Quando Dilma Rousseff desafiou Lina Vieira a dizer o dia e hora do encontro, obrigou-a a mostrar suas cartas. Com dia e hora definidos, seria possível desmentir (ou não) a informação. Mas não daria mais para continuar blefando, com essa maluquice de pretender que o governo mostrasse onde Dilma esteve, hora a hora, durante 90 dias.
Por que jornais e jornalistas apostaram cegamente no dia 19? Porque foram até a agenda de Dilma e constaram que naqueles dias havia uma confusão de datas e compromissos. Compromissos de um dia tinham sido assinalados no outro. A Casa Civil explicou que houve uma exportação de dados de uma agenda para outro, que acabou dando uns bugs, que explicariam o problema.
O grupo midiático entendeu apressadamente que ali estava a brecha, a prova do crime, ou, pelo menos, a anulação de qualquer álibi. Não adiantaria Dilma alegar que estava em outro compromisso no dia e na hora mencionados, porque sempre haveria o argumento de que a agenda havia sido manipulada. Portanto, seu álibi estaria a priori desmontado.
Aí toca O Globo a fazer matérias antecipando as desculpas que julgava que Dilma daria. Como vocês se recordam, uma das matérias mostrava que compromissos não eram registrados na agenda - por conta da confusão e O Globo afirmando que a agenda de Dilma não poderia servir de álibi para ela dizer que não estava no encontro secreto com a Lina.
Como há muito esse pessoal abdicou do jornalismo, não se deu conta da possibilidade de Dilma não estar em Brasília naquele dia. E aí dançaram todos, O Globo, os senadores e a ex-Secretária.
A única dúvida é se Lina de fato mencionou o tal dia 19 ou os jornais e senadores inventaram, baseados na análise da agenda de Dilma.
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