quarta-feira, 5 de março de 2008

O medo do medo - por Márcia Pinheiro

“A única coisa que devemos ter medo é do próprio medo”, disse Franklin Roosevelt, em discurso de posse para a presidência dos Estados Unidos, em 1933. Quatro anos haviam se passado desde a crise de 1929 e ele foi o homem que encampou o ideário de Keynes, para implantar New Deal, programa no qual os recursos públicos deveriam ser usados para combater a recessão.

Pois o medo do medo impera no Brasil. Em reunião nesta quarta-feira 5, o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu manter a taxa de juro estável, em 11,25% ao ano. Apesar de a inflação estar arrefecendo. Muito. O Índice de Preços ao Consumidor semanal (IPC-S), calculado pela Fundação Getúlio Vargas, registrou literalmente zero de variação de preços em fevereiro. Ou seja, não houve inflação.

É o medo. Um medo unânime, conclui-se do comunicado do Copom. Com a seguinte justificativa: "Avaliando a conjuntura macroeconômica e as perspectivas para a inflação, o Copom decidiu, por unanimidade, manter a taxa Selic em 11,25% ao ano, sem viés. O Comitê irá monitorar atentamente a evolução do cenário macroeconômico até sua próxima reunião, para então definir os próximos passos na sua estratégia de política monetária." Alguém me explica?

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