quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Peças do caso Lina - por Luis Nassif

Em Observação
1. O papel de José Agripino.
A grande ligação de Lina Vieira é com seu conterrâneo José Agripino, senador pelo Rio Grande do Norte. A prefeita de Natal é do PV, mas criatura de Agripino. Aliás, a prefeitura é das poucas bases do DEM no nordeste. E é de lá que sai o contrato de publicidade com a família de Lina Vieira. José Agripino foi o principal articulador, dentro do DEM, da ofensiva contra o senador José Sarney e, depois, contra Dilma Rousseff, em cima do episódio Lina.
2. A matéria da Folha, que deflagrou essa crise.
É de, 9 de agosto, domingo. Para sair domingo, possivelmente foi preparada entre 5 e 7 de agosto.
3. Reunião com Serra.
No dia 3 de agosto o Twitter do senador Agripino dá conta de uma relevante reunião em São Paulo , com o governador José Serra. Relevante por ter juntado o líder do PSDB no Senado, Sérgio Guerra, mais seu braço-direito para ações no Parlamento, Alberto Goldmann, mais os DEM Rodrigo Maia e ACM Neto (clique aqui).

A respeito da reunião, a Folha disse o seguinte, com Serra fazendo questão de enfatizar que não estava nas articulações barra-pesadas. É de uma sutileza ímpar:
Na noite de segunda-feira, o impacto da crise esteve na pauta da reunião de Serra com tucanos e democratas.A avaliação dos participantes foi a de que Lula se dedica à contenção da crise, em vez de se lançar na campanha da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff. A retração de Lula alivia a pressão sobre Serra para que se declare candidato agora.(…) Serra, no entanto, desconversou quando o líder do DEM no Senado, Agripino Maia (RN), sugeriu que levantasse munição para a CPI da Petrobras. Segundo um participante, o governador paulista disse que essa não era sua área de atuação durante o governo FHC.
4. Dois dias depois, a Folha dá início às pesquisas que conduzem à manchete do dia 9.
São apenas indícios, que necessitam ser aprofundados. Mas bons indícios, convenhamos, sobre como começam todas as crises políticas brasileiras dos últimos 18 meses.

As ligações de Lina

No dia 19 de dezembro, Dilma passou a manhã em reunião do Conselho de Administração da Petrobras. À tarde, Lina estava em Natal, onde mora, a serviço. Naquele dia, Lina chegou a receber uma diária por se ausentar de Brasília, registrada no Portal da Transparência sete dias depois, em 26 de dezembro.
Na verdade, segundo o documento levantado pela revista, foram três diárias.

Além da Carta Capital, a revista Época resolve fazer jornalismo e levanta as ligações políticas entre Lina e o marido e o senador Agripino Maia e a política do Rio Grande do Norte.
Nada que os leitores daqui já não soubessem graças ao trabalho do Stanley Burburinho e da Namara. Mas uma demonstração que ainda existe jornalismo - de forma amplamente minoritária - na mídia.
Tenho ido com cuidado nessa questão do levantamento da vida da Lina Vieira. Mas não dá para ignorar mais as ligações do marido e dela com o senador Agripino Maia.
O fato de ser indicada por Guido Mantega não comprova que ela é petista militante. Mas apenas que Mantega foi descuidado ao indicar para a Secretaria da Receita Federal pessoa com envolvimento político dessa natureza. Aliás, teria sido igualmente imprudente se o envolvimento político fosse com o PT.
http://colunistas.ig.com.br/luisnassif/2009/08/23/as-ligacoes-de-lina/#more-32484

Nenhum comentário: