O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Gilmar Mendes, disse nesta quinta-feira que o laudo da Polícia Federal com a conclusão de que equipamentos da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) não realizam grampos telefônicos é insuficiente para isentar o órgão de participação em escutas clandestinas. Mendes disse que o laudo apenas mostra que as maletas apresentadas pela agência não fazem grampos, mas não esgota a possibilidade da Abin ter outros equipamentos para realizar escutas.
"Isso diz pouco porque simplesmente diz sobre as maletas que foram apresentadas. Nós não sabemos se são todas as maletas que a Abin dispõe e se não teriam a possibilidade de fazer a interceptação. Também ninguém afirmou que essa interceptação foi feita pela Abin, pela polícia, por pessoas contratadas, o que interessa é de fato aprofundar essas investigações", afirmou.
Mendes levantou a possibilidade de "outros meios" terem sido utilizados para as escutas, sem necessariamente terem sido realizadas pela Abin. "Nós não sabemos se essas maletas foram contratadas, se outros modos foram utilizados. Nós estamos em um mundo muito complexo para que nós tenhamos uma resposta muito simples", afirmou.
Comentário
Com seus comentários, Gilmar Mendes torna-se suspeito de ter participado intencionalmente de uma fraude: o tal grampo de sua conversa com Demóstenes Torres.
Não pode existir intocável neste país. Nós estamos em um mundo muito complexo, de fato. E Gilmar tornou-se suspeito perante uma parcela significativa da opinião pública. Primeiro, ao aceitar a versão de que era a ABIN sem dispor de uma evidência sequer. Agora, por insistir na acusação. Ainda mais sabendo-se que beneficia diretamente os acusados pela Operação Satiagraha.
Está na hora de começar a ser cobrado por seus pares.
Por Flavio
Parece que não querem saber dos fatos. Esta nota está no site da Agencia Brasil:
"A colaboração de integrantes da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) nas investigações da Operação Satiagraha, da Polícia Federal (PF), comandada pelo delegado Protógenes Queiroz, foi oficial. "Não foi uma ação entre amigos", disse há pouco o diretor afastado de Contra-Inteligência da Abin, Paulo Maurício Fortunato, na Comissão Mista de Fiscalização e Controle de Órgãos de Inteligência do Congresso. "Foi feita uma reunião para o Protógenes ficar ciente dos termos da cooperação", completou.
Fortunato foi chamado para depor por conta de declarações que prestou à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Escutas Telefônicas da Câmara, na semana passada, de que mais de 50 servidores da Abin teriam trabalhado com Protógenes nas investigações da Satiagraha, inclusive com a realização de escutas telefônicas de autoridades do Executivo, Legislativo e Judiciário.
Segundo ele, o sistema de trabalho dos agentes da Abin na Polícia Federal era em forma de rodízio e não com os mais de 50 ao mesmo tempo. No período de fevereiro a julho deste ano, o esquema de rodízio contava, em média, com seis agentes de cada vez. "Não tivemos 52 trabalhando ao mesmo tempo", disse."
Alguém tem de avisar o Sr. Mendes sobre isso. E também os deputados e parte da imprensa.
P.S: Sem comentários, novamente.
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