Por Ubaldo, o paranóico
Salve, Nassif!
No dia 1º de outubro de 1949 (há 60 anos, portanto), o velho timoneiro pronunciou as famosas palavras: “O povo chinês se levantou. Ninguém nos insultará novamente”. Estava nascendo a República Popular da China.
E aí, o que é a China hoje? Uma “República” (res pública, coisa pública)? Sim – e como poucas. “Popular”? Sim (aliás, isso está implícito no conceito de res pública). Agora, um regime comunista pura e simplesmente não é mais. Capitalismo de Estado também não; pois há uma (forte) iniciativa privada.
Ou, por ironia do destino, é o capitalismo que deu certo? Estado forte, mercado forte, mas o segundo [fortemente] regulado pelo primeiro? Acho que até as igrejas deveriam repensar seus conceitos, pois sem padres nem pastores (nem Dalai Lama) por lá a coisa está dando certo que é uma beleza.
Por felipe
Olhem que lindas sao as imagens:
http://www.boston.com/bigpicture/2009/10/china_celebrates_60_years.html
Por Ruy Acquaviva
É impossível entender a china por um ponto de vista puramente ocidental. Por isso tanta gente erra tão feio.
A China é a mais antiga civilização do mundo, teve períodos de grande esplendor e de grande decadência. Até o século XVII era a maior economia do mundo e a civilização mais adiantada científica e tecnologicamente. A revolução industrial e o espansionismo europeu coincidiram com um período de decadência da China, permitindo a dominação estrangeira e dando uma impressão de fragilidade e atraso da civilização chinesa.
Para nossos padrões esses 300 anos de decadência chinesa são uma eternidade, mas para a China com seus 5 mil anos de civilização, foram uma breve “escorregada”…
Não existe propriamente um “milagre chinês”, a China está apenas voltando a ocupar o seu tradicional lugar de maior economia e vanguarda da civilização humana.
Precisamos entender os fundamentos da filosofia chinesa para entender a China. Em 5 mil anos a China NUNCA foi uma democracia. Porém essa é uma mudança que vale a pena pois os valres humanistas e democráticos vão ao encontro da filosofia chinesa, estabelecida ne busca do equilíbrio.
Mas não será nenhum ocidental que irá ensinar isso aos chineses e muito menos impor a eles. Acho que é algo que eles podem descobrir sozinhos porém, como tudo na China, não será um processo simples nem fácil.
Por Adriana
“Dando certo que é uma beleza” depende para quem, pois:
1. A desigualdade social entre população urbana e rural é gritante e crescente:
http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2005/12/051216_chinaonums.shtml
2. Do ponto de vista ambiental é um desastre:
http://www.guardian.co.uk/environment/2009/jul/31/china-residents-prosecute-government-environment
70% de sua energia é gerada por carvão!!!
http://www.eia.doe.gov/cabs/China/Background.html
3. Dos Direitos Humanos, então, nem se fale:
http://www.voanews.com/english/2009-10-01-voa48.cfm
Existem cerca de 500.000 pessoas detidas sem julgamento, de acordo com a Anistia Internacional:
http://www.amnestyusa.org/china/page.do?id=1011134
A informação é restrita, a Internet é censurada:
http://www.businessweek.com/bwdaily/dnflash/jan2006/nf20060113_6735_db053.htm
Resumindo, não se pode negar o avanço econômico e a emergência da China como potência econômica, mas que isso tem um preço, isso tem. Não se pode fechar os olhos das barbaridades que a China comete contra a humanidade só porque ela “cresce muito”. A comunidade internacional se maravilha com o mercado que a China oferece e esquece do resto.
Comentário meu
A China de hoje encontra-se numa situação deveras peculiar: não é comunista, tampouco capitalista. Quando os EUA bloqueiam economicamente Cuba, o fazem por supostos motivos democráticos. Quanto à China, nem uma palavra. Quando a China bomba no crescimento econômico, todos alardeiam suas conquistas e omitem sua classe política. Quando algum desastre ambiental ou supressão de liberdades ocorre, a “ditadura comunista” surge (parece que se fala de outro país).
Já refleti um tanto sobre a China, e, apesar de não nutrir forte apreço pelo país, não dá pra negar que, para onde ela se direciona, sai de baixo: a locomotiva vem com tudo. No entanto, o desprezo pelas liberdades individuais e pela natureza são imperdoáveis, afora a competição desumana que submete a outros países – a china nivela o mundo do trabalho por baixo.
Um trabalhador chinês ganha centavos de dólar por hora. Não há planeta que resista a tanto. E nem há nada de comunista em tal realidade.
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