beneficia de uma possível invasão ocidental, pois para seu público interno cria o inimigo externo, obviamente repelido pela população, e assim ganha apoio que compensa as atrocidades que comete contra parte de seu povo.

Lula tentou pela diplomacia. A guerra, só em última instância. Para alguns, é a primeira opção. E alguns daqui, "teleguiados" feito os próprios mísseis destes momentos atrozes, repercutem sem refletir as patranhas dos senhores da guerra.

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