O presidente Bush e a diplomacia americana trabalham em dobradinha com o Presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, num esforço radical para mantê-lo à tona e evitar que a chamada crise “parapolitica” - o escândalo do envolvimento de políticos aliados do chefe do governo de Bogotá com paramilitares, crime organizado e narcotráfico - afete a imagem do presidente colombiano e comprometa sua nova reeleição, agora para um terceiro mandato.
A forma que a dobradinha Bush-Uribe encontra para fazê-lo é atacar Cuba e o governo de Hugo Chávez, da Venezuela. Acusam o presidente venezuelano de apoiar a guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) e o narcotráfico. Tanto o presidente norte-americano quanto o Ministro de Relações Exteriores de Uribe fizeram declarações nesse sentido - apresentaram a Venezuela como expansionista e ligada ao narcoterrorismo e ao chamado narcodólares.
A verdade é outra, é bem outra. É o governo Álvaro Uribe que está atolado até o pescoço no narcotráfico e com os paramilitares. Para constatar isso é só ler a imprensa colombiana e acompanhar as investigações da própria justiça do país. Todo dia é preso mais um ministro ou parlamentar ligado ao presidente colombiano e as provas de que sua campanha foi financiada pelo narcotráfico e pelos paramlilitares já são mais que abundantes. Sem contar que há até senadora que já confessou ter vendido o voto - trocou por cargos - pela aprovação da emenda constitucional que instituiu a reeleição na Colômbia.
Com relação ao armamentismo e ao expansionismo é a mesma coisa. Os EUA armaram a Colômbia, tem presença militar marcante no país, instalaram uma base militar no Equador - que o presidente Rafael Correa quer desativar - insinuam-se no Paraguai onde querem outra base, recriam a IV Frota para a América Central, do Sul e o Caribe e acusam a Venezuela de expansionismo e armamentismo. Cínicos, escondem da opinião publica que se recusaram a vender armas e munições para o país de Bolívar, obrigando Hugo Chávez a comprá-las da Rússia.
Agora, para coroar a hipocrisia, temos essa ridícula acusação do Departamento de Estado e do Presidente Bush, de que o Irã é uma ameaça à América Latina. O que é isso, aonde estamos ? Na verdade, a única ameaça que vivemos é a da política norte-americana ensaiada e iniciada pelo atual presidente americano, que insiste em expandir o poder militar de Washington e sua presença na América Latina - uma política externa que, de resto, espero seja enterrada nas eleições norte-americanas de novembro.
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